Ishizu é uma mulher confiante e independente, e isso é um fato que não pode e nem deve ser negado. Contudo, intencional ou não, sua autossuficiente emite uma vibração sensual, tão quente e impulsiva, tão vulgar. Ela atrai atenção com seus olhares e movimentos espontâneos, sem esforço desperta sentimentos e desejos. Especialmente de um certo Rei Ladrão.

Akefia a conhece bem demais para se deixar enganar pela atitude austera e recatada que ela faz questão de mostrar, conhece a sensualidade e lascívia que Ishizu transpira com tanta naturalidade em cima de uma cama, em meio aos lençóis bagunçados e gemidos necessitados. Ela é atraente em todos os sentidos e sabe como usar isso a seu favor, com um jogo de cintura perfeito, especialmente quando se trata de sexo.

Entre aquelas quatro paredes a Ishizu irmã protetora, a Ishizu independente e dona do próprio nariz, a Ishizu comportada, são deixadas de lado para dar lugar a uma mulher, que quer sentir o melhor do prazer, cheia de caprichos e vontades que precisam ser saciados. E ele está mais que disposto a satisfaze-los. Para ele, e apenas para ele, Ishizu é luxúria e desejo.

Tudo começa com um olhar, que lhe promete coisas que ele está mais que ansioso para receber. Seu perfume desperta instintos e desejos. E então há os beijos que começam lentos, sem presa de provar e explorar, os lábios macios se movem contra os seus e ele responde com a mesma ânsia, sôfrego, lhe tomam o ar, inebria a mente e intoxica os sentidos.

As peças de roupas, uma a uma, são descartadas e esquecidas. O contato da pele na pele os arrepia e aquece, as mãos vijam acariciando, apertando e arranhando, redescobrindo áreas sensíveis e descobrindo novas formas de prazer. Os toques dela são suaves, cada um é uma sensação diferente que deixa rastros chamuscados por onde passa, uma ardência que vicia. Os dele são ásperos e firmes, arrepiam a pele sensível, e ela geme e se entrega aquelas sensações sem receios, sua mente fica em branco. E ele satisfaz seu ego com cada gemido que sai daqueles lábios.

— Você tem noção do que faz comigo? – perguntou num sussurro contra os lábios inchados e úmidos do beijo, as respirações se misturam.

Ela não responde, apenas geme sem pudor se agarrando ao corpo maior como sua tábua de salvação, o sentindo se mover num ritmo continuo e firme. Ela também se move, lenta e sensualmente, quase preguiçosos, prende sua atenção.

E ele devasta novamente aqueles lábios até seus pulmões queimarem em busca de ar, suas mãos apertam e se arrastam pela carne macia. Com respirações profundas devora o cheiro impregnado na pele morena, ela cheira a sexo e suor limpo e areia quente do deserto, e ele adora isso. Tão viciante, pensou espalhando beijos, pescoço, colo e seios, onde quer que seus lábios alcancem.

Mas então há aqueles olhos azuis, profundos e intensos. Olhos que o desarmam e incendeiam ainda mais seus desejos. Olhos que o engolem e devoram por dentro, com a mesma facilidade que ela devora uma fruta doce. Ele geme e rosna, quase animalesco, se deixa levar por todos aqueles sentimentos e sensações.

— Ahhn... Ak-efia... – ela geme e se arqueia apertando o corpo contra o dele, os seios pressionados contra o peito largo, e estremece no final.

Com um gemido rouco e sôfrego ele se derrama dentro dela. Se sente letárgico, extasiado e inebriado, o corpo pesado e um formigamento já conhecido lhe sobe o peito e ele fecha os olhos relaxando. Ishizu se aconchega mais perto, jogando preguiçosamente a perna e o braço sobre ele e suspira satisfeita arrancando uma risada rouca dele. Seus corpos estão suados e quentes, mas nenhum deles reclama.

— Se continuar pressionando a perna aí vamos ter outro problema para resolver. – ele murmurou divertido.

— Quieto. Estou com sono. – foi a resposta abafada e sonolenta que recebeu.

— Você sabe que quer isso tanto quanto eu. – a mão deslizando pela linha da coluna dela provocando arrepios.

Ishizu gemeu, não exatamente irritada – Talvez mais tarde. Agora vai dormir, Akefia.

Ele riu e relaxou se preparando para um cochilo, não havia nenhuma maneira de que a noite acabaria assim.