O casamento real. escrita por Lady Ravena


Capítulo 1
Capítulo Único - O casamento real.


Notas iniciais do capítulo

Bem, eu acho que disse tudo que tinha para dizer nas notas, mas desde já agradeço a quem reservou um tempinho para ler. Beijos.



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O amor é o espaço e o tempo tornados sensíveis ao coração. - Marcel Proust

Um belo azul preenchia a vastidão celestial do céu de Arandelle, tudo naquele dia parecia mais harmonioso. Rosas, magnólias, jasmins e girassóis, todas as flores formavam um lindo arco íris sobre a relva verdejante e exalavam um doce perfume pelo jardim do grande palácio da Rainha. Tratava-se de um dia convidativo para um grande evento e de fato o casamento da princesa era um importantíssimo acontecimento.

Todos na cidade festejavam com músicas e distribuição de flores, afinal ganhariam um novo príncipe. Não tinha sangue azul como a maioria e muito menos nascera em um palácio, mas sua participação e bravura na missão que salvou Arandelle de um longo período de neve e gelo o transformaram em um querido herói e digno da mão da destemida princesa Anna.

Por falar em nossa princesa, a mesma encontrava-se neste exato momento em seu quarto, ansiosa e ao mesmo tempo impaciente. Seu vestido ficou um pouco apertado e as costureiras faziam o possível para concertar o tecido, a fim de que tudo ocorresse as mil maravilhas naquele dia. Ordens da rainha!

— Anna, tente se acalmar, minha irmã — a rainha Elsa pedia gentilmente. — São as melhores costureiras do reino e seu vestido ficará pronto, ora essa, a cerimônia será somente no final da tarde. Ainda é cedo.

— Ah, nossa — a jovem respirava ofegante e balançava suas mãos, nervosa. — E se o vestido rasgar? E se encurtar ou ficar longo demais? Ai!

Acidentalmente uma das senhoras costureiras exagerou no remendo.

— Perdão, Vossa Alteza.

— Elsa, eu acho que seria um bom momento para você fazer esses seus truques e me transformar em uma linda princesa.

A rainha exprimiu uma risadinha leve, aproximando-se da irmã mais nova, segurando suas mãos carinhosamente.

— Você é uma linda princesa, irmã, saiba disso, linda e acima de tudo corajosa, minha heroína. Hoje é o seu dia e tenha fé de que tudo será perfeito e mágico, Anna.

A princesa alargou um enorme sorriso.

— Isso, você está certa!

Em um dos aposentos do palácio, o jovem Kristoff treinava sua entrada na capela – pela terceira vez— e a cada passo que dava mais ele estava mais próximo de montar em sua rena e fugir para as montanhas.

Eu não vou conseguir, não vou, não vou... — sussurrava para si próximo, retirando a ornamentada faixa azul de sua roupa e se olhando no espelho. Estava muito bem arrumado com um elegante terno militar vermelho e calças e sapatos sociais escuros, as vestes foram um presente da própria rainha. Algo que ele nunca conseguiria pagar um dia...

— Por que está tão preocupado, Sven? Opa, Kristoff — o pequeno boneco de neve gargalhou. — Hoje é um dia tão alegre, sorria! Eu estou tão contente, sabe? É meu primeiro casamento.

— Olaf...

O boneco de neve continuava a tagarelar e uma nuvem mágica o seguia logo acima.

— A doce princesa Anna estará tão linda e no altar vocês trocarão um beijo de amor verdadeiro — ele falou de um jeito sonhador e romântico.

— Olaf, por favor — pediu mais seriamente.

Olaf o encarou sem entender muito.

— Não está feliz?

— Não é isso — suspirou. — Estou com medo.

— Medo de que? Você ama a Anna, não é?

— Claro que sim — respondeu prontamente.

— Então?

— Ela é uma princesa e eu sou o quê? Não tenho nada para oferecer a uma princesa...

— Não tem? Estou mesmo ouvindo isto? — o boneco aproximou-se do noivo. — Por quais motivos se apaixonou por Anna?

Kristoff ficou pensativo por vários segundos, até que seu semblante contorceu-se em um olhar baixo e um sorriso bobo nos lábios.

— Nossa... Anna é divertida, carismática, persistente, um pouco rebelde, mas sempre disposta a ajudar todo mundo. O coração dela é gigante, ela é a única que ri das minhas piadas tão sem nexo, às vezes ela pode ser um pouco maluquinha, todavia é a primeira a oferecer um ombro amigo quando mais precisamos... E acima disso, quando sua irmã corria perigo e Anna fez todo aquele plano, obrigou-me a segui-la por uma jornada tão perigosa... Ela poderia muito bem ter pedido ajuda daquele outro príncipe, mas... — Kristoff calou-se de repente.

— Mas...

— Ela pediu de mim.

— Ela nunca se importou com sua aparência e seu status, Kristoff — Olaf completou. — Anna decidiu te conhecer através do seu coração, que também não é pequeno, meu grande amigo, por isso é este coração que você irá oferecer a ela e como recompensa ganhará uma princesa completamente apaixonada.

— Você tem razão, Olaf! Muito obrigada, nem sei como te agradecer.

— Arrumando-se logo, Kristoff, o tempo voa muito rápido e logo será a festa! Estou ansioso para conhecer mais pessoas e... Também tem o beijo... Ah sim, a valsa dos noivos no final, este dia será incrível!

Olaf estava corretíssimo! Não demorou muito para o sol começar a esconder-se devagarinho por de trás das grandes montanhas que rodeavam o reino de Arandelle, assim como também não tardou para que elegantes carruagens aportassem defronte à igreja onde ocorreria o suntuoso evento, trazendo nobres e damas de toda a região, todos trajados em suas melhores roupas atravessavam o grande portão para em seguida deslumbrar uma magnifica decoração.

Várias rosas brancas e vermelhas ornamentavam o templo religioso e um longo tapete azul clarinho cobria todo seu centro. Grande Pabbie, o rei troll, fora convidado para ministrar a cerimônia de casamento da princesa e do jovem que ele conhecia desde muito pequeno e vira crescer. Talvez fosse por isso que a primeira fileira da igreja estivesse preenchida por trolls e também Olaf na ponta. Os convidados de honra!

— Ei, afaste um pouco para lá...

— Ora, comporte-se!

— Fiquem quietos!

Pouco tempo depois o som da corneta ecoou e o noivo adentrou a igreja, acompanhado da rainha Elsa, o que fez com que todos os convidados erguessem-se em gesto de respeito. Kristoff ficou um pouco nervoso, mas felizmente não tropeçou no meio do caminho e sorriu para todos educadamente.

— Não precisa ficar com medo, eles não mordem — a rainha murmurou.

Quando chegou a seu lugar no altar, Kristoff olhou sua família e Olaf, que acenaram para o jovem. Por outro lado, a rainha Elsa encaminhou-se diretamente para um banco especial próximo ao altar.

— Nossa, será que ela desistiu?

Kristoff pensou assustado, logo retirando estes pensamentos tão negativos da cabeça quando minutos mais tarde a corneta soou novamente e todos os convidados levantaram-se de novo. As portas da igreja se abriram e a imagem mais bela do mundo ocupou a visão de Kristoff quando ele vislumbrou sua amada princesa.

Anna estava belíssima, usava um vestido branco bordado com pérolas e cristais das mangas de renda até a saia. Seus cabelos ruivos estavam presos naquelas tão bonitas tranças aos olhos de Kristoff e um fino véu transparente foi jogado para trás da cabeleira da moça, a fim de que nada impedisse de que todos pudessem assistir o enorme sorriso em seu alvo semblante.  

Ela caminhava tão graciosamente com um buque de flores das mais variadas cores Kristoff não tinha palavras, a bem da verdade, nenhuma palavra poderia descrever tão bem o que se passou no coração daqueles jovens apaixonados. Um misto de várias emoções, alegria, felicidade e amor. Quando o antigo quebrador de gelo segurou nas mãos da princesa para trazê-la ao altar junto dele, o futuro príncipe teve absoluta certeza de que jamais se arrependeria de não ter fugido com Sven.

E as horas foram passando tão rápidas como as ventanias da Escandinávia. E de novo as portas se abriram, contudo era nosso bom amigo Sven. Anna o achou tão fofo. Bem arrumado e com os pelos penteados, carregando em sua boca uma cesta enfeitada de flores em seus cabos, mas trazendo o mais importante dentro dela e em uma almofada avermelhada, as alianças de ouro do casamento.

— Bom trabalho, amigão — agradeceu Kristoff.

— Parabéns — Anna acariciou o animal.

A princesa apanhou uma aliança e segurou a mão de Kristoff, inserindo o anel em seu dedo.

— A partir de hoje eu faço de você meu esposo até que a morte nos separe.

Kristoff repetiu o gesto pegando a outra aliança.

— Anna... — Kristoff beijou a mão da princesa antes de introduzir o anel de ouro em seu dedo. — A partir de hoje você é minha esposa, minha eterna companheira das boas e más horas, na saúde e na doença, a flor de luz que clareia minha vida.

Os olhos claros da princesa ficaram embargados e segundos depois uma lágrima de emoção escorreu pelo seu rosto. A rainha Elsa pôs a mão no coração, emocionada, mas precisou mexer um pouco seus dedos para congelar as lágrimas de Olaf, antes que caíssem, caso contrário o chão ficaria repleto de cubos de gelo, pois o boneco de neve já segurava um lencinho.

— E agora pode beijar a noiva.

Kristoff e Anna trocaram um beijo sensível e apaixonado. Era um amor mágico e tão puro como a neve, um amor que não via a beleza externa, mas interna. Um amor onde apenas os olhares e gestos conseguiam transmitir um turbilhão de emoções.

E aquele dia, seguindo dos outros, fora mágico e perfeito para o casal que trouxe novamente luz ao palácio real de Arandelle.


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