Ladybug corria pelas ruas da cidade, abordando cada criminoso tentando arrancar qualquer informação sobre Hawk Moth.

— Vejo que também procura por Hawk Moth. - a heroína virou para trás assustada.

— Chat Noir? - o garoto saiu das sombras. - Porque está procurando Hawk Moth?

— Por motivos óbvios: Ele é o maior criminoso da cidade mas ninguém sabe nada sobre ele.

— Sim. Como uma pessoa com tanta influência pode se esconder assim?

— Essa é uma boa pergunta, my lady. Por isso, sugiro que continuemos nossa noite de aventuras, juntos dessa vez.

— Não seria mais rápido se nos separássemos?

— Agimos bem juntos.

— Tudo bem então. - a garota ainda não sabia se podia confiar em Chat Noir, porém ele tinha razão, os dois agiam inexplicavelmente bem juntos.
*

Depois de uma longa noite de procura, os heróis pararam para descansar em cima de um prédio, em uma rua não tão movimentada.

— Então Ladybug, me fale sobre você.

— Falar o quê? Você não pode saber minha identidade.

— Não preciso saber, me fale as coisas que você gosta. Somos parceiros e temos que saber algo um do outro. - ela pensou um pouco.

— Se você diz. - Marinette se deu por vencida - Bem, eu gosto de comida italiana e detesto a chinesa, meu programa de TV favorito é aquele que colocam famosos para cozinhar e por baixo da máscara minha personalidade é bem diferente.

— Hum, interessante. Minha vez! - o loiro sentou de frente para ela - Minha personalidade por baixo da máscara é bem diferente também, gosto de comida chinesa e detesto a japonesa. Meu programa preferido é um onde os apresentadores fazem pegadinhas com as pessoas na rua.

— Ah, sei qual é. Ele é hilário. - os dois riram de leve e logo seus olhos se encontraram. Era estranho para Marinette não conseguir quebrar o contado visual logo. Mas de repente a visão de Chat mudou de foco para algo atrás dela, ou ele permanecia olhando para o que quer que seja o tempo todo e não para ela.

— Aquele cara não parece estranho para você? - Chat mencionou. Os dois chegaram ao parapeito do prédio e permaneceram abaixados, observando um homem aparentemente normal andar pela rua.

— Porque diz isso?

— Bem, porque hoje à noite está fazendo calor e ele está andando com um sobretudo. Um pouco suspeito.

— Muito bem observado. - a azulada admitiu. - Vamos só segui-lo por enquanto. Se ele for uma pessoa inocente, seria estranho chegar e abordar.

— Exato. - os heróis se deslocaram pelos telhados atrás do homem até que viram ele se encontrar com mais cinco caras.

— Onde está a encomenda?

— Primeiro mostra a grana.

— Você é louco? Acha que eu caio nessas conver... - o homem de sobretudo lançou algo na garganta do outro que o fez sangrar e cair. Ladybug fez menção de levantar, mas Chat Noir colocou seu braço na frente.

— Mais alguém tem algo a dizer antes de mostrar o dinheiro? - os quatro se entreolharam e rapidamente abriram uma maleta. - Ótimo! Agora se me derem licença... - o homem de sobretudo jogou algo no pescoço dos outros quatro, que tiveram o mesmo destino do primeiro e juntou a maleta do chão - Preciso ir. - ele deu um sorriso maligno e saiu.

Ladybug e Chat Noir rapidamente desceram do prédio e pararam atrás do homem.

— Sua mãe não te ensinou que é feio matar os amiguinhos? - o loiro brincou. O homem parou de andar e virou lentamente.

— Ora ora, se não são os novos defensores de Paris: Ladybug e Chat Noir. Confesso que vocês eram mais intimidadores nas histórias.

— Você não viu nosso pior, acredite. - Marinette sorriu de lado.

— Certamente, minha cara joaninha. - ele riu e rapidamente puxou algo do sobretudo e atirou na direção da azulada, que rapidamente desviou.

— Isso era...

— Uma lâmina? - Chat completou e o vilão sorriu.

— Isso mesmo, Darkblade à seu dispor. - dito isso ele jogou inúmeras lâminas nos dois e Marinette sabia que não conseguiria desviar de todas, porém Chat Noir a puxou pelo braço fazendo com que ficasse atrás dele e rapidamente puxou seu bastão, girou rápido e o parou os objetos. - Você até que é bom. Mas não quanto eu. - Darkblade jogou uma de suas lâminas em um cano que havia no prédio e o mesmo furou fazendo com que gás se espalhasse pelo beco e impedisse que os heróis enxergassem algo.

— Chat Noir, você consegue vê-lo?

— Eu tenho visão noturna, não biônica. - os dois correram mesmo assim, mas quando o gás se dissipou Darkblade já tinha fugido.
*

Marinette tirou a máscara assim que fechou as cortinas do seu quarto. O dia havia sido cansativo, a noite pior ainda e ela não tinha nada sobre Hawk Moth.

Na verdade a única coisa que tinha era um possível novo akuma: Darkblade. Mas obviamente teria que ter cuidado na hora de investigá-lo, porque ninguém da polícia sabia da existência dele, pelo menos por enquanto.
*

— Bom dia. - Marinette entrou no laboratório e cumprimentou seu parceiro assim que o viu usando o computador.

— Ah, o-oi... Marinette. - ela desconfiou o jeito que Adrien agiu mas deu de ombros. - Nem notei que já era a hora de você chegar, bem... Eu já volto. - o loiro saiu meio rápido e a garota estranhou novamente no entanto dessa vez não deixou passar. Foi até o computador que o detetive usava e procurou pelo que ele estava olhando, mas não achou nada.

— Que estranho. - murmurou.

— Bom dia Marinette. - Adrien entrou na sala e a mesma deu um pulo, saindo do computador e indo até a mesa com produtos químicos, como se nada tivesse acontecido.

— Ér, bom dia. - cumprimentou pela segunda vez. A cada dia que passava, Adrien ficava cada vez mais bonito na mente da garota.

— Ouvi meu pai dizer que possivelmente temos um novo akuma na cidade, então acho que logo ele vai vir falar com a gente. - a azulada estranhou a mudança de humor do parceiro mas resolveu não questionar.

— Certo. Tem alguma notícia do Henry?

— Ele está em um programa de proteção. Mas ainda não está solto. Para que soltem ele precisamos encontrar provas concretas de que ele agia sobre influência do akuma.

— O depoimento não conta mais e a coleira sumiu.

— E as declarações dos familiares não provam nada.

— Precisamos trabalhar em uma maneira de provar que Henry é inocente sem contar com os fatores principais. Ele precisa de um álibi.

— O que vai ser bem difícil de encontrar, já que Xavier era cúmplice de Hawk Moth. - o loiro suspirou.

— Não temos um álibi, mas sabemos que onde tem akuma tem um capanga de Hawk Moth.

— Como assim? - Adrien cruzou os braços e franziu a testa, pronto para ouvir a teoria da parceira.

— Hawk Moth tinha Xavier para, digamos que, vigiar Henry, e na prisão tinha aquele guarda. O que me leva a pensar que os akumas podem ser instáveis, e não que precisem de proteção.

— Mas o Henry ainda não era um akuma quando trabalhava com Xavier.

— E se fosse? Como um experimento.

— Interessante. Talvez usem algum teste neles antes de akumatizarem.

— Exato. Vou pesquisar mais sobre isso. - a azulada rapidamente anotou no seu caderninho e logo Nino veio na porta chamar os dois para irem até os corpos deixados por Darkblade.

— Oi Mari.

— Olá Alya. - a policial colocou as luvas cuidadosamente e recolheu uma das lâminas que estavam no chão.

— Fiz algumas pesquisas e descobri que o criminoso se denominava "Darkblade".

— Que esquisito. - Marinette riu de leve e agiu como se tivesse ouvido o nome pela primeira vez.

— Mas esse não é o mais esquisito. - a azulada encarou a amiga - Darkblade é o alter-ego que um cavaleiro que dominou Paris nos tempos antigos. Eu pesquisei o sobrenome real dele e vi que existem descendentes dele na cidade. Inclusive um deles "sumiu" há três dias.

— Armand D'Argencourt. A família registrou ocorrência hoje. - Nino surgiu atrás delas. - Olá, como vai Alya?

— Vou bem e você?

— Bem, mas com um donut poderia estar melhor. - a azulada riu e a morena fez cara de brava.

— Vou deixar vocês conversarem. Obrigada pelas informações pessoal. - Marinette saiu e voltou a examinar a cena do crime. A garota sabia que Ladybug tinha que entrar no caso novamente.