O Natal segundo os ajudantes do Papai Noel escrita por ZodiacAne


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo: Feliz Natal e um excelente 2017. Esta é literalmente a última do ano de 2016.
Espero que gostem!



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"Nós todos carregamos estrelas em nossos corações. Luz e trevas sempre acompanham uma à outra. Se você estiver com medo das trevas, mesmo que um pouco, e lhe mostrar uma única lágrima, as trevas se tornarão imensas, e perseguirão e engolirão toda a sua luz."

(Sailor Moon)

 

Ano Desconhecido da Idade Média, Local Desconhecido

Havia alguns séculos em que a festa natalina tornou-se também cristã, comemorando o nascimento do "salvador" para muitos: Jesus Cristo.

Porém, os povos pagãos ainda se recordavam bem o que o natal significava, mesmo que fossem condenados por aqueles que lhes "roubaram" a data.

As trevas estavam mais fortes do que nunca estiveram, pessoas inocentes eram acusadas sem motivo algum e eram jogadas em calabouços ou em fogueiras.

Eram tempos muitos ruins para todos e mais um inverno rigoroso se aproximava. Todos as anos eram assim, a tristeza aumentava com a chegada do frio. Mas, na mesma data, a festa era celebrada, como sempre.

E num pequeno vilarejo bem distante ao norte, mais uma festa de Natal se aproximava. E este era um dos invernos mais intensos dos últimos anos. E havia pouco tempo que as notícias de que irmãos foram levados a fogueiras. Aquilo os fez perder um pouco mais as esperanças.

Ainda mais ao norte, morava um homem de meia idade, numa simples cabana isolada na floresta. Apenas encontrava alguma civilização se passasse duas horas indo ao sul, assim alcançava o vilarejo e lá sempre ia com alguma frequência e por consequência disso ele sabia de tudo da mesma forma que todos que ali viviam.

Porém, o que ninguém sabia sobre ele, além do nome, que era Eleusium e que ele descendia de um clã muito antigo de magos e que estava quase extinto. Havia apenas alguns outros de sua família espelhados e escondidos por entre os países e seus bosques densos. Ele sabia bem o que lhe poderiam acontecer caso fosse encontrado ou descoberto por alguém, por conta disso vivia isolado e evitava ao máximo utilizar a sua magia.

Só que algo na sua última visita a vila o tocou e ele decidiu planejar algo para o Natal.

***

Com a proximidade da época festiva, a magia também se aflorava juntos com as boas energias que as pessoas começavam a emanar. As criaturas mágicas estavam sempre correndo e brincando pelas florestas, se escondendo dos humanos, pois eles eram muito tímidos. Apareciam bem mais para as crianças que com o passar dos anos achavam que foi apenas a imaginação deles. Alguns se assemelhavam a alguns animais existentes e outros não poderiam ter uma aparência parecida com nada jamais visto. Eles tinham apenas alguns poderes para pequenas coisas, que condizia bem com o tamanho deles.

Os três amigos, Aspasiush, uma rena em versão bem menor; Abelus e Martina, os irmãos que tinham suas peles parecidas com abóboras, com corpo, braços e pernas. Naquela manhã, eles corriam e se divertiam por entre os galhos das árvores da floresta. Eis que um brilho lhes chamou atenção, mas era muito distante para ser identificado. Quando chegaram perto o suficiente, perceberam que vinha da cabana de madeira no meio do nada. Os três sabiam bem que poucos humanos podiam fazer coisas assim e nunca tinha visto um, só ouvido falar de lendas ou até de relatos.

Então, se aproximaram da janela e começaram a observar, curiosos, o que ele fazia. Havia vários pedaços de madeira posicionados em um canto e ele manipulava um outro com sua magia e o transformava a sua vontade, até mudando o material. Os três ficaram impressionados com aquilo e continuaram boquiabertos com as carinhas na janela.

Logo, Eleusium notou a presente das criaturas e vendo os olhares de curiosidade, apenas as cumprimentou.

—Olá, seres mágicos da floresta.

Os três deram um pulo de susto e conseguiram responder, com um pouco de dificuldade, pois não sabiam usar bem a linguagem humana.

—Vocês querem me ajudar? Sabe, eu ainda tenho todos aqueles ali para terminar.

Os três assentiram e o Mago abriu a porta e eles entraram. As horas foram passando com eles fazendo os mais diversos tipos de brinquedos, utensílios, vasos, entre outras coisas. As criaturas ainda não haviam entendido muito bem para o que era exatamente. Então indagaram:

—Pra que isso? - Martina, apontando para a boneca que talhava com magia

—São paras as pessoas do vilarejo. Sabe, eu não vou lá sempre, mas de um tempos para cá percebi que eles estão passando por muitas dificuldades. Parece que os reinados aliados aos padres estão cada dia mais rigorosos e os punem por qualquer coisa. Posso ver a falta de esperança em seus olhares. E ainda veio este inverno mais forte, o que piorou tudo. Talvez presentes, mesmo que simples, possa lhes mostrar uma luz no final do bosque denso desses tempos ruins.

Abelus, Martina e Aspasiuh sorriram, achando muito bonito o que ele disse, que curioso perguntou:

—Realmente entenderam tudo que eu disse?

Eles fizeram que sim e Abelus completou.

—Espionamos sempre vocês, por isso sabemos falar algumas poucas coisas.

—Entendemos bem, mas falar é outra. - Aspasiuh completou

—Dá para notar a característica diferente na fala, mas eu compreendo perfeitamente.

—A gente espiona demais. - Martina riu - Mamãe já falou!

—E para quando são todos presentes? - o irmão "abóbora" dessa vez

—Para o dia 25.

—Ah, o dia daquela festa né? Onde eles se junta em volta da árvore enfeitada e coisas assim. - a rena falou

—Exatamente.

O dia não demorou muito para terminar e os seres mágicos se despediram de Eleusium, que combinaram de se reencontrar na manhã seguinte.

E assim, o tempo foi passando, enquanto mais e mais presentes ficaram prontos na pequena cabana do Mago. E ninguém percebia a falta dos outros três já que eles saiam sempre para brincar por ai mesmo e voltavam quase ao escurecer.

Enquanto isso, o vilarejo já começa seus preparativos para a noite de Natal, cada um deles enfeitou um pinheiro em suas casas e o pinheiro no meio da praça também. A cidade recebia todo um novo visual, esverdeando tudo no meio do inverno. Então logo veio a mistura do verde e branco.

***

Logo, o tão esperado dia chegou. Os quatro artesãos dos presentes saíram perto do pôr-do-sol, usando um trenó que era a única coisa que podia levar todos aqueles presentes. E por isso, a viagem seria bem mais curta. O que eles não contavam era com uma nevasca no trajeto.

Uma enorme mesa de banquete foi montada no vilarejo, era tradição todos comemorarem juntos.

As criaturas da floresta também aproveitavam o dia para observar os humanos, eles adoravam ver esta tal comemoração, para eles era algo impressionante. Mas, naquela noite havia a falta de três, onde será que estavam? Eles nunca perdiam o Natal.

Houve um pequeno atraso na espera da neve parar de cair. Começaram as danças e rezas e logo todos começaram a começar.

Foi então que num momento todos tomaram um susto. Apareceu um trenó, com uma enorme pilha de coisas estranhas atrás, cobertas por um enorme tecido que os protegeu da tempestade, um homem de roupas vermelhas e longa capa, com a barba e cabelos cheios de neve a conduzia com apenas uma rena na frente puxando. Também haviam duas crianças, uma menina e um menino.

Até os seres mágicos acharam aquilo curioso e ficaram mais atentos em sua observação da situação.

—Quem são vocês? - gritou o líder do local

—Não precisa saber quem somos, mas sim o que nós trouxemos. - respondeu o mago - Pensei em lhes presentear nesta data.

—Espera, mas, não são nossos aniversário hoje. E Natal nunca teve presentes.

—Quem sabe não possa ter agora né? - disse o menininho

—Tem brinquedos paras as crianças e muitos utensílios de trabalhos novos para vocês. - Eleusium se pronunciou

A menina, que estava mais animada, pulou no presente e seguida pelas outras crianças, foi entregando-se um a um. Os outros dois se juntaram a ela.

E começaram a distribuir. Cada presente entregue era um novo sorriso e um agradecimento. E no fim, o Mago discursou:

—Desejo a todos um ótimo final de festa de Natal e que o próximo ano seja melhor para todos nós. E que tenhamos esperanças que temos melhores virão.

E da mesma forma que o trenó surgiu, ela sumiu. As pessoas não se importaram para onde estavam indo, apenas sobre quem era. E mais tarde, este homem seria conhecido como o Papai Noel.

Porém, as criaturas mágicas decidiram segui-los e qual não foi a surpresa de chegarem a cabana na floresta e também virem que as crianças e a rena se transformaram de volta nos três que tanto procuravam.

—Mas o que vocês pensam que estão fazendo? - disse a mãe de Abelus e Martina - Junto com um humano, sabem que é proibido se relacionar com eles.

—Ainda mais mostrarem suas metamorfoses a ele. Estão colocando todos os seres mágicos em risco, seremos casados.

Eleusium não compreendia nada, pois eles falavam na língua própria das criaturas.

—O que eles estão dizendo? - indagou

—Que nem devíamos estar com você. É errado se relacionar com os humanos. - Martina o respondeu

—Mas por que não? - ele decidiu o que faria, explicar o que realmente aconteceu - Posso lhes falhar? - o líder dos seres assentiu - Bem, eu quem falei com eles e não há nenhuma lei humana que proíba isso. A propósito, eu também utilizo magia como vocês. E eu precisava de ajuda para confeccionar todos aqueles presentes e tenho certeza que sem ajuda desses três, não estaria fazendo o que fiz no vilarejo hoje.

—Tenho que admitir - começou o líder - que foi muito nobre a sua atitude para com os habitantes da vila. Nunca os vi tão felizes. Acho que sua presença continuará importante, ainda mais nestes tempos complicados. Seu ato de presentear lhes iluminou e eles reluziram junto com o pinheiro enfeitado. Tinha anos que não vejo nada parecido.

—Está me parabenizando?

—Claro! Alias, eles te falaram sobre a imortalidade dos seres da floresta?

—Não. A gente conversava mais sobre a festa, sobre os hábitos humanos, os meus poderes, que são raros atualmente, mas pouco sobre eles.

—Então, está explicado. Você também é um ser mágico.

—Faço parte de um clã de magos, eu uso a magia, não faço parte dela, diferente de vocês. Contudo, sei de sua imortalidade, a magia é imortal, por que vocês não seriam?

—Exatamente. Por isso, quero honrá-lo, nobre humano, de nome...

—Eleusium... - ele respondeu

—com a dom da imortalidade, para que possa fazer presentes para todas as pessoas de todo o mundo e dar-lhes esperança diante dos problemas e dificuldades que sempre encontram, como costumamos chamar, uma luz.

O líder, que tinha um cajado, enquanto dizia as palavras, balançou-o de um lado ao outro, emitindo um brilho que logo se dirigiu para o Mago e ele respirou fundo sentindo um novo vigor dentro de si.

—Mas, você precisar mesmo de ajuda dessa vez.

—Sem problema, nós seremos seus ajudantes. Queremos fazer parte do Natal também. Sempre vimos, agora vamos participar.

—Só que não vão caber todos nessa cabaninha. - soltou Aspasiush

—Construamos um local maior mais adentro deste bosque, onde ninguém, nunca saiba o que fazemos. Deve ser sempre a magia.

—Nisso, eu concordo com você. - o Mago sorriu

Então, dali por diante, em todos os natais, eles aumentavam a entrega dos presentes, alcançando locais mais distantes e consequentemente, tiveram que fazer outras casas escondidas para os presentes, onde os próprios seres mágicos, entregavam aos humanos. Seres de outras florestas se juntaram a equipe e tudo isto, em poucos anos se tornou uma grande rede de entrega de presente. E fizeram apenas uma pequena mudança, para que as criaturas não fossem vistas: entregavam tudo enquanto as pessoas adormeciam. E na manhã seguinte vinha a surpresa.

Os sorrisos aumentavam e as esperanças também, mesmo que uma hora a época das trevas tenha se ido.

Se você perguntar a um ser mágico da floresta o que é o Natal, ele vai responder que é quando ele traz esperanças e novas energias para os humanos através de simples presentes que eles mesmo fizeram. E que é gratificante ver o quanto algo tão simples pode fazer tanto por alguém.

Os presentes, o Papai Noel, o trenós, as renas e o seres mágicos, que ganharam o nome de duendes, se tornaram também símbolos desta festa que ocorre no fim de todos os longos anos.


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Notas finais do capítulo

Comentem e façam o ano novo desta autora feliz! =D
Respondo toda amorzinho. haha



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