Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 36
Quero uma família e temos que voltar




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/720322/chapter/36

Ficamos mais uma semana na casa de Dolohov. Era como ter férias! Sem seguidores para recrutar, sem criaturas malignas para conhecer e sem magia negra para treinar... quer dizer, Voldemort treinava a mim e a Dolohov diariamente, mas o fato de ter Dolohov ali tornava as coisas mais animadas. Com Dolohov, eu percebi que evoluí muito como bruxa porque na escola, eu não tinha certeza se conseguiria acabar com ele em um duelo tão facilmente, mas ali, era quase humilhante. O protego dele era fraco demais até para o meu mais simples expeliarmus.

Com Voldemort, as coisas eram diferentes. Eu até conseguia bloquear alguns feitiços dele, mas ele era rápido e forte demais. No fim, eu sempre acabava derrotada e ele fazia questão de me fazer cair aos pés dele enquanto ele soltava uma gargalhada alta e aguda. Gargalhada essa que ele adquiriu ao longo dos anos e que utilizava enquanto matava, torturava ou desdenhava de alguém.

Nagini também aterrorizava aquele local, parecia até filha dele. O noticiário trouxa dizia que já passavam de cinquenta o número de pessoas desaparecidas misteriosamente. Desaparecidas no estômago de Nagini enquanto ela as consumia.

Eu estava apaixonada por Colin, o filho de Toni e Rachel, e eu percebi que adorava conversar com a minha de novo melhor amiga sobre gravidez, saúde dos bebês e tudo mais. A verdade é que eu também queria ser mãe. Mãe de um filho meu e de Voldemort.

— Eu nunca tive motivos para invejar ninguém, mas Rachel, como eu queria ser mãe! Ter um bebê nos meus braços, cuidar dele... – eu disse sonhadora – sabe, eu adoro a vida que eu levo, me sinto útil e vejo que estarei nos livros de histórias como a Lady das Trevas, mas eu também quero ser mãe...

— Você deveria conversar com o Lord sobre isso... às vezes ele muda de ideia. – ela me sugeriu.

— Eu até engravidaria sem ele saber, mas o problema é que é bem capaz de ele matar o nosso filho só para não ser pai, então eu teria que matá-lo também e eu não quero tirar a vida dele. – eu respondi séria, mas Rachel riu.

Voldemort saía com Dolohov todos os dias para se afirmar ali. Eles ficavam o dia todo fora e só chegavam à noite. Voldemort sempre estava cansado porque precisava demonstrar um pouco de seu poder aos futuros seguidores para que estes depositassem sua fé nele. Eu sempre fazia ele levar Nagini, e a cobra sempre voltava gorda porque acabava engolindo alguém durante a missão. O sonho da minha vida era matar esse bicho inútil porque eu já não aguentava ver o meu Voldemort conversando em língua ofídia com ela enquanto me ignorava.

Mas, voltando a falar do Colin, ele iria para a Durmstrang e não podia estar mais ansioso, apesar de querer estudar em Hogwarts como o pai, inclusive até chorava por isso. Então eu contava sobre tudo o que havia em Hogwarts, sobre os professores, sobre as aulas, os lugares, a comida, tudo. A minha intenção era esgotar o assunto Hogwarts na cabeça dele, para que ele ficasse mais interessado em conhecer a Durmstrang e desistir da ideia de ir para Hogwarts.

A minha ideia estava dando certo, e eu sempre via a Rachel ou o Toni me agradeceram por isso. Voldemort só ficava olhando de longe. Ele não interagia com Colin que parecia ter medo dele, mas também não comentava sobre eu agradar o garoto. Pelo menos não até aquela noite.

Eu estava penteando os meus cabelos para dormir quando ele me abraçou por trás e beijou o meu pescoço. Fechei os olhos para me entregar àquela sensação maravilhosa.

— Vejo você perder muito tempo com o filho do Dolohov. – ele disse com a boca bem próxima ao meu ouvido, com uma voz rouca me causando arrepios, mas eu me desvencilho dele.

— É um garoto adorável, e não é nenhuma perda de tempo passar o dia com ele. – eu respondi.

— Você leva jeito com crianças... e é bom mesmo que leve porque ele será um futuro comensal da morte. – ele retrucou e eu revirei os olhos.

— Já que eu não posso ter o meu, me divirto com os filhos dos outros. – eu disse olhando atentamente para ver a reação dele.

— Por que não pode? É estéril? – ele perguntou com um sorriso de escárnio nos lábios.

— Não, mas o meu... o que nós somos mesmo? Não quer, disse que não precisa de herdeiros, então para que ter filhos se eu sei que você vai acabar os matando, fazendo com que eu te mate em seguida? – eu respondi séria e ele gargalhou uma gargalhada gostosa, sem ser a fria que ele vinha adotando.

— Me julga tão cruel assim? Eu não sabia que filhos era algo que você queria. Sempre quando penso que transformei você em uma mulher fria e implacável, você se mostra uma tola e fraca. Filhos...

— Vá pro inferno, Voldemort. – eu respondi e comecei a chorar em seguida. Como ele poderia desdenhar de algo que seria a prova do nosso amor? Sempre que ele agia assim, eu me lembrava que ele não me amava, e que só me achava útil para os planos dele. Isso doía e era por isso que eu chorava.

Em qualquer outra ocasião, ele continuaria a briga com a intenção de me machucar até ficarmos aos gritos, mas dessa vez ele ficou quieto me observando chorar. Dei as costas pra ele e fui para o banheiro lavar o meu rosto. Ele veio atrás.

— Por que quer ter filhos? Qual seria a utilidade disso? – Ele me perguntou confuso. Apesar da frieza das palavras dele, eu sabia que ele não perguntava por mal, ele simplesmente não entendia.

— Porque eu amo você. Porque eu amo a relação que construímos juntos. Eu queria segurar um bebê feito por nós dois nos braços, dar amor, carinho e passar o nosso legado adiante. Não é que ele vá tomar tudo o que é seu, até porque seremos imortais, mas é só para a nossa história passar adiante... – eu respondi e ele continuou a me olhar confuso. – eu só queria ter uma família com você, como todos os nossos amigos fizeram.

— Se isso é muito importante pra você, podemos ter a nossa família então. – ele respondeu e eu tive que piscar diversas vezes pra digerir o que ele havia dito – mas não agora. Estamos no meio de uma negociação, não quero que você divida a atenção com um bebê. Preciso de você cem por cento até voltarmos.

— E quando voltarmos...

— Vamos transar o tempo todo até a sua gravidez ser confirmada. – ele respondeu e eu pulei no pescoço dele, abraçando-o forte.

— Obrigada, meu amor.

— Me agradeça começando agora o nosso treinamento pra termos esse filho. – ele disse com um sorriso malicioso nos lábios, me pegando no colo e me levando pra cama.

Devemos ter exagerado na noite porque acordamos tarde no dia seguinte. Contei a Rachel sobre a minha possível família quando voltássemos para Londres e ela ficou toda animada com a expectativa.

Ficamos só mais uma semana lá, partindo para uma trilha perigosa. Visitaríamos o maior e mais perigoso clã dos vampiros da Europa. Eram todos comandados por Drácula, um velho amigo de meu pai que chegou a me pedir em casamento. É óbvio que ele não gostou de Voldemort, mas no fim, acabou sendo envolvido também pelas palavras do meu... noivo? Sim, iríamos mesmo nos casar.

Então após ganharmos a confiança dos vampiros europeus, fomos atrás dos lobisomens. Estes tentaram transformar Voldemort, mas bastou ele matar dois membros do clã para que ele conquistasse a confiança deles. Realmente, não podíamos ter filhos agora porque estávamos correndo perigo mortal o tempo todo. Depois fomos conversar com os sereianos e eu ensinei o idioma a Voldemort que aprendeu com bastante rapidez.

Confesso que eu estava começando a gostar de Nagini e até matava alguém, de vez e quando, pra servir de jantar pra ela. Eu gostava de brincar com a ideia de que Nagini era a nossa filha. Então eu fazia carinho e até conversava, embora eu soubesse que ela não me entendia.

E nessa brincadeira, já havíamos conquistado até os gigantes. Eles prometeram se unir a nós quando a grande guerra começar, tudo com a promessa de ganharem um pedaço de terra, mas Voldemort pretendia matá-los após conseguirmos dominar o mundo bruxo.

Então foi a vez dos Dementadores. Deixamos eles sugarem boa parte da nossa felicidade e eu tive que me segurar para não usar um patrono, Voldemort pediu.

Eu pensei que iríamos morrer, então eles se afastaram, só restando um. Voldemort prometeu milhares de almas a eles se ele se aliassem a nós. Era incrível como ele não vacilou em nenhum momento para negociar com eles. Eu já estava às lágrimas, mas ele não. Então ele fez uma profunda reverência e a criatura se afastou, e eu o abracei forte.

Mais dois anos se passaram e não havia mais nada que pudéssemos fazer por lá. Nós tínhamos que reunir os nossos amigos. Eram doze anos juntos e felizes, e não podíamos finalizar a nossa viagem sem fazer algo ao nosso estilo.

Decidimos atacar uma cidade muito pequena próxima a Armsterda, matar todos e fazer uma batalha de inferis. Ficamos quase uma semana planejando, cada um, a sua estratégia de batalha. Então no dia combinado, fomos os dois colocar o nosso plano em prática.

Meu time se chamaria "A Armada Dumbledore", um nome escolhido para provocá-lo. O dele era "Bastardos Malditos".

Foi difícil matar tanta gente, mas a diversão que veio a seguir compensou. Fizemos uma épica batalha de inferis, e no fim a Nagini comeu mais do que poderia aguentar. Aparatamos para longe dali o mais rápido que pudemos.

Aquela era a nossa última noite juntos viajando, e eu tinha medo do que encontraria quando voltasse. Eu teria que enfrentar meus pais, meus amigos, todos que me julgaram por eu seguir o meu coração.

Enfim, eu teria que rever pessoas que eu não sabia se gostaria de rever, por outro lado, Vodemort me prometeu uma família e não havia nada no mundo que eu não faria por ele, por nós. Matei por ele e mataria muitos mais por ele. Aprendi as artes mais tenebrosas com ele, deixei que ele usasse o meu corpo para experimentar feitiços, quase me levando a morte. Eu tinha cicatrizes físicas que nunca mais sairiam, mas eu faria tudo de novo.

Um reinado cheio de trevas estava para começar, ele seria o Lord do caos  e eu a sua Lady.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lady de Hogwarts (hiatus)" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.