Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 32
Despeço-me de todos




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Desaparatei em Hogsmeade: eu precisava ver Dumbledore, então fui até o Cabeça de Javali ver o irmão dele, Arberforth.

— Abe, por favor, preciso ver o seu irmão, tem como avisar em Hogwarts que eu estou aqui? – perguntei. Detalhe: Arberforth detestava ser chamado por qualquer apelido, mas eu chamava assim mesmo.

Aberforth me olhou com o cenho franzido, como se tivesse analisando a situação e por fim respondeu rispidamente.

— Primeiro, não me chame assim, e eu não sou a sua coruja para mandar recado. – ele começou, mas suavizou o tom de voz em seguida – o que aconteceu com você? Está com os olhos vermelhos de tanto chorar.

— Problemas em casa... minha vida está uma loucura, preciso dos conselhos do seu irmão. Ele disse que eu poderia vir aqui sempre que eu precisasse...

— Entendo. Bem, eu e ele temos um meio de nos comunicarmos.. – ele pegou uma moeda e modificou algo nela com a varinha. – agora essa moeda vai arder no bolso e ele virá imediatamente.

— Obrigada, Abe, você como sempre, sendo a melhor pessoa de Hogsmeade... – eu sempre puxava o saco daqueles que me ajudavam. Isso garantia futuras ajudas. Aprendi isso com Tom Riddle.

— E você sabe como conquistar alguém... – ele respondeu sorrindo e eu retribuí.

Aberforth não era o irmão, mas ainda sim era um sujeito muito agradável, pelo menos pra mim. Sempre tivemos boas conversas desde a minha época de escola, e como fazia muito tempo desde a última vez que nos falamos, aproveitamos para colocar o papo em dia enquanto Dumbledore não chegava, minutos depois ele chegou.

— Professor! – eu o cumprimentei, abraçando-o forte em seguida. – que saudade do senhor! Eu preciso tanto dos seus aconselhamentos... desculpa vir assim sem avisar.

— Não foi nada, Claire, e arrisco dizer que sempre estarei aqui para o que você precisar. – ele respondeu após devolver o meu abraço. Então seguimos até uma mesinha mais próxima.

— Professor, terminei o meu casamento. Estou péssima por isso. Lestrange está sofrendo muito, mas eu precisava fazer isso. Eu amo outro. – Contei tudo de uma vez.

— Mas, foi o melhor a se fazer. Agora você pode ser feliz sem culpa e deixar o jovem Lestrange encontrar a felicidade dele também. Estou orgulhoso de você, poucos tem essa essa coragem que você tem. – ele respondeu segurando a minha mão.

— Mas isso não é garantia de que eu vá ser feliz. Não sei se o Riddle me ama. Sei que ele gosta de ficar comigo, nos damos bem na cama, desculpa professor. – eu digo ruborizando – mas ele é meio maluco. Eu não sei se arrisco a minha felicidade ao lado dele ou se simplesmente vou embora daqui e recomeço em outro lugar...

— O problema de você recomeçar em outro lugar, é que sempre vai pensar no que poderia ter acontecido se você tivesse tentado algo com o Tom. A dúvida vai te perseguir sempre. – ele diz me olhando atentamente, e cada palavra que ele fala clareia mais a minha cabeça – o senhor Riddle não é o tipo de homem quee eu gostaria de ver ao seu lado, mas é o que você quer. Então, acho que deveria se dar uma chance...

O conselho de Dumbledore era bom, mas eu não podia contar a ele que escolher ficar com Riddle era um caminho sem volta já que eu teria que aceitar as condições dele. Eu queria expor a situação a ele, mas eu não podia trair Riddle. Então eu apenas sorri.

— Eu amo você, professor. Pode parecer loucura, mas eu confio mais no senhor do que em meus pais. Eu nunca teria essa conversa com eles. Eu sou muito grata por ter te conhecido. – eu respondo e os olhos de Deumbledore se enchem de lágrimas.

— Significa tanto pra mim, Claire... amo você como se fosse uma filha. – ele responde e eu me levanto para voltar abraçá-lo e a beijá-lo no rosto.

Talvez aquela fosse a nossa despedida e talvez eu fosse outra pessoa quando voltássemos a nos ver, mas eu sabia que o meu carinho por ele nunca mudaria. Dumbledore foi, é e sempre será especial para mim.

Então eu me despedi dele e fui até a casa dos meus pais. Expliquei a eles toda a situação, mas ao contrário de Dumbledore, eles gritaram comigo e me reprenderam, finalizando o sermão com um “você é uma vergonha, Claire”. Então fui ver a Rachel, e ela se mostrou indiferente a notícia. Mal quis me aconselhar.  

A verdade é que ela andava se correspondendo muito com Dolohov que havia voltado para Dinamarca, e agora ela só queria saber de fazer planos de vê-lo, ficar com ele, me deixando de lado, além do fato de ela ter se tornado partidária do Lestrange ultimamente. Ela nunca deixou de me encobrir, mas não perdia a oportunidade de me dar sermão. Ela finalizou o monólogo do dia dizendo que seria bom que eu sumisse por alguns tempos.

Então decidi que eu não queria ficar falando com a Rcshel, mas seguiria o conselho dela.

Assim que saí da casa dela, fui até Gringotes e transferi todo o dinheiro que eu tinha na minha conta para uma outra, cujo nome seria “A Lady”. O bom de ter duendes cuidando do nosso dinheiro, é que tínhamos sigilo e nossas vontades atendidas. Tudo pra manter o dinheiro com eles. Escolhi esse nome para a minha conta porque já que Riddle seria um Lord, eu seria uma Lady, ainda que eu não soubesse se aceitaria a proposta dele ou não.

Eu teria um dia inteiro na manhã seguinte para decidir o meu destino, mas a única coisa que eu sabia era que eu não ficaria mais em Londres. Eu iria pra algum lugar e assumiria uma identidade nova, tentaria viver uma vida nova, seja ao lado do Riddle ou não.

Saí de casa só com a roupa do corpo, porque eu não queria nada que me lembrasse a minha vida antiga, então fui até uma loja de roupas para comprar algumas coisas novas para que eu usasse quando eu partisse.

Mas então a noite caiu, e eu não tinha onde ficar porque fui rejeitada na casa dos meus pais e a minha única amiga parecia torcer pra eu ir embora logo. Eu já estava pensando em que hotel ou pensão me hospedar, mas então me ocorreu uma ideia: passei esses meses todos me encontrando escondida com o homem que eu amo, por que não ficar com ele agora que eu sou uma mulher livre e que tecnicamente, eu não devo nada a ninguém? A única pessoa que não deveria saber era Lestrange para que ele não se magoasse mais, mas fora isso, não havia mais nenhum impedimento.

Então olhei o relógio do meu pulso e vi que ele sairia da Borgin & Burkes dali a meia hora, então corri até lá para sair com ele e perguntar se eu podia passar aquela noite com ele até decidir o que eu faria da minha vida, se o aconoanharia ou não. Eu sabia que ele não me negaria abrigo até porque ele sabia das vantagens de me ter ali sozinha com ele.

Então desaparatei na Travessa do Tranco e fui praticamente correndo até a Borgin & Burkes. Entrei desesperada, vagando os olhos por cada canto da loja a procura dele.

— Madame Lestrange, que surpresa boa! – disse Burke vindo me atender apressado – em que posso ajudá-la?

— Onde está ele? – eu perguntei me referindo ao Riddle.

— O jovem Riddle foi ver uma cliente da loja, ele não deve demorar. Faz tempo que ele saiu. – me respondeu ele com uma certa satisfação na voz porque isso significava que ele é quem me atenderia – mas se eu puder ajudar...

— Não pode! Vou esperá-lo. – eu respondo e Burke assente. Logo em seguida, ele tenta me oferecer vários artigos que haviam chegado à loja e como eu não demonstrei nenhum interesse por nenhum deles, ele conjurou uma poltrona pra mim, e eu me sentei para esperá-lo.

Depois de uma eternidade, Riddle apareceu todo sorridente e já falando sobre a negociação que havia conseguido fazer, naquela tarde, sem ao menos me notar ali.

Burke ouvia fascinado cada palavra que ele dizia, mas então Riddle se deu conta da minha presença e me olhou com o cenho franzido por alguns segundos antes de terminar de contar o seu grande feito daquela tarde.

— A madame Lestrange está esperando por você, Tom. – disse Burke cheio de curiosidade porque não era normal eu, uma mulher casada com um dos maiores partidos do mundo bruxo, estar desesperada para falar com um balconista que não vinha de nenhuma família importante é não tinha nada a me oferecer. Nossa diferença era gritante.

— Em que posso ajudá-la? – Riddle me perguntou mecanicamente, apesar de estar surpreso por me ver ali.

— Quando seu expediente acaba? – eu perguntei seca.

— Agora? – ele perguntou olhando para Burke – se o sr. Burke não precisar mais de mim...

— Pode ir, Tom. Foi um prazer revê-la, madame Lestrange. – Burke se despediu decepcionado.

Então saímos juntos e em silêncio da loja e fomos até o Caldeirão Furado. Ele já ia procurando um lugar para nos sentarmos, quando eu o cortei.

— Aqui não, vamos pro seu quarto. – eu disse. Ele me avaliou por alguns segundos e por fim fomos ao quarto número 13.

— E então? O que aconteceu?

— Terminei o meu casamento. – respondi e ele me olhou com o cenho franzido, como se estivesse absorvendo a notícia – briguei com meus pais por conta disso e a minha única amiga está do lado do meu marido, quer dizer, ex marido. Ela deve me querer longe. Em resumo, não tenho pra onde ir, mas posso me hospedar no melhor hotel cinco estrelas que eu quiser, mas eu pensei em te perguntar se posso passar a noite aqui com você até eu decidir a minha vida.

— Pode ficar o quanto quiser. Pode tomar um banho, se quiser e pedimos algo pra comer, se quiser também. – ele respondeu e eu sorri.

— Posso te dar um beijo se eu quiser também? – perguntei me aproximando dele e ele apenas me olhou intensamente, mas não recuou quando eu colei os nossos lábios. Era desse beijo que eu estava precisando. Tudo parecia tão simples quando eu estava nos braços dele...

Então no separamos e eu fui tomar um banho, para vestir uma das camisolas que eu havia comprado. Ela era preta, de alcinha e rendada. Eu sabia que chamaria a atenção dele, tanto que ele me olhou de cima em baixo quando eu reapareci no quarto. Então, ele fez o mesmo: foi tomar um banho e voltou com os cabelos molhados, um short e uma camiseta velha. Pra mim, ele estava maravilhoso, apesar de estar vestido de uma maneira tão simplória.

Então ele pediu para trazer dois lanches pra gente no quarto para comermos enquanto conversávamos sobre o dia de trabalho dele. Descobri que a cliente dele era Hepzibá Smith, uma senhora muito engraçada, mas muito bondosa que era uma grande amiga de minha avó. Quando eu era pequena, ela me contava histórias e me mostrava as bugigangas dela, e acho que foi com ela que eu aprendi a apreciar coisas de grande valor . 

— Eu queria revê-la algum dia. Faz tempo que não a vejo... desde quando minha avó morreu... – eu disse e ele sorriu de um modo estranho. Talvez achasse aquela pobre senhora uma chata.

A noite seguiu e eu já não estava mais tão triste e desesperada do jeito que eu estava mais cedo, e tudo graças a ele.

Na verdade, eu me sentia até mais leve por poder estar com ele sem o sentimento de culpa, e ele pareceu perceber porque me lançou um sorriso encantador e segurou a minha mão, puxando-a suavemente para me levar até a cama.

Assim que sentamos nela, ele me olhou intensamente e aproximou o rosto dele do meu bem devagar para me dar um beijo suave. Suave no início, mas ficando profundo gradativamente. Então eu o abracei antes de ele começar a tirar a minha camisola com delicadeza. Eu fazia o mesmo com o pijama improvisado dele.

Aos poucos, ele foi me deitando na cama enquanto descia os beijos suaves para o meu pescoço, me arrancando suspiros que se transformaram em gemidos quando ele desceu os beijos pelo meu corpo, se demorando um pouco nos meus seios, mas depois continuando a beijar e a chupar a minha intimidade enquanto introduzia dois dedos em mim.

Assim eu tive o meu primeiro orgasmo da noite, já o segundo veio enquanto fazíamos amor daquele jeito calmo e intenso que só ele sabia fazer. Quando terminamos, eu deitei sobre o peito dele e o abracei forte do jeito que eu podia.

— Nunca pensei que um dia chegaria ao ponto de amar alguém assim... já me apaixonei algumas vezes, mas nada como o que eu sinto por você. – eu disse me levantando um pouco para avaliar a reação dele.

— Então venha comigo pra onde nem eu mesmo sei. – ele pediu com a voz controladamente baixa sem desviar os olhos dos meus.

Então eu sorri e voltei a beijá-lo. Naquele momento eu tomei a decisão mais arriscada e a mais importante da minha vida: decidi tentar ser feliz ao lado dele.


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