Lady de Hogwarts (hiatus) escrita por Lady Riddle


Capítulo 31
Finalmente faço o que é certo!


Notas iniciais do capítulo

Decidi qual o rumo dá história!



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Conforme eu previra, Lestrange veio me perguntar no dia seguinte se eu era feliz com ele. Levei tempo para responder, e embora eu tenha dito que sim, no final, ele ficou arrasado e saiu de casa, dizendo que iria passar o dia com amigos que ele fez no Ministério. Eu respondi que estava tudo bem.

Esse jogo está indo longe demais e eu estou muito arrependida de ter me casado com ele, porque eu não imaginava que eu nunca fosse esquecer o Riddle, pelo contrário, meu amor por ele só aumenta a cada dia.

Eu queria estar com ele agora, mas eu preciso pensar. Pensar no que posso fazer. Se me divorcio e tento viver a minha vida ao lado Riddle, contando que ele queira o mesmo ou se convenço o Lestrange a se mudar comigo para outro lugar longe do Riddle e longe de todos para recomeçarmos ou se simplesmente sumo no mundo pra sempre. A última opção me parece ser a mais sensata...

Então, abri uma garrafa de vinho e chamei Blink pra beber comigo. Embora ele fosse só um elfo doméstico, eu havia me afeiçoado a ele e eu queria muito libertá-lo e empregá-lo aqui, mas só de eu compartilhear a ideia com ele, Blink chorou e me implorou para não fazer isso, então eu tento tratá-lo da melhor maneira possível desde então.

— Blink, você já se apaixonou por alguma elfa? – eu perguntei pra criaturinha que se encontrava ressabiada ao meu lado, com os pés descalços balançando em uma poltrona de frente pra mim. – Pode beber, Blink, eu é que estou pedindo... eu preciso de um amigo bom agora, e eu sei que você é um...

— Eu não, senhora. Blink nunca amou ninguém. Blink só trabalha. Blink não é amigo, Blink tenta ser um bom elfo... – ele dizia ainda de cabeça baixa, sem tocar na bebida.

— Você é meu amigo sim, Blink. – eu respondi e ele chorou emocionado. Suspirei e continuei – eu tenho um bom casamento... meu marido gosta de mim, se esforça por mim, mas por que eu não consigo amá-lo? Porque o homem que eu amo tem que ser alguém que não é rico, não vem de boa família e não é muito gentil comigo? Tudo o que todas as mulheres no mundo desejam é um casamento assim e uma vida perfeita, por que só eu que me sinto mal e em uma eterna prisão vivendo assim? Diz pra mim, Blink..

Blink me olhava com aqueles dois olhões fixos em mim. Era evidente que ele não sabia o que dizer, mas ainda sim eu esperava uma resposta.

— Blink acha que minha senhora deve ser feliz. – ele respondeu, e sem resistir, deu um gole na bebida.

— Foi o conselho mais sábio que eu  já recebi em toda a minha vida... mas e se a minha felicidade for arriscar a felicidade dos outros e até a minha própria? – eu perguntei.

— Blink não sabe dizer. – ele responde e abaixa os olhos.

Ficamos em silêncio durante algum tempo, até que eu autorizo Blink a se levantar, e é então que eu sou surpreendida pela chegada de uma coruja trazendo uma carta endereçada a mim. Reconheci a caligrafia na hora e senti raiva por ele estar me mandando uma carta assim pois me traria problemas.

A carta trazia um pedido para nos encontrarmos no quarto dele no Caldeirão Furado com urgência.

 

Algo havia acontecido e eu fiquei com medo de Lestrange ter ido atrás dele porque ele, de fato, havia percebido algo rolando entre mim e Riddle, pslo menos ficou desconfiado ontem. Então aparatei na mesma hora até a entrada do Caldeirao Furado, e entrei apressada no lugar sem ao menos usar o meu habitual disfarce. Fui até o barman para me anunciar.

— Tom, desejo ver Tom Riddle. Ele está me esperando. – eu disse com ar de autoridade.

— Quarto número 13, madame. Lembranças ao seu marido. – ele respondeu. Provavelmente não percebeu que eu era a mulher que sempre entrava disfarçada no quarto do Riddle, ou então sabia e ne lançou um comentário irônico.

Eu não tinha tempo para analisar, então segui para o quarto dele, entrando sem bater na porta, e ele como já me esperava, apenas me olhou inexpressivamente antes de indicar uma uma cadeira para que eu me sentasse.

— O que aconteceu? – perguntei apreensiva.

— Melhor perguntar o que vai acontecer. – ele respondeu baixo e controladamente – vou pedir demissão da Borgin & Burkes amanhã. Encontrei o que eu procurava e já obtive todo o conhecimento que eu podia trabalhando naquela loja. Chegou a hora de explorar outros ramos...

— Ótimo. Fico feliz que saia daquela loja ridícula. Você seria um talento desperdiçado se ficasse ali a vida inteira, mas eu sei que você não me chamou só pra isso. O que aconteceu?

— Bom, digamos que eu vá sumir do mapa por algum tempo, por alguns anos... você não vai mais saber de mim por um bom tempo. – ele explicou e eu percebi que aquilo era uma despedida. Meus olhos começaram a se encher de lágrimas no mesmo momento e eu não conseguia contê-las . Ele me observava em silencio, então ele continuou – a menos que você queira me acompanhar, mas aceitar a me seguir é renunciar a tudo o que você tem aqui: seus pais, seus amigos, seu nome e seu marido.

— Voldemort... – decidi chamá-lo pelo nome que ele escolheu – pra onde iríamos se eu aceitasse? E por que tenho que abandonar a minha vida? Você sabe muito bem que eu não gosto de ser controlada!

— Não sei pra onde iríamos. Vou iniciar a minha busca por poder e aliados. Serei o maior bruxo de todos os tempos. – ele disse orgulhoso – e eu não quero ser localizado. Quero sumir e isso só vai ser possível se você sumir também. Se não aceitar a minha condição, você tem a opção de não ir. E se não for, me esqueça porque nada será como antes quando eu voltar, mas se desejar ir, mato você se desertar e também mato você se tentar se comunica com alguém daqui. – ele terminou com um tom de voz frio e indiferente, mas eu tinha certeza de que ele cumpriria as ameaças.

Engoli em seco e comecei a refletir.

— E é óbvio que você não vai comentar nada disso com ninguém e você terá até amanhã para refletir. Partirei às onze da noite. Não esperarei nem um minuto a mais. Se vier, me encontre na porta do Caldeirão Furado. Isso é tudo. – ele terminou de dizer e logo após sorriu com malícia – Agora, se quiser transar, tire a roupa, se não, vá embora porque tenho mais o que fazer.

— Como você é romântico... – eu disse com desprezo – eu só estou aqui porque você disse que é urgente, mas sinto não poder ficar, não estou com vontade de transar com você hoje. – eu respondo me levantando e ele ri. – Tento falar com você antes do prazo. Tchau.

— Tchau. – ele responde seco, provavelmente por eu não ter ficado, mas não me impede de sair.

Como se não bastasse o problema que eu já tinha em casa, me aparece mais esse. É claro, que talvez eu esteja diante da solução da minha vida porque se eu fosse, Lestrange me esqueceria e poderia ser feliz com alguém, se eu ficasse com ele, eu o faria infeliz e se eu ficasse sem nenhum dos dois, eu seria eternamente torturada pela ideia de como seria a minha vida com o Riddle ou como seria a minha vida com o Les se eu não tivesse estragado o nosso casamento.

Resolvi ir pra casa e resolver a minha situação com o Lestrange. Não é só porque eu estava à ponto de destruir a minha vida que eu destruiria a dele também. Eu tinha uma consideração e um carinho enormes por ele pra eu deixar ele mais infeliz do que ele provavelmente já estava.

Então o esperei na minha poltrona favorita, terminando a garrafa de vinho que eu já tinha começado mais cedo. Bebi até não perceber a noite cair e trazer Lestrange de volta pra casa.

— Les, precisamos conversar. – eu falei assim que ele colocou os pés dentro de casa. Ele aparentava ter bebido também. Então ele me olhou meio trôpego e assustado. – agora.

Ele não ofereceu resistência, e se jogou no sofá, esperando eu começar a conversa.

— Temos que falar sobre a nossa relação. Les, acho que o nosso casamento não tem mais solução. – eu fui direta.

— Mas, Claire... se foi pela minha saída de hoje, saiba que eu não fiz nada de mais, só tinha homens lá, eu só bebi um pouco...

— Não é por hoje, Les. Acho que cometi um erro me causando com você. Você merece uma mulher que te ame de verdade, que te dê filhos e que esteja à sua altura. Eu não amo você, Les... – eu cortei ele e ele fechou os olhos com tristeza ao ouvir as minhas palavras. Era como se eu tivesse dado um tapa na cara dele.

— Eu posso fazer você se apaixonar por mim. Eu te amo muito, eu vou te conquistar. Eu largo o meu emprego, se ele te incomoda. Viajamos ao redor do mundo como você quer. Nunca teremos filhos, farei sempre o que você quiser, mas me dá uma chance de tentar. – ele praticamente implorou já completamente desesperado e o meu coração doeu.

— Não posso, Les, isso só nos machucaria mais. Se eu ficar assim com você será por pena, mas nunca por amor. – eu retruquei e ele fechou os olhos de novo, mas agora apertando-os fortemente. Ele estava tentando conter as lágrimas. – Les, não fica assim não quero te deixar triste, você sempre foi bom demais pra mim, você é o melhor homem que eu já conheci, eu não mereço o seu amor, não mereço que você fique assim por mim.

— É por causa dele, não é? Do Riddle... do maldito Tom Riddle! Eu vi como vocês se olhavam ontem e em como você ficava animada quando ele dizia algo pra você. Desde a escola é assim, mas você prometeu, Claire. Prometeu que seria a mulher que eu merecia, e que nunca ia me sacanear. Há sacanagem maior do que você querer me deixar? – ele falou limpando as lágrimas com o dorso da mão – você ama ele, não é? – ele perguntou e eu apenas fiz que sim com a cabeça. Então ele passou as duas mãos pelo cabelo em sinal de desespero.

— Les...

— Não me chame mais assim! Eu fiz tudo por você! Quis ser um vencedor pra você! Ser o melhor marido, ter o melhor emprego e ser o melhor pai pros nossos filhos, mas eu nunca seria bom o bastante pra você, não é? Porque você gosta daquele psicopata. – ele me interrompeu, mas agora o tom de voz dele era raivoso – ele vai te fazer sofrer e eu não vou deixar você voltar pra mim quando ele te fizer sofrer. Riddle não ama ninguém, nem a ele mesmo! Ele já matou várias pessoas, ele nos contou. Mas, você vai ter o que merece, Claire por me trocar por ele...

— Les...

— Não me chame assim! – ele gritou se colocando de pé – eu só não te expulso daqui porque a casa também é sua, aliás, a casa é sua porque eu não quero mais nada  disso tudo aqui. Fica de presente pra você. Aproveite, e traga o Riddle pra morar aqui. Só assim ele vai deixar de ter uma vida miserável. Eu vou arrumar as minhas coisas. – ele terminou e se levantou do sofá.

— Por favor, Les, me escuta. Eu tenho um carinho enorme por você, você sempre foi meu melhor amigo, me desculpa por ter te feito sofrer... você não merece isso. Por favor, não me odeie.

— Nem que eu quisesse, eu conseguiria te odiar. Mas, Claire, não tenha pena de mim. Já está bastante ruim pra você ainda ter pena, e se cuida. O Riddle não é quem você pensa. Agora me deixa ir embora. – ele finalizou subindo as escadas. 

Deixei Lestrange subir e voltei a chorar compulsivamente. A última coisa que eu queria era vê-lo sofrer. Então eu comecei a rezar para todos as entidades sobrenaturais para que ele ficasse bem e para que ele fosse feliz. Então, minutos depois ele desceu com uma mala que deveria ter todas as coisas dele.

— Conversamos depois sobre o divórcio. – ele disse me olhando com o olhar mais triste que alguém poderia ter – espero que você seja feliz. – ele terminou e aparatou antes que eu pudesse fazer alguma coisa.

Eu ia deixar o Lestrange, mas no final, foi ele quem me deixou. Então eu voltei a chorar. Tudo naquela casa lembrava ele, e eu decidi que também não queria ficar. Então chamei Blink.

— Blink, tome. – eu tirei meu casaco e entreguei pra ele – está livre. Tenha uma vida feliz.

— Por que a senhora fez isso com Blink? Blink sente vergonha. – ele disse triste.

— sei que não era isso que você queria, mas Lestrange foi embora, eu também vou. Talvez eu vá embora e fique fora por muitos anos, e eu não quero que você sofra porque eu não poderei te levar e o Lestrange não vai te querer. Se eu for embora, quando eu voltar, você volta pra mim se ainda estiver livre. Se cuida, Blink. – eu terminei e beijei Blink no rosto, abraçando-o forte em seguida.

Blink me olhou paralisado, mas parecia emocionado. Aparatei logo em seguida. Eu não sabia o que faria da minha vida, mas eu decidi que não iria mais prejudicar o Lestrange, meu eterno Lestrange.


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