A Origem Hant escrita por Mallock


Capítulo 4
Capítulo 3 - O Caçador Parte I


Notas iniciais do capítulo

Lhes apresento mais um antes de aventura realmente começar hehe



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Capítulo 3

O Caçador Parte I

Gotas de sangue caíam ao chão. Ele ouvia vozes no fundo, mas não conseguia compreender. Prenderam-lhe a uma cadeira de madeira bem no meio do antigo armazém. Ouviu choros de uma mulher. Ele reconhecia aquele voz... "Dock...", "Dock"...

Azzy Dockers, ergueu a cabeça e olhou para a mulher de joelhos á sua frente. Ele reconhecia aquele rosto. Era familiar. Sua visão nublada, devido as varias pancadas na cabeça, não lhe ajudava em nada.

— Dock, o que está acontecendo? — a voz da mulher era de medo e de pavor. — Me diga, por favor! — ela persistiu.

— Helena? É você? — perguntou, desnorteado e tentando entender a situação.

— Sim, o que está havendo? Por que eles estão batendo em você? — Helena perguntou rapidamente sem esconder a tremedeira que estava, devido ao horror que havia presenciado.

— Eu não sei. — respondeu Dock, tentando manter a cabeça de pé.

Em meio a resposta, ele percebeu a presença de mais alguém no local. Mesmo tonto, notou que eram muitos e ainda assim, não conseguia recuperar a memória recente dos fatos que aconteceram e como foi parar ali.

— Não vai responder a sua esposa? — indagou um sujeito, erguendo a cabeça de Dock, pelos cabelos. — Não seja tão mal educado, Sr. Caçador. — continuou, com um tom irônico.

— Quem é você? — Dock, sentiu o gosto do seu sangue na boca e quase engasgou.

— Quem sou eu? — indagou o sujeito. — Eu sou... Quem eu poderia ser? — ele alisou seus cabelos loiros que iam até os ombros.

— Arg... — Dock suspirou ao ter um pouco de lembrança do ocorrido. — Maldito! — protestou.

— Ah, esse não é meu nome. — disse com um tom de sarcasmo. — Por que insistem nisso sempre que me veem? — desta vez, ele colocou as duas mãos sobre seus joelhos e olhou nos olhos de Dockers. — Eu só estou me divertindo. — sorriu deixando o caçador aterrorizado com os grandes olhos azuis que tinha.

— Senhor, temos um problema. — comentou um sujeito branco de cabelos pretos e curtos.

— Problema? De que problema estamos falando? — o loiro levou sua atenção para o moreno.

— O Alfa... Ele está vindo. — respondeu com voz trêmula.

— E o que ele vem fazer aqui? — o sujeito loiro mostrou apreensão na voz. A notícia não o deixou muito contente.

— Parece que ele quer dar um fim no caçador pessoalmente. — respondeu rapidamente.

— Droga! Eu estava começando a me divertir. — protestou mordendo os lábios tão fortemente que acabou fazendo um leve corte a ponto de cair gotas do seu sangue ao solo.

— Vocês são um bando de inúteis paus mandados. — disse Dockers dando uma sonora gargalhada.

— Ah, você gosta de provocar. — comentou o loiro, indo em direção a Helena que ao vê-lo, deixou algumas lágrimas escorrerem. Ela parecia saber o que viria a seguir e olhou para Dockers como quem pedia ajuda desesperadamente.

— Nem pense nisso, seu desgraçado! — protestou. — Eu vou caçar você e te fazer em picadinhos. — disse, por fim, tentando se soltar das cordas que o prendiam a cadeira.

 — Até lá, até o dia que você puder me caçar, vai ter que ter uma única lembrança na sua mente. E eu terei o prazer de deixar essa memória pra você. — o loiro pegou uma faca e colocou no pescoço de Helena. — Ultimas palavras? — perguntou.

— Eu te amo! — disse Helena entre lágrimas para Dock.

— Eu... Te... Vai ficar tudo bem. — Dockers não sabia muito bem o que dizer, estava aterrorizado com a situação.

— Não minta para sua amada, Sr. Caçador. Nada ficará bem, aqui. — disse forçando um pouco mais a afiada faca, fazendo um pequeno corte no pescoço de Helena. — E você estará morto em breve. As aberrações estão chegando. — ele riu brevemente.

 — Vocês eram caçadores honrados e agora são capachos de Vampiros. O que houve com a honra de vocês? — questionou, ficando enfurecido com a situação.

— Honra? — deu uma breve gargalhada com o restante dos homens ali presentes. — Uma guerra está chegando, amigo. Ou você escolhe um lado, ou morre contra os dois.

— Você está cometendo um erro enorme. Poderíamos lutar como sempre lutamos... — o loiro o interrompeu.

— Shiiihh — fez com um dedo a frente da boca. — Está ouvindo isso? Eles estão chegando. Você não vai sobreviver mais um dia. A partir de hoje, você será o ultimo caçador a morrer. O restante, já escolheu o lado certo na guerra. — disse, segurando firme a faca para seu ato final.

— Por favor! Não faça isso. Podemos nos unir ainda. Você não era assim. — Dockers derramava muitas lágrimas. Ele parecia saber que nada do que dissesse iria evitar o que estava pra acontecer.

— Helena vai morrer agora, Sr. Caçador. E sua filha vai ser a próxima. — disse passando uma mão em seus cabelos novamente, mostrando certa vaidade.

— Eu vou matar você. — Dockers ameaçou atacá-lo, mas estava fraco demais para se levantar e tirar as amarras que o prendiam.

— Essas são suas últimas palavras? — perguntou. — Ok, se você quer assim, que assim seja. — o loiro cortou a garganta de Helena, a matando. O corpo da mulher, caiu ao chão e Dock arregalou os olhos com a perda. — A próxima será sua filha. Qual o nome dela mesmo? "Deb"? "Ded"? Ah sim. Lembrei. É Derby. — ele sorriu novamente, limpando a faca nas roupas da sua vítima caída ao chão.

Dock estava assustado demais para dizer alguma coisa. Suas lágrimas estavam misturadas com seu sangue e os dois caíam ao chão. Tudo pareceu girar naquele momento.

— Bom, já tenho que ir. Mas, fique tranquilo. Vou cuidar bem da sua filhinha. — ele deu um sorriso de vencedor para Dock que não podia fazer nada para salvar sua filha. Derby estava nas mãos do inimigo. — Até nunca mais, Sr. Caçador. — por fim, o loiro e os outros homens presentes no local, saíram pela porta.

O Caçador era um alvo fácil naquele momento. O Alfa estava chegando e sua vida estava por um fio.

(...)

 Um homem magro, com cavanhaque ruivo, olhou para seu copo de cerveja e percebeu que estava vazio. Olhou para o amigo a sua frente e franziu o cenho.

— Preciso de mais cerveja. — resmungou.

— E o que aconteceu depois? — perguntou o sujeito sentado à sua frente.

— Você quer mesmo saber? — o homem de cavanhaque o olhou seriamente.

— Não tenha dúvidas disso. — respondeu o outro batendo o copo na mesa.

— Eu irei te contar. — disse, olhando para a mulher que era dona do bar, desta vez. — Agora preciso de mais cerveja. — levantou-se para seguir até o balcão.

 O sujeito sentado, tomou mais um gole de sua cerveja e percebeu que já estava quente, devido a demora para tomar enquanto escutava a historia do estranho homem de cavanhaque que acabara de conhecer. Ao menos um amigo para contar histórias, já que mulheres, não está fácil de arranjar, pensou.

Ele ficou olhando para o bar, observando cada detalhe de cada canto e todos os homens e mulheres que estavam ali. Na verdade, havia apenas três mulheres. A dona do bar, a irmã dela que estava ajudando no atendimento e uma outra, sentada com dois homens em uma mesa distante. O fato engraçado é que ela tinha um tom de cabelo diferente do que ele estava acostumado a ver.

Coçou a cabeça vidrado naquele garota, que aparentava ser nova, o que lhe fazia perguntar mentalmente, o que ela estava fazendo ali. Era no mínimo, estranho, se comparar a quantidade de homens e mulheres que frequentavam o bar. Era a primeira vez que ele via aquela garota.

Lembrou-se da história que contavam no bar, algo relacionado a garotas de cabelos azuis com dons incríveis. Porém, essa não tinha cabelos azuis e sim, roxos. Será que ela tem dons também? Não, bobagem. Ele pensou.

— Eu peguei uma cerveja pra você também. — disse, o homem de cavanhaque com duas garrafas de cervejas em mãos, sentando.

— Obrigado! — agradeceu, pegando uma garrafa voltando a atenção para sua mesa.

— Esse lugar é um paraíso. — o de cavanhaque bebeu um gole longo de sua cerveja e mostrou os dentes num sorriso amistoso.

— Não sei. Pressinto que algo vai acontecer. — disse o outro, mordendo de leve o lábio inferior e bebendo um gole na sequência.

 — O que poderia acontecer? Olha pra esse bar. Todos estão se divertindo e bebendo entre amigos. — argumentou. — Não vejo porque se preocupar. — continuou, ainda sorrindo.

  — Você tem razão. Besteira minha. — o sujeito olhou para traz e não viu mais a garota de cabelo roxo e nem os seus dois amigos. — Mas e então, continue a história. O que aconteceu com o caçador e a filha dele? — perguntou, voltando sua atenção para o homem a sua frente.

— Bem, agora tudo começou a ficar um pouco mais complicado. Depois da surra que ele levou e ter visto a mulher se ir, tudo realmente parecia perdido. — tomou mais um gole longo de sua cerveja. — Bom, vamos lá.

         (...)

Sua cabeça estava doendo muito e o sangue dava o tom ao local. Parecia um pequeno lago vermelho de terror em sua mente. Helena estava morta a sua frente. Ele não pode fazer nada para salva-la e ainda tentava recordar como ele havia vindo parar ali.

Outra vez, levantou a cabeça e olhou a sua volta. Estava muito difícil manter os olhos abertos. Suas vistas estavam lhe traindo naquele instante e tudo estava embaçado demais para ver. Sua respiração estava fraca e seus batimentos cardíacos pareciam mais lentos, e isso, ele sabia muito bem, devido ao que aprendeu com os anos de pratica. Mas, nem todo tempo que teve, parecia estar sendo útil, agora.

Dock, que já estava com a cabeça baixa, ainda tentava soltar suas mãos, mas sem sucesso. Caçadores sabiam fazer amarras muito boas e Azzy, não estava no melhor dia parar tentar se soltar. Sua filha estava nas mãos dos seus antigos aliados. Ele começou a derramar mais lágrimas. O que nesse momento, tudo indicava que seriam suas últimas. 

Enquanto se lamentava, ele nem percebeu que alguém se aproximava lentamente até sua direção. Dock ouviu os passos devido ao barulho que as botas faziam ao se chocarem com o chão. Algo no seu interior, o fez se reerguer a ponto de ele, conseguir levantar outra vez sua cabeça. Porém, ainda sem poder ver o rosto de quem acabara de parar bem a sua frente.

O que ele pode notar, foi que era uma mulher. E apenas isso.

— Olha o que fizeram com você. — ela disse. — Jamais imaginei que um dia, eu te veria nessa situação. — concluiu olhando para ele.

— Zafira? — indagou. — Acho que você chegou tarde demais. — ele deu uma breve gargalhada, contendo sua dor por alguns segundos.

— Foi você quem disse que não precisava da minha ajuda. Eu apenas fiz o que me pediu. — ela olhava para o corpo de Helena e tentava recordar de algum momento com a mulher do caçador mas, elas nunca foram grandes amigas.

— Eu pedi? — indagou. — Talvez tenha sido um erro mesmo. — Dock se lamentou. Se não tivesse negado sua ajuda antes, talvez Helena ainda estivesse viva, agora.

— Não se lamente, Dock. — ela levantou a cabeça do caçador para olhar em seus tristes olhos. — Você não poderia prever isso. — ela piscou para ele.

Dockers olhava para os cabelos azuis dela sem saber muito bem o que responder, mas a lembrança de sua filha lhe veio a cabeça naquele instante.

— Vá salvá-la. — disse Zafira, indo até as cordas que prendiam Dock a cadeira. Ela usou um canivete pequeno para corta-las até enfim, deixando as mãos e pés do caçador, livres. — Eu cuido dos resto. — continuou.

Dockers se levantou e caiu do joelhos. Havia levado uma baita surra e suas pernas ainda estavam bambas.

— Você precisa ser forte meu velho amigo. Sua filha ainda precisa de você. — ela estendeu uma de suas mãos para ele.

O caçador foi até sua amada, ainda de joelhos, e derramou algumas lagrimas antes de fechar os olhos dela, com os dedos. Por fim, ele pegou a mão de Zafira para se levantar.

— A gente precisa acabar com esses vampiros que estão chegando. E depois, podemos ir salvar minha filha. — ele parecia decidido em seu olhar.

— Não Dock. Você não esta entendendo o que vai acontecer aqui. — Zafira pegou sua pistola calibre 22 e deu nas mãos do caçador. — Eu vou segura-los aqui enquanto você vai atrás da sua filha. — ela deu um sorriso e Dock sentiu que essa seria a ultima vez que ele a veria.

— A gente pode acabar com eles juntos. — insistiu.

— Você esta fraco demais pra lutar contra vampiros. — justificou a garota.

— Mas se eu for, você vai morrer aqui. — o caçador não queria aceitar que perderia mais alguém.

— Se você ficar, não terá tempo para salvar sua filha. — ela beijou o amigo na bochecha e novamente sorriu. — Vá e faça meu esforço valer a pena. — Dock sem questionar, assentiu a cabeça. — Ah, com isso, estamos quites, certo? — indagou.

Dock lembrou de quando salvou a vida da Zafira alguns anos atrás, quando a mesma, tomou quatro tiros de um dos seus amigos caçadores. Ele tinha o mesmo tipo de sangue dela e era o único que podia salvá-la e a salvou. Assentiu a cabeça mais um vez e se virou para voltar para  sua casa e tentar salvar sua filha.

— Hey, leve isso com você. — disse Zafira, dando seu precioso canivete nas mãos do caçador. — Sei que um dia você vai encontra-la, dê isso a ela e a diga, que eu sempre a amei e que ela deve lutar até o fim pelo que acredita. — ela derramou algumas lágrimas e se virou de costas. — Agora vá!

— Eu direi. — Dock olhou para o canivete e para as chaves que a amiga havia lhe dado. Seguiu até a porta e indo para a rua, viu o carro preto que costumava usar em suas saídas noturnas. Ele sorriu agradecendo mentalmente por Zafira ter pego seu carro pra essa noite.

O caçador se aproximou do carro e com certa dificuldade, abriu a porta e sentou-se no banco fechando-a, a seguir. Colocou as mãos no volante e respirou fundo. Ele perdeu uma das mulheres que mais amava essa noite. E não suportaria perder mais uma.

Colocou a chave na ignição e ligou o carro. Saiu sem perder tempo, pois isso, ele já não tinha mais.

Zafira estava de pé parada olhando fixamente para a porta. Era questão de instantes para os vampiros aparecerem e ela sabia bem disso. Pegou sua corrente de prata e a beijou. Era como um mantra para a garota. Ela sempre fazia isso instantes antes de entrar em uma luta. Mesmo que agora, ela esteja bem encrencada.

A porta se abriu. O suspense aumentou e apenas um vampiro surgiu de lá. Era um Alfa. Ele era muito forte e com aparecia humana. Deu alguns passos em direção a bela garota e de trás dele, surgiram alguns vampiros subordinados. Que eram menos assustadores, mas não tão fracos assim.

A garota pegou seu facão afiado e observou cada criatura que a cercava naquele momento e deu um sorriso sem graça. A desvantagem era enorme. Eram vários vampiros e um Alfa.

— Vão ficar parados aí me olhando? — ela provocou, esperando encontrar algum  meio de sobreviver a isso.

O Alfa sorriu e seus subordinados atacaram a garota. 


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram?
Espero suas opiniões sobre o capítulo :)



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