Quando acordei passei o braço na cama ainda de olhos fechados,Mark não estava lá então levantei,eu deveria saber que aquilo duraria uma noite,apenas uma noite.Coloquei a mão no rosto,eu não iria chorar,não poderia.Peguei minhas roupas espalhadas e fui para meu quarto,joguei tudo no chão e soquei o travesseiro.

-burra...idiota.Eu rosnei nervosa socando tanto o travesseiro que quase rasguei,fui para o banheiro e liguei o chuveiro,entrei de cabeça,a água quente deixava minha pele vermelha mas não me importava,não conseguia chorar,não conseguia gritar,eu apenas lembrava da noite passada,de cada detalhe,do ‘’eu te amo’’.

Coloquei uma blusa de moletom e shorts curto,desci a escada desanimada,era tarde o suficiente para não ir a escola,a empregada tirava pó dos móveis,e a casa estava silenciosa como sempre,fui até a cozinha e lá veio a surpresa Mark segurava uma bandeja cheia de comida.

-errr...você acordou mais cedo do que eu esperava.Ele disse sem graça,estava tão lindo com aquele cabelo bagunçado e apenas cueca box vermelha,ele nem se importava de sair assim com as empregadas circulando pela casa,na verdade ele nunca se importava com quase nada.

Eu sorri me xingando por dentro de ter desconfiado dele novamente,olhei para a mulher que cozinhava e fiz um sinal com a cabeça para subirmos para o quarto.Ele me acompanhou com a bandeja,sorria maliciosamente e colocou a bandeja na minha cama,me beijando logo em seguida.

-seu maluco.Eu sussurrei fechando a porta para ninguém nos ver,ele sorriu me puxando contra seu corpo,seu corpo definido roçava no meu.

-o que você quer fazer?.Ele perguntou ainda me abraçando,aquela cueca vermelha era uma tentação.

Demorei um pouco pra responder,olhei para baixo e vi o vermelho vibrante,eu queria gritar ‘quero fazer amor com você,seu gostoso’,mas não tive coragem e também ele me interrompeu.

-podemos sair o dia todo,sei lá para um parque para qualquer lugar que você quiser.Ele disse.

-eu não sei onde deveremos ir...sei lá,você morar aqui por tanto tempo.Eu passei a mão em seu cabelo bagunçado.-você escolhe.

-uhum...podemos ir ao parque,não é tão perto mas passa rapidinho,principalmente se eu estiver com você.Ele sussurrou beijando meu pescoço.

-ah parque?,parece chato.Eu olhei novamente para ele sorrindo.

-o lugar é lindo não é um parque normal,ele tem muitas flores e podemos fazer um piquenique.Ele me puxou para cama,eu cai em cima dele.

-se fosse a algum tempo atrás eu diria que piquenique é brega pra caramba,mas eu mudei muito e vou adorar.Eu sorri enquanto ele fazia cócegas na minha barriga e me virava até ficar em cima de mim.

-então vamos.Ele murmurou levantando minha blusa e mordendo minha barriga,levantou arrumando a cueca e foi para seu quarto.

Olhei para o teto e sorri,não acredito que isso está acontecendo comigo,parece mentira,ter Mark era a melhor coisa do mundo e todo o rancor que tinha dele passou e agora eu só queria amá-lo mais e mais.

Corri para o guarda roupa,estava frio lá fora então optei por uma saia cintura alta com minha blusinha de cashmere preta com branca e meu all star branco,fiz um rabo no cabelo e passei apenas brilho labial e lápis no olho,me analisei no espelho e andei até o quarto de Mark,escutei o barulho do chuveiro a porta estava entre aberta então entrei.O vapor estava por todo o banheiro e percebi que Mark se virou pra me ver,ele sorriu sem se importar de estar nu,aquilo era completamente...não tenho palavras para descrever,ele simplesmente era perfeito nu,o olhei dos pés a cabeça e sorri.

-a porta estava aberta.Eu sussurrei olhando para o que eu não deveria olhar,mas era tão vamos dizer ‘grande’,voltei e olhei seus olhos tentando não ver de novo a tentação,ele secava o cabelo com a toalha enquanto permanecia com aquele sorriso malicioso e lindo.

-pedi pra  Clo fazer uma cesta de piquenique cheia de comidas boas.Ele sussurrou colocando o braço ainda molhado em volta do meu pescoço e saímos da suíte.

Ele me abraçou e me beijou,comecei a sorrir.

-você não vai se vestir?.Eu perguntei tentando não olhar mas era quase impossível desviar o olhar.

-ah é claro.Ele sorriu pegando as roupas que já estava na cama,colocou uma cueca box azul e vestiu a roupa,eu permaneci ali parada prestando atenção em tudo.-pronto,vamos.

Descemos as escadas e fomos para a cozinha,conversamos com Clo e Mark pegou a cesta e a chave do carro,entramos no carros e ele começou a me beijar,depois acelerou.

-e o que você achou de ontem?.Ele perguntou parando no sinal vermelho,pegou a mão livre e passou no meu cabelo,permanecia com um sorriso sincero.

-antes de fazer amor,eu te achei um idiota.Eu olhei para ele e sorri.-mas pensando bem,foi a melhor noite da minha vida sem comparações,eu amei,e você o que achou?,já fez tanto com tantas meninas diferentes que ontem eu devo ter sido para você apenas mais uma.

-não.Ele murmurou acelerando no sinal verde.-você é única,a garota que faz a diferença na minha vida,não é como as outras nem tem comparações,eu amei ontem,hoje e amanhã,e todos os dias que passarei do teu lado.

Dei um beijo em seu rosto e passei a mão em seu cabelo,enquanto dirigia,conversamos o caminho inteiro,depois de uma ou duas horas chegamos ao destino certo,descemos do carro e andamos pelo mato.

-mas isso não é um parque e sim um campo.Eu falei enquanto ele colocava o braço em volta de mim,me sentia completamente segura ao seu lado.

-é um dos lugares mais bonito que conheço,mesmo no inverno as flores permanecem bonitas.Ele sussurrou sobre meu cabelo.

Estendemos a toalha quadriculada no gramado e colocamos as comidas que não acabava mais,sentamos um do lado do outro e comemos enquanto conversávamos.

-eu tenho medo.Eu olhei para ele que comia uva,ele colocou a fruta de lado e ficou com os olhos fixos aos meus,esperando o que iria dizer.-eu tenho medo que isso não dure,na verdade eu tenho medo que isso acabe em dor.

Senti uma ardência nos olhos e uma dor na garganta,lágrimas quentes rolaram em minha face.

-não meu amor,isso não vai acontecer.Ele disse colocando a mão na minha franja para secar minhas lágrimas.-eu sei que é difícil me conter,mas vou tentar,quando nossos pais chegarem sábado ou domingo irei contar que estamos juntos,mas por enquanto ninguém vai poder saber,até eu contar para nossa família,está bem,não se preocupe.

Ele me abraçou forte e permaneceu em silêncio por um tempinho.

-eu quero um sorriso.Ele murmurou me dando beijinho de esquimó,tentei sorrir mas não conseguia,era complicado tentar acreditar em Mark,era complemente difícil,por tudo que ele me fez passar,por aquelas palavras ‘sem compromisso’,me feriu demais.

-vou tentar,mas quero promessas cumpridas e não somente ditas.Eu o encarei pegando suas mãos.-você me diz coisas lindas que eu tento não acreditar tanto,pra não quebrar a cara depois mas algo mais forte me faz acreditar que esse sentimento é verdadeiro,e que seremos muito felizes.

-pode acreditar em mim,seremos muito felizes.Ele sorriu e me beijou longamente.

Aquilo me aliviou,não sei se deveria acreditar,preciso esperar o tempo passar,mas que o momento estava perfeito,ahh sim estava não posso negar.