Os dias foram passando e Harry e Gina ainda não tiveram a oportunidade de ficarem a sós para conversar propriamente e Gina ainda desconhecia o porque eles haviam perdido o trem. Tirando o pequeno momento que tiveram quando Gina o salvou de Lockhart, eles não se falaram outra vez, nem no lugar misterioso em que apareciam em seus sonhos.

Apesar de não se falarem, eles se viam bastante pelos corredores do castelo. O familiar formigamento causava em ambos um sorriso instantâneo, que aumentava quando os olhares se encontravam, e isso acontecia com bastante frequência, já que, aparentemente, Colin havia decorado o horário de Harry e acabava por arrastar Gina com ele somente para cumprimentar Harry. Mas apesar de os encontros com Colin estarem acompanhados de Gina, Potter tentava evita-los pois aconteciam a quase toda hora do dia.

Edwiges continuava chateada com Harry por conta da desastrosa chegada à escola. Gina, com poucos dias, já havia explorado boa parte do castelo e contava todas as suas descobertas para Tom, que, a cada dia, tornava-se mais e mais um fiel amigo. A varinha de Rony ainda permanecia sem conserto, superando seus limites em um pequeno incidente na aula de feitiços. Assim foram passando os dias até que chegou o final de semana.

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Sexta feira, no intervalo das aulas…

Gina havia criado o costume de falar com Tom entre um intervalo e outro, então foi com total naturalidade que ela tirou o diário, tinta e pena da bolsa e começou a escrever contando como havia sido seu dia até ali e como estava com vontade de falar com Harry, mas não tinha oportunidade. Foi no momento em que estava falando sobre Harry que aconteceu.

Gina sentiu uma onda anestésica tomar conta dela, seu corpo ficou relaxado e leve, todos os pensamentos sumiram de sua mente e uma voz masculina e desconhecida surgiu em sua mente.

“Levante-se”. Então Gina simplesmente levantou. Uma risada ecoou em sua mente e depois a voz falou novamente: “Arrume suas coisas, vamos fazer um passeio pelos jardins”

Gina colocou o diário, a pena e o tinteiro de volta na mochila, colocou-a nas costas e seus pés a levaram para os jardins de Hogwarts. Ninguém a parou no caminho e Gina não desacelerou os passos até chegar aos terrenos da escola, seus olhos varreram toda a extensão verde à sua frente, alguns alunos aproveitavam o intervalo ali, o salgueiro lutador naquele momento estava manso e ao longe estava visível uma cabana.

“Os jardins estão muito diferentes de minha época, o salgueiro lutador… e aquela cabana… se aproxime daquela cabana”. Os pés de Gina a levaram até a cabana, a qual era muito próxima da floresta proibida. Os olhos de Gina analisaram a cabana, era feita de tijolos e redonda, uma pequena escada levava até a porta da frente de madeira já um pouco desgastada com o tempo, a janela ao lado da porta estava com as cortinas abertas, mostrando o vidro um pouco embaçado e indicando que tinha gente em casa. Os pés de Gina a levaram para os fundos da casa, onde havia uma horta com uma dúzia de abóboras fartas e enormes e, do outro lado do jardim, um pequeno galinheiro. “Interessante”. A porta dos fundos da cabana abriu de repente o e o morador veio para fora. Um homem meio gigante a olhou surpreso, mas logo abriu um sorriso.

— Gina, o que está fazendo aqui? – Ele perguntou.

“Muito interessante”.

— Hagrid... estava apenas dando um pequeno passeio pelos terrenos da escola, quero aprender todos os lugares para não me perder. – Ela sorriu e completou. – Acabei vindo parar aqui e estava observando essas maravilhosas abóboras.

Hagrid estufou o peito orgulhoso e se aproximou mais de Gina.

— São para a festa de dia das bruxas, até lá já estarão mais belas e grandes.

— O que fez para que crescessem tanto? – Os olhos da menina agora estavam direcionados para as abóboras.

— Bom, eu tenho dado uma pequena ajudinha. – Hagrid disse cauteloso. Ao ouvir o tom das palavras, Gina olhou novamente para Hagrid e seus olhos recaíram na mão do homem, que repousava em um guarda-chuva florido. Gina sorriu e olhou para os olhos de Hagrid.

— Você fez um ótimo trabalho, Hagrid. – Ela elogiou e o homem abriu um grande sorriso orgulhoso.

— Muito obrigado, Gina. – Nesse momento eles ouvem o sinal ao longe indicando que o intervalo acabara.

— Eu tenho que ir, até outro dia, Hagrid!

— Até outro dia, Gina.

“Volte para o castelo”. Os pés de Gina a levaram de volta para dentro e ela apenas parou quando a voz a ordenou e, de repente, a sensação anestésica passou, os pensamentos voltaram, seu corpo não estava mais tão leve e relaxado, ao contrário, estava pesado e cansado.

Gina olhou ao redor de si e franziu o cenho, não tinha ideia de como havia chegado ali.

— Como foi que…

— Gina! Estava te procurando por todo lado, onde você estava? – Colin apareceu de repente no corredor onde ela estava. – Nós temos que ir para a aula de defesa contra as artes das trevas. Ande, vamos logo!

Gina não falara nada, ainda estava muito confusa, Colin não esperou que ela respondesse nada e a puxou, levando-a para sala de aula de Lockhart.

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Na manhã seguinte, horário do almoço…

Gina escutou um burburinho de que seu irmão Rony estava cuspindo lesmas devido a falha de um feitiço, Colin se aproximou dela e lhe contou tudo o que aconteceu.

— Onde eles levaram ele? Para a enfermaria? – Gina questionou já se levantando do banco onde estava e arrumando suas coisas, colocando tudo de volta na mochila.

— Ouvi falarem que o levariam para a casa de Hagrid. – Colin respondeu prestativo.

Gina se despediu brevemente de Colin e se dirigiu para a cabana de Hagrid, e ao cruzar o corredor ela sentira o formigamento familiar e deu de cara com Rony, Hermione e… Harry.

— Rony, que feitiço você fez? Você está bem? – Gina questiona depois de uma rápida troca de olhares entre ela e Harry. A resposta de Rony foi uma tosse que se tornou o vomito de algumas lesmas.

— Ele está se recuperando. – Harry respondeu pelo amigo.

— Irei matar Draco Malfoy, como ele pode chama-la…

— Nada disso, Gina. O Rony cuspindo lesmas já é o suficiente de confusão por hoje. – Hermione a cortou.

— Já ouvi os boatos de que ele é o novo apanhador! – Gina vocifera e aponta para Harry e o olha nos olhos. – Você, acabe com ele no próximo jogo.

— Pode deixar comigo, irei acabar com ele. – Harry respondeu olhando divertidamente para ela, Gina devolveu o sorriso. Hermione soltou um pigarro os interrompendo quando os dois ficaram se olhando sem dizer nada e Gina começava a ficar da cor de seus cabelos.

— Nós estamos indo almoçar, você vem com a gente, Gina? – Hermione a convidou.

— Eu… - Gina começa a responder e olha para Harry ainda muito corada. – Combinei com Colin de almoçarmos juntos então…

— Nós entendemos. – Hermione replicou. E virou-se para os outros dois. – Vamos?

O quatro se dirigiram de volta para o grande salão, eles mal tinham entrado no saguão quando ouviram uma voz.

— Sr. Potter, Sr. Weasley! Aí estão vocês. – Eles olharam na direção de onde vinha a voz e viram a professora Mcgonagall se aproximando deles, o semblante sério. – Irão cumprir suas detenções hoje à noite.

— O que iremos fazer professora? – Rony disse desgostoso com o lembrete da detenção

— Weasley, você irá polir todos os troféus na sala de troféus junto ao Sr. Filch…, e nada de magia, o fará com as próprias mãos, Weasley. – Mcgonagall o respondeu com seu ar autoritário.

Rony engole em seco.

— E você, Potter, irá ajudar Lockhart com as cartas de seus fãs.

Harry geme frustrado.

— Professora, não posso ir também para a sala de troféus? – Harry pediu, praticamente implorando. Ele nunca pensou que preferiria passar horas ao lado de Filch em uma detenção, mas preferia ele a Lockhart.

— Sinto muito, Sr. Potter, foi exigência do próprio professor para que cumprisse sua detenção com ele. – Mcgonagall o informou. – Não se esqueçam, às oito em ponto.

Minerva se afastou deles entrando no salão principal. Cabisbaixos, Rony e Harry entram em seguida, com Hermione e Gina logo atrás deles. Ao avistar Colin, Gina se despediu rapidamente deles e se dirigiu na mesma velocidade até onde o amigo se encontrava e aproveitou o seu almoço escutando as perguntas de Colin sobre Harry.

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À noite, no salão comunal da Grifinória…

No canto do salão, onde poderia ter mais privacidade, Gina parara pôr um momento seus deveres escolares para contar como foi o seu dia para Tom. Ela pegou o diário de sua mochila e começou a contar tudo o que lhe aconteceu, principalmente seu pequeno momento com Harry no corredor, quando aconteceu de novo.

Gina sentiu a onda anestésica tomar conta dela, seu corpo ficara relaxado e leve, todos os pensamentos sumiram de sua mente e, novamente, a mesma voz masculina ecoou em sua mente.

“Chegou a hora, levante-se e saia do salão sem ser percebida.”  Gina então obedeceu, juntou suas coisas dentro da mochila e a deixou ali, partindo logo em seguida. “Vamos para o primeiro andar do castelo. ”

Com isso, os pés de Gina a levaram para o primeiro andar de Hogwarts. Já era noite, perto da hora de se recolherem, por isso ela não se encontrou com nenhum professor ou conhecido que a pudesse para-la ao descer o lance de escadas que dava enfim no primeiro andar, chegando lá, a voz voltou a ecoar em sua mente.

“Dirija-se ao banheiro feminino”

Novamente, os pés de Gina a levaram para onde a voz havia ordenado, quando esta mandou-a entrar no banheiro o mesmo se sucedeu. Ao entrar, Gina ouviu um choramingo. “Não chame a atenção.” Então, ao passar, Gina fechou a porta devagar e com cuidado para não fazer nenhum barulho. A voz mandou-a se aproximar da área das pias e assim Gina também o fez, tomando cuidado para não ser pega, “Se aproxime da pia a sua direita.”

Ela se aproximou da pia e a voz pediu-lhe que olhasse para a cobra entalhada na torneira, Gina então dirigiu os olhos em direção a pequena cobrinha que tinha ali.

— Abra. – Sibilou ela e a torneira brilhou em uma luz branca e começou a girar e se deslocou para baixo até sumir de vista expondo um cano largo o suficiente para passar uma pessoa por dentro dele. Os olhos de Gina se fixaram no buraco exposto à sua frente, seus lábios se esticaram em um sorriso perverso e sob o comando da voz, Gina escorregou para dentro do buraco.

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Mais tarde nos corredores de Hogwarts…

Harry estava atordoado e assustado com o que houve na detenção com Lockhart. O que havia acontecido ali? Como seria possível que apenas ele tenha ouvido aquela voz? E aquelas palavras… um arrepio passou pela espinha de Harry ao lembrar das palavras macabras que a voz soltara… dizia que queria matar alguém…, será possível que Harry esteja enlouquecendo?

A passos largos, ele voltou para a torre de Grifinória, desesperado para falar o que aconteceu para Rony, Hermione ou Gina, quem ele encontrasse primeiro.

Quando chegou no salão comunal da Grifinória já estava muito tarde e não tinha quase ninguém no salão, nenhum deles era quem Harry queria, então ele subiu sem demora para os dormitórios masculinos. Rony ainda não tinha chegado, então tentaria mais uma vez encontrar Gina no cantinho deles, vestiu o pijama, enfiou-se na cama e fechou os olhos tentando dormir, porém, ele não precisou esperar muito e Rony entrou cansado e cheirando a liquido de polimento espalhando o odor por todo o quarto. Harry rapidamente se sentou na cama ao ouvir os resmungos de dor no punho do amigo.

— Como foi a detenção com Lockhart? – Rony quis saber ao ver o amigo acordado.

Aos sussurros Harry contou tudo o que aconteceu em sua detenção, principalmente a parte que somente ele havia escutado uma voz que pronunciava coisas macabras.

— E ele disse que não ouviu nada? Acha que pode estar mentindo? Eu não entendo…, como ouviu alguém se ninguém abriu a porta? – Rony saiu questionando, franzindo o cenho em completa confusão.

— Eu sei, eu também não estou entendo nada! – Harry disse exasperado se jogando de volta em sua cama.

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Enquanto isso nos jardins de Hogwarts…

A voz masculina ainda soltava comandos para Gina, ela já havia saído do banheiro da murta sem ser percebida e Tom pretendia manda-la voltar para dormitório, afinal seu contato com o corpo e mente de Gina estava ficando fraco, mas lembrou-se do galinheiro de Hagrid e fez a menina dar meia volta e se dirigir para os jardins.

“Vá até a cabana de Hagrid.”

Os pés de Gina a levaram sem que ela pudesse fazer nada, também não havia ninguém ali que pudesse a impedir e mesmo se houvesse, não conseguiriam, pois, apesar de seu contato estar um pouco fraco, – ele ainda não tinha o suficiente de Gina – Tom estava com ela cada vez mais em seu domínio. Quando a menina chegou na cabana seus olhos inspecionaram se havia alguém em casa, as janelas estavam fechadas e parecia que não havia ninguém em casa. Gina então se aproximou do galinheiro perto da horta, ela entrou e observou que elas dormiam, um galo, porém, permanecia acordado, seus olhos se fixaram nele.

“Mate-o”

Com os olhos fixos no galo, Gina se aproximou do animal, suas mãos pequenas apertaram o pescoço do animal, o som da agonia do bicho ecoou por boa parte dos jardins.