Descendentes escrita por Lori


Capítulo 1
Prólogo - O livro sem nome.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capítulo da primeira fic que eu pretendo levar até o fim! Eu realmente espero que gostem e que não deixem essa história flopar e cair no vácuo eterno.



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Os pássaros cantavam enquanto a leve brisa de outono se arrastava pelos campos repletos de folhas. Famílias passeavam pelo parque e pareciam realmente animados enquanto aproveitavam o dia.

De fato era um dia maravilhoso, todo adolescente gostaria de estar aproveitando aquele fim de tarde, mas infelizmente, alguns não podiam.

—Aria, por favor, preste atenção! -A professora chamou atenção da garota, que no mesmo instante se deu conta da onde estava e voltou a si.- Esse conteúdo é importante, vocês precisam estudá-lo para a prova final.

—Eu estava... Distraída. -Aria tentou se desculpar.

—Nós percebemos! -O restante da classe deu risadinhas.- Sei que é chato ter aulas extras no fim da tarde, mas é necessário para esse período de provas finais. Espero que essa sua "distração" não se repita!

—Não vai... -Aria garantiu, mas assim que a professora se virou para o quadro, a garota voltou a voar juntamente com o vento.

Ao que tudo indicava, Aria não gostava muito das aulas de álgebra, mas ela não era a única distraída ali. No fundo da classe, Sophie Carson também estava um pouco distraída, observando a plantinha morta em cima da mesa da professora.

—Sophie, você copiou o exercício quatro? -Um garoto perguntou, despertando a amiga de seus pensamentos.

—Hum, na verdade não, eu nem terminei o exercício um. -Sophie encarou a professora apagando o quadro e depois se voltou para o amigo.

—Estamos fudidos! -Ele falou e ambos riram, chamando a atenção da professora.

—Tem algo que gostariam de compartilhar com a classe? -A mulher parou o que estava fazendo e se dirigiu aos dois. Um olhar de raiva.

—Na verdade professora, Caleb não fez nada, todos sabem que a culpa é da Sophie que fica fazendo piadinhas. -Uma garota se levantou e jogou os cabelos castanhos por cima dos ombros.

—Que interessante. -A professora limpou as mãos sujas de giz e se apoiou na mesa.- Já que tenho que fazer isso, vamos mandar todos os bagunceiros para a diretoria. -Os alunos olharam para a professora.- Aria, já que quer tanto ficar olhando para fora, você pode acompanhar a senhorita Sophie até a diretoria! E levem seus materiais.

Aria se levantou, o rosto corado, ela havia se distraído novamente. Sophie também se levantou e encarou os olhares da classe, seu amigo Caleb tinha um olhar de culpa, mas ela murmurou um "está tudo bem". As duas estavam se dirigindo para fora da sala quando a professora fez um sinal para que esperassem.

A mulher apontou para duas outras garotas sentadas na frente, uma estava com uma pilha de bolinhas de papel tentando acertar o lixo, a outra estava tentando se defender de algumas bolinhas que a acertavam.

—Mas professora, eu não fiz nada! -Uma loira exclamou, indignada.- Ela que estava jogando essas bolinhas em mim.

—Não venha com historinhas Lua, estou decepcionada com você e a senhorita Voltaire. -A professora encarou as duas, que se levantaram e foram até a porta junto com as outras. A garota de cabelos castanhos soltava risinhos.- Você também Maddie, afinal, pelo jeito estava prestando mais atenção na conversa dos outros do que na aula.

Maddie levantou-se indignada, mas se dirigiu até a porta sem questionar e de cabeça erguida. Sophie e Caleb seguraram o riso. A professora fez sinais com as mãos como se pedisse que elas fossem logo, quando estavam fora da sala, a professora deu um sorriso sarcástico antes de fechar a porta e disse; "Boa sorte na prova".

As garotas suspiraram e seguiram para a diretoria sem trocar nenhuma palavra, não eram tão próximas. Chegaram na secretaria e a mulher de cabelos grisalhos as encarou com seus óculos redondos.

—A diretora está em reunião, terão que esperar! -Ela alertou. As garotas assentiram e sentaram nos bancos vermelhos que haviam no ambiente.

—Muito obrigada Maddie, se você não tivesse me dedurado eu não estaria aqui e nem você! -Sophie encarou a castanha com desprezo.

—Que aconteceu com você fofa? Decidiu mostrar as garras foi? -Maddie sorriu vitoriosamente.- Na verdade é um alívio sair daquela sala.

—Só pra vocês! -Lua, que até então estava quieta, decidiu se pronunciar.- Eu não fiz nada, era Lily que estava tacando as bolinhas de papel em mim!

—Desculpa... -A garota de traços asiáticos se desculpou.- Eu queria acertar o lixo.

—Se me permite dizer, acertou! -Maddie sorriu, as outras olharam para ela com raiva.

—Já sei o que fazer com vocês. -A secretária estava de pé.- Já que vocês não ficam quietas de jeito nenhum, porque não vão ajudar a bibliotecária na organização dos novos livros? É um ótimo castigo e a diretora não precisa ficar sabendo. -Todas fizeram caretas, exceto Lua, que sorriu disfarçadamente.- Vamos logo, ninguém tem o dia todo!

As cinco se levantaram e foram até a grande biblioteca. Lua entrou apressada e sorriu ao ver as enormes caixas de livros.

—Lua? Chegou cedo para o trabalho não é mesmo? -Molly, a bibliotecária encarou a loira.

—Dessa vez eu estou com companhia! -Disse a loira e apontou para a porta, onde as companheiras estavam observando o local.

—Estão de castigo?

—Mais ou menos, nos mandaram pra cá para que não tivéssemos que passar pela diretora. -Maddie fez cara de nojo ao esfregar os dedos em uma mesa e eles voltarem cheios de poeira.- Mas, nos diga Lua, você trabalha aqui?

—As vezes eu ajudo Molly na organização dos livros.

—Pois bem, que tal acelerarmos isso? -Molly disse.- Podem começar com aquelas caixas -Apontou para uma pilha de caixas de papelão, que provavelmente, tinha muitos livros.

As garotas se dirigiram até a pilha e abriram a primeira caixa. A poeira voou e fez todas espirrarem e terem crises de tosse.

—Não eram livros novos? -Lily fez uma careta. Sophie a acompanhou.

—São novos na biblioteca do colégio, não quer dizer que sejam novos na idade. -Aria disse.- Vamos começar logo porque eu quero ir embora!

Uma por uma, as garotas abriram as caixas e ajudaram a separar os livros por ordem alfabética nas estantes, hora ou outra conversas iam e viam enquanto Molly as observava. As garotas se esconderam quando a diretora entrou na biblioteca para conversar com Molly e riram quando a mesma foi embora dizendo que estava com pressa de ir ao banheiro pois estava tomando remédio para o intestino.

Logo os livros foram acabando, mas as conversas estavam ficando cada vez melhores, tanto que até Molly entrava em algumas. Elas simplesmente fofocavam sobre alunos e professores, ignoravam chamadas dos pais e amigos e falavam de suas histórias na escola. O tempo passou bem rápido.

—Teve uma vez que uma garota me confundiu com uma professora. -Lily contava.

Molly observava Sophie encarando a planta morta em cima da mesa da biblioteca. Lua havia desaparecido por entre os livros, Maddie parecia distraída encarando o castiçal em cima da mesa ao lado. Aria estava prestando atenção em Lily e sua história.

—Já passou das sete, hora de ir embora garotas! -Molly avisou, olhando o relógio cuco da parede.

—Molly, temos um problema! -Lua surgiu com cinco livros em mãos. Os depositou em cima da mesa e pegou o primeiro da pilha.- Este livro não tem nenhum nome ou inscrição, o que devo fazer? -Molly pegou o livro das mãos de Lua e analisou, depois olhou a pilha de livros.- Estes são os que eu quero levar essa semana.

—Faz o seguinte, pega esse aqui pra você! -Molly colocou o livro desconhecido na pilha que Lua separou.- Eu não me lembro de ter comprado nenhum livro sem nome, então não vai fazer falta.

Lua sorriu e agradeceu, colocando os livros dentro de sua mochila.

—Acho que vou ter que ligar pro meu pai vir me buscar. -Lily avisou quando olhou pela janela e viu o tempo de chuva se formando.

—Não se preocupe, eu posso dar carona! -Maddie levantou as chaves de um carro e as garotas sorriram.

Todas se despediram de Molly e saíram da biblioteca, dirigiram-se até o carro de Maddie.

—Eu não sabia que você já dirigia Maddie, achei que só poderia ano que vem. -Sophie falou.

—Eu já tenho 16 anos, sou ótima motorista!

—Vamos logo então! -Aria apressou elas.- Não quero me atrasar mais ainda.

Todas entraram no carro e partiram em direção a primeira parada, a casa de Lua. Corria tudo muito bem, até o momento que a chuva começou e Maddie não conseguia enxergar o caminho, na verdade, ninguém conseguia.

—Acho que vamos ter que parar! -Maddie disse.

—Não, siga reto nessa rua! -Lua espremia os olhos para enxergar ao redor, o limpador de para-brisa não estava dando conta de tirar a água.- É a rua da minha casa, só mais um pouco pra frente!

O carro parou em frente a um sobrado bem iluminado. As meninas desceram do carro e correram para dentro da pequena varanda que havia em frente a casa, Lua começou a tocar a campainha freneticamente.

—Você não tem a chave? -Aria perguntou.

—Eu perdi a minha na semana passada. -Lua avisou.- Mas geralmente meus pais atendem logo.

A porta se abriu e revelou um casal alto, ambos loiros de olhos claros.

—Até que enfim! Onde vocês estavam? -A mulher perguntou.

—São seus pais ou seus irmãos? -Perguntou Maddie.

—Pais dela, e vocês? -O homem encarou as garotas.

—Somos amigas. -Llily tomou dianteira.

—Pai, elas não podem ficar aqui enquanto esperam a chuva passar? -Lua perguntou.- Não dá para enxergar a estrada.

—Claro, mas avisem seus pais que vão passar a noite! -O homem pegou o telefone e entregou na mão de Sophie.

—Nós não vamos passar a noite. -Maddie disse.- Só esperar a chuva passar.

—Então vão passar a noite, porque essa chuva não passa hoje! -A mulher avisou.- Lua pode emprestar algumas roupas pra vocês, podem fazer um festa do pijama improvisada, já que amanhã é sábado.

—Vai fazer uma festa do pijama maninha? -Um garoto apareceu por trás de Lua, a mesma levou um susto.

—Não enche Matthew! -Lua esbravejou.

—Não fiz nada, boa festa pra vocês! -Matthew pegou uma maçã e subiu.

—Agora podem explicar onde estavam? -A mãe da loira insistiu.- Chegaram muito tarde, o jantar já deve estar frio!

—Estávamos ajudando na biblioteca. -Lua explicou.- Perdemos a noção do tempo.

—Lua, você sabe que não gostamos que fique até tarde na biblioteca. -A mãe de Lua pareceu abatida por um momento.- Você sabe o que aconteceu com sua irmã.

—Eu sei! -Lua esbravejou.- Eu sei a maldita coisa que aconteceu com ela! Mas eu NÃO SOU ELA... Não sou como ela, não vou fugir dessa maldita casa pra ir morar com algum namorado estúpido que conheci na biblioteca!

—Sua mãe não quis dizer isso... -O pai da loira tentou argumentar.

—Não importa! Vocês ficam me comparando com ela o tempo todo, tenho quase certeza de que ela não fugiu só porque o namorado pediu. -Lua começou a subir as escadas, as meninas olhavam para ela assustadas.- Aposto que ela só queria sair dessa casa!

A mãe de Lua começou a choramingar, o pai fez sinal para que as meninas subissem também, elas assentiram. Subiram as escadas silenciosamente e foram até o quarto que tinha uma placa com o nome de Lua na frente, a garota estava sentada na cama, virando o conteúdo da mochila no chão.

—Eu sinto muito que vocês tiveram que presenciar isso. -Lua se desculpou.- Ela está ficando doida!

—Sua irmã mais velha fugiu de casa? -Sophie perguntou e levou uma cotovelada de Aria.

—Sim, quando eu era pequena. -Lua se levantou e foi até o guarda roupa, separando algumas roupas para as meninas.- Ela ficava até tarde na biblioteca do colégio, só ela e o antigo bibliotecário. Ao que tudo indica, eles se apaixonaram e ela fugiu de casa sem mais nem menos.

—Isso é estranho né? -Lily questionou e recebeu um olhar de Maddie.- Quer dizer, ela simplesmente fugiu com o bibliotecário do colégio sem mais nem menos? Não tem nenhuma notícia?

—Meus pais acionaram a polícia, procuraram por eles, mas pelo jeito não tiveram sucesso. -Ela entregou as roupas para as garotas e apontou o banheiro.- Como se ela sumisse do mapa.

Uma por uma as garotas foram se trocar e avisar os pais sobre a inesperada festa do pijama após o problema com a tempestade. Lua arrumou o quarto e cobriu o chão com colchões, quando as meninas voltaram, encontraram ela revirando o conteúdo da mochila, que agora estava em cima de um dos colchões.

—Então? Algo de interessante? -Perguntou Aria, se sentando de frente para Lua. As outras se sentaram ao redor.

—Só o meu material e os livros da biblioteca. -Lua observava a chuva cair lá fora.

—E aquele livro sem nome? -Lily falou apontando para o mesmo.

—Verdade, eu ainda não vi. -A loira pegou o livro e o abriu, fez uma cara de espantada e passou algumas páginas.- Está em Latim.

—Sabe traduzir? -Peguntou Maddie.

—Claro né? Ou eu não me chamaria Lua Mirim! -A garota sorriu convencida e começou a traduzir.- Parece ser um grimório mágico, literalmente, um guia para bruxos iniciantes.

—Que furada! -Aria fez uma careta.

—Vamos tentar um? -Maddie disse desafiadora. Todas sorriram.

Lua abriu em uma das primeiras páginas e deu de cara com um feitiço traduzido como "feitiço de iniciação". Todas assentiram, fizeram um círculo perfeito e deram as mãos.

—Audivit naturae viribus.

Aqua, ignis, aer et natura.

Congregatique sunt omnes hodie.

Venient simul vires dare.

Lunam et stellas quae noctem illuminat.

Videbunt enim et múniat.

Et quia non potest accipere.

In hoc lapsi sunt ut.

(As forças da natureza podem nos ouvir.

Água, fogo, ar e natureza.

Todas elas estão reunidas aqui hoje.

E vão se unir para nos dar a força.

A lua e as estrelas que nessa noite nos iluminam.

Vão olhar por nós e nos fortalecer.

E aquele que um poder não receber.

À ordem dos caídos poderá pertencer).

Um trovão assustou as garotas, a energia acabou por alguns segundos e então voltou.

—Acho que deu certo. -Sophie murmurou.

—Claro que não! Foi só um apagão. -Lily riu.- Já chega disso, vamos dormir.

—Sim, claro! -Lua afirmou e retirou os livros de cima do colchão. Assim que a garota apagou a luz, após os desejos de boa noite, todas caíram no sono.


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Notas finais do capítulo

Saibam que eu adoro e respondo todos os comentários ok?



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