Herói Anônimo escrita por Kevlaf


Capítulo 4
Batalha no Monte Tam


Notas iniciais do capítulo

Sim!! Finalmente um pouco de ação! Deixem um feedback, por favor, são cenas que ainda não tinha tido o prazer de escrever e claro, dá um pouco de trabalho para não fugir da história original!



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Capítulo 4

*Narrativa*

Ernest olhava divertido para Percy, Zoe acabara de vesti-lo como um vagabundo e Grover estava visivelmente fazendo um grande esforço para não rir.

— Bom, menino da água, creio que seja melhor você cuidar de Nereu, não? – O novo integrante da jornada, apesar de estar se divertindo muito com a nova aparência do companheiro, tentou manter sua lógica – Um deus do mar, um filho do mar, acho que tem melhores chances que nós...

— Deixe comigo... De acordo com Zoe, ele cheira diferente – Respondeu o filho de Poseidon.

O grupo ficou observando de longe enquanto Percy se misturava aos moradores de rua e vagabundos perto do píer, até que de repente, o garoto se lançou contra um velho e desceu rolando em direção ao mar, fazendo com que os semi-deuses corressem para acompanhar de perto a luta.

— Quão difícil pode ser segurar um velho deus? – Ernest falava, tentando manter o folego durante a corrida.

— O suficiente para ser parte de um dos trabalhos de Heracles, não? Foi ele quem indicou o caminho até o jardim das hespérides – Zoe retrucou de forma brusca, como se fosse um fato desagradável.

Ao se aproximarem da água, puderam ver a luta: O filho do deus do mar agarrava o homem, que se transfigurava em diversas criaturas. Ernest apertou os olhos, tentando enxergar melhor, logo falando baixinho:

— Estranho, ele não muda de forma completamente...

— Então você também está vendo? – Uma voz soou dentro da cabeça do garoto.

— Por que não veria?

— É incomum, apenas isso.

Olhando atentamente, Ernest podia ver a energia, o poder do velho deus se comprimindo e assumindo diversas formas, porém seu corpo mantinha a estrutura, como se a energia mascarasse tudo aquilo, como se distorcesse o espaço em que estava.

“Eles não conseguem ver isso? ” – O garoto sentia-se um pouco inquieto, até que Grover virou-se e segurou seu braço, exclamando em voz baixa:

— O que houve com seus olhos?

— Ahn? – A visão pareceu perdeu um pouco de foco, voltando ao normal, o semi-deus agora só enxergava as formas em que Nereu se modificava, nada de energia ou qualquer coisa diferente.

— Seus olhos – Grover franziu a testa – As íris pareciam estar espelhadas, não sei... Talvez seja impressão minha – Concluiu, olhando mais uma vez pros olhos castanho-esverdeados do garoto, como se não tivesse certeza do que via.

Logo Percy já estava fora da água com Nereu, o grupo estava pronto para ter a resposta de que precisavam para continuar a jornada.

*Comentários do registro*

— Eu só queria dizer que me senti idiota ao ver a resposta de Nereu, sério mesmo Percy? Não podia ter mencionado a porcaria do Ofiotauro?

*Narrativa*

— Certo – Iniciou Percy – Queremos saber qual o monstro que Artêmis caçava.

— Ali – Nereu riu e logo sumiu, fugindo.

Os próximos minutos foram recheados de descobertas: o Ofiotauro, o sacrifício que deveria ser feito para obter o poder de destruir o Olimpo... Coisas básicas assim. Claro, a discussão não demorou muito, quatro mercenários e um manticore com sotaque francês tinham que interromper a conversa para dar mais ação ao grupo de semi-deuses.

Após uma breve explicação dos planos para que Thalia sacrificasse o Ofiotauro, Grover e Zoe agiram rapidamente, com sua flauta e flechas de pum, dando uma brecha para que o grupo escapasse:

— Vão! – Ernest sacou a faca, aproveitando a confusão para fazer um talho no braço do manticore e dar um empurrão em um dos homens armados enquanto corria, se separou do resto do grupo, indo para o outro lado.

— Peguem os garotos – Bradava o monstro, enquanto o grupo de perseguidores se reuniam e corriam atrás dos semi-deuses. O garoto os seguiu sorrateiramente, pronto para atacar ou defender-se quando precisasse, até que viu uma ligação de íris no ar, Percy falava com alguém chamado “Sr. D”.

Logo, o garoto percebeu que estavam todos encurralados pelos perseguidores, apenas ele estava livre, isso é, até aquele momento bizarro onde tudo ficou púrpura e um cheiro de vinho se espalhou pelo ar, guardas dançando, a realidade parecia estar pirando, o manticore estava envolto em vinhas e uvas.

— Dionísio é poderoso – A voz do titã voltou a falar – É um deus, claro, contra monstros de classe mais baixa e contra humanos, é tudo uma brincadeira.

Ernest suspirou e se aproximou logo que a ligação se dissolveu, guardando a faca em uma bainha de couro que deixava pendurada no cinto:

— Para onde agora? Sabemos sobre o monstro, mas... Creio que não seja essa a sua missão, certo?

Zoe parecia atordoada, olhava para a ponte Golden Gate ao longe... Não, para mais longe: Monte Tam.

— Casa... – Disse ela – Para casa.

*Comentários do registro*

— Ok, acho que podemos pular um pouquinho da história, fiquei do lado de fora da casa dos pais de Annabeth vigiando para que não houvessem surpresas desagradáveis e confesso que fiquei com um pouco de inveja enquanto Zoe dirigia o conversível amarelo do Sr. Chase, mas tudo bem, não era exatamente a prioridade do momento dirigir um conversível...

*Narrativa*

Tudo o que Ernest teve tempo de fazer foi pular do carro, estava observando os arredores antes de um raio explodi-lo como a maior granada amarela do mundo, a sorte foi o grito de alerta que alguma das meninas deu. Após se levantar, correu para junto dos amigos que estavam aos pés do portão que dava entrada para o jardim.

— Como chegaste até aqui? – Zoe olhava para o semi-deus que acabara de juntar-se a eles.

— Andando, ué... Só segui até aqui.

— Mas a névoa... – A caçadora parecia não acreditar na resposta do garoto.

Logo as irmãs de Zoe se aproximaram, houve toda aquela ameaça de morte em família, até que finalmente Zoe levantou a voz e chamou pelo dragão, o que fez as outras hespérides correrem e se dispersarem. No momento em que Zoe se aproximava da árvore, os semi-deuses entraram e seguiram pelo belo jardim, Ernest ficou por último, dando cobertura e mantendo um olho na caçadora, para o caso de ela não dar conta do dragão. Foi o que aconteceu, o garoto pode ver tudo: O momento onde Zoe se aproximou demais, Ládon avançando, as esquivas de Zoe, até a mordida repleta de veneno.

Apesar de tudo, a caçadora escapou e todos correram atrás da mesma, seguindo montanha acima até chegar às ruínas do monte Otris.

— Eu posso ajudar com essa feriada, deixe-me ver – O garoto sussurrou para Zoe.

— Não é nada, preocupa-te com o que está por vir.

— Eu sei que está envenenada, não banque a durona.

— Cala-te, os outros vão ouvir.

Todos seguiram em frente, Ernest desistiu de insistir com a caçadora, até que esqueceu todas as demais preocupações, a imagem a seguir era perturbadora: Artêmis segurava o céu.

— Ah, excelente, meu general já iniciou seus trabalhos – Saturno parecia satisfeito ao falar na consciência do jovem semi-deus.

O garoto por sua vez, ficava cada vez mais atônito: De todos os titãs, depois de Saturno, Atlas era o mais perigoso, isso podia ser muito ruim para todos, porém, aparentemente nenhum dos outros semi-deuses pensou nisso, simplesmente foram socorrer Artêmis, que tentava alertá-los sobre a armadilha que se seguiria. Logo Atlas, seis víboras carregando um sarcófago de ouro e Luke apareceram, este último com a espada no pescoço de Annabeth.

O braço direito de Ernest parecia ter recebido uma corrente elétrica, o garoto olhava para o caixão de ouro fixamente, como se tivesse esquecido tudo que acontecia ao redor, apenas um pensamento atravessava sua mente, calando a voz de Saturno – “O caixão, preciso destruir o caixão” – Porém, o jovem sabia que não podia se precipitar, esperou pacientemente as trocas de palavras ocorrerem e, quando finalmente houve um acordo geral, atacou: Enquanto Thalia foi para cima de Luke, Percy e Zoe se decidiram por Atlas, restando as víboras para o garoto cuidar.

Em uma velocidade alucinante, Ernest apareceu no meio das víboras que haviam se dispersado ao verem o escudo de Thalia, acertando duas na altura do abdome com sua faca, não foram golpes mortais, porém o susto deu a oportunidade para que o jovem apunhalasse cada uma rapidamente, seguindo para a próxima, de forma que em poucos segundos haviam mais montes de pó do que víboras. Claro que a sorte não poderia ficar para sempre do lado do semi-deus, logo as duas víboras restantes se deram conta do que estava ocorrendo e se posicionaram contra Ernest, cada qual com uma espada.

“Certo, é você contra dois monstros, o resto está ocupado com outros heróis” – Pensou o garoto, mudando a forma com que segurava a faca, agora a lâmina se encontrava quase que paralela ao antebraço do jovem, lembrava o modo de segurar uma tonfa. Mais uma vez apertou os olhos para tentar ver os detalhes ao seu redor, enquanto as duas víboras partiam para ataca-lo, percebeu que as ilusões da névoa começavam a se tornar reais, Otris deixava de ser ruínas, portanto, não haviam tantos lugares para correr. A primeira víbora tentou uma estocada na altura do peito do rapaz, que girou o corpo e aparou o golpe com a lâmina da faca, saltando para o lado, de forma a aumentar a distância entre o primeiro monstro e ele próprio, porém, o segundo já vinha em sua direção para tentar um corte de cima para baixo da diagonal, dessa vez rolou para a esquerda, dando de ombro com uma das paredes.

— Droga – O rapaz se sentiu ridículo ao errar uma manobra dessas, levantando-se logo – Da próxima vez é perigoso eu me apunhalar e poupar o trabalho desses caras...

Dito isso, viu-se encurralado, com as costas em uma parede e duas víboras tampando o caminho, respirou fundo e pensou:

“Isso é exatamente o que você queria, não é? ” – Podia jurar que ouvia a risada do senhor dos titãs em sua mente.

— Bom, no fim das contas, é, algo assim – Saturno concordou satisfeito, o que fez o sangue de Ernest fervilhar de raiva.

Uma ideia transpassou a mente do rapaz, parecia irreal que pudesse dar certo, mas... Por que não? Encarou as duas mulheres cobra e se concentrou, não podia errar, logo começou a perceber alguns detalhes diferentes, como quando observava Nereu: Ondas de energia e a própria essência dos monstros, parecia que uma fuligem se espalhava e emanava do corpo de cada um. Então, com um rápido movimento, atirou sua faca na direção da primeira víbora, que estava à sua direita, a distância era tão curta e o movimento tão surpreendente que não deu tempo de tentar um desvio, o resultado fui uma pilha de pó com a faca de bronze celestial perdida no meio. A segunda (e última) víbora atacou, Ernest não sabia dizer se ela estava com raiva, assustada, receosa... Talvez um pouco de cada, mas o ataque veio totalmente descoordenado e, enxergando os fluxos de energia no corpo do monstro, parecia pateticamente fácil contra-atacar.

O monstro tentou um corte de baixo para cima, em direção ao queixo do garoto, que apenas deu um passo para a esquerda, deixando a víbora acertar a lâmina na parede da fortaleza que estava se materializando, o resultado foi que a lâmina ricocheteou com o impacto e desequilibrou a mulher cobra, o que deu chance para o garoto acertar um soco no melhor estilo Rocky Balboa na têmpora direita do monstro, o mandando para o chão. Logo, pulando sobre o monte de pó da víbora anterior, Ernest pegou sua faca de volta e apenas apunhalou o monstro ainda atordoado na altura do estômago, transformando-o em pó.

Agora só restavam dois inimigos, Luke e Atlas, que aparentemente davam muito trabalho para os outros semi-deuses.


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Notas finais do capítulo

Bom? Ruim? Deixem as opiniões, sempre podemos melhorar a história!



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