Herói Anônimo escrita por Kevlaf


Capítulo 25
Defensiva: Os filhos de Atena


Notas iniciais do capítulo

Vai ser difícil manter os posts com regularidade, então estou aproveitando o pouco tempo que sobra pra manter a história. Espero que estejam curtindo, tento mudar o mínimo possível da linha do tempo original, como podem ter percebido em alguns pontos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719912/chapter/25

Capítulo 25

*Narrativa*

“Atacou nossos pontos vulneráveis, como se os conhecesse”

Essas foram as primeiras palavras que Ernest ouviu ao entrar no recinto onde Percy, Grover e Thalia conversavam, também foram suficientes para fazer sua pressão cair novamente.

— Ei rapaz, vá com calma! – Thalia segurou o braço do jovem, que começava a cambalear.

— Obrigado, estou bem – O filho de Atena se recompôs, ainda pálido – Prossiga.

— É como se tivessem informações confidenciais – Percy cruzou os braços, inquieto – O espião.

— Que espião? – A filha de Zeus ergue a sobrancelha.

Percy explicou os últimos acontecimentos envolvendo a morte de Beckendorf, o que apenas irritou o filho de Atena, odiava pensar que havia um traidor entre eles, ainda mais um que entregou todo o plano que havia elaborado.

(...)

— Como se sente? – Ernest fechava a porta do terraço – Ouvi que passou por maus bocados.

— Você também não está com uma cara das melhores – Annabeth fez uma careta de dor ao mudar sua posição para ver o irmão – O que houve?

O rapaz olhou para o antebraço enfaixado, dando de ombros.

— Um corte profundo, perdi um pouco mais de sangue do que podia...

— Idiota, ia deixar Peggy sozinha aqui?

— E você? Ia deixar Percy?

A garota corou ao ouvir a resposta do irmão, ele sabia que havia a pegado no próprio jogo, com um sorriso o rapaz sentou-se ao lado da loira, olhando o sol que iluminava a silenciosa cidade.

— Jake me entregou isso hoje, o que acha? – O mestiço desembainhou a espada, já com o nome gravado em sua lateral.

Stapium?— A jovem apertou os olhos para ler.

Spatium— Corrigiu o rapaz – Quer dizer ”persistência”.

— Desde quando fala latim?

— Sempre falei... É mais fácil que o grego pra mim, na verdade.

— Você é estranho.

— É a segunda pessoa que me diz isso hoje – O rapaz comentou, sorrindo em seguida.

— Bom, deve ser verdade... Temos a mesma mãe, mas eu não sou estranha.

— É convencida, isso sim.

A garota soltou um riso abafado, logo comentando.

— O metal tem uma cor bonita, não parece bronze...

— Jake disse que faltou bronze celestial, então fundiu com uma arma dourada de algum monstro, tem a mesma eficácia.

— Interessante... Não é uma arma maldita como a Mordecostas então – Refletiu a garota.

— Não... – O jovem embainhou a espada – Vou voltar pra lá, Percy foi falar com um titã que tinha uma mensagem de Cronos, já deve estar voltando.

— O que? – A loira tentou se levantar, mas ainda não tinha forças para isso.

— Relaxe, está tudo bem. Descanse.

(...)

— Ernie, qual a situação? – Annabeth parou ao lado do irmão que olhava através um binóculo, monitorando o parque.

— Ainda não temos sinal visual deles.

— Alguma ideia para a batalha?

— Se o exército é grande, precisamos reduzi-lo de alguma forma, talvez possamos obrigá-los a contornar o reservatório – O jovem coçou a barba – De qualquer forma teríamos menos monstros por área, seria mais fácil de lutar.

— Podemos colocar armadilhas de fogo grego pra ajudar – Jake Manson já fazia sinal para um de seus irmão buscarem os explosivos.

— Certo, vamos passar algumas cordas para impedir o avanço dos gigantes – Annabeth completou.

— Irei espalhar as Caçadoras, vamos fazer uma linha para diminuir o avanço deles sem contato direto – Thalia propôs.

— Ótimo, vou dar as orientações para os espíritos da natureza! – Grover saiu correndo, meio desajeitado.

— Solace! – O filho de Atena acenou para o arqueiro, chamando-o – Diga ao restante dos filhos de Apolo para fazerem uma segunda linha de arqueiros, cubram as Caçadoras. E fique de olho na Peggy por mim – Essa última parte foi dita em voz baixa, de modo que apenas Will o ouvisse.

O rapaz assentiu e afastou-se, chamando seus irmãos e seguindo as Caçadoras.

— Vamos irmãozinho, temos uma batalha a travar – Annabeth apontou para o lado direito.

— Você sabe que sou o mais velho, não é? – O jovem deu soco no braço de Percy enquanto passava – Cuide-se bro, vamos precisar de você mais tarde.

— Você também – Percy não pôde evitar um sorriso enquanto o amigo se misturava aos outros filhos de Atena.

(...)

— É impressão minha ou está tudo tremendo? – Malcom levantou-se, nervoso.

— Não é impressão sua – Ernest manteve-se deitado sob a sombra de uma árvore – Eles devem estar chegando.

— E você vai ficar aí?

— Está agradável... E eles estão chegando, não estão aqui ainda.

— Você é louco...

— Um pouco – Sorriu o mestiço.

Os tremores iam aumentando, até finalmente ouvirem as explosões das armadilhas que o chalé de Hefesto havia preparado.

— Vão! – Annabeth deu o comando para seu chalé, que estava à direita do reservatório.

— Ganchos! – Gritou Ernest, torcendo para que a ideia funcionasse – Temos que derrubar esses gigantes!

Como se tivessem ensaiado, os campistas começaram a lançar ganchos com cabos nas pernas dos gigantes, fazendo com que eles caíssem e atrasassem o exército de Cronos. Dracaenas evaporavam com a saraivada de flechas lançadas pelas caçadoras e, consideravelmente, o ritmo de avanço do exército ia diminuindo.

— Bom, vamos! – O jovem desembainhou a espada nova, contemplando por um momento a lâmina levemente curvada que brilhava com um brilho sobrenatural – Cuidado com as flechas!

E assim os semideuses avançaram, o mestiço nunca havia segurado uma espada como aquela, parecia uma extensão de seu corpo: O tamanho ideal, não muito leve, mas não era pesada de forma a deixa-lo mais lento, monstros eram desintegrados em tempo recorde com o novo alcance do rapaz.

— Ei, vá devagar! – Annabeth alertou o garoto, que já se animava com o progresso obtido.

— Não se preocupe, isso está quase divertido!

— Não esqueça que você não tem sangue pra perder, se for ferido vou te mandar direto pro Empire State ficar de guarda!

O jovem revirou os olhos e verificou a batalha ao seu redor: Os monstros não paravam de chegar, Percy lutava com um titã no reservatório e flechas voavam persistentemente sobre suas cabeças.

— Imagino que eles não irão querer vir pelo alto – Malcom tentou parecer otimista, porém um gigante pulou sobre seus irmãos e avançou sobre os garotos.

— Você tinha que falar, não é? – Ernest rolou para o lado, saindo do alcance dos pés do gigantes, ao mesmo tempo em que arremessava um gancho para tentar fazer o monstro tropeçar. O plano quase deu certo, porém a força do gigante acabou por derrubar a árvore, quase esmagando alguns espíritos da natureza que estavam ajudando.

— Annie! – O rapaz gritou, esperando que a irmã entendesse o recado.

A loira piscou, um brilho nos olhos cinzentos pareceu reluzir no momento em que correu para cortar o cabo com sua faca de bronze, impedindo que a árvore fosse arrastada e  ferisse o resto da resistência do Olimpo.

— Precisamos parar o grandão ali – A garota ofegou – Vocês dão conta?

O mestiço olhou para o irmão, que assentiu em resposta.

— Vamos lá!

Ambos correram atrás do monstro, que já estava se engalfinhando com a grama e ervas daninhas que cresciam graças à música dos sátiros, enquanto Ernest passava para a frente, Malcom preparou a espada para golpear as pernas por trás, de forma a impedir a movimentação do monstro.

— Ei! – Berrou o mais velho – Não te falaram que tamanho não é documento?

O gigante levantou os olhos e, juntamente com eles, um grande porrete, desferindo um golpe no lugar onde Ernest estava. O garoto, por sua vez, apenas correu para frente, ficando sua espada no estômago no gigante antes que o mesmo completasse seu golpe, arrancando um grito do monstro, alto o suficiente para ser escutado pelos mortais que dormiam ali por perto.

Aproveitando a brecha, Malcom golpeou as pernas do gigante na altura das panturrilhas e das articulações do joelho, fazendo com que o monstro caísse sem mobilidade, ficando ajoelhado enquanto o outro semideus retirava a espada de seu estômago. Confinante, Malcom andou até a frente, onde estava seu irmão e comentou:

— Tamanho não é documento? Isso foi o melhor que pôde pensar?

— Ei, não me julgue, eu precisava chamar a atenção dele... Até pensei em só gritar, mas acho que não seria tão efetivo.

— Seria menos ridículo.

— Cale a boca, infeliz.

— O que faremos agora?

Em resposta, com um movimento rápido Ernest saltou e cravou sua espada no meio do peito do gigante, que já bastante machucado e envolto pela magia da natureza com seus galhos e ervas daninhas, apenas virou pó.

— Bom o suficiente?

— Por mim, claro.

Os dois resolveram voltar para onde estava ocorrendo a batalha, porém não avançaram muitos metros ao verem que o exército estava se retirando.

— Posso fazer uma pergunta, agora que paramos por um momento? – Malcom olhou para o irmão.

— Bom, pode fazer, mas não prometo responder...

— Certo... – Ernest embainhou a espada – Por que você não usa armadura como todos nós? Sofreria menos danos... Talvez até tivesse evitado os cortes que a górgona fez em seu braço...

— Bem...

— Eu até entendo você não usar um escudo – Interrompeu o mais novo – Mas a armadura...

— Na verdade é uma coisa bem simples – Refletiu Ernest – É só uma questão de...

RIIII! – Uma porca voadora interrompeu o rapaz antes que sequer iniciasse sua explicação.

— Uma porca, procurem abrigo! – Foi o grito de Annabeth que fez os garotos se moverem antes de realmente perceberem o que estava acontecendo: Uma porca louca pisoteando tudo e arrotando gás tóxico.

— A porca Camoniana, aterrorizava cidades gregas nos tempos antigos – Explicou a loira.

— Vou tentar adivinhas: Hércules a derrotou – Percy arriscou.

— Não... Não se tem notícia de que ela tenha sido derrotada alguma vez – Replicou a garota.

— Perfeito – Murmurou Percy.

*Comentários do registro*

— Bom, acho que esse é um ponto bom para conselhos. Eu não vivi exatamente isso, então não posso dizer com certeza, mas com base em experiências observacionais vou recomendar: Se for andar agarrado em cordas presas em porcas voadoras, use um capacete, mas se tiver opção, não ande. Quase fiquei tonto de ver Percy guinando e sendo arrastado por aquele monstro, mas depois que ele sumiu mais para o meio da cidade só pude ver quando ele subiu com Blackjack.

— Durante esse meio tempo houveram mais umas batalhas, até que fomos obrigados a recuar para perto do Empire State graças à um bendito hiperbóreo, Percy chegou e ajudou a finalizar o gigante do norte... A hora seguinte foi de batalhas e mais batalhas, muitos semideuses sumiram, morreram, sei lá... Amigos e inimigos. Em determinado ponto estávamos praticamente todos protegendo a entrada para o Olimpo, até que os centauros chegaram, cara, nunca fiquem tão feliz em ver os pôneis de festa.

— De qualquer modo, acho que podemos adiantar um pouco nossa história, vamos ver... Esse evento dos centauros ocorreu no final da noite, pela manhã nos organizamos e discutimos sobre o que estava ocorrendo exatamente, a situação dos deuses e de Tifão, depois Thalia foi instalar umas armadilhas com Quíron e eu fui ver como o resto do pessoal estava, fui procurar por Peggy. Sim, ela ainda estava viva, era dura na queda quando necessário, mas teve que trabalhar muito para cuidar dos feridos do último dia. Felizmente eu não estava entre eles dessa vez.

— Ah, também tivemos o resgate de Rachel, um belo espetáculo orquestrado por Percy e Annie... Mas tenho um ponto melhor para relembrar: O momento em que o sol foi obstruído pelo drakon. Vamos retomar daqui.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Opiniões? Sugestões? Comentem o que quiserem, sempre serão bem-vindos!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Herói Anônimo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.