Entrando em casa Luna largou a lenha em um canto para tira suas botas sujas de lama em seguida pegando a lenha e se dirigindo para a sala, onde sua mãe estava cochilando na poltrona, enquanto as brasas morriam na lareira.  Soltou a lenha sobre o cesto, com o barulho acabou acordando sua mãe e se amaldiçoando pelo ato, mas continua o sua tarefa colocando alguns pedaços de lenha sobre a brasa da lareira. Luna foi até sua mãe e sentou aos pés da mãe.

—Como está, filha? – perguntou sua mãe, se ajeitando na poltrona para lhe fazer um carinho nos cabelos.

— Estou bem, mãe – mentiu, suspirou profundamente tentando ignorar as dores na barriga. Olhou para o relógio que indicava dez e meia da noite, notou que já estava tarde e que já era para Alan e seu pai estarem em casa. Levantou, olhou para mãe que estava atentar as notícias da rádio local, então falou. - Gostaria de um chocolate quente, mãe?- perguntou, logo indo em direção à cozinha.

— Seria bom. - ela respondeu.

Depois de encher a chaleira com leite, ela a colocou sobre o fogão. Deixando a chaleira no fogão, Luna voltou à sala de estar e sentou-se sobre o tapete perto da lareira.

—Ainda está sem fome?- perguntou sua mãe, novamente preocupada.

 Ela assentiu com a cabeça um pouco triste por saber que sua mãe passou horas preparando sua comida favorita. – Desculpa mãe.

—Não precisa pedir desculpas, meu anjo. –Disse sua mãe. – Eu sei como fica quando está preocupada. Ela a observou atentamente. – venham cá.

Luna se levantou e sentou novamente aos pés da mãe.

Luna andava preocupada com os recentes acontecimentos na fazenda. Durante o dia tenta descobrir o que seus pais conversavam sobre ela , mas sua mãe sempre desviava dos seus questionamentos entrando em outros assuntos. Sua mãe deixava claro que não era nada de mais e ela não tinha feito nada de errado. Ela preferia ficar em silêncio ao contar uma mentira pros seus filhos.

Luan saiu dos seus devaneios pelos pingos grossos da chuva que batiam na janela, que parecia que a qualquer momento o vidro ia se estilhaçar.  Ela sentiu sua pele queimar como se estivesse dentro de uma fornalha, sua respiração acelerou, o café da manhã ameaçava ir para fora. Tudo ao seu redor estava perdendo o foco, mas ela tentou manter seu foco na lua branca. Sua mente gritava ‘’mantenha o foco na lua, mantenha o foco na lua’’. Luna se levantou com suas pernas bambas e andou até a janela, ela agarrou-se a cortina com a mão tremular e levou seu olhar a lua que se destacava entre as nuvens negras lá fora.

Seu corpo se acalmou aos poucos, as dores foram parando rapidamente da mesma forma que apareceu. A pele febril se esfriava, a enfermidade passou.  Ela se virou para olhar sua mãe que estava distraída  na cozinha preparando  as bebidas, enquanto isso Luna se arrastou até a poltrona e sentou-se. Sua mãe veio em sua direção com uma xícara de chocolate quente e lhe entrou a observando com atenção quando pegava e então perguntou – Está tudo bem, filha?

—Não- respondeu- Me sinto mal. Acho que é porque estou preocupada com o papai e Alan na estrada nesse temporal.

Sua mãe mordeu os lábios e ergueu sua mãe acaricio seus cabelos que agora estavão úmidos.

—Mamãe. –falou Luna, olhando nos olhos de sua mãe. –o que está acontecendo comigo?

Sua mãe desviou o olhar e respondeu – Nada, meu anjo. Não está acontecendo nada. –Seu olhar parecia triste e distante, Luna notou enquanto há olhava e franzia a sobrancelha.

—Então olhe para mim mãe, sei que está escondendo algo de mim- falou, enquanto sua mãe estava inquieta na sua frente. –Não negue, não ouse mentir para mim. Eu vi você e o Papai conversando. Tem algo que vocês nunca me contaram.

Ela ficou surpresa em ver lágrimas escorrerem pelo rosto de sua mãe enquanto ela questionava sua mãe sobre o assunto.

—Oh Luna, eu lhe contarei tudo, já está na hora de você sabe a verdade. - falou sua mãe segurando suas mãos firmes e olhando em seus olhos. - Meu amor, me escute com atenção está bem. – Luna apenas assentiu com a cabeça sem entende porque sua mãe parecia tão nervosa, será que ela tinha feito algo errado ou que seu pai e seu irmão estavam doentes ou até sua própria mãe. Luna negou coma à cabeça espantando esses pensamentos, ela nem queria imaginar que poderia perde seus pais ou irmão.

—Luna, você é uma Were...-antes que sua mãe pudesse completara frase o vidro da pequena janela se estilhaçaram-se  no chão com a força dos ventos incomum. A tempestade voltou com tudo. Enquanto as cortinas dançavam num ritmo agitado com a força do vento.