Zombie apocalypse - You need to survive escrita por Gabii Amorim


Capítulo 16
A gangue de capuz


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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#Scarlett Anders

 

"O medo tem alguma utilidade, mas a covardia não."                     {Mahatma Gandhi}

 

Comecei a recuar, mas minhas costas tocaram a parede do mercado rápido de mais. Não havia saída. Os zumbis me cercaram, dois deles me seguraram pelos braços e tentavam me arrastar para a multidão. Murmurei um inaudível: Desculpe! Para as minhas lembranças e meus desejos e fechei os olhos me entregando, de braços abertos à morte. Eu estava decidida a aceita-la como a uma amiga.

— Matem todos - Gritou uma voz masculina, desconhecida - Esperem, tem alguém ali, cuidado para não acertá-lo. - Completou.

Barulhos de tiros ecoaram por todos os lados, pouco a pouco os zumbis iam caindo no chão e o sangue ia formando uma grande poça. Aquilo me trouxe de volta a esperança que havia se esvaído de dentro de mim minutos atrás. Me soltei dos braços de um dos zumbis e chutei o joelho do outro. Me abaixei e peguei o machado que eu havia deixado cair, em seguida, me levantei dando um giro com o machado a frente e derrubando os dois zumbis que haviam me segurado, de uma só vez. Enfiei o machado na cabeça de cada um antes que pudessem saber quem os atingiu.

Os outros zumbis a frente estavam, em sua maioria, virados para os meus salvadores. Os outros 4 que continuavam firmes em minha direção, estavam com sua vida contada. Segurei o machado com as duas mãos para dar impulso, enfiei no pescoço de um infectado, - que caiu inerte - me virei cortando os braços de outro em pleno ato, decepei sua cabeça fora. Empurrei os joelhos de outro, próximo de mais para o meu gosto. Ele caiu, esmaguei sua cabeça com o cabo do machado. O zumbi que sobrou caiu imóvel ao meu lado sem que eu sequer tocasse ele.

Olhei adiante, 6 pessoas completamente cobertas por capuz negros estavam na frente de um carro preto. Três das pessoas seguravam armas de fogo, - duas .38 e uma glock - outro segurava com as duas mãos uma katana de cabo branco encardido, o outro segurava, também com as duas mãos, uma grande besta preta e o último, uma machete comum.
A terceira pessoa, da esquerda para a direita, tirou o capuz. À luz da lua, seu rosto estava fantasmagórico e assustador, não consegui identifica-lo, e quando este falou, sua voz soou autoritária e cheia de poder.

— Largue seu machado no chão e aproxime-se de mãos erguidas.

Pensei em correr, aquela voz, fria e desconhecida, chegava a provocar calafrios em todo o meu corpo. Nem mesmo os zumbis me faziam sentir tão impotente. Continuei parada, cogitei em recarregar a bereta e provocar uma distração para que eu pudesse fugir, mas me lembrando de como aquele grupo acabara de matar dezenas de zumbis em menos de 10 minutos, percebi que eu não tinha a menor chance.

— Rápido! - Gritou a voz.

Suspirei. Larguei o machado no chão e comecei a andar, meu coração palpitava tentando pular fora daquela situação. Minhas mãos tremiam, sobrevivera a uma orla de zumbis para ser morta por uma gangue de pessoas encapuzadas? Minhas pernas estavam fracas e trémulas e pareciam querer ceder a qualquer momento, e então...

— Scarlett? - Chamou uma das pessoas de capuz. Sua voz soou esperançosa, eu conhecia aquela voz, tinha certeza.

— Mãe? - Me coração se encheu de esperança. A quinta pessoa, da esquerda para a direita, tirou o capuz.

Longos cabelos, lisos e ruivos pularam para fora das vestes negras.

— Scarlett, é você? - Chamou uma outra voz, também conhecida, à esquerda da mulher de cabelos ruivos.

Outro capuz foi retirado. À luz da lua, vi dois rostos conhecidos se materializarem. Um homem alto, de cabelos castanhos quase ruivos e olhos azuis saiu debaixo do capuz.

— Pai!

Corri na direção dos dois, não conseguia conter minha felicidade. Começara a pensar que sair perambulando a noite não fora, então, uma ideia tão ruim. Se eu não tivesse vindo, não teríamos nos reencontrado. Minha mãe e meu pai me abraçaram ao mesmo tempo, meus olhos começaram a lacrimejar.

— Você está bem? - Perguntou minha mãe quando nos afastamos, segurando meu rosto com as duas mãos e me examinando.

— Estou sim! E vocês?

— Estamos ótimos, apenas cansados. - Respondeu meu pai - Você está sozinha?

— Ah, não. Eu estava de guarda e pensei que poderia pegar alguns suprimentos no mercado sozinha... Bem, digamos que não foi uma boa ideia, se vocês não tivessem aparecido... - Falei envergonhada.

— É, realmente foi uma ideia estúpida - Disse uma outra voz conhecida à direita. Piter tirou seu capuz. O rosto de meu irmão se materializou. Ele estava extremamente diferente de quando eu o vira. Estava magro, seus cabelos castanhos estavam grandes e mal cortados. - Olá Scarlett!

Meu irmão e eu não éramos muito próximos. Havíamos nos desentendidos a anos e logo depois, ele viera morar aqui em São Francisco para cursar uma faculdade estranha.

— Olá Piter! - Cumprimentei-o com um tom de voz exageradamente formal.

— Han, quem são as outras pessoas? - Perguntei ao meu pai, num sussurro.

— Ah - Disse ele - Gente, esta é minha filha, podem tirar o capuz.

Todos os outros três componentes do grupo retiraram seus capuzes. O primeiro segurava a besta preta. Este se mostrou um homem forte, de queixo bem marcado e barba por fazer. Seus olhos eram de um tom preto-acinzentado. Seus cabelos, castanhos e lisos estavam grandes e mal cortados. Abaixo de seus olhos, olheiras fundas e arroxeadas demarcavam sua face como se tivesse passado meses sem dormir corretamente. Ele trajava roupas sujas e rasgadas. Calça marrom, blusa regata encardida e um colete jeans. Ele mantinha uma expressão desconfiada e assassina.

Ao seu lado, uma mulher de pele negra e cabelos de dreads ia guardando uma enorme katana em sua bainha nas suas costas. Seus olhos eram negros e seus lábios carnudos. Ela trajava calça de brim preta, blusa regata lilás e colete de couro. Sua expressão também era dura, mas ela não passava toda aquela aura assassina, como o outro.

Ao lado da mulher de dreads, estava o homem que falara com tanta autoridade minutos antes. Ele era alto, seus cabelos ondulados e castanhos estavam mal penteados para trás. Seus olhos azuis me fitavam como se analisasse minha alma, ele inalava autoridade.

— Sou Scarlett Anders - Falei para os desconhecidos.

A mulher foi a primeira a se pronunciar.

— Michonne - Disse ela.

O cara ao seu lado direito se apresentou.

— Rick Grimes, você lutou bem - Disse ele com a mesma expressão de analise.

— Hum... Obrigada!

Esperei que o cara da besta se apresentasse também, mas ele não fez isso. Aparentemente era muito "anti-pessoas" para tal atitude. Então, voltei-me para o meu pai.

— Estão cansados? Encontramos um lugar parcialmente seguro, não é grande, mas acho que da para todos nós passarmos a noite, falo com os outros que já descansaram um pouco para cederem suas camas.

— Outros? - Perguntou meu pai - Quem mais está com você?

— Ah, vocês verão. São gente boa! - Falei.

Os guiei de volta a casa, levando comigo a cesta de suprimentos. Matamos sem dificuldade 3 zumbis que apareceram em nosso caminho. Chegamos na casa sem maior problemas. Todos se acomodaram no sofá, fui até os quartos onde todos dormiam em paz. "Eu peguei suprimento, quase morri, me reencontrei com meus pais e meu irmão e vocês ainda estão dormindo"— Pensei.

Entrei no quarto onde Ruby, Chrystal e Vênus se acomodaram em uma só beliche. O sol já nascera e adentrava a janela, mostrando a imensa quantidade de poeira que voava a todo lugar.

— Meninas, acordem, temos mais gente para descansar. - Anunciei.

As garotas se mexeram na cama e depois de algumas sacudidas, finalmente acordaram e se sentaram em suas camas esfregando os olhos, perguntando onde estavam e que horas eram.

— Quem está querendo descansar? - Perguntou Chrystal ainda esfregando os olhos cheios de remelas.

— Meus pais, meu irmão e outras pessoas que conheço tanto quanto vocês.

— Seus pais? Como os encontrou? - Perguntou Ruby se pondo de pé de um salto.

— Ah, longa história! - Respondi, sabia que Ruby me daria uma baita de uma bronca por querer sair andando no meio da noite. - Vão para a sala quando estiverem prontas. Vou acordar os garotos.

Me dirigi ao segundo quarto. Não havia cama, apenas dois colchões mofados, os meninos se agruparam lá mesmo assim. A cena poderia ser cômica. Três garotos, em dois colchões pequenos e murchos. Nefarius e Frederick estavam dividindo o mesmo colchão... Bom, não necessariamente. Nef estava com a cabeça no colchão, muito próxima ao dedo do pé de Frederick e o restante de seu corpo se estendia pelo chão puro. Jeff, com todos aqueles músculos, ocupava um colchão sozinho, mas metade de sua perna esquerda estava no chão e ele dormia de bruços com pernas e boca aberta. Tive a leve impressão de ver o travesseiro um pouco molhado em torno de sua boca. Abafei o riso. Não fui tão delicada ao acordar os garotos quanto fora com as meninas.

— Hey, garotos, levantem! Cedam seus colchões extremamente confortáveis para outros.

Fredderick se sentou tão rápido que bateu o pé no nariz de Nefarius. Este, se sentou em seguida gritando palavrões e segurando o nariz que começava a sangrar. Jeff se sentou no colchão e bateu a cabeça na parede. Comecei a rir tanto que o ar me faltava, enquanto os meninos, aturdidos, tentavam entender o que estava acontecendo, eu me curvava de tanto rir.

Finalmente, minha crise de riso passou e os meninos pararam de se baterem nas coisas.

— O que está acontecendo? Você está bem Lett? - Perguntou Jeff preocupado.

Nefarius, que segurava o nariz sangrando o lançou um rabo-de-olho carrancudo.

— Tudo bem. Só que, tem outras pessoas que querem descansar. Vão para a sala. - Me virei para Nef - Você, vem comigo, precisamos limpar isso.

Ele me acompanhou sem reclamar e os outros ficaram arrumando suas coisas. Eu e Nefarius fomos ao banheiro, ele tirou a mão do nariz e eu pus-me a examinar.

— Não está quebrado - Falei - Encoste aqui.

Molhei uma toalha na pia e limpei seu nariz.

— Coloca gelo depois, ou vai enchar.

— Ok - Falou ele. - Ah, sobre ontem... Hoje... Ontem mesmo - Ele se atrapalhou - Não é um bom lugar para isso mas... Você... Você quer namorar comigo?

Eu abri um largo sorriso.

— Você realmente acha que é preciso perguntar isso? - Passei as mãos por sua nuca e o beijei.

Ruby entrou no banheiro coçando o olhou e parou na porta, imóvel. Então começou a gaguejar quando eu e Nef olhamos para ela.

— E-eu... Ah... E-eu n-não sa-sabia...

— Tudo bem, estávamos indo para a sala, você vem? - Falei sorrindo.

— S-sim.

Eu, Nef e Ruby fomos para a sala. Ruby estava vermelha de vergonha.

Encontrei todos amontoados na sala pequena, os meninos em pé, o grupo recém chegado sentado no sofá. Todos conversavam.

— Quando quiserem, os quartos estão liberados - Falei - Fiquem a vontade.

Todos assentiram.


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Notas finais do capítulo

Salva pela gangue ein? kkk
Então gente, vocês já tem personagens preferidos? Me digam nos comentários.
Estou adorando a fic, e vocês?
*Próximo capítulo: Sexta-feira - 10/02/2017*
Não deixem de conferir!



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