Zombie apocalypse - You need to survive escrita por Gabii Amorim


Capítulo 11
Aurora King


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719886/chapter/11

#Ruby Leens

 

" Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. " {Platão} 

 

Arrastamos Lett de volta para o carro em estado de transe; Não sabia o que exatamente tinha acontecido, mas sabia que não era a hora certa para perguntar. A ajudamos para que ela pudesse se deitar nos bancos de trás, Jeff se sentou no banco passageiro e eu comecei a dirigir, seguindo as instruções que o garoto segurando e examinando atentamente um grande mapa, me dava.

Meus pensamentos, porém, estavam longe. Pensei em meus pais que resolveram passar a semana na nossa casa de praia. Imaginei que estivessem seguros, afinal, li que lugares afastados era onde todos deveria se esconder. Talvez eles nem sequer soubessem da existência dos infectados.

Olhei pelo retrovisor e vi alguns infectados saindo da floresta em volta da estrada e se aglomerando atrás de nós. O carro passava veloz e os deixava para trás facilmente.

O sol já estava se pondo no oriente e a noite ia caindo mais rápido que o desejado. Olhei para o relógio no visor do carro, já se passavam das 17:55; me assustei. Como o tempo passara tão rápido?

Jeff seguiu minha linha de visão e também se assustou com a hora, sua boca se abriu num perfeito "O".

— Temos de arranjar um lugar para passarmos a noite. - Disse ele.

— Ok, vou parar na primeira casa que encontrarmos.

Isso não demorou muito, após mais ou menos 15 minutos, uma pequena casinha de madeira surgiu à minha direita. Estacionei o corola preto no acostamento ao lado da pequena casinha. Scarlett se sentou assim que viu que o carro havia parado.

— O que aconteceu? - Disse ela passando a mão por seus longos cabelos ruivos como fogo.

— Encontramos uma casa para passar a noite - Falei.

— Ah, ok.

Pegamos cada um uma mochila e descemos do carro empunhando nossas armas brancas. A casa era pequena e frágil construída sobre um terreno tortuoso e coberto por pedregulhos. Do lado esquerdo da casa havia uma horta que aos poucos morria sem seu devido cuidado. Mas logo atrás de cebolinhas e pés de abóboras secas, havia uma plantação de cenouras que crescia livremente, intactas e bem cuidadas.

— Olhem! - Falei apontando para as cenouras.

Me aproximei da horta, me abaixei sobre os tornozelos e toquei a terra sob as cenouras perfeitas. Estava úmida.

— Tem alguém aqui - Falei me levantando e limpando a mão na roupa. - Tomem cuidado.

Todos erguemos nossas armas, empurramos a porta de madeira que rangeu escandalosamente e entramos na casa penosamente.

A casa estava limpa e de um cômodo um pouco adiante, uma luz emanava. A sala em que estávamos era pequena e aconchegante. Havia um sofá grande e duas poltronas acolchoadas cor cáqui, no meio havia uma mesinha de madeira sobre um tapete grande e uma estante de livros, perfeitamente lustrada guardava livros de diversas cores e tamanhos, além de fotografias de uma família feliz.

Nos dirigimos, então, para o aposento de onde vinha a luz. Assim que chegamos lá, percebemos que estávamos na cozinha da casa. Uma cozinha pequena e quente com cerâmica branca cuidadosamente limpa no chão e tintura branco-gelo nas paredes. No centro da cozinha havia uma mesinha de mármore rodeada por 4 cadeiras e um jarro de flores - que eu desconhecia - estava pousado sobre a mesa.

Um vapor pairava sobre nós e um cheiro muito bom adentrava minhas narinas. Uma panela borbulhante estava sobre o fogão branco e limpo, e enfrente à pia havia uma senhora cortando legumes. Ela parecia à vontade e eu arriscava dizer que ela sabia de nossa presença. Ela largou a faca sobre a tábua de madeira que abrigava diversos pedaços de legumes e verduras cortadas e se virou para nós sorrindo.

— Ah, olá queridos! - Disse ela com meiguice, como se já nos esperasse.

Nenhum de nós ousou responder. Nos entreolhamos. Me perguntei se aquela senhora era confiável. Sua aparência fazia parecer que ela era apenas uma doce velhinha vivendo sozinha. Ela era baixa e magra, sua pele era enrugada e repleta de machinhas marrons. Seus cabelos, completamente grisalhos, estavam presos num coque perfeito e seus olhos azuis pareciam sorrir. Ela trajava uma camisola rosa-bebê com pantufas combinando e um avental florido.

— Estão com fome? - Ela perguntou com sua voz doce e enérgica, se virando novamente para a pia, pegando a tábua de madeira e despejando os legumes na panela borbulhante, adicionou temperos e cubos de carne. - Estou fazendo sopa, e tenho um bolo de cenoura no forno. Vão passar a noite aqui? Tem um quarto com beliche e um colchão, não é muito confortável.

Ela se curvou para olhar o forno e eu, Jeff e Ruby aproveitamos para nos aproximamos ainda mais.

— Acham que podemos confiar nela? - Cochichei.

— Ela parece inofensiva - Sussurrou Jeff.

— É, e realmente precisamos de um lugar para passar a noite - Falou Lett também sussurrando.

— Certo, então ficamos e amanhã pela manhã continuamos o nosso percusso - Sussurrei.

— E então? - Perguntou a senhora se virando novamente para nós, segurando com uma luva de cozinha, uma forma com um bolo de um tom alaranjado que emanava um cheiro delicioso.

— Partiremos amanhã pela manhã. - Disse Lett.

A senhora sorriu. Tirou o jarro de flores de cima da mesa e o colocou sobre uma das bancadas de mármore. Abriu um armário na parede e tirou quatro pratos fundos de vidro. Por um momento achei que ela fosse se desequilibrar e derrubar todos aqueles pratos, então me adiantei até ela erguendo as mãos.

— Deixe-me ajudá-la - Falei.

— Ah, obrigada querida! Pegue os copos também, por favor - Disse ela sorrindo.

Posicionei os pratos e copos sobre a mesa enquanto a senhora posicionava a panela de sopa sobre a mesa adicionando uma concha de ferro.

— Sentem-se, sentem-se. - Disse ela apontando para as cadeiras envolta da mesa de mármore - A propósito, sou Aurora King, e vocês?

— Sou Ruby Leens - Falei.

— Scarlett Anders - Falou Lett acrescentando um sorriso ao final da frase.

— Sou Jefferson Collin - Disse Jeff.

— Ah, muito prazer.

Todos nos sentamos ao redor da mesa e Aurora pegou a concha.

— Me dê seu prato, querida - Ela disse para mim.

Ergui o prato fundo para ela e ela o encheu com a sopa. Logo em seguida, pegou os pratos dos outros dois, e os encheu também, acrescentando um pouco mais para Jeff.

— Um pouco a mais para você, tem de sustentar esses músculos meu garoto. - Falou para Jeff. Todos sorrimos.

Enchi a boca de sopa quente, queimando a lígua quase que instantaneamente. Mas não me importei, estava extremamente saborosa, os cubos de carne suculentos derretiam em minha boca com uma explosão de sabores e o caldo cuidadosamente temperado me fazia querer pedir mais antes mesmo de terminar o meu prato.

Após 20 minutos, cada um de nós já havia repetido pelo menos 2 vezes. Aurora retirou a sopa e Lett a ajudou a trocar os pratos fundos por pequenos pratinhos de sobremesa. Ela pegou o bolo de cenoura que agora pousava sobre um grande prato de vidro, e o colocou sobre a mesa no lugar onde antes, estivera a panela. Abriu a geladeira e tirou de lá duas jarras de vidro, uma com um líquido amarelado, a outra com um líquido de cor marrom, mais grosso. Pousou a jarra com o suco de laranja na mesa e em seguida despejou o líquido marrom sobre o bolo. A calda de chocolate escorreu cobrindo todo o bolo de cenoura e se acumulando no espaço do prato de vidro que não havia sido ocupado pelo bolo. Ela cortou fatias avantajadas e as colocou no prato de cada um de nós.

— Sirvam-se de suco - Disse ela.

Tomei um grande gole do suco, doce na medida certa e me servi de um pedaço de bolo; quase chorei. A massa do bolo era macia e molhadinha, a calda gelada e doce, uma combinação divina. Percebi na hora, que deixar aquela casa e aqueles dotes culinários na manhã seguinte seria um grande sacrifício.

Quando terminamos de nos empanturrar de comida boa, agradecemos a Aurora por toda a comida.

— Ah, que isso, não foi nada. Estão cansados?

Todos assentimos.

— Venham comigo!

A seguimos até um quarto de tamanho médio, paredes brancas e cerâmica igualmente branca. Uma beliche estava encostada na parede do lado direito e dois colchões a vulso estavam encostados na parede da esquerda. Uma janela de madeira e vidro estava na parede oposta à porta e do lado, havia um pequeno guarda-roupas de duas portas.

— Fico com o colchão - Disse Jeff.

— Bom, vou deixar vocês se acomodarem. Minhas costas estão me matando. Tem cobertores e travesseiros no guarda-roupa. Tenham uma boa noite! - Disse Aurora se retirando.

Pegamos nossos travesseiros e cobertores e nos acomodamos nas camas macias. Eu no colchão de cima da beliche, Lett embaixo e Jeff no colchão no chão. Assim que me acomodei, apaguei.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, um capítulo mais " Klin " para vocês hoje. O que acharam da adorável Aurora King? Será que ela é mesmo tão adorável assim? Veremos, não?
*Próximo capítulo: 25/01/2017 - Quarta-feira*
Não deixem de conferir!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Zombie apocalypse - You need to survive" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.