O Passado Sempre Presente. escrita por Tah Madeira


Capítulo 21
Capítulo 21




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Emília acordou no meio da madruga com calor, abriu os olhos  um pouco confusa, percebe que ainda está deitada sobre o peito de Bernardo, ele bem agarrado a ela, Emília tem dificuldade de tirar os braços dele do corpo dela. mas consegue, ela senta na cama, aquele roupão felpudo estava fazendo ela sufocar, tira ele e joga em um canto do quarto, vai ao banheiro, quando volta Bernardo está na mesma posição como se esperasse por ela, antes de chegar até a cama ela percebe o presente da mãe que ficou caído no chão no meio da conversa deles ela nem tinha lembrado, ela juntou, olhou, mas ainda não estava pronta, no fundo sabia que fugia do inevitável, mas já tinha sido muito para um dia, ainda estava cansada, senta na cama olha o homem ao seu lado,deita olhando para ele que nem se mexe, observa a respiração dele, estica a mão sobre ele, faz um carinho suave no rosto dele, tem que admitir que ele ao mesmo tempo que consegue irritá-la, tem um dom para acalmar ela, não resiste e beija o seu rosto, e coloca a sua cabeça sobre o peito dele novamente, sentindo  as batidas do coração dele e sendo embalada pela respiração de Bernardo, o sono vem rápido, quase antes de dormir totalmente, Emília sente os braços dele em volta de seu corpo novamente,  a apertando, ela também o abraça, enfim dorme.


Bernardo acordou horas mais tarde, o sol já estava alto, trazendo uma suave claridade que uma brecha nas cortinas permitiu, ele tem Emília em seus braços, deitada sobre ele, mas diferente de como foram dormir, ela não veste mais o roupão, deve ter acordado no meio da noite e ter tirado a peça, mas o que o surpreende é ela ter voltado e dormindo junto a ele e mais ainda ao ver que ela tem uma perna sobre o seu corpo, ele fica uns minutos parado, acariciando as costas dela, jamais imaginou que em algum momento estariam assim, fica feliz consigo mesmo por ter vindo nessa viagem, não tinham falado muito dos dois, ou como seria essa relação deles, mas sabia que ela não era tão indiferente a ele, e que o sentimento que ele tinha estava presente nela também, ele tinha feito uma promessa de esperar pelo tempo dele, e iria cumprir, depois de ouvir tudo o que ela passou, o que foi feito para ela, ele a compreendia melhor, entendia ela estar sempre na defensiva, estar sempre se protegendo, ele olha para a mesinha de cabeceira e vê o presente que ela ganhou e ainda não teve coragem de abrir, então tem uma ideia de como pode ajudá-la, tira ela com cuidado de seus braços, coloca delicadamente sua cabeça sobre o travesseiro, retira os cabelos dela que fica em frente ao seu rosto, e beija sua testa, cobre ela com a coberta, fecha bem a cortina para que a luz não atrapalhe o sono dela, pegou uma roupa e entrou no banheiro.


Emília despertou de mansinho, então percebeu estar deitada sobre o travesseiro, virou para o lado e não viu Bernardo, sentiu-se um pouco triste, pegou o travesseiro que ele dormiu e abraçou sentindo o cheiro dele, fechou os olhos, lembrou de como ele paciente em ouvi-la, e gentil quando a puxou de encontro ao ele. não sabia onde isso tudo iria levar, ou como seria quando voltassem ao Rio, mas já não podia negar que estava completamente envolvida, seus pensamentos são interrompidos pelo toque do celular, olha o nome que aparece no visor e sorri.

 一 Bom dia Emília 一 ele diz sorrindo.

一 Bom dia 一 ela não consegue esconder o sorriso que tem nos lábios.

一 Vamos almoçar?. 一 ele perguntou.

一 Almoçar? Que horas são 一 ela senta na cama, olha para o visor do telefone e se assusta com o adiantado da hora. 一 Meu Deus Bernardo por que você não me acordou? Já é quase uma hora da tarde.

一 Por que você dormia lindamente, porque você precisava desse descanso e não tem nada importante para ser feito.

一 Mas mesmo assim, nunca acordei tão tarde. 一 ela diz cruzando os braços sobre o travesseiro que ele usou.

一 Então vamos almoçar, estou morto de fome. 一 Bernardo sorri.

一 Essa nem é mais hora de almoçar.

一 Emília deixa disso, vamos se arrumar, Cícero está te esperando na frente do hotel.

一 Me esperando? 一 ela levanta e vai a janele, de fato o motorista se encontrava ali em frente próximo ao carro. 一 Onde você está?

一 Segredo, mas estou te esperando, até logo 一 e sem esperar uma resposta dela desliga o telefone, Emília fica ainda olhando para o celular sem acreditar que ele alpem determinar onde iriam almoçar,  lhe dar uma ordem tinha desligado o telefone na cara dela,  mas sem muita alternativa ela vai tomar banho.

Tempos depois ela já está no carro, Cícero educado como sempre, mas não disse onde iam, ela nem insistiu, percebia que o rapaz tinha um certo receio a ela, medo ela diria, deve ter assustado e muito ele na primeira vez que se viram. O percurso não foi longo, porém tinham saído da cidade, encontravam-se em uma parte que só viam árvores e mato, Cícero a ajudou a descer.

一 Vou levá-la até onde o senhor Bernardo está. 一 ele caminha ao lado dela, o  que foi a sua sorte por conta do salto seguidamente  se apoiava nele, um minutos mata a dentro chegam a um espaço onde há inúmeras rosas vermelhas espalhadas pelo local, seus olhos brilham por ver tamanha beleza,o cheiro ali remetia a sua mãe, as rosas dela, com os olhos marejados, mas controla as lágrimas 一 Chegamos dona Emília.

一 Obrigada Cícero, muito obrigada e desculpa qualquer coisa. 一 Ela sorri e aperta  a mão dele, olha para os lados e não vem quem procura, o moço percebe e antes de ela perguntar e ele diz.

一 Ele já vem, pode ficar tranquila, e não há nada com o que se desculpar.


Ele sai a deixando ali, mas ela não fica com medo, parecia conhecer o local, de estar ali, sente-se bem, arrisca com cuidados uns passos, vai até uma rosa e sente o seu perfume, sempre gostou dessa rosa, mas por bobagem e birra dizia que não, lembra que a mãe iria adorar esse lugar quem sabe um dia a traga aqui, a emociona pensar assim, com os olhos fechados, rosa em mãos e pensamento longe, não se deu conta que alguém se aproximava, o flash  da  máquina, fez  ela abrir os olhos, então ela o viu parado olhando para ela, sorri, aquele sorriso que sempre a contagiava, ficam os dois no mesmo lugar como que um esperando a reação do outro, Emília percebe que algo mudou, não fisicamente, mas mudou algo sobre eles ou era o lugar, ela dá um passo ele outro, ela sorri, ele dá mais um passo, ela o acompanha, e assim fazem em pouco tempo então um de frente para.

 一Oi  一 ela quem diz primeiro.

一 Oi Emília 一 ele ergueu a mão e pousou no rosto dela 一 Como você está?Dormiu bem?

一 Sim dormi bem, até demais 一 ela diz de olhos fechados, só sentindo o toque dele,segundos depois abre os olhos e aproxima a cabeça na orelha dele 一 Obrigada 一 beija ele ali, que segura em sua cintura com uma mão e em suas costas com a outra, ela coloca a mão no rosto dela, agora é ele quem fecha os olhos para poder sentir o toque dela, ela passa os dedos nos olhos dele, nariz, barba, faz o mesmo que fez de madrugada quando o viu dormir, mas não o beija no rosto, aproxima sua boca da dele, coloca sua mão onde já pode dizer ser o seu lugar preferido nele, em sua nuca enreda  os dedos nos cabelos dele, ele suspira ao toque dela, beija seu rosto, devagar vai chegando enfim a boca dele.Beija delicadamente  os lábios dele, mas Bernardo a dá um puxão tão forte que se desequilibram e vão ao chão, ela cai em cima dele, ele assusta perguntou.

 一Emília está bem? Te machuquei?  一 ela de  olhos fechados com a testa sobre o queixo dele, permanece parada  一 Emília fala comigo, então é ela quem solta uma gargalhada, ergueu a cabeça para ele.

一 Você é muito estabanado e afoito 一 e continua a rir, olhando para ele, que revira os olhos para o comentário dela, que passa a mão sobre o rosto dele 一 Vamos ficar assim no chão para sempre?. 一 ele acaricia as costas dele, que não resiste em descansar a cabeça sobre ele.

一 Eu por mim ficaria aqui, assim o restos dos meus dias, mas estou morrendo de fome, então por mais que eu goste de ter você em meus braços a fome fala mais alto 一 ele senta com ela ainda sobre ele, ela senta no chão Bernardo se pôs em pé e estende as mãos para ela que pega, ele a levanta. Emília tira um pouco de folhas que ficou em sua roupa.

一 Então o que vamos comer aqui folhas? 一 ela perguntou olhando em volta, ele dá risada dela.

一 Emília não me  subestime  一 ele segura na mão dela e dá uns passos, chegam em um parte ainda com rosas em volta, só que mais claro, com espaço limpo no chão, onde tinha uma toalha estendida e uma cesta,  一 Como você disse que já era tarde para almoçar pensei em um piquenique, o que acha?

一Realmente não posso subestimar você, adorei, nem lembro quando foi a última vez que fiz um, acho que no colegial, e olha que já faz muito tempo.


Os dois sorriem, Bernardo a ajuda sentar e tirou os sapatos dela, tira os seus e senta também, foi uma refeição, leve e saborosa.Conversaram banalidades. O tempo correu para eles, Bernardo está escorado na árvore e tem Emília apoiada sobre ele.

一Emília. 一 ele a chama tocando em seus cabelos que ela soltou.

一 Oi 一 diz.

一 Tenho uma coisa aqui pra você 一 fala Bernardo ainda brincando com os cabelos dela, ela levanta o olhar se sair de cima dele.

一 Presente? 一 perguntou.

一 Sim, mas não é meu 一 ele diz, ela estranhou e saiu de cima dele e ficou olhando, ele sai e vai até a cesta e tira uma sacola de lá e volta até ela e coloca no colo dela, Emília abre e vê o presente da mãe ali dentro.

一 Eu não acredito Bernardo. 一 tenta se levantar mas não consegue

一 Emília você …

一 Você não tinha o direito de trazer isso, de tocar.

一 Eu sei mas você precisa... 一 ele tenta argumentar, mas ela não dá espaço.

一 Você não sabe do que eu preciso...você não deve se intrometer, se envolver.

一 Desculpas mas já estou envolvido 一 ele se ajoelha ao lado dela 一 Eu só quero te ajudar. 一 ela vai falar mas ele repousa os dedos sobre os lábios dele impedindo. 一 Você não pode voltar ao Rio com esse presente fechado, está fugindo do inevitável, vou deixar você sozinha, estarei ali logo a frente, se não quiser abrir tudo bem. 一 Beija a sua  testa e sai do campo de visão dela, mas não se afasta muito.


Emília fica olhando o pacote em suas mãos que estão tremendo, por que ele tinha que fazer isso, a encurralar desse jeito, lembra do momento que a mãe deu o presente que deu a ela, que sem querer Bernardo repetiu o mesmo gesto, ele tem razão não pode fugir, puxa a fita desfazendo o laço, mesmo com as mãos trêmulas consegue tirar a fita adesiva, remove o papel de presente e enfim encontra uma caixa de madeira leve, surpresa nenhum em ver uma rosa entalhada ali, passa os dedos ali na rosa, então lembra de já ter feito esse movimento, e reconhece aquela caixa, era da sua  mãe, lembra de ela e o pai quem escolheram de presente para Vitória, ela guardava jóias ali.Emília nem lembrava disso, mas algumas lembranças ficam enterradas saindo quando acham oportuno.Por fim ela abre a caixa, encontra uma carta com o seu nome a letra da mãe, era impossível não reconhecer,  os dedos correm correm pela grafia dela. Ainda dentro da caixa,  tem fotografias sua com Vitória em várias idades diferente,  Emília deixa as lágrimas rolarem pois não tinha  visto essas fotos, ou nem lembrava, era delas no jardim, na escola, em passeios, mas o que a mais emociona eram fotos em que a mãe já não estava mais com ela como na formatura, que Emília não quis que ela fosse, em um ou outro aniversário, então pega a carta e a abre o papel era amarelado, denunciando que foi escrita a muito tempo, com dificulta não só pelas as lágrimas, mas por estar sem óculos, começa a ler.


“Emília, minha filha.

Minha querida, talvez você nunca possa compreender o que aconteceu, nem eu sei ao certo, desculpa pela letra tremida, hoje saí do hospital e logo mais vou ver você, eu sei que não vou conseguir dizer tudo o que eu quero, que você está e ficará com mais raiva de mim, que não foi me visitar no hospital por pensar coisas que não são verdade ou por não entender o que passa, quero primeiramente pedir desculpas por ter falhado com você como mãe, por não ter cumprido o meu papel, principalmente nesses últimos dois anos, fui omissa com você, deixei de lado as suas necessidades, fiquei doente de ciúmes e coloquei isso acima do meu bem mais precioso que é você, quero que faça um esforço e tente entender que neste momento não sou o melhor para você, eu queria com todas as forças estar ao seu lado, mas esse poder já não está mais em minhas mãos, sinto muito por isso, não há palavras que justifiquem o quão errada estou a ponto de perder você, eu perdi o rumo minha filha, mas nada justifica, sei que seus tios cuidarão muito bem de você, e que vai ser a boa menina que vi crescer, você será sempre importante para mim, mesmo que nunca mais olhe em meus olhos, que nunca me perdoe por isso tudo, algum dia nós vamos sentar e conversar e poderei pedir perdão  por tudo o que fiz, e especialmente pelo que eu não fiz ou não vou estar presente para fazer, você sempre será a minha pequena, eu te amo, te amo.


P.S: Acabei de chegar da casa do seus tios, como uma covarde deixei você dormindo, não consegui nem me despedir, até o último minuto eu falhei com você, perdão por isso, vou viajar agora mas deixou meu coração com você, te amo.


Emília abafava os soluços, mas era em vão, as lágrimas fazem o seu corpo tremer, ela vai deitando sobre a colcha, encolhendo as suas pernas, ficando em posição fetal. Emília não entende o porque ela nunca enviou aquela carta, não sabe se iria adiantar alguma coisa, mas as fotos denunciavam que ela de alguma forma queria estar presente, não sabia se foi a tia quem enviou as fotos  a Vitória, queria tanto falar com ela, esclarecer tudo de uma vez, mas não pode fazer isso agora, não quer falar por telefone, ela fica parada com os seus pensamentos.

Um tempo depois Bernardo chega até ela, e senta próximo a ela, Emília nem se mexe. fica quietinha e fecha os olhos, não tem condições de falar com ele agora, ainda sente um pouco de raiva por ele ter se metido, mas no fundo sabe que isso é só uma forma de desviar seus pensamentos.Sente o toque dele em seu rosto.

一  Sei que você não dorme 一 ele continuou acariciando o rosto dela, que abre os olhos, vermelhos e inchados de chorar.

一 Eu quero voltar ao hotel.

一 Cícero já espera por nós 一 ele ajuda ela se sentar, Emília percebe que já é de noite, Bernardo vai pegar as coisas da caixa que ficou espalhada.

一 Não toca 一 Emília diz, segurando na mão dele, impedindo ele de tocar em uma foto. 一 Por favor, não. 一 ele para o movimento ela recolhe e coloca tudo dentro da caixa e na sacola que ele trouxe, Bernardo recolhe as coisas que ele trouxe para o piquenique, ela põe os calçados. Eles fazem em silêncio, ao ponto que conseguem ouvir um barulho na mata e olham no momento em que Cícero chega até eles. O moço percebeu que os clima não é dos melhores entre o casal.

一 Boa noite 一 ele fala e os dois respondem.

一 Podemos ir Emília 一 Bernardo perguntou, ao que ela concorda com a cabeça.eles caminham lado a lado, Cícero na frente com uma lanterna, para não se desequilibrar Emília se apoia em Bernardo, que  segura em sua cintura. Em minutos chegam até o carro, Cícero coloca a cesta no porta malas, Bernardo abre a porta para Emília, ela encosta a cabeça no banco, ele entende o recado. Já em frente ao hotel Bernardo agradece ao motorista.

 一  Obrigada Cícero, o local mais lindo que já  fui. 一 aperta a mão do moço e segue rumo ao elevador, percebe que o gerente do hotel chamou Bernardo, ela não espera por ele e vai para o quarto, deixa  as coisas em cima da cama, seu telefone toca, como adivinhando era a mãe, mas ela prefere não atender, não quer ter esse diálogo pelo celular, decide tomar um banho, demorando o tempo que pode, chegando a chorar ao lembrar da  carta e das fotos. Quando sai Bernardo já se encontra ali, ela caminha de um lado ao outro em silêncio, deixa a roupa que deve usar na manhã seguinte separada, pega os relatórios e coloca sobre a mesa, ele  não aguenta mais o mutismo dela e desabafa.

 一Sei que está chateada comigo, então o gerente do hotel me chamou dizendo que vagou um quarto, se eu quiser ele está disponível 一 ela para mas nada diz, então Bernardo começa a pegar as suas coisas e por na sua bolsa de viagem, ela senta no sofá e evita que ele coloque mais coisas ali dentro.

 一Não estou chateada com você, eu só não sei como assimilar tudo isso ainda,  一 ele senta ao lado dela 一Nossa relação sempre foi complicada, como eu te disse, eu queria falar com a minha mãe, mas não quero fazer isso por telefone, eu preciso que o que ela disse na carta diga olhando em meus olhos, eu não queria ter aberto o presente, mas sei que se você não tivesse feito o que fez eu não teria conseguido, como disse eu não estou chateada, só preciso de tempo.

一 Desculpas só quis ajudar. 一 ele segura na mão dele.

一 E ajudou, e muito, mas não precisa sair do quarto, fica.

一 Está bem, vou tomar banho. 一 ele levanta e beija o rosto dela.

Emília pega os relatórios, precisava ocupar a cabeça e nada melhor que coisas práticas. deita na cama, minutos depois ele sai do banheiro.

 一 Você não vai jantar.

一Estou sem fome 一 ela tira os óculos e olha para ele, que senta na cama.

一 Quer que eu peça comida. 一 perguntou, ela negou com a cabeça 一 Está tudo bem mesmo?

一 Sim está, comi muito no piquenique, estou mesmo sem fome, pode descer  一 ele olha, meio sem acreditar 一 Por favor vá. 一 ela senta e se aproxima beijando-o, quando para fica com o rosto juntinho ao dele.

一 Se fizer mais isso daí que não vou 一 os dois sorriem

一 Mais cedo você disse que a fome sempre fala mais alto, agora vá. 一 ela o faz ficar de pé, ele dá um selinho nela e  se retira.


Tempos depois quando ele volta, ela já dorme atravessada na cama, novamente com os óculos no rosto, os papéis sobre a cama, faz a mesma coisa da outra vez, mas agora ajeita o travesseiro melhor sobre ela para que não tenha dor, e a beija nos lábios, troca de roupa e deita no sofá.Como o dia foi puxado logo ele dorme, sendo acordado horas depois com ela chorando, ele dá um pulo chegando  na cama em segundos.

 一Emília, Emília 一 a chama, mas ela não acorda, ele deita do lado dela e a abraça, ela continua a chorar, ele embala ela em seus braços, e aos pouco Emília vai se acalmando, e parando os soluços, Bernardo vê que ela está mais calma, mas prefere não deixá-la e resolve dormir ali, agarrado a ela.


No dia seguinte, ela acorda e ele ainda está abraçado a ela, Emília se movimente e ele acorda.

一 Bom dia Bernardo 一 ela beija o seu rosto 一 Achei que iria dormir no seu cantinho

一 Você não deixou, ficou chamando por mim 一 ele diz de olhos fechados, sorrindo, ela dá um tapinha no seu braço que ainda envolve o corpo dela.

一 Convencido.

一 Falando sério 一 ele senta, 一 Você teve um pesadelo e chorava muito, não lembra?

一 Não 一 ela senta melhor na cama

一 Você sempre tem pesadelos?

一 Para dizer a verdade faz anos que não tenho. 一 ele a olha como quem quer perguntar algo, mas o despertador toca. 一 Hora de irmos, espero poder resolver tudo hoje.


Eles se levanta se arrumam, e vão para a Ventura. A reunião foi mais rápida que a outra, e conseguiram enfim finalizar o negócio,  ficando coisas banais  e que  poderiam ser resolvidas por telefone ou videoconferência. Emília assim que chega ao hotel, liga para a Carola, pedindo para reservar as passagens para os dois ainda naquele dia.

 一Isso é muita vontade de ficar longe de mim 一 Bernardo perguntou assim que entraram no elevador.

 一Você sabe que não, tenho coisas a resolver no Rio. 一 ele abraça ela que encosta a cabeça no ombro dele.

一 Sim eu sei.  一 ele beija o rosto dela, as portas abre no andar deles, que descem, o telefone de Bernardo toca, ela entra no quarto deixando  ele a vontade para falar. Minutos depois ele entra, ela arruma as suas coisas. Bernardo senta no sofá pensativo.

 一Está tudo bem ?

一 Sim, tudo 一 ele a olha, não tem coragem de falar com ela a causa da ligação, e trazer mais problemas para ela  一Vamos almoçar 一 ele fica de pé.

一 Estava esperando quanto tempo iria demorar pra você dizer isso. 一 ela sorri, e por esse sorriso valia a pena ficar quieto.


Durante o almoço Carola ligou avisando que as passagens estavam marcada para o fim de tarde, eles teriam um tempo razoável para terminarem de arrumar suas coisas.Emília em alguns momentos percebeu Bernardo mais calado que o normal, mas pensa que era só por causa da volta e da incerteza que seria a vida dos dois. No avião ela segura a mão dele. —Bernardo —ela o chama, ele a olha—Depois que conversar com a minha mãe, podemos falar sobre nós, decidir o que vamos fazer.

— Sim, eu prometi dar e respeitar o seu tempo, assim eu farei. —ela o beija.

— Obrigada.

E o avião decola, ela mantém a mão dele junto a sua.


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