Ofegante,a mestiça corria o mais rápido que podia pelas ruas de Paris...Sempre olhando para trás para garantir que ninguém havia presenciado a sua fuga do hospital,mas pelo que tudo aparentava nada ou ninguém havia notado isso,já que Marinette estava bem longe do hospital a aquela altura do campeonato.

Porém o medo e a insegurança ainda permaneciam deixando a mesma ainda mais atormentada...Criando e imaginando inúmeras hipóteses “ E se alguém me viu sair pela janela?” “Será que outra pessoa estava lá e viu tudo?”.Eram tantas perguntas que ainda não tinham uma resposta e muito menos um porquê, apenas estavam lá marcando presença.

—Espero que ninguém esteja me seguindo...Tikki você pode ver se tem alguma pessoa atrás da gente?...Tikki?-Marinette começou a ficar apreensiva enquanto vasculhava a sua bolsa a procura da Kwami.-Se você está brava comigo por não ter te escutado antes eu te entendo tá bom? Só que isso não é motivo pra ficar me ignorando desse jeito...É Sério Tikki pode parar com essa brincadeira de mal gosto!-A mesma ficou procurando sua kwami desesperadamente,sem ao menos perceber que estava praticamente no meio da rua e prestes a ser atropelada.

Quando as buzinas tocaram e inúmeros carros começaram a vir,Marinette percebeu que era tarde demais para escapar... Até que alguém a puxou com uma força inacreditável para o meio fio.

—Você enlouqueceu?!-Nathaniel encarava Marinette com uma certa indignação estampada em seu rosto, enquanto era cercado por inúmeras pessoas que saiam de um estabelecimento que ficava bem na frente daonde os dois estavam.

—Na-nath?-A mesma tentava processar o que ir tinha acabado de acontecer, enquanto sentia uma dor latente nas suas costelas.

—O que deu em você?! Você quase foi atropelada!

—De-desculpa..Eu não percebi na hora..

—Você não precisa pedir desculpas pra mim... Só preste mais atenção da próxima vez.-O ruivo parecia diferente daquela vez(aparentemente nervoso com o que tinha acabado de acontecer...Muito diferente do seu comportamento “normal” do qual era mais calmo e tranquilo.)

—Ela está bem?!-A mesma pergunta era repetida pelas pessoas que tinham presenciado a cena e se aproximavam preocupadas da mulher ainda estirada na calçada.

—Si-sim estou bem…-Marinette não se sentia bem no meio daquela multidão e muito menos de ter chamado a atenção daquela forma.

—Tem certeza?-Nathaniel perguntou visívelmente preocupado.

—Absoluta…-A mesma tentou se levantar,mas a dor era tanta que nenhum movimento foi executado.-Droga…-Marinette sentiu aquela dor percorrer todo o seu corpo e posteriormente as primeiras lágrimas escorrerem em seu rosto.

—O que houve?-Nathaniel se abaixou ao lado da amiga percebendo que ela não conseguia se mexer.

—Na-nada…-A mestiça respondeu mordendo os lábios(ela não queria ter mentido,mas naquele momento foi a melhor opção que encontrou para não preocupar o amigo)Porém a estratégia não convenceu o rapaz,que fez questão de ajuda-la a se levantar.No entanto assim que a ergueu, Marinette não conseguiu segurar o grito de dor que assustou a todos em volta, principalmente o próprio Nathaniel.-Por favor Nath...Eu na-não consigo…..-A mesma não conseguia mais falar,a dor se tornou cada vez mais forte e levava sua vítima embora aos poucos.Marinette viu tudo a sua volta escurecer e o desespero lhe dominou de tal forma,que ela se segurou fortemente em Nathaniel enquanto sentia que o abismo se abria debaixo dos seus pés.-Não me deixe cair...Por favor!!-Ela implorava e chorava como nunca havia feito antes,sabendo que iria desmaiar em breve e com um sentimento inexplicável de que estava em perigo ou que algo muito ruim poderia acontecer assim que seus olhos se fechassem.

Tudo ficou escuro e frio naquele instante... Marinette se afogava num oceano de sombras que a puxava para baixo...Mais baixo e profundo possível.

Seus gritos ecoavam pela penumbra,mas ninguém a escutava.

Derrepente tudo parou.

A queda acabou.

E a escuridão desapareceu tomando uma nova e estranha forma.

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Um corredor de um hospital surgiu a sua frente,o local estava completamente vazio e abandonado... Até o momento em que passos ecoaram logo atrás da mestiça,assustando-a.

—Quem está aí?!-A mesma se virou para trás procurando a tal pessoa,mas não encontrou nada além da porta de um dos quartos aberta.

Ela ficou um bom tempo encarando aquela porta que “ a convidava a entrar”,por fim conduzindo-a para o quarto.

Ao chegar no local,se deparou com uma maca vazia e vários equipamentos médicos funcionando perfeitamente... Marinette estranhou um pouco aquele estranho cenário,mas mesmo assim se aproximou um pouco mais da maca.

Derrepente uma boneca de pano surgiu deitada sobre a cama, despertando curiosidade de Marinette.

—O que é isso?....-A mesma analisava aquele boneca que lhe era familiar,aqueles olhos costurados com botões azuis e com um vestido amarelo de lã. Depois de um tempo observando aquele objeto, Marinette voltou em suas memórias tentando encontrar as lembranças que aquela boneca lhe transmitia.

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—Mãe!...O Papai Noel não venho ainda?

—Ainda não Marinette…-Sabine respondeu tentando tranquilizar a pequena garotinha de cabelos azulados que a encarava cheia de expectativas.

—E quando ele vai chegar?

—Daqui a pouco meu amor…Porque não vai comer os biscoitos que a mamãe fez ein?

—Eu tô guardando pra ele.-A pequena Marinette se sentou cruzando os bracinhos e observando os flocos de neve caírem aos poucos naquela noite de natal.Já era quase 1:00 AM e a garotinha não havia recebido seu tão esperado presente, enquanto observava várias crianças brincando do lado de fora com seus pais e abrindo ansiosamente seus presentes...Fazendo as primeiras lágrimas escorrerem no rosto de Marinette.

Até que Derrepente uma mão pousou em seu ombro:

—PAPAI!!-A garotinha abriu um sorriso enorme e saltou em seu pai,que naquela época era o homem mais alto que ela conhecia...Seus braços a acolhiam e seus lábios gélidos por conta do frio se aqueciam em inúmeros beijos na sua amada filha.

—Desculpa a demora minha princesinha...O Papai estava falando com o papai Noel lá fora.

—Sério?!-Marinette começou a pular de felicidade esperando pelo presente.-Eu ganhei presente pai?

—Você se comportou?

—Sim,papai.

—Tem certeza?

—Aham!-A menininha de cinco anos de idade não tirava os olhos do pai,esperando a resposta.

—Hum...Está bem então,Feliz Natal!-Tom tirou seu sobretudo encoberto de neve e em seguida entregou uma​ boneca de pano e um gorro vermelho para a filha.

Marinette pegou aquela boneca em suas mãos e a analisou rapidamente, depois colocou o gorro na cabeça e deu um grande sorriso.

—Você gostou?-Sabine e Tom perguntaram apreenssivos.

—Gostei !-A garotinha saltitava na sala de casa agarrada a boneca,seus pais ficaram mais que aliviados(já que naquela época não tinham condições de dar um presente melhor para a filha).-PAPAI!!!

—O que foi filha?

—Eu tinha guardado os biscoitos pro papai Noel...Mas eu quero que eles fiquem pra você e pra mamãe!-Marinette estendeu o prato para os pais,que por sua vez aceitaram o pequeno presente.

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—Pai…-Marinette relembrava daquele natal enquanto apertava a boneca em seus braços,no entanto sua nostalgia fora interrompida por uma sombra com a silhueta de um homem,que assim que adentrou no quarto desligou todos os aparelhos e se aproximou de Marinette tentando arrancar a boneca de suas mãos.

Porém a mesma se encolheu num canto do quarto,apertando ainda mais forte aquela boneca contra o seu corpo...Mas infelizmente a tal sombra foi mais forte e arrancou a boneca das mãos de Marinette,em seguida desaparecendo pela porta.

E então tudo voltou a ficar escuro novamente,trazendo Marinette de volta a realidade.

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