Razão escrita por KL


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

Essa oneshot foi escrita como presente do amigo secreto do grupo ShikaTema do face.

E minha amiga oculta é XxSAYURIxX (Thaís Sayuri) !!!

Espero que goste do presente, fiz com muito carinho ♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719792/chapter/1

Aos olhos de Shikamaru, a vila inteira parecia decorada. Ele se sentia um tanto nervoso e seus olhos vagavam por tudo mais de uma vez, prestando atenção em detalhes que ele tinha certeza que não olharia duas vezes em qualquer outra situação. Mesmo para seu olhar pouco crítico e desinteressado, estava tudo muito bonito e em harmonia, desde as disposições das flores até a localização do altar. Sorriu de canto ao pensar em como tudo havia sido planejado com muito carinho com a ajuda de sua ex-companheira de time.

Também havia as pessoas. Shikamaru podia jurar que não conhecia nem a metade das pessoas. Suspirou, pensando como aquilo era problemático, mesmo que soubesse que era inevitável. Afinal, era o casamento do herdeiro de um dos clãs mais importantes de Konoha com a irmã do kage de Suna. Ele ouvira Gaara falar em algum momento das infindáveis reuniões para organização daquele dia como haveriam figuras políticas de ambos os países interessados nessa união e como seria desrespeitoso não convidá-los. Shikamaru pensou por um momento como ele apenas queria um casamento simples, mas como nada nessa vida saia como ele queria. Pelo menos estavam ali também todos os seus amigos, desde Chouji até Rock Lee, e ele sentia-se feliz de poder dividir esse momento com eles.

Notou sua mãe um tanto agitada passando por si. Ela queria ter certeza que estaria tudo perfeito. Ela estava orgulhosa, ele sabia. Shikamaru tinha o pressentimento que ela achava que ele nunca se casaria, dado seu constante desinteresse e preguiça. Nunca ia esquecer os olhos arregalados da mãe ao avisar que traria a namorada para ela conhecer. Ele riu internamente. Sentiu-se ofendido na hora, mas não deixou de ser engraçado depois. Yoshino e Temari se deram bem, como era exatamente seu medo.

Seu coração acelerou quando finalmente estavam tudo e todos no lugar. Ele não sabia se estava preparado, mas o tempo já não o deixava mais decidir. Seus olhos encontraram Temari, vestida de branco da cabeça aos pés nas tradicionais vestes de noiva, os cabelos loiros escondidos parcialmente pelo chapéu que complementava a vestimenta, o rosto já naturalmente bonito levemente maquiado e então seus olhos se encontraram. Seu estômago contraiu ao encarar as íris verdes que pareciam maiores e mais expressivas devido a maquiagem bem-feita. Ela corou levemente e ele achou aquilo tão adorável que sua vontade era beijar a loira naquele momento. Temari sorriu e Shikamaru sentiu como se o mundo inteiro estivesse exatamente onde devia estar.

Seguiram juntos em direção ao altar e compartilharam as tradições e votos que os unia finalmente como marido e mulher. Shikamaru viu pelo canto do olho os olhos de Temari marejarem mais de uma vez, principalmente quando disseram seus votos. Ele também se sentia emocionado e não uma única vez deixou uma ou duas lágrimas caírem. Ele sabia que Temari tinha notado e que seria chamado de bebê chorão tão logo fosse oportuno, mas descobriu que não se importava.

Já na festa, cada um dos convidados se aproximou deles para cumprimentá-los, e novamente Shikamaru sentiu como se não conhecesse nem metade das pessoas ali. Temari parecia compartilhar de seu sentimento, mas ambos logo se esqueceram disso quando seus olhos se encontraram. Temari sorriu e ele sorriu de volta, verdadeiramente feliz. Não importava realmente quem estivesse naquela festa. O que importava é que agora estavam juntos, casados, e não haviam três dias os separando sempre que quisessem se ver.

Sentiu uma mão pousar em seu ombro e olhou para o lado. Shikaku estava com um sorriso jocoso, mas seus olhos brilhavam com o orgulho pelo único filho.

—Te avisei, não foi? –ele falou, seus olhos desviaram dos de Shikamaru e olharam para o lado do Nara mais novo. Shikamaru seguiu o olhar e encontrou Yoshino e Temari conversando e sorrindo.

Shikamaru soltou uma risada pelo nariz e sorriu de canto enquanto sua mãe e sua esposa dividiam uma risada.

—Que problemático. –resmungou. –Mas é, você me avisou. Esse negócio do sorriso, você tinha toda a razão.

—Pai sempre tem razão, moleque. –Shikaku declarou e os olhos de Yoshino e Temari se dirigiram para eles.

Seu pai se adiantou para cumprimentar a nora e Yoshino chegou mais perto de si. Quando passaram um pelo outro, Shikamaru viu o sorriso e olhar amoroso que foi compartilhado e pegou-se pensando como ele esperava que o amor e respeito que seus pais tinham um pelo outro até hoje pudessem ser o mesmo por todos os anos que a vida daria a ele do lado de Temari.

~*~

Shikamaru tentou mover o braço, mas não conseguiu. Havia algo que o prendia no lugar onde estava. Com os pensamentos ainda meio perdidos entre a consciência e a inconsequência, começou a notar como seu corpo parecia estar totalmente acomodado a algo quente, macio e aconchegante. Abriu os olhos, um pouco confuso, e a pouca luz do quarto deixo-o ver apenas um amontoado de fios loiros. Os encarou por um momento, puxando pela memória os últimos acontecimentos, tudo um tanto confuso em sua mente.

A dona dos cabelos loiros se remexeu e se virou para ele, os olhos fechados e expressão serena, uma onda de ternura dominou seu peito e ele sorriu involuntariamente. O braço que não servia de travesseiro para ela e estava largado em sua cintura se mexeu, e ele levou a mão ao rosto dela, acariciando levemente. As coisas finalmente fizeram sentido e ele entendeu o limite entre o sonho e a realidade: Era já a madrugada do terceiro dia de sua lua de mel em um chalé simples nas montanhas na fronteira do País do Fogo com o País do Rio. As lembranças de seu casamento tinham se misturado com uma conversa que ele gostaria muito de ter tido com seu pai em seu sonho. Mas Shikaku continuava morto e ele continuaria sem poder dizer ao seu pai que ele tinha razão.

Os olhos de Temari se abriram preguiçosamente e encontraram os seus. Ela o fitou um momento antes de sorrir e corar. Ele sorriu de volta, mas ela, mesmo sonolenta, pareceu percebe que algo não estava bem. Sentiu que seus olhos estavam marejados com a lembrança do pai e ela dificilmente não perceberia isso, mesmo que não o conhecesse tão bem.

—O que foi? –ela perguntou em uma voz embargada pelo sono.

Shikamaru demorou um momento para respondeu, pensando se deveria dividir isso com ela. Suspirou. Ele tinha prometido dividir tudo com ela no dia em que se casaram. Pensou que provavelmente se sentia desconfortável em falar de Shikaku, mas antes mesmo de abrir a boca, descobriu que não havia desconforto algum em falar disso isso com ela.

—Sonhei com meu pai. –respondeu, a voz baixa –Ele estava em nosso casamento e eu podia falar pra ele que no fim ele tinha razão.

A mão de Temari pousou em seu rosto, como a sua estava no dela. Ela fez um leve carinho com o polegar e Shikamaru fechou os olhos, recebendo um beijo leve em seus lábios. O carinho durou algum tempo e Shikamaru sabia que essa era a forma de Temari de dar conforto a ele. Ele certamente preferia isso a palavras e ele ficava feliz em saber que sua esposa não só o entendia como compartilhava esse gosto. Ele se aproximou mais dela, abrindo os olhos para encontrar os verdes e fecha-los de novo em seguida, beijando sua mulher mais demoradamente. Separaram-se devagar, sem que as mãos saíssem do rosto um do outro.

—Tem razão... no que? –Temari perguntou curiosa depois de algum tempo em silencio onde eles apenas se olhavam.

Shikamaru sorriu involuntariamente mais uma vez e respondeu:

—Que mesmo a mulher mais durona e problemática pode ser doce com o homem que ama.

Temari corou. Ele sorriu mais. Se tinha algo que gostava quase tanto quanto do sorriso dela, era o rosto corado. Ela pareceu sem resposta por um longo minuto e então seus olhos se estreitaram.

—Você é muito presunçoso. -ela disse irônica -Quem disse que eu te amo?

As sobrancelhas do Nara se levantaram por um momento e logo um sorriso de canto nasceu em seus lábios.

—Você. -ele respondeu e a puxou para mais perto –Seus olhos me dizem toda vez que encontram os meus, seu sorriso, seu corpo quando eu te toco, o modo como você fala comigo.... Tudo em você faz com que eu sinta o amor que você sente por mim, assim como eu sei que o contrário também acontece.

Temari pareceu mais constrangida com aquela declaração e escondeu o seu rosto vermelho no peito dele, segurando firme a blusa do pijama.

—Por que você diz essas coisas? –a voz dela soou abafada e envergonhada.

—Porque é verdade... Não é? –ele perguntou acariciando o cabelo dela e olhando para baixo.

Os olhos verdes levantaram apenas o suficiente para fita-lo e Shikamaru riu. Ele sabia que também estava corado. Não era do feito deles ficar falando coisas bonitas um para o outro, mas Temari agindo daquela forma encabulada o deixava encantado. Então ele as vezes jogava a vergonha de expressão seus sentimentos em voz alta para lá, só para poder admirar um pouco o rosto avermelhado e o olhar acanhado da kunoichi que era sempre tão durona.

—É, é verdade. –ela respondeu baixinho.

Ele sorriu, beijando o topo da cabeça dela. Ele não podia dizer pessoalmente ao velho que ele tinha razão. Mas ter Temari lembrando ele daquilo todos os dias, diferente do que se podia imaginar, fazia-o sentir muito menos sua perda.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então é isso!
Derramei algumas lágrimas escrevendo essa história. Eu adoro o Shikaku e chorei muito quando ele morreu. Acho que o Shika gostaria muito de ter podido dizer essas palavras pro seu velho ç.ç

Espero que tenha gostado do presente Sayuri ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Razão" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.