O Mistério do Colar escrita por Carol M


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

E aí galera! Mais um capítulo, estão prontos para conhecer o mistério?
Boa leitura e ate a próxima ;)



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Dias se passaram e os Bridgerton reuniram-se novamente na mansão Número 5 para leitura do testamento. O advogado da família leu o documento e informou os desejos de Violet Bridgerton perante as repartições da propriedade e pertences da família, tais desejos eram apenas atualizações do que Edmund, seu marido, havia decretado décadas atrás.

Nenhum Bridgerton ficou surpreso e aceitaram com sinceridade, pois a Sra. Bridgerton havia repartido tudo de forma justa. Algumas exigências era a doação anual a caridade deveria ser mantida, a proibição da venda de Aubrey Hall e a Mansão Bridgerton, suas jóias deveriam ser repartidas entre suas filhas e noras.

Quando Hyacinth ouviu sobre as jóias, uma lembrança antiga veio a sua mente.

―Mamãe delimitou quais joias ficariam com quem? ― perguntou por impulso.

―Ela listou todas as joias, mas só algumas foram específicas, como a aliança de casamento deveria pertencer a Katherine Bridgerton, esposa do visconde Anthony. ― explicou o advogado.

―Por que o interesse, Hyacinth? ― indagou Francesca, curiosa.

― O colar de pérolas, ela disse com quem iria ficar? ― perguntou a caçula, ignorando a pergunta da irmã.

O advogado leu a lista que a falecida viscondessa havia deixado e suas sobrancelhas uniram-se quando não encontrou tal joia na lista.

―Desculpe, mas não há colar de pérolas na lista. ― declarou por fim.

―Hyacinth, mamãe nunca teve um colar de pérolas. ― disse Francesca.

―Na verdade já teve, mas foi há muitos anos. Foi destruído pela própria Hyacinth quando tinha três anos, depois disso ela desistiu de tal joia. ― comentou Daphne. ― É este o qual se refere? Acha que mamãe guardou as pérolas?

―Não. É um colar de fileira dupla de pérolas pequenas, belíssimo e intacto. Em uma caixa azul escura, de veludo. ― descreveu a caçula.

―Sra. St. Clair, todas as joias da falecida viscondessa foram verificadas, tanto as que estavam no banco quanto as que permaneceram na casa. Sua mãe verificou isso quando a doença estava nos estágios iniciais. ― argumentou o advogado. ― Não acho que tenha esquecido nenhuma.

―Mas havia um colar de pérolas. Eu sei, eu vi. Realmente ela nunca usou, mas está guardado... Melhor! Irei busca-lo e todos terão que pedir desculpas. ― disse ela energicamente, surpreendendo a todos e saindo da sala em direção ao andar superior, ao antigo quarto da mãe.

―As vezes parece que Hyacinth não saiu dos seus 20 anos de idade. ― disse Francesca observando a teimosa e a energia da irmã.

Hyacinth lembra-se bem do colar, sabe de sua existência e não estava senil. Ela o viu duas vezes e sabia que estava num fundo falso do armário, sempre teve vontade de indagar a mãe do porque nunca tê-lo usado em um baile, mas uma coisa sempre a impediu por temer a resposta. A baronesa St. Clair confessa a si mesma que nunca foi do seu feitio ignorar nada, mas algo dentro dela teme que se descobrir a verdade, possa ser que mude sua visão do que sua mãe sempre foi para ela.

Ao parar em frente ao antigo quarto, ela respirou fundo algumas vezes e abriu a porta, da última vez que esteve ali foi horas antes de sua mãe morrer. O quarto trazia lembranças felizes, mas a última lembrança se destaca das outras por ser triste e recente.

A mulher foi diretamente para o armário antigo, abriu e começou a retirar algumas caixas que estavam na prateleira abaixo, retirou a tampa do fundo falso, mas ao colocar a mão dentro do esconderijo, não encontrou nada. Hyacinth verificou o porta joias da mãe e não encontrou, olhou nas gavetas da penteadeira e nada.

―Sumiu. ― constatou ela.

―Eu sempre achei que você era maluca, mas hoje tenho certeza que já posso interna-la num hospício.

Ao virar-se, ela vê o irmão Gregory na soleira da porta, com os braços cruzados e uma expressão divertida no rosto.

―Não estou enlouquecendo. Eu sei, eu vi o colar...

―E onde está? ― perguntou interrompendo-a.

―Aí é que está! Eu não sei, não o encontrei. ― declarou Hyacinth.

―Talvez porque não exista. ― provocou Gregory.

―Não é hora para brincadeiras! O colar... Eu o queria tanto e... sumiu!

―As coisas não somem, Hyacinth.

―Exatamente! Foi roubado! É a única explicação!

Hyacinth esbarrou no irmão, quase o derrubando e desceu às pressas as escadas voltando para a sala onde seus irmãos e o advogado estavam.

―Roubado. ― anunciou a todos assim que adentrou no recinto.

―O que foi roubado? ― perguntou Benedict.

―O colar. ― respondeu Hyacinth.

―Que colar? ― perguntou Benedict, provocando.

―O de pérolas. Você é surdo? Eu disse aqui...

―O colar que não existe? ― perguntou o segundo Bridgerton, sorrindo.

Hyacinth, percebendo as provocações do irmão, inflama o rosto, mas ignora.

―Anthony, chame a polícia. O colar foi roubado. ― insistiu a caçula.

―Que colar é esse, Hyacinth? ― perguntou Daphne tentando entender a confusão que a irmã fizera.

―Já falei. Um colar de pérolas o qual ela escondia em um fundo falso no armário. Procurei pelo quarto todo, mas não está lá.

―Nunca vi tal colar e ele nem está na lista de joias, conferida pelo banco e por nossa mãe. Você não está se confundindo? ― perguntou Eloise.

―Estou tentando convencê-los a anos, mas antes tarde do que nunca. ― disse Gregory adentrando no recinto, com a boca suja de biscoitos. ― Temos que internar Hyacinth num hospício, ela enlouqueceu de vez.

―Gregory! ― advertiu Hyacinth.

―Você está imaginando um colar que nunca existiu. ― provocou Gregory. ― Nós iremos lamentar por Gareth e por seus filhos, mas providências são necessárias.

Gregory recebeu um murro de Hyacinth no braço.

―Cala a boca, Gregory. Eu não estou senil. ― gritou Hyacinth já perdendo a paciência.

―Cala a boca os dois! ― exigiu Anthony fazendo todos se calarem no recinto. ―Explique melhor essa história, Hyacinth, ou esquecerei isso e continuaremos com a leitura do testamento.

―Quando eu ainda estava solteira, fui visitar a mamãe em seu quarto para anunciar que Portia Featherington havia chegado para o chá da tarde, mas quando me aproximei e vi a porta entreaberta, observei que mamãe tinha uma caixa contendo uma joia nas mãos, nunca a vi com aquela caixa e pensei que havia comprado recentemente. Mas quando já iria entrar e perguntar por tal joia, ela levantou-se da penteadeira e foi ao armário, guardando num fundo falso que eu nem sabia que existia.

“Esperei ela descer para o chá, entrei no quarto e verifiquei o armário, procurei até achar o fundo falso e encontrei a caixa contendo um belo colar de pérolas.”

―Estranho. Mamãe nunca escondeu suas joias, porque este colar seria uma exceção? ― perguntou Eloise, pensando.

―Talvez fosse um presente surpresa. ― Opinou Colin.

―Ninguém recebeu tal colar de pérolas de mamãe, porque era dela. Além disso, continha um bilhete que dizia apenas “Violet Whinslet”. ― explicou Hyacinth.

―O nome de solteira de mamãe. ― comentou Francesca, pensativa.

―Você é enxerida, Hyacinth. Nunca questionou a mamãe sobre o colar? ― perguntou Gregory.

―Eu fiquei bastante curiosa sim, tentei várias indiretas, mas ela sempre negou que fosse seu e disse que o havia dado de presente.

―Foi o que eu disse! Era um presente. ― afirmou Colin.

―Ela o escondeu em outro esconderijo, pois não estava mais lá quando procurei novamente. Mas o estranho é que meses antes da mamãe adoecer, fui a sua casa com Gareth e nossos filhos, lá iriamos passar alguns dias durante a temporada. Estava me arrumando e pedi a arrumadeira que trouxesse minha joia de pérolas, presente de Lady Daburry, e quando mencionei, ela assustou-se. Pressentindo que havia algo de errado, minha memoria não falhou e lembrei do colar de pérolas, perguntei se ela tinha um para que o usasse naquela noite, mas a mamãe negou. Porém, verifiquei no armário, só por curiosidade, e o colar havia voltado ao antigo esconderijo.

―Mas não era um presente? ― perguntou Colin confuso.

―Sim, um presente. Mas não mamãe não era o remetente, e sim, o destinatário. ― comentou Eloise.

O silêncio pairou sobre os filhos de Violet em relação ao mistério do colar de pérolas.

―Advogado, verifique no banco se há um colar de pérolas no nome de nossa mãe, talvez tenha passado batido. Mandarei verificar também a Mansão Nº 5. ― anunciou Anthony. ―Mas se não houver sinal deste colar, a história será esquecida.

―Mas Anthony...

―Já chega Hyacinth! Já causou confusão demais sobre este colar que só você sabe a respeito. Se não for encontrado na casa ou no cofre do banco, o assunto será encerrado. ― decretou o visconde com firmeza.

E assim, terminou a leitura do testamento.  

***

Naquele mesmo dia, Colin estava em seu escritório, isolado e em silêncio, pensando sobre o fato que aconteceu hoje e o mistério envolvendo tal colar. Ele conhece muito bem a sua irmã, sabe o quanto é bisbilhoteira e astuta, não duvidaria que ela fosse promovida a espiã pelo Palácio de Buckingham. Mas também é estranho saber que sua mãe esconderia com tanto afinco um simples colar de pérolas. Claro, todos têm segredos que guarda apenas para si mesmo, mas Colin não consegue ver porque a mãe esconderia uma joia. Por que essa joia precisava ser escondida?

Colin ouve batidas na porta.

―Entre.

A porta foi aberta e Penélope entrou no recinto, indo na direção de seu marido. Ela observou o caderno aberto, mas as páginas permaneceram brancas e as mãos dele não estavam sujas de tinta. Também observou que o whisky estava aberto e o copo vazio.

―Escrevendo o novo livro? ― pergunta ela delicadamente.

―Não consegui escrever nada. ― confessou ele, frustrado.

―Bloqueio criativo?

―Muita coisa a se pensar, não deixa espaço para a imaginação.

―Perdeu a sua mãe tem alguns dias, Colin. Normal estar abalado e com a mente confusa. ― disse ela pondo a mão no ombro dele.

―Tem esse fator também, mas ontem... um fato não sai da minha cabeça.

―Você chegou tão calado ontem, depois da leitura do testamento, que nem me atrevi a perguntar nada. ― observou ela.

Colin olhou para a esposa, viu sua expressão de carinho e preocupação, notou as rugas da idade começando a marcar o canto dos olhos e o começo da flacidez na pele, mas ainda sim parecia a mulher mais linda do mundo, pois ela o ama de uma forma ímpar e intensa, que sempre se preocupou com ele e lhe forneceu dias felizes desde que percebeu o quanto ela era maravilhosa. Ele puxou sua esposa para si e a fez sentar em seu colo, as bochechas dela ficaram vermelhas, mas ficou feliz por estar abraçada a ele.

―A leitura do testamento foi tranquila, todos nós recebemos o que era de direito, de forma justa. Mamãe se empenhou bem nessa tarefa. ― disse Colin. ― Ela repartiu suas joias para suas filhas e noras.

―É mesmo? Quer dizer que receberei joias da viscondessa? ― perguntou Penélope, surpresa.

―Sim. Logo o advogado virá procura-la para a assinatura de papeis e a entrega de algumas joias.

―Muito atencioso da parte dela.

―Porém, Hyacinth causou um rebuliço na reunião por conta disso.

―A parte que ficou para ela a desagradou? Alguma joia específica ficou para outra pessoa? ― perguntou Penélope confusa.

―Não. Na verdade, Hyacinth sentiu falta de uma joia a qual ninguém conhece ou sabe onde está.

Penélope ficou ainda mais confusa e esperou pacientemente seu marido relatar os fatos. Colin explicou sobre o colar de pérolas e o quanto aquele fato o incomodou.

―Acredito na Hyacinth e não entendo porque mamãe teria que esconder uma joia do conhecimento de todos. ― finalizou Colin.

Penélope ficou calada, a história a deixou tão intrigada quanto a Colin. Resolveu que mandaria uma carta para Eloise, caso sua melhor amiga saiba mais sobre esse fato.

―Vou ajudar a Hyacinth a resolver esse mistério. ― declarou Colin, decidido. ― Estou morrendo de fome.

Penélope sorriu. Somente Colin sairia de assunto sério e declararia que estava com fome, dando um daqueles sorrisos travessos.

―Você sempre está com fome. Vamos, o jantar...

―Não é de comida a que estou me referindo. ― brinca Colin.

Penélope fica confusa. Seu marido sempre esteve com fome, apenas assuntos muito sérios conseguem tirar a sua fome insaciável. Mas ele está com fome, mas não é de comida... Lendo a expressão confusa no rosto de sua mulher, o Bridgerton remexe sua cintura e pressiona seu membro em sua mulher. Penélope cora novamente ao perceber as intenções pervertidas dele, sente o membro rígido embaixo de si e começa a ficar excitada.

Mas Penélope levanta-se do colo dele antes que Colin a persuadisse ela a fazerem amor ali mesmo.

―Vim chama-lo para jantar, está prestes a ser servido. ― declara ela, respirando fundo para se recompor.

Colin levanta e abraça sua esposa por trás, envolvendo a cintura dela com seus braços e beijando o seu pescoço.

―Depois do jantar? ― pergunta ele.

―Preciso por as crianças para dormir. ― declara ela tentando se manter firme.

―E depois?

Penélope afasta de seu abraço e Colin percebe que seria depois das crianças dormirem. Sorri satisfeito.

―Como? ― perguntou sua esposa curiosa, abrindo a porta do escritório.

―Como o que?

―Como ajudará Hyacinth?

―Um detetive. E já sei a quem chamar. ― declara Colin.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem
até a próxima ;)



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