Epílogo

Os passos eram rápidos, não porque o grupo animado estava atrasado, mas porque o mais jovem aluno de Hogwarts estava muito ansioso para chegar até a plataforma 9 e ¾ o mais rápido possível. Tinha ouvido desde cedo que era ali que sua vida começaria realmente. 

—  Oucht, ainda sinto meu nariz latejar só de olhar para esses tijolos. – Todos olharam para a ruiva bonita, que apenas deu de ombros.–  Longa história, nem vale a pena ser contada!

—  Conta pa eu, tia! – A pequena nos braços fortes de seu pai fez Lily ter que apertar os lábios, antes que soltasse uma risada escandalosa no meio da estação King’s Cross. 

—  Conto, mas só depois que seu pai consertar sua franja.

—  Não conserto! Quero que sirva de lição para essa mocinha aqui. – A menina abriu seu melhor sorriso arteiro.–  Nada de brincar com tesouras, Vega Alice Black!

—  Eu gosto assim! – Ela afofou o que sobrara de seu antes muito bonito cabelo negro. Agora só havia uma penugem arrepiada que fazia James brincar que a filha era sua.

—  Quem vê pensa até que seu pai é o senhor responsável, Vega! – Sirius olhou o melhor amigo irritado, cujo o sorriso travesso era uma versão horizontal da enorme cicatriz que atravessava seu rosto.–  Quando na verdade, ele...

—  Hey, pessoal! Garoto indo para longe de casa por meses aqui! – O sotaque americano que Harry não conseguia deixar para trás também era motivo de chacota na família.–  Vocês podem por favor jogar os holofotes em mim dessa vez?

Os marotos se entreolharam e abriram sorrisos idênticos que não prediziam nada de bom.

—  Vem, Vega querida, alguém precisa estar fora dessa tramoia para visitar a todos em Azkaban! -  A menina de quatro anos passou animada a parede de tijolos entre as plataformas 9 e 10 de mãos dadas com a tia ruiva.

—  Ok, Harry, mamãe bronca já foi, agora vamos ter uma conversa de homem pra homem pra cachorro. – James apontou para ele, para o filho e por último para o melhor amigo, que nem se estressava mais com as brincadeiras sem graças dele.

—  Garoto, o que seu pai vai te entregar agora são os maiores tesouros que temos na vida. – O menino de cabelos bagunçados como os do pai e olhos verdes da mãe, levantou uma sobrancelha em questionamento.–  Com exceção de você e Vega, claro!

James revirou os olhos e resolveu entregar o pacote logo, antes que Sirius falasse mais alguma besteira. Entregou aqueles objetos que haviam feito da vida deles em Hogwarts uma grande aventura.

—  Abra apenas quando chegar na escola e lembre-se... – James respirou fundo e Harry esperou com mais ansiedade ainda os conselhos sérios do pai.–  Voe abaixo do radar de seu tio Severus e do seu tio Remus, eles são dois estraga-prazeres!

O menino riu, porque seu pai nunca falava sério.

—  Eu achei que...

—  Nah, prefiro que sua mãe te diga as coisas chatas, eu nunca fui bom nisso.

—  E só resta a mim te dizer que se você cair na Sonserina,  você nem precisa voltar para casa, estará automaticamente deserdado! – Sirius falou sério e Harry cruzou os braços para o padrinho. 

—  E eu lá sou seu herdeiro por acaso?

—  Olha o atrevimento, americaninho, ou vou te pendurar pelos pés de novo!

Harry riu desdenhoso e Sirius o carregou com facilidade, o jogando no ombro como um saco de batatas risonho. James seguiu os dois pela parede de pedra, levando o baú do filho e a coruja branca que ele havia ganhado de presente de aniversário de Hagrid.

E o mundo bruxo nunca conhecera um menino mais feliz do que Harry Potter.

Fim