Crônicas da Overwatch escrita por Deadpool Br


Capítulo 3
O fantasma e os mercenários




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Torre Lijiang, 23:30. 31 de dezembro.
O chefe de segurança havia sido alertado para reforçar a guarda nesse período da noite, por uma ligação anônima. Devido à estar guardando o explosivo mais potente do planeta, o prédio era um alvo muito grande para organizações terroristas; uma das quais havia mandado um de seus melhores agentes para roubá-lo.
Ele estava olhando as câmeras. Seus subordinados estavam fazendo a ronda, quando viu que uma das câmeras ficou estática.
—Chong, o que está havendo?- ele perguntou pelo rádio. -Sua câmera quebrou. Pode consertar?
Do outro lado, veio um tiro e o barulho de um corpo caindo no chão, seguido de passos, mais um tiro, e estática.
—Mas que...?!
Em outra câmera, dois seguranças assustados disparavam contra algo, uma nuvem de fumaça negra. Que então tomou a forma de um homem, com duas espingardas em suas mãos,  e disparou contra os mesmos, derrubando-os no chão. O homem, de manto preto e máscara, atirou contra a câmera.
—Todas as unidades! Alerta de invasão! Temos um intruso perto do mercado, e ele está avançando para o jardim!
...
Reaper estava correndo em direção a um elevador, que levaria-o até o centro de controle. Mas ele ouviu alguém gritar:
—Mãos na cabeça, ou vamos atirar! Largue as armas!
Ele pôs as mãos no ar e deixou as espingardas caírem, então viu-se sendo cercado. Eram dez homens, pelo que o terrorista havia contado.
—Ajoelhe-se!- o mesmo guarda gritou. Ele obedeceu, enquanto o segurança pegava o rádio. -Senhor, pegamos ele. O que devemos... ei, mãos na cabeça!
O guarda viu que as mãos do encapuzado desciam para dentro do manto, e todos mantiveram as armas apontadas...
Até que, do nada, Reaper sacou mais duas espingardas e disparou, duas de cada vez.
Os guardas foram caindo mortos,dois, quatro, seis, oito abatidos pelo mascarado, até que ele largou as armas no chão, e ia pegar outras, não fosse a saraivada de balas que levou dos dois restantes, um de metralhadora, o outro de pistola. Ele caiu no chão, e se dissipou em fumaça.
—Chefe?
—Sim?
—Abatemos ele. Ele caiu no chão e virou fumaça, acho que está morto.
—Bem... quantos morreram, dos que estavam entre vocês?- estarreceu-se quando ouviu que foram oito de dez- Céus. Chamem reforços, podem haver mais invasores como ele por aí.
Desligando o rádio,  o guarda se virou, apenas para ver seu colega tendo o pescoço quebrado pelo Ceifador, tendo sua garganta levemente perfurada pelas garras de metal das luvas do mesmo. Jogando o corpo para um lado, notou que o segurança apontou de novo a arma para ele, e disparou mais uma vez.
Mas dessa vez, ele não caiu; imediatamente virou fumaça e chegou até o guarda rapidamente, derrubou sua arma e aplicou-lhe uma gravata. Olhando para ele com um quê de satisfação, murmurou com uma voz arrastada:
—Patético...
Reaper inclinou sua cabeça sobre a de seu cativo, virando fumaça e entrando em sua boca e nariz, descendo pela garganta do homem. Até que foi inalado por completo. O guarda começou a sufocar, a ficar vermelho devido à falta de ar. Quando seu rosto ficou roxo, ele tombou, sem vida, e a fumaça saiu de dentro dele. Reaper, de volta como humano, estava fraco por causa dos tiros que levou, então pôs uma das mãos sobre sua vítima. Ela se envolveu com fumaça, e então retirou um globo avermelhado, a alma daquele ser humano.
Enquanto ele sugava aquela alma, o corpo começou a se deteriorar, apodrecer rapidamente, até que ele virou pó, não sobrando nem os ossos. Reaper foi até os  outros corpos e fez o mesmo, recuperando-se por completo, e marchou até o elevador.
...
De um outro telhado, dois pares de olhos olhavam para o encapuzado, indo até o elevador, e depois para uma janela, a da sala que continha o explosivo.
—Parceiro- uma voz esganiçada soou, olhando com atenção e desejo para a Matadora, como era chamada a bomba - quando a gente pôr as mãos nisso, vai ser uma beleza! Mas o que a gente faz com o fantasminha?

Uma voz grave respondeu:

—Mata. Eu acho que ele é um dos caras que também querem a bomba. É melhor entrarmos agora- o homem, extremamente gordo e cheio de tatuagens, pegou um gancho, sua arma predileta, e jogou-o no topo da torre.
—Finalmente! É difícil ficar sentado aqui, enquanto eu sei que tem coisas por aí precisando ser EXPLODIDAS!
...
Quando o elevador chegou no centro de controle, os guardas não esperavam um homem de preto atirando neles. Outros guardas, quando viram a carnificina que Reaper fizera, fugiram, gritando:
—É a Morte! Ela veio buscar a todos nós!
Um deles viu uma aura roxa se formar em volta do assassino, e quando tentou fugir, deu de cara com este, bem em sua frente, que cravou suas garras no pescoço do pobre jovem. A luva se banhou de sangue, estava presa na carne do segurança, que pulsava. Reaper então disse:
—Eu consigo sentir sua vida indo embora. Calculo que você ainda tem um minuto dela...- ele olhou para o local onde a bomba estava, cercado por lasers e um vidro à prova de balas.- você tem esse tempo para me dizer a senha que desliga a proteção da bomba. Você vai morrer de qualquer forma... o que vai mudar caso você não fale é quanta dor você sentirá.
Os olhos do jovem se esbugalharam, a pele empalideceu.
—Trinta segundos.
—Sete...
Reaper foi até o painel de controle, arrastando o corpo com ele, e foi digitando.
—Dez... quinze... nove...
Ele pensou ter ouvido o barulho de uma corrente balançando, mas ignorou.
—Três... dois...um...
O morto-vivo estava prestes a apertar o botão "inserir senha", quando então...
BOOM!
Vidro e concreto foram pelos ares, na direção do fantasma, que para evitar os escombros, transformou-se em fumaça. Eles caíram sobre o corpo já sem vida do guarda, enquanto dois homens entraram pelo buraco na janela. Um era magro, com cabelos loiros espetados e chamuscados, com uma mão robótica e uma perna-de-pau metálica, e armado com um lança-granadas. O outro era gordo, igual a um lutador de sumô, com cabelos grisalhos, um enorme gancho numa mão e uma arma na outra, e uma máscara que se assemelhava com um porco, com tatuagens pelo corpo, uma das quais era um porquinho em seu umbigo.
—AHAHAHAHAHAHAHAHA!- Junkrat deu sua risada maníaca. - Conseguimos, Roadie! A Matadora é nossa!
—Não ainda- retrucou Roadhog. - Ainda temos que descobrir a senha...
—Acho que ela tá bem aqui.
Ele apontava para o painel, onde a senha já estava digitada, eles só precisavam clicar em "inserir".
—...
Roadhog bufou ao ver o sorrisinho maldoso de seu parceiro apertando o botão, e desligando a proteção. Porém, um alarme começou a tocar na mesma hora.
—Ihhhh... sujou, porcão!
—Mais do que vocês imaginam.
Um estalar de armas chamou-lhes a atenção para o fato de que Reaper não havia sido pego na explosão. Quando se viraram, viram o mascarado apontando suas espingardas para eles.
—Vocês acabam de dificultar a minha missão mais ainda. Eu vou levar essa bomba, e vocês dois... só morram. Esse mundo já está bem fodido sem canalhas como vocês.
—Ô Gasparzinho gótico, cala a boca! A gente viu primeiro, essa merda é nossa! Só por cima do meu cadáver você vai levar ela!- O junker sacou seu lança-granadas, e seu parceiro, sua arma de sucata. Reaper estalou o pescoço.
—Que seja então.
Disparando contra Junkrat, as balas não chegaram ao alvo, bloqueadas pela gordura de Roadhog. Que com um soco, mandou Reaper voando para uma parede, esmagando um painel de computador. O Ceifador caiu, segurando um de seus braços, quando um gancho o envolveu, e o puxou.
Quando Roadhog ia atirar, ele se transformou em fumaça, evitando os estilhaços de metal incandescentes. Junkrat pôs uma de suas armadilhas de urso no exato momento que Reaper voltou à forma humana, prendendo-o no chão, e disparou uma granada.
A explosão atirou Reaper para fora do prédio, pelo buraco que os mercenários fizeram, e ficou pendurado. Olhando para outra janela, abaixo dele, viu uma esquadra, como uma SWAT, subindo as escadas. Ele precisaria ser rápido, e deixaria os dois idiotas para os tiras... isso é, se resolvesse não acabar com eles. Subindo, viu o porco retirar a bomba do suporte e o rato deixando algumas minas de concussão na porta. Então, Reaper sacou mais algumas espingardas de seus bolsos, e atirou contra ambos. Roadhog aparentemente não sentiu muita coisa, mas Junkrat levou uma bala na perna.
—Filho da...- ele foi silenciado quando a SWAT invadiu a sala arrombando a porta.
—PARADOS!
Reaper, Junkrat e Roadhog trocaram olhares, e depois olharam para os policiais. E começaram a disparar contra eles.
Aquilo virou uma carnificina. Junkrat jogava granadas e minas pra todo lado, explodindo tudo o que via; Roadhog puxava pessoas com seu gancho e as estraçalhava com sua sucata, Reaper enchia os corpos de todos em sua frente de balas. De vez em quando, ele tinha tempo de enfrentar Junk ou Roadie, mas logo todos tinham que voltar a atenção para os policiais. Reaper então resolveu que estava na hora de pôr um fim naquilo. Virando fumaça, saiu de cena.
—Porra!- gritou Junkrat.- Mas que covarde, bem quando tá ficando divertido!
Mas então Roadhog viu ele se materializando no meio dos policiais. Fumaça estava começando a cercá-lo, principalmente seus pés.
—Acho que ele não arregou...- ele grunhiu, temeroso.
Então quando finalmente os homens perceberam onde ele estava, Reaper começou a girar, e a disparar para todos os lados, numa velocidade sobrenatural. Os corpos caíam, e os dois junkers se protegeram, enquanto apenas ouviam o fantasma falar, com a voz arrastada:
—Morram. Morram. MORRAM.
Ele repetia aquela palavra sem parar, e não parou até todos os homens estarem mortos no chão. Quando ele finalmente parou, pegou a bomba e pôs em um de seus bolsos, até que Roadhog pegou sua arma de sucata, pôs um tipo de funil nela e depositou munição, despejando-a contra o morto-vivo. Sua risada rouca e grunhidos de porco ecoaram pelo local, porém ele não acertava o alvo. Até que a munição acabou, e Reaper parou no rombo aberto na parede. Olhando para baixo, ele murmurou "Adeus, idiotas", antes de pular. Junkrat correu com Roadhog até o buraco, e viram-no dentro de uma nave. Ele, olhando para ambos, fez seu gesto conhecido, onde puxou o polegar ao longo da garganta, e a nave partiu.
—Puta merda, Roadie. Parece que a gente não vai ganhar o presente de Ano-Novo dessa vez!- exclamou Junkrat, cabisbaixo.
O enorme homem olhou para seu parceiro, e disse:
—Não choraminga, Fawkes. Eu tenho uma ideia que pode compensar.
—E o que é?
Roadhog olhou para todos os explosivos, em uma bolsa que Junk trazia, e depois para seu Pneu da Morte. O mesmo teve a impressão de que o porco sorria malévolamente por trás da máscara, então entendeu o que ele pretendia. Olhou um relógio, num outdoor digital; eram 23:49.
...
Eles passaram os próximos dez minutos espalhando bombas no centro de controle, e, enchendo o elevador de explosivos, mandaram-no para o subsolo, onde estavam as vigas de sustentação. Pulando para o prédio por onde vieram, observaram seu trabalho. Então, viram pessoas nas ruas, uma multidão, e viram que a contagem regressiva ia começar.
—Acho melhor começarmos com os fogos, Rat.
—Ok, porcão. Quer fazer as honras?- ele indicou a corda do pneu.
—Não, você é melhor. Pode ir...
Junkrat lambeu os lábios e puxou a corda.
10!
—VAI EXPLODIR!!!!- ambos se esconderam atrás de um outdoor. O Pneu da Morte corria à toda na direção da borda, e consequentemente, na da Torre Lijiang.
9!
O explosivo continuou andando, até que chegou à borda. Ele quicou, e foi caindo até o buraco na parede.
8!
E foi caindo...
7!
Caindo...
6!
Caindo...
5!
Chegando perto...
4!
Entrou na sala. Começou a andar na direção das outras bombas... Junkrat passou o detonador dos explosivos no subsolo para Roadhog.
3!
Eles estavam prontos para apertar...
2!
E finalmente...
1!
BOOM!!!
Fogos de artifício explodiram no céu, assim como o Pneu da Morte explodiu, com o resto dos explosivos, toda a torre. Muitos celebravam, nem olhando para ela, mas outros se assustaram com a construção entrando em colapso. Os dois mercenários australianos ficaram dando risadas altas e loucas, enquanto viam todas as cores, principalmente o laranja, iluminar o céu noturno.
—Feliz Ano-Novo, otário!- gritou Mako Rutledge, para seu parceiro, Jamison Fawkes.
—Ah, seu saco de bosta...-escorreu uma lágrima dos olhos dele, tão bonita era a cena que eles causaram- pra você também!


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Notas finais do capítulo

FELIZ ANO-NOVO PRA TODO MUNDO!



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