402 escrita por LC_Pena, Indignado Secreto de Natal


Capítulo 12
Epílogo


Notas iniciais do capítulo

Agora sim, o final.



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Dessa vez Pansy havia resolvido passar a noite, então usava sua saia do dia anterior com uma das camisas sociais pretas de Harry, com as mangas enroladas até ficarem ¾ e se não fosse o cabelo solto com desleixo e os pés descalços, qualquer um poderia dizer que ela chegara ali naquela manhã mesmo.

Harry sonhava com o dia em que ela finalmente usaria apenas suas camisas e nada mais, de preferência um dos seus moletons dos Falcons...

— Sabe o que estive pensando? – Ela terminou de passar a geleia na torrada e antes de fechar o pote, passou um pouco no dedo para lamber depois, uma mania que Harry achava particularmente adorável._ Temos que colocar algum bloqueio naquela lareira.

— Sim, eu concordo, vou colocar alguns feitiços padrões de identificação, é que ainda não mudei meu endereço nos registros do Ministério...

— Harry, mas você já mora aqui há dois meses! Está esperando o quê? Fazer aniversário? – Ele sorriu, roubando a torrada dela e conseguindo o incrível feito de pôr tudo na boca de uma vez._ Ah, mas que beleza, acho que vou te colocar na escola de madame Tornai também.

— Sobre... – O homem fez um esforço para engolir a comida, quase se engasgando no processo. Pansy apenas soprou seu café com uma expressão de divertimento, ela era uma mulher muito, muito cruel._ Sobre isso, estive conversando com Mione, ela realmente acha que o melhor para Eileen é ir para uma escola trouxa... Espera, deixa eu falar! Por que ela já vai ver muito sobre magia quando for para Hogwarts e...

— Magia nunca é demais, Harry, diga a Mione que quando Rose parar de chorar a cada cinco minutos, ela decide onde a filha dela pode estudar...

— Achei que já tinha parado com esse “Quando, insira aqui algo que a magnânima Pansy Parkinson já fez com louvor”, mas pelo visto estava errado... – O casal se voltou para o intruso charmoso que invadia seu oásis de paz, em meio ao caos que era o mundo bruxo no início de mais um ano corporativo.

— Vê porque precisamos de um feitiço naquela lareira? – Pansy apontou para Blaise em seu impecável traje escuro, com apenas alguns detalhes em vermelho sangue no cinto e em suas abotoaduras de rubi._ Blaise querido, estávamos com saudades!

— Estou vendo o quanto...

— Sua mãe deu a entender que havia se mudado de vez para Roma, isso partiu o coraçãozinho de Eileen, só para você ficar sabendo. – Era mentira, mas usar a filha era o melhor caminho para sondar a vida do melhor amigo. Harry continuava mudo, encarando a lareira do outro lado da casa._ Harry, você está fazendo aquela cara de idiota de novo, depois vai querer que a gente não faça piada, chega a ser uma indecência você me pedir isso...

— Minha mãe começou a procurar uma esposa para mim em Roma, então a Itália meio que perdeu seu encanto... Vem cá, cadê a filha de vocês, hein? -  Harry pois a mão no queixo, entre o intrigado e o receoso, aquela lareira era mesmo um problema.

— Tenho que dar um jeito nessa lareira, hoje foi Blaise, amanhã...

— Um assassino!

— Seu tio! – Pansy olhou surpresa para ele, mas depois fez que sim com a cabeça, porque, depois que seu pai segredara que implorou para não dividir a cela com Anfion Parkinson, Pansy começou a pensar que um assassino na casa seria uma bênção, ao menos eles saberiam como lidar com o bandido... 

— Vai deixar isso barato, Pansy? Você está perdendo o seu jeito...

— Meu pai gritou para os guardas de Azkaban “Me coloquem com qualquer um, só não me deixem aqui com Anfion, já passei tempo demais dividindo o útero de minha mãe com essa criatura!” – Harry se engasgou com o café, que também não era seu, a propósito.

— Não imagino seu pai gritando... – Blaise disse cético, olhando Harry espanar o café da camisa branca, na tentativa do líquido não ser absorvido por ela.

— Pois gritou. E por falar em gritos, onde está Eileen? – Pansy perguntou a ninguém em particular.

— Estou perguntando isso desde que cheguei. – O sonserino encheu uma xícara de café com um aceno de varinha._ Mas ninguém me ouve... 

— Ela está lá fora, pintando a caixa de correio.  -  Os bruxos puro-sangue olharam Harry com um tom acusatório, aquilo era o tipo de coisa esquisita que só os trouxas faziam._ O quê? Ela viu isso em um desenho animado!

— Já disse que não gosto dessas coisas, ela são assustadoras, tão coloridas e de formas bizarras,  eu...

A discussão leve do casal continuou dentro da casa, enquanto do lado de fora, no caminho dourado de cascalho, uma menina de rabo de cavalo baixo e capa vermelha enfrentava o tempo frio, mas sem neve, com uma missão muito importante em mãos.

—... e dois! Pronto, terminei! Quatro-zero-dois! – Uma corujinha cinzenta se aninhava infeliz entre o ombro e o cabelo da menina, era uma criatura noturna, por Merlin, porque sua dona não a deixava dormir em paz? _ É o número da sorte de minha família, Pixie, esse é o melhor número do mundo!

Eileen se levantou e observou seu trabalho de longe. Sim, a caixa de correios antiga dos moradores anteriores agora brilhava com uma camada de tinha branca e os números 4 de verde, o 0 de roxo e o 2 novamente de verde bem destacados na paisagem de inverno.

A menina voltou correndo para o seu lar, porque, agora sim, tudo estava como deveria estar.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha valido a pena esperar por esse presente, Ana, foi feito com muito carinho, embora não com a rapidez devida.

Bjuxxx