— Perai, perai, perai que eu tô boiando aqui. – Bridgette disse em voz alta cortando as duas que estavam no quarto de Marinette. – Vocês se tornaram amigas assim do nada e “puf” ela volta para casa dela sem dar nenhum tchau?

Depois de voltar da conversa com Mestre Fu a azulada foi surpreendida pela presença da garota em sua casa. Ela conversara com seus pais e ambos a deixaram dormir em sua casa. Já passava das dez da noite quando as amigas começaram a conversar sobre as últimas coisas que passaram juntas. Havia muito tempo que não faziam algo juntas como garotas normais e Marinette decidiu recompensar o tempo perdido fazendo uma festa do pijama com Alya. Até pensara em chamar Kattie e Cholé para se juntarem ao programa, mas ambas estavam ocupadas com suas obrigações e a garota desistiu.

Então como que por mágica sua prima apareceu em seu quarto e tornou a pequena festa entre melhores amigas em uma mega festa de três pessoas. Dançaram suas músicas favoritas, brincaram de pintar a cara da outra sem ver, assistiram filmes de terror e para completar fizeram uma guerra de travesseiros até a última cair no chão. Bridgette havia se tornado a porta de um mundo sem problemas e onde Marinette podia se esconder de toda aquela dimensão que a forçava a voltar para o mundo real. Era isso era uma coisa excelente.

— Não é pra tanto também Bridg. – a garota respondeu enquanto fazia mais uma trança no cabelo da morena. Uma longa trança. – As coisas mudaram bastante desde o ano passado. Pelo menos o jeito que eu olhava para ela.

— Isso já merece ser comemorado prima! – exclamou quando a amiga terminou de arrumar o seu cabelo.

 – Já é um milagre. Para quem fazia um escândalo de ciúmes se uma mosca pousasse na loirice delicada do Adrien você progrediu bastante. – Alya completou dando mais uma gargalhada e a deixando um pouco envergonhada.

— Ok, vamos mudar de assunto senão eu não vou dar a sua parte do brigadeiro que eu fiz. – Marinette provocou com um sorriso vitorioso. Sabia que a mesma não arriscaria.

— Isso é chantagem garota! – reclamou se fingindo de ofendida. – Não vale, você sabe que eu adoro brigadeiro de panela. Bridgette faz alguma coisa!

— As suas ordens capitã. – a mais velha de pijamas cor-de-rosa disse lançando um olhar malicioso para a garota que parecia consigo. – Mari, sabe aquele seu sutiã de bolinhas vermelhas e pretas que você usa para dar sorte para você? Então... O que será que o Adrien e o seu sogrinho vão achar de você se uma foto sua usando ele cair no celular deles? – perguntou fazendo a mesma corar violentamente ao erguer o celular para o alto.

— Você não se atreveria. – Marinette respondeu suando frio.

— Não? – repetiu vendo a prima prestes a ter um ataque cardíaco na frente de Alya. Olhou para sua melhor amiga e então abaixou o celular rapidamente caindo na risada em seguida. – Eu estava só brincando Marinette. Devia ter tirado da cara que você fez. Achei que ia ter um treco na minha frente... e... e...

Parou subitamente de falar quando viu a cara da azulada lhe encarando. Seu olhar dizia várias coisas e nenhuma delas era menos raivosa do que a outra. Rangendo os dentes de fúria, Marinette pegou a primeira coisa que viu ao seu lado: um taco de Beisebol. Porque ela tinha um taco de Beisebol mesmo que ela não sabia jogar? Bom, eu não sei. Mas pelo jeito que essa garota estava olhando para a prima posso afirmar que o seu desejo era de acabar com a raça de Bridgette.

— Acho melhor você correr. – Alya aconselhou gravando o que iria acontecer com o celular.

Se ouviram gritos pela casa. Gritos de medo e gritos de fúria, mas ninguém sabia ao certo de quem era cada um. As três correram pela varanda, pelo resto do quarto de Marinette e foram parar na sala onde Tom e Sabine estavam assistindo um filme de terror com as luzes apagadas. Acho que já dá pra saber o que vai acontecer agora não é?

Bem na parte que o boneco assassino Chuck iria matar um dos personagens de sua trama Bridgette entrou correndo e gritando na sala. Sabine se assustou e também gritou, fazendo Tom gritar e tentar agarrar o taco de Beisebol de Marinette. Por sua vez a garota pensou que seu pai fosse sua prima e lhe acertou com o taco na cabeça. Dando outro grito de fúria a azulada avançou para Bridgette que estava atrás de Sabine. Por incrível que pareça a azulada acertou sua mãe e não sua prima. A bagunça foi geral até Tom agarrar a garota pensando que era ela que estava com o taco em mãos.

— Toma isso boneco assassino! Na minha casa você não vai matar ninguém usando um... Taco de Beisebol? – Tom gritou vendo uma outra silhueta se aproximar com o objeto em mãos.

— Larga... Ela... Agora! Eu vou mostrar a chantagem emocional para você garota! Deixa eu colocar as minhas mãos em você! – Marinette gritou ainda furiosa, indo na direção da silhueta de Bridgette. – Vem... Aqui!

— Credo prima... Você é muito vingativa. – provocou enquanto Tom olhava confuso para a mesma. – Hã... Oi tio.

— Sai de perto do meu marido seu bicho maluco! – Sabine gritou empurrando a filha para chão e se jogando sobre ela. – Você vai sentir o gostinho de ter mexido com os Dupain-Cheng nem que seja na marra!

Então as luzes da sala se acenderam e revelaram a cena constrangedora que se passava na sala de estar daquela casa: Sabine estava dando um mata-leão em Marinette que estava se esticando para pegar seu taco jogado no chão; bem próxima daquela cena, Tom havia percebido o que estava fazendo e largou a sobrinha quase sem ar de volta no chão. Todos não sabiam onde enfiavam a cara e até mesmo desligaram o filme que se passava na TV. Mas o pior era que Alya havia gravado tudo com sua câmera noturna e agora sua risadas escandalosas preenchiam o ar de toda a casa.

— Isso... foi... Demais! Podemos gravar de novo? Quero jogar tudo no Youtube. – disse quase se engasgando com sua própria saliva. – Vocês vão virar um viral na web.

**

— Eu ainda não acredito que você queria bater na sua prima com um taco de Beisebol Marinette. – Tikki disse dando uma gargalhada fofa. – De onde você tirou isso? Não sabia que você tinha um taco desses.

— Para falar a verdade eu nem sei de onde aquilo saiu. – a garota admitiu dando um sorriso de canto. – Nunca pensei que daria tanta bagunça assim.

Já era madrugada e a morena havia aproveitado que Bridgette e Alya tinham dormido para ir até a varanda. Depois de toda aquela confusão que havia feito dentro de sua própria casa ela precisava voltar para a realidade. Logo as preocupações que tanto almejara esquecer voltaram á tona em sua mente e tudo o que Mestre Fu lhe contara sobre o passado. Estava com medo de perder seus amigos assim como seu mestre. Não suportaria a culpa de alguém ser ferido na sua frente. Não de novo. Suspirou e olhou para o céu buscando refúgio quando estranhou algo: haviam poucas estrelas e pareciam se alinhar em uma única fila no céu. Haviam sete estrelas e duas já formavam um risco no céu.

— Mas o que que...

— Marinette! – Tikki gritou apontando para algo que vira no topo da Torre Eiffel.

Rapidamente olhou em volta e se assustou quando viu um vulto preto cair no chão de sua varanda. Chat Noir estava desacordado e com pequenos rasgos em seu uniforme. Se abaixou e tocou o peito de seu amado preocupada se o mesmo ainda estava respirando. O que acontecera? Lágrimas de desespero davam sinais em seus olhos enquanto dava leves tapinhas em seu rosto e chamava por seu nome. Olhou para Tikki e antes que pudesse fazer mais alguma coisa ouviu os últimos bips da transformação de seu parceiro. Logo lá estava Adrien Agreste novamente.

— Adrien... Adrien me responda por favor... – sussurrou observando a respiração do loiro em seus ouvidos. Olhou para sua kwami e a observou socorrer o pequeno gato preto. – Plagg, você está bem? Plagg?

— Estou morrendo de fome. – o kwami negro reclamou fazendo a morena revirar os olhos.

— O que aconteceu? – Tikki perguntou parada ao lado do melhor amigo.

— Nós fomos atacados. – revelou deixando ambas apreensivas.

Depois que o Adrien recebeu uma mensagem sua, ele se transformou em Chat Noir para se encontrar com você no topo da Torre Eiffel. Estava tudo bem até percebermos algo estranho no céu.

— Que estranho... Nunca vi as estrelas se alinharem assim. – o herói murmurou para si mesmo enquanto se apoiava no parapeito da torre. – Alguma coisa está me cheirando mal por aqui e não sou eu.

De repente apareceu mais uma pessoa lá encima e atacou o Adrien. Os dois começaram a lutar. Ele tinha cabelos loiros escuros compridos, olhos escuros cobertos por uma máscara preta e usava um uniforme preto e dourado muito diferente de todos os heróis. Ele não parecia ter um miraculous, mas era muito rápido e acabou com a defesa do Adrien. A única coisa que vi quando ainda estávamos lutando foi um símbolo bem grande desenhado na parte escura da roupa: o desenho de uma águia totalmente em dourado e dentro do desenho havia uma grande letra “B” com capricho. Antes de ir embora ele deu um pequeno aviso:

— Escuta aqui gatinho eu não quero machucar ninguém. Eu só estou seguindo ordens de ter vindo até aqui e lhe dizer o seguinte: Não confie em ninguém. Você sabe quem está de olho em todos vocês e quando o prazo das estrelas acabar, ela voltará e terminará de fazer o que começou.

— Quem é esse cara Plagg? – Marinette exigiu saber aflita. O pequeno ser balançou a cabeça triste.

— Eu não sei Mari, mas eu tenho certeza que o que ele usava não era um miraculous. – o kwami contou enquanto a garota o colocava dentro do agasalho de Adrien.

— Eu vou descobrir o que está acontecendo de uma vez por todas e eu garanto que não vai demorar. – a morena disse determinada a mudar aquela situação. – Se Style Queen acha que vai ser fácil me derrubar está muito enganada. Vou lhe mostrar que vai precisar muito mais do que bater no meu namorado para me fazer recuar. – e se levantando olhou para Tikki séria.

“Tikki, transformar!”

Com muito cuidado para não ser vista na madrugada, Ladybug levou o civil Adrien Agreste de volta para casa. Mas a mesma não percebeu que alguém estava lhe vigiando perto de onde estava. Uma silhueta de mulher ao lado de uma outra silhueta masculina um pouco menor. Ambos pareciam conversar sobre o que havia acabado de ver.

— Ela é persistente. – a silhueta dourada da mulher disse segurando fortemente o bastão em sua mão. – Não será fácil separar toda esta equipe. Principalmente essa joaninha e esse gato imundo.

— Não se preocupe majestade. – o garoto tranquilizou dando um pequeno sorriso de canto. – Tenho certeza que mais cedo ou mais tarde teremos o prazer de vê-los separados uns dos outros.

— Não os subestime Bombz. – a silhueta de Style Queen repreendeu voltando a olhar para o jovem aprendiz ao seu lado. – Mestre Fu está com eles. Se ele e a equipe de Ladybug descobrirem a verdade sobre as sete estrelas no céu estaremos perdidos.

— Eu lhe garanto que os destruirei antes disso Style Queen. – o loiro de olhos castanhos repetiu convicto do que dizia. O nome Bombz havia sido da escolha do garoto para seu nome de anti vilão. Significava vingança, algo explosivo, organizado. Coisas que o mesmo tinha de sobra em seu coração. – Uma promessa minha não é nunca descumprida. Acredite.

Eles vão se arrepender de terem se intrometido onde não deviam.