O fim de semana passou voando e já era segunda-feira. Eram seis e dezessete e o celular de Catherine começa a vibrar debaixo do travisseiro dela. Ela acorda sobressaltada e começa a procurar o celular, rapidamente o acha a para aquele negócio antes que começasse a fazer um barulho irritante. Ela, ainda sonolenta, sussurra para o celular:

—Que diabos você está fazendo debaixo do meu travisseiro? Tinha te colocado no criado!

Ela se senta na cama e se espreguiça bocejando. Calça as sandálias e fica encarando e parede por um tempo. Se vira para o lado e cutuca Grissom, chamando-o:

—Gil, amor, acorda!

Ele, no intanto, se vira para o lado resmungando. Ela volta a sacudi-lo, chamando-o:

—Gil, acorda!

Ele se mexe novamente, virando-se para o lado oposto. Ela chama a terceira vez, já perdendo a paciência:

—Gilbert, larga dessa preguiça e levanta dessa cama. Agora!

—Me deixa dormir em paz, Cath!- Ele responde. Na verdade ele já havia despertado, mas para abusar ele pegou o travisseiro dela e pôs na cabeça, como quem cobre os ouvidos para não escutar nada. Ela se irrita e pula da cama um pouco alterada.

—"Me deixa dormir" uma ova, Grissom! Levanta logo! Você tem coisa para fazer!- Ela diz balançando ele, que finge não dar ouvidos, e desafia a vida fingindo roncos. Isso foi a gota d'água para Catherine.

—LEVANTA, DESGRAÇA!- Ela gritou arrancando o travisseiro das mãos de Grissom e batendo nele com esse mesmo travisseiro.

—Ai, Cath! Ai!- Ela dizia enquanto apanhava.- Ei, eu já levantei!- Ele disse segurando os braços dela. 

—Tá!- Ela disse jogando o travisseiro na cama.- Agora, desliga a central, arruma a cama e abre as janelas... eu vou tomar banho. Quando eu voltar quero tudo arrumado e você banhado. Você vai pegar Lindsay sete horas na casa dos meus pais, eu não vou poder ir, tenho uma reunião na Universidade.

—Sim senhora, mamãe.- Ele respondeu.

—Palhaço!- Ela disse entrado no banheiro. 

Ele olhou no relógio eram seis e vinte e quatro, ele tinha que arrumar o quarto, se arrumar e estar na casa dos sogros antes das sete. Começou desligando a Central de ar, arredou as cortinas e abriu as janelas, desligou as luzes e arrumou a cama, pegou sua toalha e partiu para o banheiro do quarto de hóspedes já que Catherine ocupava o banheiro do quarto deles. Tomou um ducha rápida e voltou para o quarto, deu graças a Deus porque Catherine ainda estava no banheiro, passou para o closet e escolheu uma calça jeans larga e uma polo verde, vestiu-se. Pegou os sapatos e saiu do closet, ao sair se deparou com Catherine saindo do banheiro com a toalha branca enrolada no corpo, tirando a touca do cabelo. Ela era linda. Ele se dirigiu até a cama, sentou-se e calçou os sapatos. Catherine entrou no closet e ficou escolhendo uma roupa pra vestir. Grissom verificou a hora, já eram seis e quarenta e dois, ele desceu preparou um café rápido, tomou-o simples e deixou a xícara na pia. Já falatava quinze para as sete, tinha que ir. Subiu e ao chegar no quarto sa deparou com Catherine mirando-se no espelho. Ele ficou admirando-a. Ela estava linda. Usava um vestido de malha verde soltinho que estava pouvo acima dos joelhos, apesar de não marcar sua invejável cintura, o vestido valorizava seu busto e, de certa forma, seus quadris. Calçava um meiapata nude, salto grosso; no rosto uma maquiagem leve e os cabelos ruivos caíam-lhe sobre os ombros. Estava perfeita.

—Amor, eu já vou. Quer que eu te leve?- perguntou Grissom se aproximando. 

—Não, Gil. Eu posso pegar um táxi. Você sabe que Lindsay não suporta atrasos.- Ela respondeu, virando-se para ele. Vale ressaltar que cada qual tinha seu carro, no intanto, o de Catherine estava na oficina desde sábado a noite.

—Quando a reunião acabar, me liga que vou te buscar.- Ele disse e lhe deu um beijo. Pegou a carteira, o celular e as chaves de casa e seguiu para a garagem, pegou a chave do carro no gancho, entrou no carro e partiu para a casa dos sogros.

Catherine deu um último retoque e se dirigiu ao escritório deles no andar de baixo, pegou sua pasta e o notebook e seguiu para a sala. Pegou a bolsa que estava sobre a mesinha ao lado da escada, pegou o seu sobretudo marrom que estava no armário embutido ao lado da porta de entrada. Conferiu se não havia esquecido nada e então saiu de casa, andou um pouco até chegar na Avenida e lá pegou um táxi e seguiu para a Universidade. Chegando lá, pagou a corrida e subiu a escadaria de entrada. Sua barriga estava roncando e então ela se dirigiu ao refeitório. Conferiu o horário, eram sete e cinco.

—Dane-se! Essas reuniões nunca começam no horário marcado mesmo.- disse para si mesma. Chegou ao balcão e falou com a moça.- Rose, o mesmo de sempre!- disse piscando pra moça que protamente foi preparar o pedido. Um aluno se aproximou de Catherine, ela notou. Ele parecia nervoso.

—Oi prof-fessora! E-eu saber queria você que eu sair você...- Ele acabou se enrolando todo e ela ficou sem entender nada. 

—Eu não entendi o que você quis dizer! Desculpe.- Ela falou.

No momento que ele ia repetir a atendente do balcão chegou com o pedido de Catherine:

—O seu maquiato sem espuma!

—Ah! Obrigada.- Ela respondeu já ia saindo.

—Pro-professora...- o rapaz ia segui-la mas ela interrompe.

—Olha, eu estou com um pouquinho de pressa agora! Outra hora a gente conversa...- Ela diz indo para o elevador. 

—Tá bom...- o rapaz falou para si mesmo.

Nesse meio tempo, Grissom já havia pegado a filha na casa dos sogros e levado- a para a escola. Ele aproveitou para fazer compras e deu um passada pelo laboratório. Voltou para casa e guardou as compras. Quando se deu conta já era hora de ir buscar Lindsay no Colégio. Assim o fez. Chegando lá Lindasay estava brincando com suas colegas. Ao avistar o pai correu até ele gritando:

—Papai!

A professora foi levar sua mochila. Eles entraram no carro e Grissom perguntou:

—Quer ir buscar a mamãe no trabalho?

—Claro, papai!- a menina respondeu.

Eles foram até a Universidade, eram onze e quize, Grissom deduziu que a reunião ainda não tinha acabado a então foi para o refeitório com Lindsay. Quando deu onze e meia foram para a nave principal e pelo número de professores que transitavam por lá, Grissom imaginou que a reunião já tinha acabado. Logo Catherine apareceu. Quando ela os avistou abriu um largo sorriso e andou em direção a eles. Mas foi interrompida por alguém, era aquele mesmo aluno do refeitório.

—Professora... eu.... eu.... eu....- Ele gaguejava e ela queria sair dali o mais rápido possível. 

—Olha, o dia hoje está uma correria, eu não estou podendo falar agora. Que tal conversamos na quinta depois da palestra?- Ela sugeriu para sair dali logo.

—Tá... claro...- Ele respondeu e ela saiu. Ele ficou olhando e logo soube porquê ela estava com pressa. Ele apertou os punhos de raiva. 

Catherine chegou em sua família.

—Oi meus amores!- Disse pagando Lindsay no colo.

—Oi Mamãe!- disse a menina.

Ela bejou Grissom e ele disse logo em seguida:

—Vamos?

—Vamos!- respoderam Cath e Lindsay em uníssono.

O que eles não sabiam era que agora tinha alguém com muita raiva os observando. Aquele aluno tinha um certa "queda" por Catherine. Ele se dirigiu ao seu armário e ao abrir arrancou um dos desenhos de Catherine que ele mesmo desenhou durante alguma palestra. Olhando para o desenho, furioso, dizia:

—Você vai ser minha, Catherine Willows, vai sim!