Blood Stain escrita por SakyHina


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos! Eu sou a Saky-chan que, depois de um surto de inspiração, resolveu escrever um primeiro conto do universo vampiresco.
Bem, espero que gostem e Boa Leitura!



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Me lembro de todos os detalhes de quando a vi pela primeira vez. Era apenas inicio da noite, e embora eu não soubesse, apenas em poucas horas ela já havia bebido o sangue de cinco homens.

Era o baile de meu 24° aniversario, como um homem feito e dono de minha própria terra, foi quando Neville nos apresentou. Ah, Neville, ele me provou que mesmo em décadas nunca se conhece por inteiro uma pessoa

E lá estava eu, em toda minha ingenuidade da juventude, me aproveitava por completo de todos os prazeres que um homem da alta sociedade tinha em seu alcance.

O salão inteiramente iluminado enquanto o cheiro do cordeiro assado aguçava o paladar das pessoas, os murmúrios contínuos criando uma espécie de zumbido de abelhas em meus ouvidos já um tanto ébrios. Tenho de lhe dizer, já havia cruzado metade do continente e mesmo assim nada se comparava a beleza daquela jovem mulher, a pele tão macia chegava a fazer inveja na seda de minha cama, com o cabelo tão brilhante quanto uma joia preciosa.

Na época,  meus parentes estavam à procura de uma esposa para mim. Eu soube desde o momento em que meus olhos pousaram em seus lábios carmim, deveria ser ela!

E como eu fui tolo, meu amigo, pois não importasse o quão óbvio estivesse, eu engolia todas as palavras dela como verdade absoluta.

Foi assim que a conheci, a morte encarnada em beleza de mulher. E eu a quis desesperadamente, do mesmo modo como a quero agora, mesmo agora.

Depois daquele baile, minha mãe foi a loucura. Mal notei as outras moças do salão, e fui me perder nos jardins com uma estranha. Ela gritava a plenos pulmões, nos raros momentos em que perdia a compostura:

— Se a quer, então a encontre e a despose! Não temos condições de bancar as suas farras de meretrizes!

Quando penso em minha mãe hoje, só posso lamentar não ter rido dela, não ter a pego nos braços e concordado em me casar com a moça que ela achasse apropriada. Ane tirou-a de mim, como me tirou toda a sanidade e toda a beleza com que enxergava a vida. Culpo Neville, ele me conhecia o suficiente para saber que não resistiria aos encantos de uma mulher como ela, sabia muito bem que ficaria perdidamente apaixonado e faria de tudo para conquistar o coração dessa perfeita mulher.

Neville sempre sabia onde poderia ganhar, sabia que faria quaisquer daquelas transferências de terras se Ane me pedisse. Em nome de um bondoso e azarado padrinho que morava no exterior, e eu o fiz. Por incrível que pareça, não me arrependo. Ao contrario da maioria dos homens, o dinheiro nada mais foi pra mim que um meio para um fim, e se perde-lo tornaria Ane feliz, eu estava feliz.

Bom, era o que eu pensava

O mais curioso da condição de Neville e Ane, e de poucos outros que faziam parte da legião, eles poderiam se expor ao sol, se por um curto período e com proteção. Engoli completamente quando Ane me disse que sofria de uma doença de pele, em que era muito sensível ao sol e ele a machucava muito facilmente. Nem ao menos questionei, comprei o cortinado mais espesso para o quarto e mandei que lonassem um telhado para o nosso casamento.

E Ane era uma excelente manipuladora. Fingia jantar e cear comigo, levando pequenas quantidades a boca e bebericando o vinho com que eu lhe enchia a taça. Por muito tempo, ignorei as peculiaridades de minha esposa e vivi com ela os anos mais prósperos de minha vida. Durante o dia, seguia em nossas terras e administrava nossa casa, regozijando de prazer nos poucos momentos em que ela saía do quarto para me fitar da janela, o chapéu de renda protegendo o rosto do sol.

Como eu a amei, e como eu me afoguei em suas lagrimas falsas quando o doutor nos disse que Ane não poderia gerar uma criança. Diferente do que normalmente acontece, ver essa única e inegável falha de Ane para mim foi como receber um sopro fresco depois de um intenso verão.

Eu queria herdeiros, mas ter a consciência de que minha mulher fora reduzida a uma estéril me fez ama-la ainda mais, evidenciou para mim a mulher frágil e indefesa que eu acreditava viver por baixo daquela perfeição esculpida naquela face perfeita.

Passei nossa herança para o nome de meu sobrinho e me foquei em viver meus dias voltado para a vida de casado que eu adorava ter. Em momentos de celebração, a paz reinava em minha casa, o mal humor e desconfiança de minha mãe foram apagados após o dote de Ane ser entregue. Nem posso imaginar de quem Neville tenha roubado tal quantia, e além disso, não havia quem olhasse para minha mulher e não sorrisse, lhe enchendo os ouvidos de elogios só para apreciar seu rosto em um vislumbre de contentamento em seus olhos cor de mel.

Estava feliz, essa é a verdade. E se minha curiosidade não superasse as barreiras de nossa vida perfeita, eu continuaria feliz até o fim de meus dias.


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Notas finais do capítulo

Qualquer critica, comentário ou sugestão é muito bem vinda. Sinta-se livre para dar sua opinião!
Até logo!



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