Maison in Paris escrita por Leticia Vicce


Capítulo 8
King


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, dessa vez voltei bem rapidinho!!
Espero que gostem desse capítulo, e por favor comentem, preciso de incentivo para continuar!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/719151/chapter/8

Dentro do carro ouvia-se apenas o som do motor e os sons externos da rua, Edward vez ou outra desviava o olhar para Bella quando ela lhe passava instruções de como chegar à um bairro popular e pobre da cidade luz. À medida que iam se aproximando da casa de Bella, ela passava a observar os pés no assoalho do carro, talvez fosse medo por ter de se distanciar de Edward, seu coração dava solavancos que ela jurava poder serem ouvidos à grandes distâncias, tamanha a velocidade do palpitar do órgão em seu peito.

—Vire à direita. – Ela disse baixinho e Edward o fez.

—Então Bella, pode passa no RH da empresa amanhã, já vou deixar acertado com meu irmão sua contratação e veremos em qual turma você pode ser encaixada. As aulas são no período noturno, após o expediente, espero que não tenha problemas quanto a isso.

—Oh não, claro que não, estou realmente muito agradecida por essa oportunidade, não sabe o quanto está me ajudando. – Ela sorriu largamente demonstrando seu contentamento.

—Ah, e quanto a sua casa, você me disse que era perto. – Ele soltou um risinho achando graça ao constatar que ele estava dirigindo a quase quarenta minutos e ainda não haviam chegado ao seu destino. – Acho que teremos um problema quanto ao seu horário, afinal, quando sair, já não haverá bondes que venham para este lado da cidade.

—Desculpe. – Ela murmurou envergonhada. – Eu já me acostumei a andar longas distâncias, então julgo ser perto. E quanto a isso, não se preocupe senhor... – ela parou ao receber um olhar de advertência de Edward. – Edward, eu posso vir embora a pé mesmo, não posso desperdiçar esta oportunidade.

— Bella, é perigoso para uma dama andar a noite desacompanhada. Eu já tenho uma solução para este empecilho, claro, se não for problema para você. Eu posso lhe dar uma carona sempre que tiver aulas.

—Oh não, por favor, não posso aceitar. Você já está fazendo muito por mim me dando esse emprego, não posso aceitar que queira me levar todos os dias.

—Não só pode, como deve. Somos amigos, certo?

Ela mordeu o lábio inferior receosa, imaginando o que as pessoas diriam sobre ela caso aceitasse o que Edward sugeriu, afinal, ele é seu chefe, e ela uma moça solteira, o que diriam as más línguas? Bella fora criada para ser reservada, as irmãs lhe deram uma educação rígida. Apesar de sua mãe Renée ser uma mulher extremamente à frente de seu tempo e apoiar que Bella namore, ou tenha amigos, a filha sempre recatada preferia não dar assunto aos fofoqueiros de plantão. Ainda mais sendo ele um Cullen, ela vira a perseguição pela qual o irmão estava passando, imaginou que se os vissem juntos mesmo como amigos, afinal, era apenas isso que eram, os perseguiriam e a tachariam de interesseira.

—Não sei Edward, as pessoas são más, me veriam como golpista, e não quero que pensem que estou me aproveitando de você. – Ela olhou pela janela por um segundo e notou que já estavam em frente à casa de dois andares dos pais, era uma casa bem pequena, no andar inferior haviam apenas a sala e cozinha, no superior haviam três quartos, o dos pais, o dela e um para visitantes. – Chegamos. – Ela anunciou.

—Bella, não preocupe com isso, ninguém dirá ou fará nada contra você, confie em mim. – Ele pediu depositando sua mão sobre a dela.

Bella suspirou alto e encarou o par de perfeitas esmeraldas que a observava, deixou que seu olhos cor de chocolate vagassem pelo rosto do rapaz, fechou os seus com força enquanto pensava sobre a proposta de Edward, sorriu ao pensar em si mesma podendo ensinar a outras pessoas, percebeu que aquela seria a melhor oportunidade que teria na vida, passar seu conhecimento a outras pessoas, e tudo graças aquele homem que gentilmente lhe ajudou.

—Pense nisso como forma de me agradecer, deixe-me cuidar de você. – Ele acarinhou o dorso da mão da garota.

—Tudo bem, mas peço que não conte a ninguém sobre isso, não gosto que as pessoas pensem que sou uma qualquer. – Ela sorriu ao final de suas palavras, pegou suas coisas e o embrulho da doceria e saiu do carro deixando Edward com um sorriso gigantesco para trás.

Alguns minutos depois, ele viu quando a garota acenou da janela da frente da casa, ele deu partida no carro com aceno de cabeça para ela e seguiu rumo às indústrias Cullen novamente. Ao chegar ao local, notou que os fotógrafos e jornalistas haviam se dissipado, estranhou a falta de movimentação na fábrica, e estranho ainda mais o enorme e luxuoso carro negro no estacionamento, nunca o havia visto por ali antes.

Rapidamente, o jovem entregou as chaves do carro do irmão que usara para levar Bella a um manobrista que estava a sua esperar e adentrou as dependências da empresa, encontrou uma Victória assustada andando de um lado a outro atrás do balcão da recepção.

—Victória, o que houve? – Ele pediu aflito ao notar a expressão da garota.

—Não muito bem Edward, seu irmão já está trancado há horas com Royce King dentro do escritório dele. Eu fui até lá levar um café, e eles estavam trocando farpas. Liguei para sua casa, mas sua mãe não estava, fiquei com medo de dizer algo a seu pai, então não há quem possa intervir.

—Deixe que eu faço isso. – Ele disse já se encaminhando rapidamente as escadas que levariam ao andar em que o irmão estava.

—____________________________________________________________________________

Emmett assustou-se quando altas batidas foram dadas em sua porta, estranhou, já que não havia nada ou ninguém marcado para aquele dia. Ele suspirou pesadamente e foi atender, seus olhos faiscaram em pura raiva quando viu a figura imponente de Royce King II.

—Olá Cullen, vejo que não está ocupado. – O homem arrogante disse já adentrando o escritório e sentando à cadeira de couro em gente a grande mesa mogno onde antes Emmett analisava alguns papeis da empresa.

Ele já havia sido notificado que Royce King se tornara o mais novo acionista das indústrias Cullen, há alguns dias após se reunir com Carlisle, Royce conseguira adquirir cerca de dez por cento das ações de um dos sócios mais antigos, então ele passara a ser o segundo maior acionista, apenas atrás de Carlisle que detinha cinquenta e um por cento das ações. As indústrias tinham cerca de vinte acionistas, alguns com mais, outros menos. Não era segredo para ninguém que Royce King II já havia procurado todos os outros acionistas oferecendo quantias milionárias para que as vendessem, alguns ficaram de pensar, alguns negaram, alguns estavam negociando, e com isso, seu poder dentro das indústrias só aumentava.

—Posso ajudar em algo King? – Emmett respondeu com asco.

—Bom, vim me inteirar dos assuntos da fábrica, como deve saber, sou o novo acionista e pretendo adquirir algumas mais.

—Temos reuniões do conselho todos os meses onde são apresentadas planilhas de desenvolvimento, gastos e etc, então pode passar aqui na próxima semana, Vctória entrará m contato informando o horário. – Ele disse sem tirar os olhos dos papeis que estavam sobre a mesa, resolveu que se o ignorasse, talvez fosse embora mais cedo.

—Ótimo. Mas então, ouvi rumores que está noivo.

—Sim. – Emmett respondeu segurando um pouco forte demais a caneta tinteiro que estava em sua mão, sabia onde ele queria chegar com aquele assunto.

Com um suspiro enraivecido, ele depositou a caneta sobre a mesa e passou a observar Royce com um olhar mortal, os olhos verdes faiscavam de raiva ao lembrar-se de como Royce observava sua noiva naquele bar, ao lembrar-se das palavras do irmão “ É um caçador nato, não descansa enquanto não possui o que quer. ” Neste caso, quem quer.

—Sabe, aprecio seu bom gosto. Uma dama da estirpe de Rosalie Hale não é para qualquer um.

—Disso não posso discordar.

—Pena que não cheguei antes a esta cidade, Rosalie seria uma perfeita King.

—É uma pena mesmo senhor King, para você. Rosalie será uma Cullen futuramente, garanto que não poderia estar entrando em família melhor.

—Engana-se quando pensa que já venceu esta batalha meu caro. - Royce disse calmamente, seu olhar presunçoso agora queimava o rosto de Emmett que o encarava da mesma forma.

Duas batidas na porta interromperam Emmett, ele estava pronto para saltar sobre o maldito King e partir-lhe a cara debochada em duas. Victoria adentrou o espaço com uma bandeja em mãos, Royce prontamente se levantou e pegou a badeja das mãos da ruiva, antes que ela pudesse se retirar, ele lançou um olhar cobiçoso a ela e voltou a encarar Emmett.

—Cullen, diga-me, como acha que pode competir com alguém como eu?

Victória ainda observava a discussão, desde o momento em que Royce King adentrara o escritório, a moça encontrava-se atrás da porta ouvindo as palavras que aqueles homens trocavam, então estava a par da situação.

—Pode se retirar Victória. – Emmett pediu tentando controlar a voz para não parecer mal educado. – Antes me faça um favor, tome. – Ele disse lhe passando um papel com algumas letras rabiscadas. – Leia este papel para os jornalistas que estão lá embaixo e depois entregue a qualquer um deles.

—Sim senhor, com licença. – A ruiva pediu se retirando.

—King, não sei o que pretende com essas insinuações sobre minha noiva, mas se atreva a mover uma palha para nos fazer mal e você me conhecerá de verdade.

Victória teve de tampar a boca com as mãos para não rir ao ouvir as palavras ameaçadoras de Emmett, mas a garota não estava com vontade de rir por achar graça, era de nervosismo, ela sempre ria quando estava nervosa, algumas pessoas choram, outras tem reações distintas, ela ria e se mexia sem parar.

A ruiva correu em direção a portaria do prédio, alinhou os cabelos e o uniforme, chamou um segurança para acompanha-la e andou até os portões de ferro que davam acesso as indústrias e ao prédio central, lá ela pediu que o segurança solicitasse a atenção de todos os repórteres enquanto ela lia a nota enviada por Emmett.

—Vim aqui para falar em nome de Emmett Cullen, ouça com atenção. – A ruiva pediu.

Gostaria de anunciar através desta nota, que eu Emmett Cullen e a senhorita Rosalie Hale estamos noivos. As especulações a nosso respeito são verdadeiras.

Estamos muito felizes com essa nova etapa em nossas vidas, ainda não há data acertada para a cerimônia, mas acontecerá em breve. Eu não poderia estar mais feliz por me casar com uma mulher tão maravilhosa quanto minha Rose, eu a amo e acho que isso não é segredo para ninguém, em breve Rosalie Hale se tornará uma Hale Cullen.

Emett Cullen.

Esta nota foi escrita pelo próprio Emmett, ele me pediu para entrega-la a um de vocês.

Dito isto, todos se amontoaram nas grades pedindo pela folha que estava na mão garota, o segurança teve de pegá-la e jogá-la para o alto, onde todos brigaram e competiram para alcança-la, mas apenas Robert Dale, do jornal “Le Figaro” um dos mais antigos e respietados da cidade Luz, foi agraciado.

Victória estava apreensiva atrás do balcão da recepção, haviam passado alguns minutos desde que ela entregara a nota e os jornalistas se dissiparam, Emmett e Royce continuavam dentro do escritório, vez ou outra a jovem corria até lá e tentava discretamente ouvir algo atrás da porta, percebeu que os dois trocavam insultos o que logo ocasionaria uma briga bem feia nas dependências da sala da administração.

Logo que Victória viu Edward chegar, ela o colocou a par da situação que presenciara no escritório, afim de informá-lo e que ele pudesse intervir na situação, já que a mesma havia ligado à Esme e fora informada que a senhora Cullen havia saído, além disso, ela tinha ordens expressas para que não incomodasse Carlisle mesmo se o céu estivesse caindo sobre as dependências da empresa.

Edward apressadamente subiu os lances de escadas que o levaram até o quarto andar, onde se localizava a sala da administração que agora era ocupada pelo irmão mais velho. O jovem nem se deu ao trabalho de bater na porta quando ouviu sons de objetos caindo, adentrou o espaço diretamente com um segurança em seus calcanhares e se deparou com Emmett e Royce trocando socos e ofensas.

Royce estava com o rosto banhado em sangue, o lábio cortado, um olho roxo e o nariz sangrava tanto que parecia não ter fim, a camisa branca por baixo do paletó caro estava manchada do sangue que parecia nunca parar de sair. Emmett não estava muito diferente de Royce, mas também não estava tão machucado quanto o King, o olho direito começava a avermelhar, o que denunciava que ficaria roxo, do lábio inferior escorria um filete  de sangue.

Royce King cuspiu na direção de Emmett sem o acertar, mas foi suficiente para que ele tentasse partir para cima do banqueiro novamente, Edward teve de fazer muita força para segurá-lo.

—Tire-o daqui. – Edward gritou ao segurança que saiu arrastando Royce King para fora dala sala.

Uma multidão de funcionários havia se juntado para ver a confusão protagonizada por aquele dois homens poderosos.

—Fique longe dela, está meu ouvindo? – Emmett gritou arrastando Edward até a porta da sala.

Royce riu com deboche e mostrou o dedo do meio a Emmett, sumiu pelas escadas quando o segurança o puxou mais firmemente. Emmett se soltou do irmão após alguns minutos, a fúria ainda dominava seu ser, ele socou a porta de madeira do escritório fazendo um buraco na mesma, sua mão que já estava dando sinais de torção devido aos socos desferidos contra o King, agora reclamava ainda mais.

—O que aconteceu aqui? – Edward perguntou abismado observando a sala revirada e algumas machas de sangue no carpete.

—Aquele maldito teve coragem de falar coisas abomináveis sobre a Rose. – O grandão passava as mãos nervosamente pelos cabelos.

—Como assim? Emm, ele é um dos maiores acionistas da empresa e está comprando cada vez mais, assim que ele contar o que aconteceu ao conselho, vão te tirar da presidência.

—O papai tem a maioria das ações, a decisão final é dele. Além do mais, eu não ia deixar aquele imundo falar aquelas coisas sobre a Rose.

—O que ele falou? –Edward pediu para que o irmão lhe contasse, precisava estar a par do motivo da briga para que ficasse ao seu lado na próxima reunião do conselho, ou ele seria engolido vivo pelos acionistas.

—Coisas sórdidas. – Ele socou a porta novamente sem se preocupar com a mão que já estava provavelmente quebrada. – Primeiro ele começou dizendo que ela seria uma bela King.

Edward acenou com as mãos para que o irmão continuasse. Emmett suspirou e se jogou na cadeira de couro atrás da mesa revirada, Edward andou até um canto da sala e levantou uma das cadeiras que estava no chão a arrastando para se sentar em frente ao irmão.

—Então ele começou a dizer que ela não seria uma Cullen, até aí tudo bem. Mas quando ele começou a dizer aquelas coisas. – Os punhos do mais velho se fecharam e ele fechou os olhos tentando se acalmar. – Ele disse que faria de tudo para tê-la, disse que teria aquele corpo maravilhoso nu sobre dele enquanto ele faria o que bem entendesse com ela, que a possuiria de todas as maneiras que quisesse e se afundaria no corpo dela, que ela gozaria como nunca antes.

—Não acredito que aquele imundo disse isso. – Edward disse com asco.

—Disse coisas piores, estou editando para lhe contar. Mas quando disse isso, eu não me segurei, esmurrei ele sem dó ou piedade. Pense irmão, se ele dissesse isso sobre a Bella por exemplo, o que você faria?

—O mataria.

—Não pense que não estou pensando nisso. Nesse exato momento tudo que mais quero é acabar com aquele Mauricinho com minhas próprias mãos.

—Até eu quero fazer isso, mas pense no papai, com certeza a essas horas algum acionista já entrou em contato com ele, temos que ir para casa e esclarecer tudo antes que ele pense no pior e passe mal.

—Você tem razão, só preciso ligar no ateliê antes e informar a... – Emmett não pôde completar a frase, foi interrompido bom dois pares de olhos azuis o observando, além de uma baixinha que se esforçava para ver o que acontecia por cima dos ombros dos gêmeos.

—A Victória me avisou. – A loira informou.

—Rose, me desculpe.

—Não precisa se desculpar Emm... – ela disse caminhando até a mesa desviando de algumas coisas pelo caminho.- Eu ouvi o que disse ao Edward, o que aquele maldito lhe disse. Victória me avisou, não pergunte como ela conseguiu o telefone do ateliê, mas ela ligou e disse que não conseguia contato com seus pais ou Edward, então peguei a Alice e liguei para o Jazz e nós viemos para cá.

—Eu mesmo vou matar aquele homem. – Jasper dizia revoltado. – Aquele imundo disse essas coisas sobre a minha irmã? Eu vou matá-lo hoje mesmo. – Ele passava as mãos nervosamente pelos cabelos louros enquanto Alice acarinhava suas costas tentando acalmá-lo.

—Não sem mim. – Emmett respondeu ao cunhado já se imaginando fazendo Royce sofrer.

—Ei, ninguém vai matar ninguém aqui. Não quero meu irmão e nem meu noivo presos antes de meu casamento. – Ela riu tentando aliviar o clima do ambiente, deu certo.- Vamos Emm, precisamos ver sua família, o Jazz pediu para que um funcionário da empresa dele fosse avisar nossas mães, elas estão em um restaurante no centro, mamãe havia me dito que almoçaria com Esme, e eu já liguei para o meu pai e pedi que ele fosse até sua casa para distrair seu pai, pedi que informasse aos empregados para não lhe passar qualquer ligação também.

Os Hale, os Cullen e Alice foram em direção ao estacionamento onde seus carros estavam, Edward se ofereceu para dirigir o carro de Emmett, já que ela insistiu que ele fosse com ela em seu próprio carro, alegando que ele estava muito nervoso para dirigir. Jasper e Alice foram no carro dele, Alice tentava acalmá-lo a todo custo, contando sobre coisas do ateliê  e coisas corriqueiras, perguntando sobre o contrato novo que ele estava fechando e isso parecia funcionar, já que ele fora se distraindo.

Em pouco tempo, os três carros estacionaram dentro dos portões dos Cullen, Alice e Jasper chegaram logo atrás de Edward, Rosalie em Emmett alguns minutos depois. Todos notaram que Esme e Hillarry assim com Harry já estavam em casa, pois o carro que James, um dos manobristas da empresa de engenharia de Jasper usara para busca-las estava ali e o homem estava conversando animadamente com Albert.

—James, obrigado! – Jasper agradeceu assim que chegou mais perto do funcionário.

—Por nada patrão.

Ao entrarem na casa ouviram conversas em tom baixo vindo da sala. A primeira a vê-los foi Esme que correu em direção ao filho o abraçando e medindo a extensão de seus machucados. Carlisle observou a cena e encarou o filho longamente, estava decepcionado, não sabia ainda o motivo pelo qual o filho saíra entre tapas e socos com Royce King dentro da empresa, sabia apenas o que foi dito por Harry à Esme, que o filho havia se envolvido em alguma confusão.

Todos se sentaram nos grandes sofás da sala aguardando que Emmett tomasse um banho e se trocasse, para pelo menos parecer um pouco apresentável. Rosalie o acompanhou até o quarto e fez um curativo na sobrancelha que estava cortada, além de passar uma pomada no ferimento da boca e uma para o arroxeado no olho.

Quando desceram, o silêncio reinou, todos aguardando para que Emmett dissesse o que aconteceu. Para a surpresa de todos, foi Edward quem contou a história e defendeu a atitude do irmão, contou o que havia ouvido e o que Victória havia lhe dito.

—Bom papai, se você preferir ficar ao lado do King na reunião da semana que vem, saiba que não terá meu apoio. – Edward finalizou.

—Nem o meu. – Esme completou indo se sentar ao lado do filho.

Carlisle suspirou alto, repassando as palavras de Edward em sua cabeça, as palavras sórdidas que deixaram a boca daquele homem contra sua nora e seu filho, ele não poderia ficar contra Emmett, seu primogênito, o jovem que passou a cuidar da família em sua ausência com tanto carinho e dedicação.

—Meu filho, - ele disse se virando na direção de Emmet.- Acho que ainda não tive a oportunidade de lhe dizer isso, mas tenho muito orgulho do homem que você se tornou, do modo como vem cuidando de nossa família e dos nossos negócios em minha ausência. Não penso menos de você pela atitude que tomou, confesso que fiquei decepcionado quando soube que tinha brigado com aquele homem, mas agora que sei as razões, não posso compactuar com as coisas sórdidas que ele disse, então você terá meu total apoio na reunião de acionistas.

—Papai, muito obrigado. – Emmett se levantou e abraçou o pai. – Mas você não pode ir até a empresa, ainda está fraco.

—Esse é um bom motivo para que eu possa sair da toca. – Todos riram das conclusões de Carlilse. – Além do mais, minha linda esposa estará comigo, e ela melhor que ninguém conseguirá colocar aqueles homens na linha.

Esme andou até o marido e o abraçou, aquele homem doce era o homem com quem se casou, por quem sempre fora apaixonada, um homem honesto e corajoso.

—Então, esqueçamos os maus assunto e vamos ao que interessa. – Harry se pronunciou. – Qual é o Cullen que está tentando roubar minha princesinha de mim?

—Pai! – Rosalie o advertiu envergonhada arrancando risos de todos.

— Sou eu senhor Hale. Eu iria pedir formalmente a mão de sua filha hoje num jantar em sua casa, mas já que estamos aqui não vejo porque adiar. - Emmett se manifestou.

Emmett caminhou até Rosalie e tirou uma caixinha de veludo vermelha do bolso da calça, abriu-a em frente a garota enquanto se ajoelhava como dia em que estavam apenas os dois.

—Rose, você aceita, de novo, se casar comigo? – ele pediu sorrindo.

—Você sabe que sim. – Ela sorriu e puxou-o para um abraço.

Emmett colocou o anel dourado que possuía um diamante enorme no dedo fino de Rosalie, que por sua vez colocou uma aliança dourada no dedo anelar da mão direita de Emmett simbolizando o compromisso que estavam firmando.

Os dois receberam abraços e cumprimentos de todos que ali estavam, Rosalie e Alice engataram juntas de Esme e Hillary uma conversa animada sobre o vestido de noiva e os preparativos, enquanto os homens passaram a falar sobre carros. Esme pediu para que Olga e Carmen fizessem um almoço caprichado, já que nenhum deles ainda havia conseguido comer devido ao incidente nas indústrias Cullen.

Num clima familiar e descontraído todos passaram a servir quando o almoço fora servido, inclusive os empregados dos Cullen e James que também se sentaram à mesa com os patrões brindando e comemorando a união daquelas duas famílias. Emmett e Rosalie sorriam a todo instante, imaginando e sabendo que aquele momento estaria para sempre em suas memórias, um dia que começara cheio de empecilhos e confusões acabara ali com todas as pessoas as quais tanto amavam, todos juntos e felizes.

Carlisle sorriu ao ver a felicidade de toda a sua família, segurou a mão de Esme que estava ao seu lado por cima da mesa e beijou os nós dos dedos, a mulher fez o mesmo, beijou a mão do esposo demonstrando todo o amor que sentia por aquele homem, juntos ficaram apenas observando aquelas pessoas e escutando os risos dos filhos e dos demais que estavam rodeando a mesa, ouvindo suas histórias, piadas e até mesmo provocações dos irmãos Cullen e Hale. Ambos os patriarcas da família Cullen e da família Hale agradeciam por terem sido tao abençoados e agraciados por estarem onde estavam e como estavam, pelo esforço que fizeram desde sempre ter sido recompensado por algo maior que o dinheiro ou a fama que tinham, o amor que os unia e o carinho que os cercava.

Até mesma Alice se pegou observando-os e agradecendo a Deus por ter lhe colocado no caminho de pessoas tão boas, pessoas com quem aprendeu muito e principalmente por poder presenciar momentos lindos como aquele, por terem a acolhido como parte da família Hale assim que chegou e agora como também parte da família Cullem, pois era assim que aquelas famílias faziam-na sentir, incluída e amada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gente, espero que tenham gostado..
Por favor, me digam o que acharam, preciso muito da opinião de quem lê!
Até a próxima ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Maison in Paris" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.