Ladrões de Coroas Interativa escrita por Safira Lúmen


Capítulo 12
Tempos de Neve


Notas iniciais do capítulo

Oi amores, eu estou um pouquinho empolgada com relação as ferias para dar continuidade, então eu meio que fiz um cronograma desse mês de Julho:

Hoje: Aedion, Ariel e Azalyah.

26/06: Aileen e Cora.

30/06: Gregori.

03/06: Kian e Luke (personagem novo).

08/06: Helena, Aileen e Cora.

12/06: Leon, Bellas.

Até aqui gente o resto vai depender novamente das escolhas de vocês!



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Ainda Dia do Amor

A neve cobria as estradas que ligavam os diferentes povoados do sul. Havia uma placa mais adiante com uma seta indicando a direção da grande universidade. Aedion se manteve nas sombras seguindo a fileira de pinheiros plantados uniformemente em tempos remotos.

Fazia dias que ele seguia por estradas abandonadas, florestas densas, só não se arriscava próximo aos morros por risco de avalanche, o frio era incomodo, mas ele estava preparado.

Os anos de treinamento e dedicação havia valido a pena, quando era jovem havia apreendido muito com o pai — Um soldado Feérico do palácio menor elementar — Aedion era bem instruído, reconhecia quando a neve estava fofa de mais, podendo afundar o prendendo, ou quando o rio não estava completamente congelado podendo rachar. Além de reconhecer as tocas de predadores que ele jamais ousaria pisar.

A parte mais difícil de sobreviver no sul era devido ao frio e a fome, mas ele tinha bons instintos que havia adquirido durante os treinamentos enquanto estava na comunidade dos ladrões de coroa. Era um predador nato, cheirava a presa quilômetros de distancia, o frio poderia ser complicado mais uma fogueira e um bom local resolvia o problema. Manter-se em movimento ajudava.

  Aedion parou-se ao notar que mais adiante se erguia um pequeno vilarejo, logo escureceria, mas se arriscar não seria muito bom. Na vez anterior ele havia optado por uma pousada porque estava com um o maldito ladrão acorrentado, o que no sul é normal, muitos caçadores aprisiona suas vítimas e a exibem como troféus.

Os cidadãos normalmente não interferem, por medo de acabarem se comprometendo ao ajudar. Aquele ditado antigo da região “Você me deixa quieto e eu finjo que não vejo”. Mas um feérico sozinho poderia passar uma mensagem errada.

Ele não seria considerado caçador ou mercenário, pelo contrario, um assassino, todos sabiam que os assassinos da realeza maior eram feéricos e isso despertaria curiosidade, receio. Muitos seres tinham discórdia com eles o que poderia gerar um motim contra a presença de Aedion na cidade.

Talvez a população local o confundisse com um desses assassinos e pagasse um feiticeiro para matá-lo ou aprisioná-lo, isso já havia acontecido antes com outros e ele não queria ser vítima da ignorância, sem falar que poderia haver ladrões na cidade.

Continuar, porém a longa caminhada seria uma tolice, principalmente tão perto do anoitecer então ele escalou uma arvore frondosa, que tinha uma repleta folhagem que o cobriria parcialmente da nevasca noturna, melhor do que ficar exposto ao relento.

O galho que havia escolhido possibilitava visualizar a cidadezinha, ele viu a imensa fogueira, a fumaça no céu, a decoração vermelha, o povo dançando, as bebidas sendo servidas e ouviu o som do alaúde. A neve não atrapalhava a comemoração. O povo regozijava enquanto comemoravam.  Os gritos em formas de canções rasgavam o céu enquanto comemorava o dia do amor, as musicas foi o aliviado enquanto ele aproveitava que estava parado para amolar a lamina das adagas. 

Foi pouco depois de escurecer que os músicos escolheram uma canção mais conhecida no leste, tocada frequentemente nas tabernas, Aedion se viu embargado pela melodia mesmo mantendo-se atento ao que acontecia ao seu redor, foi como um flash black, um turbilhão de imagens e memória que o fez vislumbrar tempos passados.

Ele não era mais o feérico cansado, não tinha que se preocupar em deixar rastros falsos, em se esconder. Uma época em que ele não era assolado pelo luto de Asteryn, tempos de ambição, tempos de prosperidade, tempos alegres.

A mulher que havia ganhado sua alma, seu coração, cada pedacinho de si estava sentada em uma mesa de madeira enquanto bebia sem cerimônia uma dose considerável ante de comemorar com um grito a nova vitoria.  

 

—Chupa seus ratinhos de esgoto, vão chorar pra mamãe é?  — Asteryn sorria enquanto debochava, uma nova remeça de moedas foi acrescentada na sua bolsinha já recheada de muitos ents de bronze. Ela tinha um brilho indecente nos olhos, eram como chamas iluminando o ambiente.

Aedion por sua vez carregava apenas uma espada e muitas adagas escondidas pela roupa, não usava o arco que seria tão habitual em seu futuro.  Sua vestimenta estava composta de uma capa discreta que o cobria por inteiro, um cinto grosso, uma calça levemente folgada e uma blusa rústica de algodão.

 O feérico não conseguiu disfarçar o quanto Asteryn o deixou sem chão, ela era uma feérica linda, parecia ter sido esculpida por anjos de tão formosa e delicada que era. Ela sorria dos outros jogadores os extorquido e ainda estava bêbada, o que era muito indagador, ele, por exemplo, quando bebia, não conseguia elaborar boas estratégicas quem dirá ganhar partidas de carta.

Aedion Lorcan era novo naquela época, exibia um corpo mais magro, sem muitas cicatrizes, tinha um sorriso discreto e o cabelo dourado como o ouro o fazia parecer um príncipe, belo, tão jovem e convencido, tudo que queria era servir Mizael e exibir-se, além de ser dono da coroa, peça idolatrada por todos os feéricos.

Foi esse gênio arrogante e presunçoso que o fez se dirigir a mesa onde Asteryn jogava com alguns piratas e construtores, entre eles estavam o avô de Helena Jasmin Deveroux. Era um dia de folga, Aedion já havia cumprido a ordem de resgatar uma relíquia e poderia aproveitar o resto do tempo no leste como bem desejasse antes de retornar para fortaleza do ladrão.

— Com licença senhorita, mas gostaria de lhe tirar um pouco desses ents de bronze. — O feérico sorriu como o sol se exibindo, ele sabia que era bonito e tinha conhecimento de quanto era um bom estrategista enquanto sóbrio. — Creio que é hora de mais alguém ganha por aqui.

— Você pode tentar. — A voz de Asteryn foi mais rápida do que desejava, e saiu meio descontrolada, efeito da bebida em seu copo.  Mas foi o suficiente para uma leve onda de temor percorrer o corpo de Aedion.

A rodada de cartas começou normal, o avô de Helena fez a primeira rodada, mas isso raramente significava a vitória, Aedion ganhou as duas seguintes comemorando com goles de cerveja. Alguns petiscos foram servidos por um garoto novo, provavelmente o filho do dono da taverna.

Era um jogo de cartas conhecido pelo Império, o nome era variado de região pra região, uns o chamava de jogo do azar, outros se referiam como fracasso do tolo, mas existiam nomes melhores, em Parlak o povo se referia como sucesso do pobre. 

A feérica Asteryn apenas meneou com a cabeça enquanto perdia consecutivamente desde que Aedion havia adentrado, seus cabelos ruivos a deixava com um ar sinistro e ao mesmo tempo encantador.    Ela deixou oportunidades passarem mesmo sabendo que perderia, na verdade era essa sua estratégia de jogo, o novo competidor precisava se achar realmente superior para apostar mais alto.

Outras rodadas seguiram-se, Aedion venceu com facilidade, em todas Asteryn fingiu estar revoltada, mas o avô de Helena era quem realmente desejava matar os feéricos por estar ganhando todas.

O feérico por outro lado estava embriagado, não com o álcool, mas com a beleza da feérica que estava sentada a sua frente, ela irradiava algo diferente, despertava um desejo nele que nem si próprio entendia. Ele sentia-se obrigado a vencer para se mostrar, precisava provar a ela que era inteligente. Ela tinha que ver nele seu melhor lado.

Enquanto bebiam e jogavam o feérico várias vezes se perdeu imaginando como seria o cheiro daquela pele, qual a sensação de toca-la. Asteryn não se sentia muito diferente, era a primeira vez em muitos anos em que se encontrava com um feérico.   

Ela sentia o desejo de estudá-lo, queria saber como ele reagiria quando perdesse, foi por isso que continuou o deixando vencer, ela queria saber como ele lidaria com a reviravolta, ela ansiava saber se aquela arrogância no olhar era resultado de estar ganhando ou se era apenas uma característica de Aedion. 

— Eu passo. — O avô de Helena disse retirando os outros dois do transe. — A sorte literalmente não está comigo.

Aedion aproveitou que estava novamente prestando atenção nas cartas ao invés da feérica e viu uma oportunidade de ganhar, ou melhor de enrolar aquela partida que estava fadada a finaliza na próximo rodada.

Ele não sentia-se vitorioso, e sabia que Asteryn tinha o deixado vencer, ele não era bobo, estava na comunidade dos ladrões por algum motivo afinal, ela só queria esperar uma aposta mais alta pra vencer, era uma boa estratégia, porém um pouco batida.

Aedion pensou em finalizar por ali, mas não queria sair da mesa, a oportunidade de estar perto dela era boa demais, por isso ele fez a aposta mesmo temendo a derrota. 

— Eu cansei de bronze, aposto vinte ents de prata. — Aedion colocou o valor na mesa deixando os outros estupefatos com exceção de Asteryn que já previa.  — Estão dentro?

—Aposto dois ent de ouro, que equivale a sua quantia. — Asteryn colocou as moedas na mesa que refletiram a luz gerando um reflexo.  O pessoal da mesa mais próxima parou a conversa para assistir a partida. Era raro se apostar valores tão exorbitantes.

A partida se iniciou, Aedion jogou uma carta alta que foi facilmente anulada por uma ainda maior do avô de Helena, Asteryn preferiu deixa-los desperdiçar os números maiores reservando-se para o final. A segunda remeça ela venceu com uma carta mais fraca, porém superior a dos outros competidores.

— Está pronta para perder seu dinheirinho? — Aedion debochou.  A feérica apenas deu um gole na bebida enquanto fingia ser assolada por uma onda de tontura.

O avô de Helena sorriu, mas o que sentia por dentro era medo de perder toda aquela aposta. Os outros competidores mantinham-se imparciais.

Porém o verdadeiro jogo ocorria entre os feéricos, os olharem de ambos era um misto de provocação e superioridade. Suas faces era a reencarnação do orgulho. Aedion principalmente.

—Eu triplico a aposta. — Asteryn disse fazendo Aedion engasgar. — Você não tem a capacidade de me vencer, nesse jogo eu sou uma deusa, garoto.

— Não é o que a probabilidade está dizendo, afinal, eu ganhei todas as rodas isso significa cem por cento a zero caso não entenda de números. — Ele bebeu um pouco mais antes de colocar o triplo do valor na mesa, a feérica ruiva fez o mesmo, o pirata desistiu junto com os outros competidores.  

— Mostre-me sua carta. — Ela pediu pronta para revelar a sua. — Ou está com medo bebezinho.

Ele mostrou as presas não gostando da forma infantilizada na qual ela se referiu. Asteryn apenas sorriu da reação dele.

— Você não quer que eu comece a imitar um pato, ou quer? — A feérica começou a zombar imitando o animal, que significava que ele tinha apelado e estava com medo. 

Aedion revelou sua carta revoltado e ela sorriu descaradamente. Foi à cena mais bela que ele pode ver em anos, foi espontânea, divertido e por algum motivo ele quis rir junto mesmo sabendo que havia ficado consideravelmente mais pobre.  

— Sua carta é a mais baixa do baralho, como aceitou triplicar a aposta?  — Asteryn perguntou revelando a dela que era a mais alta possível dentro do jogo.

— Eu queria ficar mais tempo perto de você. — Ele disse pomposo e ela adorou. A musica por alguma razão ficou mais bela, o som do alaúde contagiou a taverna.

— Você está bêbado. — Ela disse, ao olhar ao seu redor Aedion constatou que era verdade, do seu lado da mesa tinha mais canecas vazias do que dos outros.

— Creio que você tenha mandado alguém para me embriagar? — Ele olhou de relance para o garoto que servia a bebida. — Quanto você paga par ao menino ficar servindo bebida pro seus adversários?  

— Algumas moedas. — Ela respondeu sem se importar, gostava da presença dele. — Eu nunca bebo muito enquanto jogo, só faço parecer que sim.

— É alguém esperta, gostaria de me ensinar alguns truques? — Ele pediu e por um motivo ela aceitou feliz por mostrar algumas jogadas que ela adorava fazer.

 

O feérico despertou da memória ao perceber um movimento estranho na cidade, ele ouviu a música ficando mais silenciosa, e logo iniciou-se gritos acompanhado de um repentino incêndio. O cheiro de madeira queimada não chegou até a si, ele podia ver, mas não sentia, seu faro parecia comprometido. Logo a gritaria também foi abafada, como seu uma bolha se formasse impedindo que seus instintos apurados funcionassem.

Sem gerar muitos ruídos ele desceu da árvore pronto para partir. Algo estava errado no sul, primeiro ele não conseguiu detectar que o ladrão era um metamorfo, depois não escutou a criatura se soltando, agora não conseguia escutar nem cheirar a distancia.  Existia algum tipo de magia atuando ali.

O feérico começou a andar por um caminho diferente daquele que conhecia, por mais perigoso que seja andar em locais desconhecidos, ainda é pior ser previsível.

— Não fuja por ai, o acampamento dos ladrões está a menos de quatro quilômetros nessa direção. — Uma criatura envolvida em um paletó saiu de uma sombra pela estrada. — Eles estão por toda parte no sul.

Aedion não agiu de forma precipitada, ele havia calculado nesse meio segundo todos os passos que o inimigo poderia dar e sacou a espada deferindo o golpe no antebraço esquerdo da criatura. O que Aedion não previa era que a espada ia se quebrar.

— Ele é mais forte do que parece não é mesmo? — Uma Bruxa apareceu ao lado do vampiro, o modo de se portar e as vestes pretas fez com que ele a identificasse como um ladrão. — Mas eu posso unir novamente o metal pra você, caso seja uma relíquia de família.  

— Você está morta. — O feérico ameaçou enquanto unia o vento ao redor de si como uma onda, os pés da bruxa foram derrapando na neve conforme o sopro a arrastava para uma arvore.

Ele a teria matado, ela era uma das bruxas de Mizael, criaturas macabras e maliciosas.

— Ela é uma viajante, está infiltrada nos ladrões para ajudar na causa da recuperação da coroa. — Ariel, o vampiro, avisou. — E você é o feérico que estávamos procurando.   

Aedion não reteve o poder quando olhou para Ariel.

— Você sabe como a coroa foi feita. — Foi uma afirmação.

— Todos os feéricos sabem. — Aedion respondeu sem expressar nenhum sentimento enquanto sufocava a bruxa.

— Você está disposto a lutar contra os ladrões e precisamos de você! — Ariel respondeu. — Sabemos que o mesmo homem que mandou matar Asteryn por puro prazer quer dominar a maior fonte de poder do mundo.

— Você não pode deixar. — Azalyah respondeu quase sem fôlego. — Eu não sou do bem, mas até eu sei reconhecer que o Mizael não pode dominar a coroa!

— Nós estamos com uma das joias da coroa, se ficar do nosso lado nós a entregaremos a você. — Ariel retirou do pescoço o amuleto  com o símbolo elementar. — A joia está ai dentro.

Ao tocar no amuleto Aedion sentiu o fogo, a água, o ar e a terra, foi como nascer de novo, ele podia sentir cada elemento, escutava eles.

— Você aceita trabalhar conosco?


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Notas finais do capítulo

Pergunto para a Babs:

* O Aedion vai aceitar trabalhar com o Ariel e com a Azalyah? Sim ou não?

Pergunta para todos:

* Vocês acham puxado esse tanto de capítulo em um mês apenas?
* O que estão achando da historia? Sejam verdadeiros!
* Quais personagens vocês querem mais destaque? (Não vale o seu).

Bem é isso meus amores.
Beijinhos de guloseimas *-*



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