To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 67
Capítulo 67 - Do Céu ao Inferno


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem.



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      - Não conte à sua mãe que andou apostando. - Implorou o Sr. Weasley a Fred e Jorge, enquanto todos desciam, lentamente, as escadas forradas com carpete púrpura.

 

        - Não se preocupe, papai - Disse Fred feliz -, temos grandes planos para esse dinheiro, não queremos que ele seja confiscado.

 

        - Ei, Erik, acha que o Krum ainda vai conversar com você? - Perguntou Rony para o alemão que andava de mãos dadas com Charles.

 

        - Acho que não, Rony. Depois desse jogo e o jeito que o nariz dele ficou... acredito que ele vai querer descansar. - Respondeu Erik. 

 

         - Não é para menos, vocês viram o estado que ele ficou? - Perguntou Hermione ainda pensando no apenhador Búlgaro. - O incrível é que mesmo com o nariz sangrando ele continuou voando.

 

        - Tenho que admitir que ele ganhou meu respeito. - Comentou Sirius. - Ele foi um ótimo jogador, disso não tenho como negar. Agora, aquele apanhador da Irlanda foi mais burro que um troll. 

 

          - Concordo plenamente, Sirius. - Sr.Weasley disse suspirando. - Ainda sim, foi um bom jogo.

 

         Logo eles foram engolfados pela multidão que saía do estádio e regressava aos acampamentos. O ar da noite trazia aos seus ouvidos cantorias desafinadas quando retomavam o caminho iluminado por lanternas, os leprechauns continuavam a sobrevoar a área em alta velocidade, rindo, tagarelando, sacudindo as lanternas. Quando os garotos chegaram finalmente às barracas, ninguém estava com vontade de dormir e, dado o nível da barulheira, a toda volta, nem daria. Eles se separaram, O Grupo, Sirius para a barraca do Remus e o Trio, Gui, Percy, Carlinhos, Luna e Gina para a barraca do Sr.Weasley.

 

 

            - Por que não vamos nos divertir com o pessoal? - Perguntou Charles quando entraram na própria barraca. - Tá tão legal!

 

            - Verdade, e ainda tem música! - Sophie disse animada. - Deixa, Moony! 

 

           - Eu não sei... - Remus parecia relutante. Algo em seu instinto dizia para não deixar.

 

           - Deixe eles se divertirem mais um pouco, amor. - Sirius disse para o Lupin. - Podemos ficar com eles lá fora, se fizer você se sentir mais seguro. Ou podemos ficar aqui acordados conversando. 

 

          Remus ainda parecia relutante.

 

           - Remus. - Erik chamou o lupino que o olhou. - Eu vou estar cuidando deles. Vamos ficar bem.

 

          - Estaremos do outro lado da barraca. - Fred disse sorrindo. - E estaremos juntos. Sabe que nada acontece com a gente quando estamos juntos. 

 

           Remus suspirou e olhou para a afilhada que tinha os olhos brilhando. Ele nunca poderia negar algo para ela que fizesse com que os olhos dela brilhassem, e Charles se encontrava no mesmo estado que Sophie então...

 

            - Muito bem. - Remus sorriu. - Vão se divertir. Mas não fiquem muito longe, e fiquem juntos. E não se esqueçam que iremos embora amanhã de manhã então, não muito tarde. 

 

            - Você é o melhor, Moon! - Sophie disse abraçando o padrinho. 

 

           O grupo saiu da barraca alegres e conversando entre si.

 

           - Quer ficar lá fora ou aqui? - Perguntou Sirius para o lupino que sorriu com carinho para o Black.

 

          - Aqui, eu quero me divertir com você aqui. - Remus disse e riu quando Sirius levantou uma sobrancelha e sorriu malicioso. - Não esse tipo divertir, seu idiota. 

 

            Sirius riu e na ponta dos pés, colou os lábios com os do Lupin que retribuiu ao beijo abraçando o corpo do namorado apertado. Eles com certeza iriam aproveitar aquele tempo que estava lhes sendo dado.

 

 

          Assim que o grupo saiu, eles viram um monte de bruxos reunidos de frente para um enorme palco. Todos concordaram em ir para lá para ver quem iria se apresentar, no caminho, encontraram Olívio Wood que começou a falar sobre o jogo com eles até ele correr atrás de uma bruxa jovem que havia dado um sorriso para ele.

 

           - Ele com certeza, não muda. - Jorge disse rindo. - Então quem vocês acham que vai se apresentar?

 

           - Não faço ideia mas seja quem for, iremo aproveitar muito! - Respondeu Charles abrindo a mochila de Fred e procurando por uma garrafa de FireWhiskey. 

 

           - Liebe, está procurando por isto? - Erik perguntou levantando uma garrafa de Firewhiskey na mão. O alemão sorria para o moreno que sorriu de volta para ele.

 

           - Vai beber comigo hoje, Herr Lehnsherr? - Charles perguntou para o namorado marotamente.

 

          - Só se você quiser, Lord Francis. - Disse Erik bebendo um pouco da bebida que fez todo o corpo dele esquentar. 

 

          - Arrumem um quarto. - Jorge disse rindo. 

 

          Sophie sorriu para os amigos quando sentiu braços em volta da cintura dela, não foi preciso pensar muito para saber quem era. Ela conhecia muito bem, o cheiro que o namorado tinha. Se virou para Fred e o abraçou no pescoço, olhando nos olhos do ruivo.

 

             - Você aqui torna tudo melhor. - Sophie sussurrou sorrindo. - Eu te amo, sabe disso, não sabe?

 

           - Sim. - Fred respondeu amorosamente e com os lábios próximos aos de Sophie. - E eu te amo também, minha leoa. 

 

           - E você seria meu leão? 

 

          - Arrrr - Fred rosnou baixinho de brincadeira para a ruiva que riu. - Eu sou o que você quiser que eu seja.

 

          - Eu gosto dessa ideia. - Sophie respondeu antes de beijar os lábios do namorado que devolveu o beijo com fervor.

 

          Ambos estavam em seu próprio mundo quando escutaram as batidas da música que iria começar. Mas não era qualquer música, era a música do Grupo. Os dois se separaram e cada um deles se olharam com enormes sorrisos no rosto.

 

          - Não acredito... - Harriet sussurrou. - São eles?

 

          - Isso seria muita sorte. - Fred disse ficando animado. - Mas cara, é a batida da nossa música! 

 

         Todos olharam para o palco que ainda estava escuro sem nenhuma banda. Eles ficaram esperando ansiosamente até a voz do cantor ser ouvida e só isso foi capaz de fazer Sophie e Harriet gritarem.

 

     "If you love somebody, better tell them while they’re here ‘cause they just may run away from you."

 

          - É a voz dele! É a voz dele! - Sophie dizia animada e pulando.

 

          O palco continuava totalmente escuro.

 

         "You’ll never know quite when, well. Then again it just depends on how long of time is left for you. I’ve had the highest mountains. I’ve had the deepest rivers. You can have it all, but life keeps moving.... I take it in, but don’t look down."
    
          Então se fez total silêncio, todos os bruxos ali - principalmente o grupo -, estavam com os braços levantados esperando. E então, com uma grande explosão no céu, as luzes do palco foram acesas e a banda bruxa "Imagine Dragons" surgiu.
      
               "‘Cause I’m on top of the world, hey! I’m on top of the world, hey! Waiting on this for a while now, paying my dues to the dirt." 

                Todos estavam pulando e cantando agora. Dan Reynolds, vocalista da banda também estava pulando e cantando, tinha um enorme sorriso no rosto ao ver todos cantando a música. O Grupo estava em uma alegria enorme, Erik e Charles cantavam e dançavam da maneira mais desengonçada que podia existir e Fred e Sophie não estavam atrás. Jorge e Harriet pulavam e cantavam um para o outro enquanto faziam passos estranhos. 

              "I could've gave up then, but then again I couldn’t have ‘causeI’ve traveled all this way for something. I take it in, but don’t look down. ‘Cause I’m on top of the world, hey! I’m on top of the world, hey! Waiting on this for a while now, paying my dues to the dirt. I’ve been waiting to smile, hey! Been holding it in for a while, hey! Take you with me if I can, been dreaming of this since a child. I’m on top of the world!"
          
                  O grupo agora estavam abraçados e pulando juntos e claro, cantando bem alto. Eles estavam tendo o momento mais mágico de suas vidas, e não conseguiam tirar o sorriso do rosto.
     
                "And I know it’s hard when you’re falling down. And it’s a long way up when you hit the ground. Get up now, get up, get up now! And I know it’s hard when you’re falling down! And it’s a long way up when you hit the ground! Get up now, get up, get up now!"

                - ESTAMOS NO TOPO DO MUNDO!!!!! - Charles gritou com o coração transbordando de alegria. 
    
                 Erik sorriu apaixonado para o moreno e o beijou forte.

                - Take you with me if I can, been dreaming of this since a child. I’m on top of the world, Charles. - Erik cantou para o moreno. - Eu te amo.

                  Charles ia responder quando outra explosão foi ouvida mas essa não foi no palco. Todos ficaram confusos, a música havia parado quando outra explosão foi ouvida e mais uma e mais uma. O Grupo grudou um no outro, sem perceberem, cada um deu as mãos. Charles segurava a mão de Erik, que segurava a mão de Sophie que segurava a mão de Fred, depois Jorge e por fim Harriet. 
                A última explosão foi ouvido antes de vários bruxos aparecerem correndo. Mães e pais correndo com os filhos, bruxos mais velhos de barbas longas. Aquilo com certeza não fazia parte da comemoração e Erik teve mais certeza quando viu uma criança correndo chorando chamando pela mãe.

             - Peguem as varinhas. - Erik disse para os amigos que assim fizeram. Os corpos ainda grudados um no outro. - O que diabos está... 

            Erik foi cortado por outra explosão mas dessa vez havia sido no palco, causada por um feitiço que destruiu boa parte dos instrumentos que tinha o palco. O público que estavam em volta do palco começaram a correr assustados enquanto outros iam na direção oposta da fuga, com as varinhas em mão lutar contra algo que o grupo não fazia ideia do que era.

             - ELES VOLTARAM! SÃO ELES! CORRAM! - Uma bruxa segurando uma criança gritava enquanto corria para longe. 

             - Eles? - Sophie perguntou confusa.

            Eles ainda estavam parados sem saberem para onde ir quando a cena mais horripilante surgiu em suas visões. Um bando de bruxos, vestes pretas com os rostos encapuzados andavam com as varinhas em mãos, rindo, gargalhando e explodindo as barracas que estavam por perto. Mas a cena pior era no alto, pairando sobre eles no ar, quatro figuras se debatiam, forçadas a assumir formas grotescas. Era como se os bruxos mascarados no chão fossem titereiros e as pessoas no alto, marionetes movidas por cordões invisíveis que subiam das varinhas erguidas. Duas das figuras eram muito pequenas. O grupo reconhecia uma daquelas pessoas. Era o Sr.Robert, o trouxa que eles viram mais cedo naquele mesmo dia, tinha uma mulher e duas crianças, provavelmente a mulher e os filhos. 

             - Meu Deus... - Harriet olhava a cena horrorizada, com os olhos cheios de lágrimas e as mãos tremendo. - Ai meu Deus! 

             Mas para acabar com tudo, destruir os corações de cada um deles, foi o que vinha atrás dos trouxas levitando. Mais grupos encapuzados e no alto, dessa vez, não vinha outra família de trouxas. Uma mulher estava levitando, ela não se mexia, estava parada no ar com os olhos arregalados, como se estivesse paralisada de medo. Aquela mulher, com os cabelos loiros, e corpo magro não era uma estranha. Era alguém que havia sido amada pelo grupo, mais principalmente, por Charles.

           - O que... - Charles sussurrou caindo no chão. - O que....

           Todos estavam agora parados, por choque, descrença, medo, tristeza. Charles não conseguia acreditar no que ele estava vendo, não queria acreditar. 

            - Joanne....

           Joanne se encontrava lá, no ar, sem se mover, sem fazer nada. Todo o grupo estavam com os olhos cheios de lágrimas. Sophie estava sentindo o coração disparar muito rápido e a pele ficar fria. Harriet tremia de choque, Erik não sabia o que fazer, se sentia perdido. Fred e Jorge estavam com os corações mais pesados pela tristeza do que nunca. E Charles... ele estava no céu até pouco tempo, se divertindo com o amor de sua vida e seus amigos e agora, ele estava vivendo o pior inferno. Ele não sabia o que dizer, não sabia o que falar ou gritar, ele só conseguia olhar a figura da mulher que havia sido sua mãe pairando no ar.

          Cada um deles percebeu que aqueles bruxos estavam se aproximando, mas eles não conseguiam correr. Eles estavam em um choque enorme.

          - SOPHIE! CHARLES! - Uma voz gritava ao longe atrás deles. - ERIK, HARRIET! FRED, JORGE! - Era a voz de Remus que se aproximava cada vez mais. 

          A seguir foi uma sequência de coisas que aconteceram em um tempo muito rápido. Arthur Weasley, Gui, Carlinhos correram na direção dos encapuzados junto com outros bruxos. Remus e Sirius pararam na frente do Grupo.

            - Eles estão em choque. - Sirius disse. - Meninos, por favor, por favor, vocês precisam correr! Agora! Estão me escutando? Erik? 

             - Charles, olha pra mim. - Remus dizia ajoelhado ao moreno. - Não olha para lá, olha pra mim. - O moreno encarou o lupino devagar. - Isso, muito bom, Charles, você precisa correr, correr o mais rápido que puder....

             - Joanne... - Charles disse esticando os braços na direção que estava a mulher.

               - Charles precisa de você, Erik. - Sirius disse batendo no rosto do alemão que finalmente o encarou. - Você precisa proteger o Grupo, Erik. Corra para longe, leve eles para longe. 

              Erik acenou com a cabeça ainda perdido com a cena que havia visto. Se virou na procura de Charles e viu o mesmo ajoelhado no chão, chorando e esticando os braços na direção de Joanne. Ele tinha tirar eles dali. Passou as mãos com força no rosto e levantou Charles, segurando o namorado firme. Pegou a mão de Sophie que o encarou.

           - Vamos sair daqui. - Erik disse ofegante. 

            Sophie puxou Harriet, Fred e Jorge juntos. Começaram a se afastar rápido daquilo, Sophie se virou e olhou para Remus e Sirius.

             - Tirem ela de lá... 

             - Iremos. - Remus prometeu. - Corra. 

             Juntos, o grupo correu cambaleando para longe enquanto Remus e Sirius correram na direção dos Comensais da Morte.



          Quando o Trio, Gina e Luna alcançaram as árvores, eles olharam para atrás. Era a pior cena de suas vidas, aquilo não havia dúvidas. Os trouxas rodopiando no ar e Joanne, alguém que eles tinham um carinho pairando no ar daquele jeito enquanto aqueles bruxos riam e se divertiam era doentio demais. E para piorar, Sophie, Fred, Charles, Erik, Harriet e Jorge estavam longe de serem vistos.

            - Onde eles estão? - Perguntou Luna preocupada. 

           - Eu quero muito saber. - Harry respondeu com medo por sua irmã e Charles. - Deus, o que Charles deve estar passando nesse momento agora.

           - Acha que eles viram....? - Rony perguntou apontando para cena ao longe.

          - Com certeza. - Hermione respondeu. - Acho melhor a gente se afastar um pouco...

          - Não sem eles. Vamos esperar. - Harry disse decidido. Ele não sairia dali sem o grupo. 

          Felizmente, eles não precisaram esperar muito. O grupo apareceu correndo na direção deles e assim que Sophie viu Harry, ela correu até o irmão e o abraçou. Fred e Jorge correram até Gina e Harriet para Luna. Charles estava abraçado com Erik, seu corpo todo estava tremendo. Harry se afastou de Sophie e foi até o Francis, sem pensar duas vezes, ele o abraçou com força. Charles retribuiu ao abraço, ainda tremendo, com os olhos fechados.

           - Vamos nos afastar. Quero ficar o mais longe possível disso. - Erik disse para todos que concordaram e correram para mais longe.

              Na floresta adentro estava escuro, eles correram e correram sem verem por onde iam. De repente eles ouviram Rony dar um berro de dor.

            - Que aconteceu? - Perguntou Hermione ansiosa, parando tão abruptamente que Harry quase deu um encontrão nela. - Rony, onde é que você está?

            - Lumus. - Erik iluminou a varinha e apontou o fino feixe de luz para o caminho. Rony estava esparramado no chão. 
              
          - Tropecei numa raiz de árvore. - Disse ele aborrecido, pondo-se de pé.

         - Ora, com pés desse tamanho, é difícil não tropeçar. - Disse uma voz arrastada às costas deles. 
 
          Todos se viraram rapidamente. Draco Malfoy estava parado sozinho perto deles, encostado a uma árvore, numa atitude de total descontração. Os braços cruzados, parecia ter estado a contemplar a cena no acampamento por uma abertura entre as árvores. 
   
         Rony disse a Malfoy que fosse fazer uma coisa que Harry sabia que o amigo jamais teria se atrevido a dizer na frente da Sra. Weasley.

            - Olha a boca suja, Weasley. - Disse Malfoy, seus olhos claros reluzindo. - Não é melhor você se apressar, agora? Não quer que descubram sua amiga, não é? 

       Ele indicou Hermione com a cabeça e, neste instante, ouviu-se no acampamento uma explosão como a de uma bomba, e um relâmpago verde iluminou momentaneamente as árvores à volta deles. 

         - Que é que você quer dizer com isso? - Perguntou Hermione em tom de desafio. 

          - Granger, eles estão caçando trouxas. - Disse Malfoy. - Você vai querer mostrar suas calcinhas no ar? Porque se quiser, fique por aqui mesmo... eles estão vindo nessa direção, e todos vamos dar boas gargalhadas.

          - É mentira. - Sophie disse. - Aqueles monstros pegaram uma bruxa também.

 

          - Joanne é filha de trouxas. - Charles sussurrou sem forças.

 

          - Do mesmo modo que a Granger também é, filha de trouxas. - Malfoy disse como uma vitória.

 

          - Hermione é bruxa! - Harry rosnou. 

 

            - Faça como quiser, Potter. - Disse Malfoy sorrindo maliciosamente. - Se você acha que eles não são capazes de identificar um sangue ruim, fique onde está. Mas eles acharam muito bem aquela sangue ruim loira e olha onde ela está.

 

             Aquilo havia sido a gota d'água para todos. Harry, deixando as emoções falarem mais alto partiu para cima do Malfoy, e dando vários socos no rosto do loiro. Era soco atrás de soco, o rosto de Draco já estava cheio de sangue quando Fred tirou o Potter de cima dele. 

 

             - Vamos embora, Harry. Você já acabou com ele. - Fred disse. - Temos que tirar Mione daqui, vamos.   

 

             Harry concordou e todos correram para longe, deixando Malfoy caído no chão com o rosto cheio de sangue e sem forças para levantar.

 

           Eles continuaram correndo até chegarem em um lugar vazio, com o céu escuro a vista, estavam bem longe daquilo tudo agora.

 

           - Aposto que o pai do Malfoy é um daqueles mascarados. - Rony disse com raiva e veemência. - Espero que papai, ou Sirius e Remus peguem ele. 

 

            - Fiquem com as varinhas em mãos. - Erik disse. - Vamos esperar aqui, acho que é mais seguro.

 

             Todos concordaram e pegaram as varinhas. Harry enfiou as mãos nos bolsos da jaqueta à procura da própria varinha, mas não estava lá. A única coisa que encontrou foi o seu onióculo. 

 

           - Ah, não, eu não acredito... Perdi a minha varinha! 

 

            - ‘tá brincando! - Rony exclamou.

 

            O grupo todo - menos Charles que ainda estava em choque nos braços de Erik - iluminaram o local e apontaram para a grama para procurar a varinha do Potter mais novo.

 

         - Talvez tenha ficado na barraca. - Disse Rony. 

 

       - Talvez tenha caído do seu bolso quando você estava correndo? - Sugeriu Harriet ansiosa. 

 

           - É - Falou Harry -, talvez...      

 

           Em geral ele a carregava o tempo todo quando estava no mundo dos bruxos, e vendo-se sem a varinha no meio de uma confusão daquelas sentiu-se extremamente vulnerável. Um rumorejar fez os três se sobressaltarem. Winky, a elfo doméstica, estava tentando sair de uma moita de arbustos ali perto. Movia-se de um jeito esquisitíssimo, com visível dificuldade; era como se alguém invisível estivesse tentando segurá-la. 

 

          - Tem bruxos malvados aqui! - Guinchou ela nervosa, ao se curvar para a frente e se esforçar para correr. - Gente voando... lá no alto! Winky está saindo do caminho! 

 

         E desapareceu entre as árvores do outro lado da via, ofegando e guinchando enquanto lutava com a força que a retinha. 

 

         - Que é que há com ela? - Perguntou Rony, acompanhando-a com o olhar, curioso. - Por que ela não consegue correr direito? 

 

      - Aposto como não pediu permissão para se esconder. - Disse Harry. Estava se lembrando de Dobby: todas as vezes que tentava fazer alguma coisa que os Malfoy não gostariam, era forçado a bater em si mesmo.

 

            - Sabem, os elfos domésticos têm uma vida duríssima! - Disse Hermione indignada. - É escravidão, isso é que é! Aquele Sr. Crouch fez Winky subir até o topo do estádio, e ela estava aterrorizada, e enfeitiçou ela dessa maneira para que nem possa correr quando eles começam a pisotear barracas! Por que ninguém faz nada para acabar com uma situação dessas? 

 

       - Ué, os elfos são felizes, não são? - Admirou-se Rony. - Você ouviu a Winky durante a partida... “Elfos domésticos não devem se divertir”... é disso que ela gosta, que mandem nela... 

 

         - É gente como você, Rony - Começou Hermione com veemência -, que sustenta sistemas podres e injustos, só porque são preguiçosos demais para... 

 

       Um novo estrondo ecoou na orla da floresta.

 

         - Gente... vamos... sem briga agora tá? - Sophie disse sentindo o coração exausto. - Não agora.

 

            Harry suspirou e foi até Sophie, abraçando-a, os dois ficaram juntos. Todos se sentaram e ficaram em silêncio. As explosões ainda aconteciam ao longe, gritos e mais gritos eram ouvidos.

 

            - Como uma coisa dessas pode acontecer? - Harriet perguntou triste. - Estava tudo tão bom. Não faz nem muito tempo que estávamos felizes.... e agora...

 

            - Tempo, precioso tempo. - Luna sussurrou fazendo Sophie concordar. 

 

            - O que esses bruxos são? E por... - Hermione parou de falar ao escutar o barulho de galho quebrado perto deles. 

 

            Sophie se levantou com pressa, assim como Fred e Jorge, os três com as varinhas apontadas para o barulho. Devagar, Sophie  andou e espiou atrás da árvore. Estava escuro para ver muito longe, mas ele sentia que havia alguém logo além do seu campo de visão. 

 

         - Quem está aí? - Perguntou. 

 

         E então, sem aviso, o silêncio foi rompido por uma voz diferente de todas que tinham ouvido antes; e ela não soltou um grito, mas algo que lembrava um feitiço.         

 

             - MORSMORDRE! 

 

       E uma coisa enorme, verde e brilhante, irrompeu do lugar escuro que os olhos de Sophie se esforçaram para penetrar: e voou para o topo das árvores e para o céu.                               

         Assim que a marca verde estava no céu, Sophie congelou. Erik e Charles se levantaram e congelaram também. A Marca Negra estava brilhando no céu. O crânio colossal, aparentemente composto por estrelas de esmeralda e uma cobra saindo da boca como uma língua. Enquanto olhavam, o crânio foi subindo cada vez mais alto, envolto em uma névoa de fumaça esverdeada, recortando-se contra o céu noturno como uma nova constelação.

 

         - Voldemort. - Sophie sussurrou.

 

 

         - Aqui. - Remus disse ficando atrás de uma das poucas barracas que sobraram. - Vamos colocá-la aqui.

 

         Havia sido duro, mas depois de muita luta, Remus estava com o corpo de Joanne nos braços. Coloco-a no chão atrás da barraca e junto de Sirius, olhou para o rosto que outrora sempre tinha um lindo sorriso e agora estava carregado de terror. Morta.

 

           - Avada Kedavra. - Sirius sussurrou.

 

          - Sem dúvidas. - Remus disse triste. - Pobre mulher... ela não merecia isso. É doentio. Eu disse ao Charles que Joanne ficaria bem, eu disse... eu devia ter sabido melhor. 

 

         - Não é sua culpa...

 

         - Será que não? - Perguntou Remus negando com a cabeça. - Eu devia ter lutado por Joanne. Devia ter colocado ela lá em casa. Eu fui um idiota. 

 

         - Remus... - Sirius não sabia o que dizer, estava tão triste, tão chocado com tudo que havia acontecido que ele mesmo se sentia culpado pela morte de Joanne. 

            O silêncio da perda havia sido cortado abruptamente por um raio verde iluminando o céu. Ambos olharam e os olhos se arregalaram, os corações estavam acelerados, o medo se tornou mais real. 

 

           - Não. - Sirius disse ofegante. 

 

         - As crianças... - Remus disse começando a correr. - SIRIUS, AS CRIANÇAS! 

 

           Sirius correu atrás de Remus, logo ambos estavam correndo juntos, lado a lado, atrás dos filhos que eles amavam. Entraram na floresta como a força de um raio, o medo era tanto, a adrenalina era tanta, que eles esqueceram que podiam aparatar, a única coisa que se passava na cabeça deles era encontrar as crianças. Sirius não conseguia impedir a imagem de James e Lily caídos, mortos, vindo em sua mente e o terror de encontrar Sophie e Harry... 

 

           Os dois escutaram muitas vozes por perto, e isso fez com que eles corressem mais rápido. Eles saíram da floresta e encontraram vários membros do Ministério, Bartô Crouch, Ludo, o Sr.Weasley e Amos Diggory segurando um elfo. Mas isso era o menos importante, assim que os dois bateram os olhos no grupo juntos, eles correram até eles e os abraçaram forte.

 

          - Vocês estão bem? - Perguntou Sirius ao mesmo tempo que Remus.

 

          - Deus, fiquei com tanto medo de perder vocês! - Remus dizia tocando nos rostos de cada um e focando mais em Charles que ainda tremia. - Me perdoe, Charls...

 

           - Sirius, Remus - Arthur se aproximou dos dois. -, temos um grande problema.

 

           - Pegaram quem fez isso? - Sirius perguntou apontando para a marca no céu.

 

          - Na verdade, sim. - Amos disse apontando para o elfo que ele segurava. - Encontramos ela na cena do crime, segurando uma varinha.

 

           - O que? Um elfo conjurou a marca negra? - Remus perguntou surpreso. - Não seja ridículo, Amos!

 

           - A prova está na varinha, Remus! Ela estava segurando a varinha quando a encontramos. 

 

          - A coisa está feia, a elfa é do Bartô. - Arthur disse para Sirius e Remus que ficaram mais surpresos ainda. 

 

           Amos se voltou para Winky.

 

          - Como você está vendo, elfo, a Marca Negra foi conjurada aqui há alguns instantes. - Disse o bruxo. - E você foi descoberta, pouco depois, logo embaixo dela! Sua explicação, por favor!

 

        - Eu... eu... eu não estou fazendo isso, meu senhor! - Winky ofegou. - Eu não estou sabendo, meu senhor!

 

         - Você foi encontrada com uma varinha na mão! - Vociferou o Sr. Diggory, brandindo a varinha diante dela. E quando a varinha refletiu a luz verde, vinda do crânio no alto, que inundava a clareira, Harry a reconheceu.

 

      - Ei... é minha! - Harry exclamou surpreso.

 

       Todos encararam ele surpresos. Remus e Sirius mais ainda.

 

        - Perdão? – disse o Sr. Diggory incrédulo.

 

        - É a minha varinha! - Repetiu Harry. - Deixei-a cair!

 

       - Deixou-a cair? - Repetiu o bruxo incrédulo. - Isto é uma confissão? Você se desfez dela depois de conjurar a Marca?

 

         - Amos, lembre-se de com quem está falando! - Remus rosnou nervoso.

 

         - Acha provável que Harry Potter conjure a Marca Negra? - Perguntou o Sr.Weasley dessa vez.

 

        - Hum... claro que não. - Murmurou o Sr. Diggory. - Desculpem... me empolguei...

 

         - Em todo o caso, não a deixei cair lá. - Disse Harry, indicando com o polegar as árvores debaixo do crânio. - Dei por falta dela logo depois que entramos na floresta.

 

       - Então - Disse o Sr. Diggory, seu olhar endurecendo ao se virar novamente para Winky que se encolhia aos seus pés. -, você encontrou a varinha, não foi, elfo? E você a apanhou e pensou em se divertir com ela, é isso?

 

         - Eu não estava fazendo mágica com ela, meu senhor! - Guinchou Winky, as lágrimas correndo pelos lados do nariz achatado e grande. - Eu estava... eu estava... eu estava só apanhando ela, meu senhor! Eu não estava fazendo a Marca Negra, meu senhor, eu não sei fazer!

 

       - Não foi ela! - Afirmou Hermione. Ela parecia muito nervosa, dizendo o que pensava diante de todos aqueles bruxos do Ministério, mas, ainda assim, decidida. - Winky tem uma vozinha esganiçada e a voz que ouvimos dizer a fórmula era muito mais grave! - Ela olhou para os lados à procura de apoio do restante do grupo. - Não parecia nada com a voz da Winky, parecia?

 

        - Não. - Confirmou Harriet, sacudindo a cabeça. - Decididamente não parecia voz de elfo.

 

         - É, era uma voz humana. - Disse Rony.

 

        - Bem, logo veremos. - Rosnou o Sr. Diggory, sem parecer se impressionar. - Há uma maneira simples de descobrir o último feitiço que a varinha realizou, você sabia, elfo?

 

        Winky estremeceu e sacudiu a cabeça freneticamente, as orelhas abanando, quando o Sr. Diggory ergueu a própria varinha e encostou-a, ponta com ponta, na de Harry.

 

       - Prior Incantato! - Rugiu o Sr. Diggory.

 

       Harry ouviu Hermione prender a respiração horrorizada, quando um crânio com uma enorme língua de cobra surgiu no ponto em que as duas varinhas se tocavam, mas era uma mera sombra do crânio verde no alto, parecia até feito de uma espessa fumaça cinzenta: o fantasma de um feitiço.

     - Deletrius! - Bradou o Sr. Diggory, e o crânio difuso desapareceu transformado em um fiapo de fumaça. “Então”, disse o Sr. Diggory com um tom de furioso triunfo, fixando Winky, que continuava a tremer convulsivamente.

 

        - Eu não estava fazendo isso! - Guinchou o elfo, seus olhos revirando aterrorizados. - Eu não estava, eu não estava, eu não sei fazer!

 

         - Você foi apanhada com a mão na botija, elfo! - Rugiu o Sr. Diggory. - Apanhada com a mão na varinha culpada!

 

         - Amos - Disse o Remus em voz alta -, pense um pouco... pouquíssimos bruxos sabem fazer esse feitiço... onde ela o teria aprendido?

 

       - Talvez Amos esteja insinuando - Disse o Sr. Crouch, a fúria reprimida em cada sílaba - que eu rotineiramente ensino meus criados a conjurarem a Marca Negra?

 

        Seguiu-se um silêncio profundamente desagradável.

 

        Amos Diggory pareceu horrorizado.

 

       - Sr. Crouch... de... de jeito nenhum...

 

        - Você agora já chegou quase a denunciar as duas pessoas nesta clareira que menos provavelmente conjurariam aquela Marca! - Vociferou o Sr. Crouch. - Harry Potter... e eu! Suponho que você conheça a história do garoto, Amos?

 

          - Claro, todos conhecem... - Murmurou o Sr. Diggory, parecendo extremamente sem graça.

 

        - E espero que se lembre das muitas provas que tenho dado, durante a minha longa carreira, de que desprezo e detesto as Artes das Trevas e aqueles que a praticam! - Gritou o Sr. Crouch, os olhos saltando das órbitas outra vez.

 

       - Sr. Crouch, eu... eu nunca insinuei que o senhor tenha alguma coisa a ver com isso! - Murmurou Amos Diggory, agora corando por baixo da barba castanha e curta.

 

       - Se você acusa o meu elfo, você acusa a mim, Diggory! Onde mais ela teria aprendido a conjurar a Marca?

 

        - Ela... ela poderia ter aprendido em qualquer lugar...

 

         - Precisamente, Amos. - Disse o Sr. Weasley. - Ela poderia ter aprendido em qualquer lugar... Winky? - Disse ele bondosamente, virando-se para o elfo, que se encolheu como se este bruxo também estivesse gritando com ela. – Onde foi exatamente que você encontrou a varinha de Harry?

 

         Winky estava torcendo a barra da toalha de chá com tanta violência que o pano se esfiapava entre seus dedos.

 

        - Eu... eu estava encontrando... encontrando ela lá, meu senhor... - Murmurou ela - lá... no meio das árvores...

 

           - Está vendo, Amos? - Disse o Sr. Weasley. - Quem quer que tenha conjurado a Marca poderia ter desaparatado logo em seguida, deixando a varinha de Harry para trás. Uma ideia inteligente, não ter usado a própria varinha, que poderia tê-lo denunciado. E Winky aqui teve a infelicidade de encontrar a varinha momentos depois e de apanhá-la.

 

        - Mas, então, ela deve ter estado a poucos passos do verdadeiro responsável! - Disse o Sr. Diggory com impaciência. - Elfo? Você viu alguém?

 

       Winky começou a tremer mais que nunca. Seus olhos imensos piscaram indo do Sr. Diggory para Ludo Bagman e dele para o Sr. Crouch. Então ela engoliu em seco e disse:

 

        - Eu não estava vendo ninguém... ninguém...

 

        - Amos - Disse o Sr. Crouch secamente -, estou muito consciente de que normalmente você iria querer levar Winky para interrogatório no seu departamento. Mas vou-lhe pedir que me deixe cuidar dela.

 

        O Sr. Diggory fez cara de quem não achava a sugestão muito boa, mas ficou claro para Harry que o Sr. Crouch era um funcionário tão importante no Ministério que o outro não se atreveria a recusar o pedido.

 

       Ficou-se um silêncio e quando o Sr.Crouch ia falar com Winky um riso foi escutado. A direção do riso vinha do grupo, mais precisamente, Charles. O moreno de olhos azuis ria sem nenhuma alegria, seus olhos com o brilho apagado, ele estava caído no chão, os olhos vermelhos de tanto chorar, o corpo ainda tremendo. Todos olhavam para ele confusos, Erik olhava para o namorado tristemente.

 

         - O que isso importa? - Charles perguntou olhou para cada um dos bruxos. - O que isso - apontou para a marca negra - importa? Pessoas morreram hoje. Trouxas passaram por um inferno terrível, crianças trouxas... e vocês estão brigado pelo leito derramado que é a Marca Negra. Eu perdi a mulher que cuidou de mim a minha vida toda hoje, eu perdi meu pai quando eu era um bebê e agora perdi a mulher que era minha mãe. E vocês estão aqui, brigando com uma elfa que não fez nada. Uma elfa que estava com tanto medo quanto qualquer um aqui teve essa noite. Eu sei que vocês ficaram com medo, principalmente quando essa maldita marca apareceu. Por que é errado uma criatura sentir medo e vocês não? Vocês poderiam estar indo atrás dos verdadeiros culpados mas não! A ELFA É A MERDA DA PRIORIDADE! A ELFA INOCENTE É A MERDA DA PRIORIDADE. - Todos escutavam tudo chocado com o moreno, apenas o grupo entendia o que Charles estava passando. - Eu não vejo vocês indo falar com o Sr.Malfoy, e provavelmente nem irão, não é? Afinal, ele é rico. E com toda certeza não irão falar com o outro comensal da morte chamado Kurt Marko que é o assassino da mulher que eu perdi hoje. Claro que vocês não vão, porque ele também tem muito dinheiro. Então, obviamente, é mais fácil colocar a culpa numa elfa que não tem dinheiro, não tem nada. Vocês são um bando de... - Charles parou e olhou sério para cada rosto do Ministério que olhava para ele. - Eu quero que vocês sabem, que o sangue derramado hoje, aqui está em suas mãos. Vocês são os culpado. E mais uma coisinha.... 

 

           Ele sorriu ironicamente.

 

           - Vão se foder. 

 

          Charles, o pequeno Francis estava quebrado. 


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