Charles se viu em pé na sala do Largo Grimmauld, a luz do corredor estava acesa como sempre ficava para não ficar totalmente breu. Primeiro pensou em ir direto para Sophie mas por algum motivo ele se viu indo direto para o quarto de Remus. 

    Bateu na porta do quarto do lupino e não demorou muito para o mesmo aparecer com uma calça moletom cinza e sem camisa. O cabelo estava totalmente bagunçado e os olhos estavam meio fechados de sono.

      - Sirius? - Perguntou Remus ainda com os olhos meio abertos.

      - Desculpe te desapontar meu amigo, mas creio que não tenho "Black" no meu nome. - Respondeu Charles com a voz embargada.

       - Charles? - Perguntou Remus abrindo mais os olhos. - Você deve cortar o seu cabelo, meu caro. Está muito parecido com o Sirius e... - O Lupin parou ao ver o estado de Charles. - O que houve?

        - Eu... Eu acho que estou perdido, Remus. - Respondeu. - O que você fez quando esteve perdido?

      Remus ficou em silêncio, observando Charles sem saber o que fazer em primeiro lugar. A parte esquerda do garoto estava meio inchada e o olho estava roxo. As bochechas estavam coradas e os olhos azuis brilhavam de lágrimas contidas.

       - Vem cá, garoto. - Disse puxando Charles para um abraço. - Vai ficar tudo bem. Eu te prometo.

     Charles se pôs a chorar nos braços de Remus que o abraçou mais apertado, levando o moreno para dentro de seu quarto.

        No final de tudo, Remus sempre foi o pai. De Sophie, Harry, Erik e Charles. E isto estava bem para ele.

     - O que mais me deixa irritado, nisso tudo que você me contou, é que não vai adiantar nada falar com o Ministério. Eles não farão nada contra Marko e Sharon por conta do dinheiro que eles têm. - Disse Remus irritado depois de Charles ter falado tudo que havia acontecido. - Sinto muito que isso tenha acontecido, Charls.

          Eles estavam no quarto, as luzes acesas. Ambos estavam sentados na cama de frente um para o outro. Remus ficou abraçado um longo tempo com Charles para o mesmo se acalmar e assim poder contar tudo, e a cada coisa que o moreno dizia, mais ele ficava irritado e com seu instinto gritando para ele ir atrás de Marko e fazer o mesmo pagar por tudo que havia feito para com Charles. Mas ele sabe se controlar, e sabe que não é isso que Charles precisa agora.

        - Eu perdi para eles, Remus. A casa... o escritório do meu pai, os livros.. eu não fui forte. - Disse Charles triste. - Como posso honrar meu pai desse jeito?

         - Charles, preste atenção. Você não perdeu para eles saindo daquela casa, muito pelo contrário, você apenas mostrou para eles que você não está sozinho. Você tem o Largo como casa, a Toca, a casa do Erik, você mostrou para os Marko que agora você tem amigos e que esses amigos estão com você. - Disse Remus sério. - Apenas espere, e você dará a maior volta por cima deles. 

          - Então eu... posso morar aqui? - Perguntou Charles vermelho.

         - Claro que sim! - Respondeu Remus sorrindo e bagunçando os cabelos do moreno. - Não havia necessidade de perguntar. Vai ser até bom, assim você pode me ajudar a ficar de olho nas pestes que estão morando aqui, vulgo, Sophie e Sirius.

          Charles riu mas se lembrou de algo que o deixou preocupado. 

         - Joanne. Eu espero que ela fique bem... - Disse para Remus.

        - Ela é uma mulher forte, ela vai ficar bem. - Respondeu Remus sério. - Você precisa descansar agora, foi um longo dia e esse seu olho vai acordar inchado amanhã. Vamos, vou te ajudar com os malões.

        - Eu acho que a Sophie vai querer matar o Marko depois de ver o que ele fez no meu olho.. - Disse Charles se levantando da cama do lupino e indo junto com o mesmo para fora do quarto.

       - Eu tenho certeza. - Suspirou Remus já imaginando o escândalo que não apenas Sophie, mas Sirius também, irão fazer ao ver Charles.

      De fato havia sido um escândalo da parte dos dois. Mas felizmente, a ideia de Charles morar com eles fizeram os dois se acalmarem. 

          Harry, por sua vez, sentia simpatia por Charles. Pois, de certa forma, ele também sofreu abuso na antiga casa em que vivia, - não era físico, claro - mas eram dias sem comida, sendo obrigado a fazer tudo, sendo repreendido por nada. E isso o fez perceber o quanto, Charles e ele eram parecidos.

      Enfim, depois do evento, quando todos já não faziam questão de relembrar o que havia acontecido, os dias seguiram tranquilamente. Sophie e Charles passavam boa parte do tempo juntos, Harry com eles também, enquanto Sirius e Remus ficavam sempre juntos falando sobre tudo que perderam com o tempo, sobre o futuro, sobre Sophie, Harry, tudo que eles tinham direito.

    - Essa surpresa que você tanto fala, vai demorar muito para acontecer? - Perguntou Remus um dia enquanto ele e Sirius estavam bebendo cerveja na cozinha tranquilamente.

       O cabelo de Remus estava cortado, penteado para o lado, elegantemente na opinião de Sirius. E havia deixado a barba crescer, estava bem feita e cheia, dava uma enorme vontade de sentir a macieis que deveria ter.

    - Tudo ao seu tempo, Moony. - Respondeu Sirius maroto. - Ainda falta algumas coisas para a surpresa estar totalmente perfeita.

       Sirius, por sua vez, havia cortado o cabelo e agora estava até os ombros como sempre foi na escola, estava com a barba aparada e bem feita. Remus podia dizer agora que aquele homem sim, era Sirius Black. 

   - Que não seja algo muito chamativo...

   - Que isso, Moony! Até parece que você não me conhece! Claro que não será algo chamativo! - Retrucou Sirius com um enorme sorriso no rosto, o que fez Remus ter certeza que seria algo chamativo.

           - Vocês não acham que Sirius está demorando demais para se assumir para o Remus? - Perguntou Harry para Sophie e Charles.

          Harry havia deixado o cabelo crescer, estava até os ombros, um pouco familiar ao de Sirius, mas ainda estava mais bagunçados. Se o cabelo dele fosse ruivo, Sophie diria que o cabelo do irmão é praticamente a juba de Aslan. Ele havia crescido, um pouco, mas ainda era menor que Sophie. 

  Eles estavam na sala de cima, Harry estava sentado no chão fazendo carinho em Edwiges enquanto Charles estava deitado no colo de Sophie com a ruiva lhe fazendo carinho nos cabelos distraidamente.

        - Tenho que concordar, caro irmão. - Respondeu Sophie suspirando. - Aqueles dois simplesmente não dizem a verdade que o mundo já conhece.

             Já, Sophie estava com os cabelos mais longos. Mais ruivos do que antes, e até meio bagunçados - aparentemente cabelo bagunçado é o charme dos Potter -, seu corpo estava mudando cada vez mais. A cada dia que passa, parecia o corpo de uma adulta, uma bela adulta. Estava mais perspicaz com tudo, e durante as férias esteve focada em escrita e jornalismo que é o que ela quer ser no futuro. Remus se sentia mais orgulhoso do que nunca.

          - Eles precisam de tempo.. - Comentou Charles calmamente. - Acho que ainda está sendo tudo novo para eles, quero dizer, até alguns meses atrás, Remus não imaginava que Sirius voltaria para sua vida tão de repente. 

          E Charles, também havia optado para deixar o cabelo crescer. Estava até os ombros, e como era liso, deixava ele mais longo e parecido com o de Harry, só que não bagunçado. Seu tamanho não havia mudado muito, estava do mesmo tamanho que Harry - ele mesmo já estava aceitando o destino de que seria sempre o "baixinho de Erik" como Sophie dizia -. Ele não era magro e nem gordo, era um peso médio na opinião de muitos e dele mesmo. E ele estava feliz por isso.

           - É verdade, mas, desde da escola Charles! Já é muito tempo guardando sentimentos um pelo o outro! - Disse Sophie  chorosa, fazendo Charles sorrir com o pequeno drama. - Já passou da hora deles soltarem esse sentimento. 

            - Mas Remus não sabe o que Sirius sente por ele? - Perguntou Harry. - Lembra que você disse sobre uma carta do papai, e nessa carta ele dizia que Sirius está apaixonado pelo Moon.

            - Acho que uma coisa é o papai dizer, outra coisa é o Sirius realmente admitir. Mesmo ele flertando o tempo todo com o Moony, parece mais zoação da parte dele, por isso Remus não acredita que Sirius realmente sente algo mais do que amizade.

            - Faz sentido. - Disse Charles. - Mesmo eu, não iria acreditar.

            - A gente podia ajudar eles a admitirem! - Exclamou Harry animado. - Bolamos um plano e pronto! Tudo certo!

            - Você não está sendo muito confiante? - Perguntou Charles rindo de surpresa com o modo como Harry havia dito. - Quero dizer, talvez não seja uma boa ideia e...

           - É uma boa ideia Harry! - Sophie disse sem prestar atenção em Charles que suspirou e revirou os olhos já imaginando o que aconteceria. - Tem que ser algo estupendo! 

          - Gente... - Charles tentou novamente se fazer ouvido mas não adiantou.

          - Podemos prender os dois dentro de um quarto e só tirar eles quando admitirem! - Disse Harry animado e deixando Charles assustado com a ideia.

          - Harry, você não acha que... - Foi cortado novamente por Sophie.

         - Muito bom, Harry! Está se tornando um prodígio na marotagem, meu irmão! - Falou Sophie orgulhosa. - É uma boa ideia, não acha Charls? - Olhou para o moreno de olhos azuis mas não esperou ele responder. - Temos que pensar em como fazer tudo sair direitinho. 

         - Gente... 

         - Eu já pensei em tudo! - Disse Harry novamente animado.

        - Estas inspirado, pequeno Hanry? - Perguntou Sophie sorrindo. - É assim que eu gosto!

        Charles suspirou e desistiu de mudar a ideia dos dois, afinal, eles eram Potter's, quando começam a pensar em algo, ninguém os para. Mas, Charles torcia para que eles esquecessem tais ideias para juntar os padrinhos. 

         E com sorte, eles realmente esqueceram. Assim que Erik chegou no Largo, duas semanas depois como ele havia avisado Charles.

         Erik Hans Lehnsherr, como todos sabem, protege aqueles que ele ama, se preocupa e cuida. Então não foi surpresa para Sophie e Remus quando o alemão viu o rosto de Charles - que ainda estava um pouco verde-azulado na parte em que ele levou o soco -, praticamente se jogou em cima do namorado tocando com cuidado na parte machucada, seus olhos estavam cheios de preocupação, carinho e raiva pelo acontecimento e Sophie quase desmaiou de fofura quando Erik começou a falar coisas carinhosas em alemão para Charles.

      - Oh meine Liebe, was haben sie dir angetan? Mein kostbarer Schatz, es tut mir leid, dass ich nicht an deiner Seite war, ich hätte dich beschützen sollen. Meine Liebe, meine Liebe, ich liebe dich so sehr. Ich werde dich beschützen, ich werde auf dich aufpassen, niemand wird es jemals wieder wagen, dich zu berühren. Ich liebe dich Schatz. - Dizia ele beijando Charles enquanto falava, sem perceber que havia dito tudo em alemão. 

       (Tradução - Oh meu amor, o que eles fizeram com você? Meu precioso tesouro, lamento que eu não estivesse ao seu lado, eu deveria ter protegido você. Meu amor, meu amor, eu te amo muito. Eu vou protegê-lo, eu vou cuidar de você, ninguém nunca ousará tocá-lo novamente. Eu te amo, tesouro.)

    Todos podiam ver todo o sentimento, todo o carinho de Erik para Charles através de seus olhos. E era por isso que eles tinham certeza que Charles estaria mais seguro do que nunca a partir de hoje em diante. 

       Charles, por sua vez, estava encantado do fato de como seu namorado havia mudado em tão pouco tempo. Ele estava maior, seus cabelos havia crescido também mas não estavam nos ombros como o dele próprio e o de Harry, estava do tamanho do Remus. Completamente bagunçados o que o deixava sexy e de tirar o fôlego. Principalmente por conta da barba que começava a crescer no rosto dele, era lisa e bem feita, da cor ruiva bem escura, o que realçava muito os olhos do alemão. 

        Charles estava mais feliz ainda de ser o "baixinho de Erik".

     No mesmo dia, Harriet também havia chegado no Largo junto com Luna, e assim que a loira viu o rosto de seu precioso "bebê" como ela gostava de chamar o Francis, ela se pôs a chorar. 

         - Quem pode ter coragem de machucar essa preciosidade?? - Perguntou ela abraçando Charles tão apertado que o mesmo ficou sem ar.

        Ela estava do mesmo tamanho que Sophie. Seus cabelos loiros, antes eram enormes e agora, estavam curtos, despenteados. Todos haviam sido pegos de surpresa, menos Sophie que havia amado o corte e que pensava em fazer algo parecido no futuro. Harriet também havia mudado em relação corpo, seu rosto estava mais redondo - o que a deixava mais fofa com o cabelo curto - e assim como Charles, não estava nem magra e nem gorda. Mas todos sabiam que para Harriet Lovegood, o que realmente importava em uma pessoa, estava longe de ser a aparência. E assim era para todos naquela casa. 

        Harry aproveitou que o grupo estava junto, foi para os Weasley's e chamou Fred, Jorge, Gina e Rony - foi uma surpresa para ele quando viu que Mione já estava na Toca -. 

       - Buscamos ela ontem à noite, já estávamos planejando ir para o Largo hoje. - Disse Rony quando Harry havia perguntando por quanto tempo Mione estava lá. - Como está sendo morar com Sirius? 

        Para o desaponto de Harry, Rony havia crescido muito. E estava mais forte e com alguns músculos - enquanto Harry continuava o magricela -, seu cabelo estava um pouco abaixo dos ombros, e despenteados assim como o de Harry. O Potter também havia notado que Fred e Jorge estavam com os cabelos longos. Aparentemente, aquele ano seria o ano em que ninguém resolveu cortar o cabelo para os meninos. 

         - Como está sendo morar com sua família?? - Perguntou Mione mais animada, segurando o gato Bichento no colo.

        - Maravilhoso! - Respondeu Harry enquanto eles esperavam os gêmeos usarem a corrente de flú. - É realmente como morar com uma família. Eu posso fazer o que eu quero, posso comer o que eu quero, posso estudar, fazer as lições de casa sem precisar me esconder, e ainda pedir ajuda para Sirius ou Remus. 

        - Isso é tão legal, Harry! - Disse Mione sorrindo. - Fico tão feliz!

        Harry havia perdido as esperanças em crescer quando viu que até Mione havia crescido mais do que ele. Seus cabelos cacheados estavam mais cheios e haviam crescido também. Na opinião de Harry, sua melhor amiga estava mais linda do que antes.

        - Eu também, cara. - Disse Rony dando um soco leve no braço de Harry.

        Enfim eles passaram para o Largo e quando chegaram lá, viram Fred e Jorge totalmente vermelhos. Harry já até imaginava o motivo.

         - Nós iremos mostrar umas lições para aqueles idiotas! - Disse Jorge irritado e marchando para a lareira, sendo seguido por Fred que nem conseguia falar.

          - Ata. - Disse Remus pegando os dois pela parte de trás das roupas e os afastando da lareira. - Ninguém vai atrás dos Markos. Mesmo eles merecendo... - Sussurrou a última parte. - Charles está com a gente agora. Vamos nos acalmar e... continuar vivendo normalmente.

           - Mas Remus... - Fred tentou dizer.

           - Fred, acredite quando eu digo, que está doendo mais em mim do que em vocês por não poder fazer nada contra os Marko. - Disse Remus tocando o ombro do namorado de sua afilhada. - Nem mesmo adiantaria levá-lo para o Ministério. 

          - O que eu não consigo entender é, o que aconteceu com a Sharon? Ela não era assim. Tá bom que ela era meio metida mas tinha um ótimo coração, e amava o Brian. - Disse Sirius incrédulo. - Não consigo acreditar que ela se tornou nesse ser humano sem coração.

           - Srta.Joanne disse que ela ficou assim depois da morte do meu pai. - Sussurrou Charles. - Mas Kurt é um... monstro. Como ela pode ficar com uma das pessoas que pode ter sido o responsável da morte do meu pai?! 

            - Tá aí, uma ótima pergunta. - Sussurrou Remus em suspiro. - Acabei de me lembrar, Brian não desgrudava de Richard. - Disse olhando para Erik e Charles. - Eles eram melhores amigos.

         Charles e Erik sorriram um para o outro. Sophie foi por trás de Erik e o abraçou e Harriet fez o mesmo com Charles.

         - Eramos os Marotos e de vez em quando, Brian aparecia para aprontar com a gente e puxava Richard junto. Mesmo ele não querendo participar. - Disse Sirius sorrindo com carinho. - Eram bons amigos. 

          - Foi Brian que ajudou seu pai a se aproximar mais de Edie - mãe do Erik -. - Disse Remus rindo. - Lembro que ele fez uma lista de como conquistar o amor da vida do seu pai. Era cada coisa que estava escrita naquela lista. 

            - Eu me lembro. - Disse Sirius animado. - "Passo um para conquistar a preciosa, faça olhos de águia e sorria galanteadoramente." - Citou Sirius rindo e fazendo todos na sala rirem também. - Mas teve problema no primeiro passo, o sorriso de Richard é o mesmo que o seu Erik, cheio de dentes. E ele não fazia ideia de como sorrir galanteadoramente.

             - Jesus. - Murmurou Erik sorrindo sem perceber as lágrimas que se formavam ao ouvir esse lado de seu pai. 

           Sophie percebeu e o abraçou mais apertado.

           - Brian e ele ficaram um mês inteiro sorrindo "galanteador" para todos. - Disse Remus rindo. - Foi ridículo mas no final, funcionou. 

            - Brian até disse que escreveria um livro sobre isso depois que deu certo. - Comentou Sirius. - Aqueles dois eram como dois irmãos. 

            - Eles eram parceiros nas missões, não eram? - Perguntou Remus para Sirius que concordou tristemente.

           - Richard se sentiu culpado quando não conseguiu proteger Brian. - Disse Sirius vendo os olhos de Erik se arregalarem e Charles abrir a boca. - Sim, eles estavam numa missão juntos no dia em que seu pai morreu, Charls. Foi um descuido. Brian estava lutando contra um comensal da morte e ele sempre foi muito extrovertido e exibido em suas habilidades. No meio dos feitiços ele ficava se exibindo para Richard e zombava do comensal... ele não percebeu que havia um outro comensal atrás dele e quando Richard percebeu... bem, já era tarde. 

        "- Brian! - Gritou Richard mas era tarde demais.

          - Avada Kedavra! 

          O raio de luz verde acertou seu amigo nas costas e ele caiu ao chão. Morto. Naquele momento Richard deixou toda a bondade de lado, toda a misericórdia de lado. Sem dar tempo para os dois comensais, lançou avada kedavra e ambos morreram impiedosamente.

        O alemão caiu no chão ao lado do amigo e o puxou para o colo. 

           - Oh meu amigo... não me deixe... Ich will dich an meiner Seite haben. Wir sind Brüder, Bryan. - Sussurrou Richard chorando. - Eu sinto muito meu amigo. Sinto muito, pequeno Francis. 

        (Tradução - Eu quero você ao meu lado. Nós somos irmãos, Brian.) "

— Brian era a outra metade de Richard. Isso se tornou mais óbvio depois de sua morte. - Disse Remus. - Sinto muito garotos.

       - Eles morreram como heróis. - Disse Erik com a cabeça erguida, mesmo contendo lágrimas nas bochechas, assim como todos presente. - Tenho orgulho deles.

         - Eu também. - Disse Charles sorrindo. - Obrigado por nos dizer um pouco sobre eles.

        - Ah mas ainda não acabou! Que tal irmos para a cozinha para prepararmos algo bem gostoso para comermos e falar sobre os tempos do Marotos + Brian e Richard + As Marotas. - Disse Sirius sorrindo animados.

       - Marotas? - Perguntou Harriet.

        - Era como James e eu chamávamos a Lily, Alice, Marlene, Mary e Sharon. - Disse Sirius rindo.

          E assim eles passaram o restante do dia cozinhando, conversando e brincando uns com os outros.

           Os dias passaram e a rotina deles voltaram ao seu "normal". Charles e Erik aproveitando todo o tempo juntos, Sophie e Fred namorando o tempo todo - meno quando o ruivo se enfiava no quarto junto com irmão para fazer os projetos de seu futuro, que Sophie apoiava com todo o coração e isso fazia o Weasley mais motivado a continuar o sonho de fazer todos rirem -, Harriet e Jorge brincando um com o outro, as vezes o Grupo saiam para andar por Londres ou até mesmo ir em baladas - o que deixava Remus louco de preocupação e Sirius com uma imensa vontade se seguir os garotos para tomar conta deles -; Harry, Rony e Mione conversando e estudando e saindo as vezes para passearem por Londres, Gina e Luna grudadas o tempo todo e Remus e Sirius que eram os pais e cuidavam daquele monte de filhos.

         Enfim, o aniversário de Harry havia chegado, ele já havia sido acordado cheio de abraços e felicitações, os presentes também haviam sido dados e era um melhor que o outro. Mas além do aniversário de Harry, também havia chegado a surpresa de Sirius e Sophie. 

          - Primeiro, todos precisam fazer suas malas. Todas as coisas que tem aqui, peguem. Menos os pratos e talheres, esses eu e o Remus voltaremos mais tarde para buscar. - Disse Sirius animado.

           - Estou com medo disso. - Comentou Remus para Erik que riu.

           - Eu ouvi isso! - Disse Sirius sorrindo.

           Enfim, todos pegaram os devidos pertences. Os malões, todos cheios de roupas e materiais, lado a lado. 

           - As vans que eu pedi, já estão lá fora? - Perguntou Sirius para Sophie que concordou. - Ótimo! Pessoal, tem duas vans lá fora e elas nos levaram para um lugar incrível. Sophie leve eles para fora, eu vou falar com Monstro. 

          Sophie concordou e todos seguiram a ruiva. Sirius, animado, foi até Monstro que estava na cozinha.

          - Muito bem, já fez sua mala? - Perguntou Sirius olhando sério para o elfo doméstico. - Eu sei que você não gosta, não estou pedindo para gostar, mas eu não posso te deixar para trás. Você é valioso demais para as pessoas erradas. 

             Monstro resmungou e resmungou. Sirius revirou os olhos e sussurrou para onde Monstro deveria ir, e segurando a pequena mala - que Sirius tinha certeza que só tinhas coisas relacionadas à sua falecida mãe - foi-se para a casa. 

           Deu um longo suspiro e olhou em volta daquela casa. Abriu um largo sorriso e saiu, do Largo Grimmauld nº12. 

           Foi uma longa viagem, mas enfim eles chegaram no local da surpresa. E Remus esperava qualquer outra coisa, menos aquilo. Isso eu vos garanto.

           Assim que ele desceu da van, ele olhou para a enorme casa que estava em sua frente. Era pintada de vermelho vivo com alguns detalhes amarelos, cheia de janelas, e com uma sacada incrível. Olhando em volta, ele viu que era a única casa ali, em volta tinha várias árvores e um campo espaçoso, com um morro onde no final havia uma linda árvore de carvalho. Era lindo, a paisagem, o local, tudo era lindo e Remus não estava conseguindo acreditar.

          - Bem vindo, à "To The Moon nº07 - A Mui Nova e Louca Casa dos Potter-Lupin-Black." - Disse Sirius com o sorriso mais brilhante que ele é capaz de dar. - Nosso novo lar!

        Todos, menos Sophie, olhavam para aquela casa, em volta, admirados. Seus olhos brilhavam e excitações.

          - Tem a mesma quantidade de quartos que o Largo tem, e o mesmo tanto de banheiros. Mas tem outras coisas muito divertidas que Sophie e eu fomos colocando. E podem ver que é bastante espaçoso, um pouco dentro da floresta existe um lago cristalizado que pode nadar no calor, subindo o morro, tem um pequeno campo de Quadrilbol, logo atrás da árvore de Carvalho. E, eu sei que pode parecer que estamos muito longe do centro, mas nem estamos, King's Cross fica quatro horas daqui e aqui passa  Nôitibus Andante tranquilamente. - Disse orgulhosamente. - Como podem ver, eu pensei em tudo! Já tem móveis na casa, os quartos já tem camas, os banheiros já tem chuveiros... enfim, o que falta é apenas os pratos e talheres, afins, mas isso, como eu disse antes, Remus e eu pegamos depois pela corrente de flú. - Agora ele estava ansioso. - O que acharam? - Perguntou olhando diretamente para o Lupin. - Muito exagerado? 

            - Sim, de fato, muito exagerado! - Disse Remus sorrindo. - Mas eu já imaginava que seria, então... é perfeito Sirius. - Sirius soltou um suspiro de alívio. - Mandou bem, Padfoot. 

         - É incrível, Sirius! - Exclamou Harry com Mione e Rony concordando animados. 

         - Vocês tem que ver lá dentro! É incrível mesmo! - Disse Sophie pela primeira vez. - E vocês vão adorar os quartos. 

           - Quem chegar por último é a mulher do Snape! - Gritou Jorge saindo em disparada para dentro da casa.

          Todos não perderam tempo e correram também, afinal, nenhum deles quer ser tal coisa. Eles todos os lugares possíveis daquela casa, e de fato, o lugar favorito deles foi os quartos. O quarto de Sophie e Fred era pintado de amarelo com vermelho, o do Charles e Erik era das cores verde e azul, o quarto de Jorge e Harriet - camas separadas - era azul e vermelho, o do trio era vermelho e amarelos, e da Gina e Luna era também azul e vermelho. Eles perceberam na hora que era as cores que representavam suas casas juntas.

         - Vocês podem enfeiar as paredes de seus quartos do jeito que quiserem. Desde de escrever seus nomes até desenhar algo. - Disse Sirius. - Eu sempre quis fazer isso quando era jovem mas meus pais não deixavam. Acho que todos devem fazer isso uma vez na vida. 

          - Você é o melhor, Sirius!! - Exclamaram Fred e Jorge alegres.

          - Eu tenho uma surpresa para vocês, no sótão. - Disse Sirius jogando uma chave para os gêmeos, Jorge pegou. - Vão lá ver! 

          Os dois foram, mas foram seguidos por todos, menos Harry e Sophie. 

          - Ei, e o meu quarto? - Perguntou Remus sorrindo e cruzando os braços.

         - Sobre isso.. - Sirius parecia nervoso agora. - Eu preciso falar uma coisa antes de você entrar no seu quarto. - Apontou para a porta preta atrás dele. 

          - E o que seria?

         - Um minuto. - Disse Sirius colocando a mão no bolso e tirando logo em seguida com um anel em sua mão. - Eu preciso fazer isso primeiro.

          Se virou para Harry e foi até o garoto que estava confuso. Sirius pegou a mão do afilhado e colocou o anel no dedo dele.

           - Quero que fique com isso. - Disse sério para o garoto. - Se caso aconteça algo comigo, que você tenha este anel para se lembrar de mim.

           Sophie tocou no próprio anel que Remus havia lhe dado no terceiro ano dela e que ela nunca havia tirado. 

             Harry sorriu e Sirius piscou para ele antes de se voltar para Remus. Andou até o lupino e parou bem em frente dele. 

              - Agora, Remus John Lupin. Eu não sou o melhor com palavras como você bem sabe mas... acho que já se passou tempo demais. Eu fiz uma promessa para você naquela praia, naquele dia, e eu não cumpri. Eu quero reparar isso e eu vou reparar isso. Você não está mais sozinho, a partir de agora, estarei sempre, sempre! Com você. Sei que já falei isso antes, mas... é diferente agora. Tenho esperança nisso. - Ele já estava tremendo e Remus estava em choque. - Estarei com você, do crepúsculo à alvorada. - Colocou a mão no bolso. - Te segurarei quando as coisas derem errado. - Tirou um anel de prata escrito "Crepúsculo" e Remus sentiu todo o ar sumir. - Amor, eu estou bem aqui. Sr.Moony, aceita ser meu namorado futuro marido? 

              Remus estava realmente em choque, surpreso de fato. Ele não sabia o que dizer, mas ele precisava dizer algo, e tinha que ser lógico então:

            - Você é muito impulsivo.  

            - Perdão? - Perguntou Sirius confuso.

           - Eu te conheço, Sirius. E se nesse quarto atrás de você, não tiver uma cama de casal e na parede escrito "Sr.Moony e Sr.Padfoot" então você não é Sirius. - Disse Remus.

                "Não é exatamente que eu quero dizer."

          - Como você sabem?! - Perguntou Sirius choroso.

            - Já disse Sirius, eu te conheço. - Dito isso, ele fez o que achava ser realmente certo de se fazer. 

           Era esses lábios que ele viveu sonhando durante tanto tempo. Ambos, agora, com os lábios colados em um beijo apaixonado e cheio de calor e vontade. Finalmente a lua e a estrela se encontraram, e eles estavam tão perdidos nesse novo mundo, estavam tão encantados com as descobertas que faziam que nem se quer escutaram os gritos de alegria de todos que estavam assistindo toda a cena. 

           Naquele exato momento, eles eram apenas eles. Remus Lupin e Sirius Black, ou melhor, Sr.Moony e Sr.Padfoot.

              04 horas depois, To The Moon nº07.

           Todos estavam reunidos na sala, o trio sentados juntos, Fred ao lado de Sophie, que estava ao lado de Erik e Charles que estavam ao lado de Harriet e Jorge, Gina e Luna juntas e Remus estava sentado no meio do sofá. Todos estava olhando para o quadro que Sirius havia acabado de mostrar para eles.

           De acordo com o Black, aquele era o emblema da casa e da família. Era um escudo, com um leão e uma coruja na parte de cima - de acordo com Sirius, representavam Sophie e Harry -, abaixo havia um lobo uivando e um cachorro - que representavam Remus e Sirius -, em seguida vinha um cervo e uma corça - James e Lily -. 

           - É perfeito! - Disse Sirius alegre para todos, depois de sua explicação.

          Todos olhavam para aquilo com as testas franzidas. Remus e Erik se olharam e concordaram com a cabeça.

          - É brega. - Disse Erik finalmente. 

           Todos concordaram.

           - Brega? - Perguntou Sirius arregalando os olhos. - Isso é uma obra de arte! 

           - Amor... é um pouco demais... - Remus disse dessa vez, já imaginando o drama que Sirius iria fazer. - Quer dizer... não é necessário. 

           - Você está do lado dele? - Perguntou Sirius já se preparando para o drama. - Eu sou aquele que vai te segurar durante a noite...

           - Ah não... - Murmurou Sophie.

           - Aquele que estará com você...

           - Mundo cruel. - Disse Charles.

          - ... Do crepúsculo à alvorada.... 

           - Eu não mereço isso, vamos dormir. - Disse Erik se levantando e pagando a mão de Charles que seguiu com prazer.

           - Quando as coisas estiverem ruins... 

            -  Tchau. - Disse Fred puxando Sophie também.

           - Eu sou a sua estrela...

          - E ele começou com os trocadilhos com as fases da lua. - Disse Harry se levantando e chamando Rony e Mione para quarto.

          - Você é aquele que ilumina a minha noite, minha lua...

            - Nem eu aguento isso mais. - Disse Gina pegando a mão da Luna e saindo da sala. 

           - Nós dois somos feitos....

           - Até eu cansei. - Disse Harriet saindo e sendo seguida por Jorge. 

           - ... Um para o outro. - Disse Sirius por fim.

            - Terminou? - Perguntou Remus de braços cruzados. 

            - Sim. 

            - Ótimo. - Disse Remus se levantando e pegando a mão de Sirius, com a outra apagando a luz da sala. - Estou com sono, quero dormir, então só cala a boca. Te amo. 

           E assim Sirius foi sorridente para o quarto. 

            Naquela noite, todos dormiram tranquilos. Menos um.