To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 60
Capítulo 60 - Charles Francis, o Garoto Não Problema


Notas iniciais do capítulo

Sei que demorei para postar maaaas aqui estou ♥

Nesse capítulo vocês vão ver um pouco de nosso querido Charles Francis! E aqui se inicia: Cálice de Fogo!

Boa leitura!



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          1992, Hogwarts.

 

          Tudo estava ruim. Ele sabia que não seria um mar de rosas desde do momento em que sua mãe se casou com Kurt Marko, desde do momento em que Caím entrou em sua vida, ele sabia, que estava realmente sozinho. Mas não imaginava que tal solidão iria incomodá-lo tanto, isso era o pior, ele se sentia sozinho, ele queria ter amigos, mas como podia ter amigos se nem com sua própria mãe ele conseguia se socializar direito? Como podia ter amigos se era tão tímido ao ponto de não conseguir falar nem com os alunos da própria casa, Corvinal? As palavras de Kurt para ele ainda estavam claras em sua mente:

 

       "Você é patético. Ninguém em sã consciência será seu amigo. Você é estranho, você é um problema, Charles. Um problema que sua mãe, eu, Hogwarts inteira somos obrigados a aturar. Você seria melhor morto." 

 

             Palavras machucam, palavras ruins são como laminas afiadas que são capazes de matar. E ler aquela carta que lhe foi mandada para ele naquele café-da-manhã na mesa da Corvinal, o machucou tanto. Ele queria chorar tanto mas se segurou, se manteve firme, guardou a carta e saiu para a aula. 

          "Por que ele era um problema? Ele fazia todas as lições dos professores, ajudava sempre que algum professor lhe pedia, era gentil o tempo todo para todos, era quieto, tentava ser o melhor para sua mãe - mesmo ela nem se quer se importando para com ele -, saia da frente dos outros para não atrasá-los. Por que ele era um estranho? Por seu silêncio? Sua timidez? Suas pequenas crises de choro? Ele realmente seria melhor morto?" 

 

          Essas eram suas perguntas naquele momento, caído sozinho em um canto qualquer de Hogwarts, com os olhos cheios de lágrimas, o coração apertado e com a terrível, porém forte sensação de que de fato, ele seria melhor morto. Enquanto os outros alunos já estavam em suas respectivas salas comunais, ele se encontrava ali. Abandonado, perdido. Talvez fosse melhor assim. Ninguém precisava ver ele assim. Suspirou em meio ao choro, ele se sentia tão patético. Ele queria ter a coragem que a Sophie Potter da Grifinória tinha, queria poder ser como ela, pois com certeza se ele fosse como a Potter, ele conseguiria ser o melhor em tudo, conseguiria até mesmo falar com Erik Lehnsherr. Mas ele nunca seria como ela, e obviamente nunca seria amigo dela e do grupo legal dela.

          Escutou um barulho em sua frente mas não se importou. Aquele ano estava tendo tantos ataques, talvez fosse o monstro da Câmara Secreta vindo matá-lo. Se fosse isso, então por ele tudo bem. Ele não faria falta para ninguém. 

 

            - Olá... 

 

            Se assustou com a voz e olhou para cima rapidamente sem pensar. Em sua frente estava Sophie Potter. E por alguns bons minutos ele se sentiu um idiota por deixar ela o vê-lo assim, por deixar uma garota tão legal como ela ver o quão patético ele era. Agora que ele nunca seria amigo dela mesmo. 

 

         O quão errado ele estava. No momento em que ele se apresentou para a ruiva, sua vida havia se entrelaçado com a dela e isso significava três coisas: Ele não era um problema. Ele nunca mais estaria sozinho. E ele, com toda a certeza, não era melhor morto. 

 

           1994, Mansão dos Francis-Marko. 

 

             Charles entrou na cozinha e viu a Srta.Joanne, a mulher que foi mais como uma mãe para ele do que Sharon, a mulher que lhe deu à luz. Joanne estava fazendo café-da-manhã e estava concentrada cantando uma música que Charles não conhecia.

 

            - "So, believe. That magic works, don't be afraid of being hurt. Don't let this magic dies, the answer's there. Oh, just look in her eyes..." — Cantava ela com um leve sorriso no rosto.

 

             - É uma bela letra. - Comentou Charles sorrindo.

 

             Joanne deu um pequeno pulinho e se virou para Charles que ria do susto da mulher.

 

            - Oras seu muleque! - Resmungou Joanne colocando a mão em cima do peito. - Quer me matar de susto?! Meu coração quase parou!

 

           - Mil perdões, senhorita! - Desculpou-se Charles ainda sorrindo e recebendo o sorriso de Joanne em troca. - O que teremos para o café? 

 

          - O seu favorito, omelete com sálvia, panqueca com mel meio amargo e limonada. - Respondeu ela gentilmente se voltando para o fogão. - O sr. e sra. Marko ainda não acordaram?

 

          - Não, como sempre, sou o primeiro. - Respondeu Charles se sentando na pequena mesa da cozinha. - Caím vai dormir até mais tarde como sempre também. E como sempre, irei comer aqui na cozinha e não com eles. 

 

            - Não reclamo. - Retrucou Joanne gentilmente. - Eu gosto da sua companhia pequeno Francis.

 

           - Assim como eu gosto da sua, senhorita Joanne. - Disse com toda sinceridade. - Uma carta do Erik chegou ontem à noite...

 

         - Ah, agora entendi o motivo desse seu sorriso bobo no rosto. - Comentou Joanne rindo e fazendo Charles corar. - E o que o Sr.Lehnsherr lhe escreveu? Palavras amorosas, eu imagino.

           - Senhorita, quando se trata de Erik Lehnsherr tudo é amoroso e vívido. - Respondeu Charles lembrando com carinho do namorado. - Ele é meu enigma favorito. - Joanne sorriu ao ouvir tanto carinho na voz de Charles. - E sim, foram palavras de carinho. Ele lhe mandou lembranças e abraços. 

 

               - Ele é um querido mesmo por se lembrar de mim. - Disse Joanne gentil.

 

           - Sim, ele é. Daqui à quatro semanas ele vai para o Largo, estará me esperando lá. - Disse Charles se levantando e arrumando a mesa para ele poder comer. 

 

           - E como estão os outros? Sophie e Remus devem estar muito felizes com os novos moradores da casa. - Disse Joanne terminando o omelete de Charles.

 

            - Sim, ela me mandou uma carta à dois dias. Está mais feliz do que o dia em que ganhou a taça de quadribol ano passado. - Respondeu Charles sorrindo. - E aparentemente ela e o Sirius estão planejando fazer uma surpresa para Remus e Harry.

 

            - Só falta ser uma casa nova, enorme com vários quartos. - Comentou Joanne rindo. - Pelo que você me disse sobre eles, deu para perceber que são dramáticos. 

 

             - E são. Muito. Demais. - Disse Charles rindo. - Enfim, seja o que for, será bem chamativo e enorme e... chamativo.

 

            Os dois riram, ambos colocaram o café na mesa. Ainda estavam rindo quando ouviram um sino vindo da sala de jantar. Charles parou de rir na hora, ficou sério e olhou para Joanne.

 

            - Eles acordaram. - Disse ele. - Se eles tratarem você mal...

 

             - Você vai ficar em silêncio. Nada de retrucar o que eles dizerem para mim. - Ordenou a mulher sério. - Eu sei que quer me proteger, e ouso dizer que se tornou mais atrevido depois que começou a andar com Sophie, o que me alegra muito já deixo claro, mas deixe que de seu padastro e sua mãe eu me viro.

 

             Charles ficou em silêncio e concordou a contra-gosto. Joanne saiu levando algumas coisas para Kurt e sua mãe, e a cozinha ficou em silêncio. Devagar ele começou a comer enquanto ouvia Kurt falando coisas cruéis para Joanne. Suspirou derrotado e se perguntou por quanto tempo ele teria que apenas ouvir essas injustiças. Tanto para ele, como para Joanne.

 

           1987, Mansão Francis. 

 

           Charles estava em choque. Não sabia como agir, como se sentir com aquela notícia. Sua mãe iria se casar novamente com um homem chamado Kurt Marko, cujo já tem um filho chamado Caím. Se ele havia gostado da notícia? Não, com certeza não. Na verdade ele estava com medo, ele já havia presenciado o comportamento de Marko para com as outras pessoas de classe baixa, mesmo com aqueles de sua mesma classe. E Caím, Caím estava longe de ser o meio-irmão legal. Estava longe de ser uma criança boa. Caím era alto e forte, com cabelos penteados para trás, de pose arrogante e irritada, extremamente parecido com o pai Kurt. 

           Ele já viu em silêncio, Caím, batendo nas outras crianças da sua idade, viu o quão violento Caím era. E por isso estava com medo. Sua mãe não se importava com ele, Kurt estava com ela obviamente por conta do dinheiro que ela tinha, e Caím... Caím provavelmente o deixaria roxo de socos. 

 

           - Vá para seu quarto, se arrume. - Ordenou a mulher que ele tinha de chamar de mãe.

 

           - Por que? - Perguntou baixo.

 

           - Para a festa em comemoração ao meu noivado, menino. - Respondeu áspera. - Na verdade, fique em seu quarto. Você sempre acaba me envergonhando. Fique lá e... se perca em seu mundo de fantasia. 

 

            Charles abaixou a cabeça e sentiu ás lágrimas surgirem. Concordou rapidamente e saiu correndo para o quarto. Ao entrar, se jogou na cama que ficava ao lado da janela. As lágrimas já estavam em sua bochecha que estavam vermelhas. Passou as mãos no rosto para secar as lágrimas e tirou uma foto que guardava de baixo do travesseiro. 

          Sorriu para a imagem de seu pai que sorria na foto e piscava para ele. Tudo seria tão diferente se ele estivesse vivo, Charles com certeza seria mais feliz e com toda certeza não correria o risco de virar saco de pancadas de Caím.  

 

           Uma batida na porta e uma voz gentil foi ouvida, chamando sua atenção.

 

          - Charles? Querido, posso entrar? 

 

         - C-claro, senhorita Joanne. - Respondeu Charles passando as mãos novamente no rosto e fingindo um sorriso.

 

           Ao entrar, Joanne sorriu com carinho para ele. Era uma mulher linda, alta e de longos cabelos loiros. Seus olhos eram castanhos claros e seu sorriso, era o sorriso mais gentil que Charles tinha o prazer de ver.

 

         - Oh meu querido, não precisa fingir um sorriso para mim. - Disse ela entrando e fechando a porta. - Eu sei que esse sorriso é falso. 

 

            Charles deixou o sorriso cair e mostrou a tristeza que sentia. Joanne se sentou ao lado dele na cama e lhe acariciou os cabelos lentamente.

 

           - Nunca se esconda de mim, meu pequeno Francis. - Disse ela. - Pode contar comigo, e pode confiar em mim. Eu cuido de você e me preocupo com você.

 

            - Minha mãe não me ama, não é? - Perguntou Charles olhando para baixo, para a foto em sua mão.

 

            - Ela ama... mas, acredito que a sra.Marko não sabe como demonstrar isso. - Respondeu Joanne. - Não fique assim. Ela se tornou desse jeito depois da morte de seu pai. 

 

            - Se ele estivesse vivo... acha que ele sentiria orgulho de mim? - Perguntou Charles olhando para a foto e depois para Joanne que lhe acariciou as bochechas.

 

             - Sem dúvidas. Você é igual à ele, Charles. Os mesmos traços, a mesma gentileza, o mesmo gosto forte pelas aventuras encontradas em livros. - Respondeu ela rindo calma. - Você tem mais do seu pai do que imagina, pequeno Francis.

 

             - Obrigado, senhorita Joanne. - Sorriu um sorriso verdadeiro para a mulher.

 

            - É desse sorriso que eu gosto. - Disse ela. - O sorriso de Charles, me traz esperança sobre o futuro. 

 

          Aquilo fez ele sorrir mais ainda.

 

 

            1994, Mansão dos Francis-Marko. Três semanas para o Largo Grimmauld.

 

           Charles estava certo. Ele virou o saco de pancadas de Caím, se tornou alvo das palavras cruéis de Kurt e isso muitas vezes quase o fez desistir de tudo. Mas ele continuou, ganhou amigos, duas melhores amigas incríveis, gêmeos brincalhões que o tratava como um irmão mais novo, e um namorado maravilhoso. Kurt e Caím cometeram o terrível erro de subestimá-lo, mas ele conseguiu dar a volta por cima. 

 

           Naquele momento ele estava no antigo escritório de seu pai, terminando de fazer uma lição de casa quando a porta foi aberta fortemente por um Kurt irritado. 

 

          - O que faz aqui? - Disse Charles se levantando irritado. - Saía do escritório do meu pai!

 

         - Olha como fala comigo, garoto! - Retrucou Kurt em voz alta. - O que você está fazendo aqui escondido?! Na verdade, pouco me importa o que você está fazendo aqui. Saía.

 

          - Desculpe-me, o que disse? - Perguntou Charles sentindo o coração bater forte no peito.

 

          - Esse escritório não é mais seu e de seu falecido pai. É meu. - Disse Kurt abrindo um sorriso desdenhoso. - Então saía.

 

          - Você enlouqueceu?! Esse escritório não será seu Kurt! Ele é meu...

 

          - Era seu. Agora é meu. - Contra-disse ainda com um sorriso amarelo no rosto. - Não ouse me contra-dizer garoto.

 

           - Eu ouso quando você se atreve a tentar pegar o meu escritório. - Retrucou Charles se aproximando de Marko, o rosto vermelho de raiva, coração fervendo e batendo mais rápido no peito. - Você não tem direito...

 

           Kurt não o-deixou terminar de dizer, deu-lhe um soco no rosto com força fazendo Charles cair e bater o rosto contra o chão. Ele se sentia tonto, sentia tudo começar a escurecer, e antes de enfim se entregar a escuridão, ele escutou, próximo ao seu ouvido:

 

           - Eu tenho todo o direito. 

 

          E escuridão.

 

 

            1993, Gramados de Hogwarts.

 

           - Esse ano está sendo uma loucura. - Comentou Erik acariciando os cabelos de Charles lentamente. - Finalmente consegui um pouco de tempo com você sozinho.

 

           - Finalmente. - Concordou Charles sorrindo de olhos fechados. 

 

           - Eu percebi que você esteve distraído nesses dias. - Disse Erik. - Está preocupado com algo?

 

             - N.O.M's conta?

 

            - Não. 

 

            Charles deu um leve sorriso e abriu os olhos, com um rápido suspiro disse:

 

           - Marko me mandou uma carta. - Disse ele. - Devia estar irritado como sempre pois na carta tinha todo o tipo de xingamento e ameaça. Ele sempre fez isso, desde do primeiro ano mas... tinha muito mais ameaças e... não sei. Posso estar apenas paranoico. 

 

             - Você acha que ele seria capaz de fazer algo...? - Perguntou Erik preocupado.

 

            - Já faz tempo que eu parei de duvidar daquela família, Erik. - Respondeu Charles olhando para o lago. - Mas... Kurt nunca apelou de fato para a agressão. Caím sim, Kurt não.

 

              - Se eu ver um dos dois na minha frente... - Rosnou Erik baixo. - Por que você não saí de lá, Charls? Você sabe, as portas da minha casa estão abertas. E tenho certeza que o Largo também. 

 

              - Não posso, Erik. Aquela mansão era do meu pai, o escritório que tem lá era do meu pai. Tudo lá, é meu por direito. - Respondeu Charles triste. - Eu tenho que lutar contra eles...

 

            - Eu acho que entendo. Eu faria o mesmo se fosse comigo, você sabe que eu sou orgulhoso, e sabe que eu gosto de lutar pelas coisas que tenho carinho. - Disse Erik ainda olhando preocupado para o namorado. - Mas, Charles, me prometa que se Marko começar a partir para a agressão, você sairá daquela casa. 

 

               - Erik...

 

               - Por favor, Charles, eu não vou relaxar se você continuar vivendo com ele enquanto ele te bate, te machuca. Já é horrível para mim você ter de aguentar as palavras dele, de Caím ficar te batendo e sua mãe não se importar. Me mataria saber que agora, Kurt lhe machucaria assim. Me promete, que na primeira tentativa de agressão que ele lhe der, você sairá de lá. Pode ir para o Largo, você sabe que Remus te adotaria na hora. E você é mais que bem vindo em minha casa. - Tinha tanta preocupação, carinho, amor, no modo que Erik falava, que Charles não podia negar aquela promessa.

 

                - Eu prometo, Erik. - Disse ele aproximando o rosto para perto do namorado. - Seria algo contra o meu orgulho mas... por você, eu prometo.

 

                 - Não por mim, Schatz. - Retrucou Erik colocando as duas mãos no rosto de Charles. - Faça isso por você. Se proteja, se salve por você. Pense em mim depois. - Então selou os lábios com o do outro. 

 

              Charles não disse mais nada, mas ele não concordou com Erik. Ele sempre pensaria em Erik primeiro, sempre pensaria em Sophie, Fred, Jorge, Harriet, em todos os amigos que tinha primeiro. 

 

              1994, Mansão dos Francis-Marko. Ainda três semanas para o Largo Grimmauld.

 

            Charles abriu os olhos e percebeu que não estava em seu quarto, muito menos no escritório de seu pai. Uma rápida olhada para o lado e ele viu a senhorita Joanne sentada em uma cadeira ao lado da cama, costurando um cachecol. Ainda meio tonto, ele começava a se lembrar o que havia acontecido, do Kurt entrando em seu escritório e dizendo que o escritório não seria mais de Charles, lembrou-se dele mesmo recusando tal coisa e... por fim o soco. 

 

            - Você acordou. - Disse Joanne agora olhando tristemente para Charles. - Me desculpe por não ter te protegido dele. 

 

            - Você não deve pedir desculpa por algo que você não tem culpa. Assim como eu, você não sabia que ele faria isso. - Disse Charles sério. - Finalmente ele se mostrou ser o monstro que eu imaginei que era.

 

           - Você precisa ir embora, Charles. - Disse Joanne colando a mão nas de Charles. - Isso irá piorar, e piorar. Ele é perigoso, Charles. Muito perigoso. 

 

           - O que quer dizer? - Perguntou Charles confuso.

 

           - Por que você acha que ele sempre anda com os braços cobertos? - Perguntou Joanne deixando Charles surpreso. - Ele seguia Você-Sabe-Quem, Charls. Ele é um assassino.

 

            - Mas... ele... alguém sabe? Minha mãe sabe?

 

            - Eu não sei se a sra.Marko sabe ou não. Mas eu já vi a Marca no braço dele, ele não sabe que eu sei. Provavelmente não foi preso por sua posição e por ter usado a mesma desculpa que Lúcio Malfoy. - Disse Joanne sombriamente. - Se ele era capaz de seguir Você-Sabe-Quem, então ele não hesitaria em matar você, Charles.

 

              - Se minha mãe sabe o que ele é, então está claro para mim que ela não sente falta do meu pai ou que se quer de fato se importou com a morte dele. - Disse Charles se sentando e olhando sério para Joanne. - E isso só me faz querer continuar aqui. Não posso deixar Kurt ganhar...

 

           Joanne revirou os olhos e bateu na cabeça de Charles com força.

 

           - AI! - Exclamou Charles colocando a  mão na cabeça. - Por que fez isso?

 

           - Não seja idiota! - Retrucou Joanne irritada. - Kurt é perigoso e você ainda é uma criança, não terá chance contra ele. 

 

           - Ano que vem farei 17 anos, serei maior de idade. - Resmungou Charles.

 

           - Entenda Charles, Marko conhece feitiços que mesmo um inteligente como você não conhece. - Disse Joanne mais calma. - Na primeira chance que ele tiver, eu tenho medo do que ele fará. Você irá deixá-lo ganhar se continuar aqui. 

 

          - Mas... - Charles não sabia o que fazer. - E você? Não posso te deixar sozinha aqui...

 

           - Você pode e você vai. Kurt não fará nada comigo, eu sei como me virar com ele. - Disse ela colocando uma mão na bochecha de Charles. - Por favor, Charles. Você precisa ir embora. Vá para o Largo, vá para perto de Sophie, Remus, Sirius, Erik e seus outros amigos. Você estará seguro lá.

 

           - Quando eu...

 

            - Agora. - Joanne o cortou. - Deve ir agora. Já é noite e eles estão dormindo. Eu mesma já arrumei sua mala, seus livros favoritos, material, tudo que eu sei que é importante para você.

 

            - E se eles perguntarem sobre minha ausência? - Perguntou Charles sentindo o coração se apertar com a ideia de deixar Joanne.

 

            - Direi que você foi para a casa dos amigos. Eles nem se importarão, você sabe. - Respondeu Joanne. 

 

             - Mandarei cartas para você. Irei te manter informada sobre tudo. - Disse Charles ferozmente como uma promessa. - E... quando as coisas se acalmarem um pouco, eu virei te buscar. E você irá morar comigo.

 

              - Oh meu pequeno Francis. - Disse Joanne emocionada. - Meu pequeno menino. Você está se tornando um homem honroso assim como seu pai era. Estou orgulhosa.

 

            Enfim, eles pegaram os malões de Charles, e se posicionaram em frente a lareira. Usaria a corrente de flú para ir para o Largo.

 

          - É isso. - Disse Joanne sorrindo com carinho para Charles. - Enfim, você está saindo daqui. 

 

           - Queria que viesse comigo. - Murmurou Charles triste.

 

           - Nem sempre temos o que queremos, meu pequeno Francis. - Respondeu Joanne. - Mas não fique pensando em mim enquanto estiver lá. Se divirta, brinque, namore - Charles corou. - Seja feliz e eu estarei feliz. 

 

           - Você foi como uma mãe para mim, Joanne. - Disse Charles sentindo os olhos arderem. - Obrigado por tudo. 

 

           - Pare de agir como se fosse a última vez que fossemos nos ver! - Resmungou Joanne sentindo os olhos se encherem de lágrimas. - Vem aqui.

 

           Puxou Charles para um abraço. 

 

             - Eu te amo tanto, meu pequeno. - Sussurrou ela em seu ouvido. - Sempre seja esse garoto, sempre seja você mesmo. E seja feliz.

 

             Se afastou e lhe deu um beijo na testa. 

 

             - Agora vá logo! - Disse se afastando dele e secando as lágrimas com as mãos. - Vá logo, não quero que um daqueles três veja você saindo. - Empurrou Charles para dentro da lareira. - Mandarei você primeiro, depois as malas. 

 

       Charles pegou o pó de Flú que Joanne lhe entregava e a encarou. 

 

              - Você nunca me disse sobre sempre me chamar de "Pequeno Francis". - Disse Charles querendo ganhar tempo para ficar olhando para a mulher que foi sua mãe.

 

              - Era algo que o seu pai te chamava. - Respondeu Joanne com carinho. - Ele dizia para mim: "Veja, senhorita Joanne, o meu pequeno Francis, o meu garoto não problema, e minha grande esperança nesse mundo." - Disse ela sorrindo. - Ele não estava errado. 

 

               Charles já tinha lágrimas nas bochechas. Suspirou.

 

             - Tchau, senhorita Joanne. - Disse por fim. 

 

             - Tchau, Charles Francis. - Disse ela.

 

             - Largo Grimmauld, nº12. - E jogou o pó em seus pés.

 

 

             Ele deveria ter insistido mais.


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Notas finais do capítulo

Tradução do alemão:

Schatz - Tesouro.

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É isso ♥ Me digam o que acharam nos comentários, um beijo pra quem quiser e até o próximo!!!



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