To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 47
Capítulo 47 - A Mentira Foi Contada


Notas iniciais do capítulo

Oie meus amoreees!! Primeiramente um feliz natal atrasado para todos, espero que tenham tido um bom natal e que tenham comido bastante hehheeheheee e um feliz ano novo maravilhoso para todos vocês! Obrigada por tudo, por esse ano cheio de conquistas com essa fanfic cheirosa e por sempre acompanharem!! ♥ Mas não vou mais enrolar, vamos para o último capítulo do ano!!! BOA LEITURA!!



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     Sophie jogava sem parar, não prestando atenção na chuva ou o vento, apenas na Goles e passar para Angelina e Kátia e fazer pontos, quando ouviu algo a sua direita, alto e com um tom desesperado. Ela olhou e viu que era Remus, com a varinha na garganta e olhando para ela com os olhos bem abertos: 

       - Dementador! Sophie! Dementador! 

      Assim que ela entendeu, ela pegou a varinha e olhou em volta, os jogadores ficaram atentos assim como os alunos que assistiam a partida, agora assustados. Ela viu que não tinha nenhum dementador por perto quando Remus gritou novamente:

        - Harry! - Apontou para cima.

        Sophie seguiu a direção e viu vários dementadores voando sobre o estádio, por cima das nuvens, com suas formas enormes e assustadoras voando em volta em meio a chuva. Harry... Harry estava lá em cima, Sophie se lembrava de ter visto ele voando para cima, ela acreditou que ele havia avistado o pomo e agora estava em um perigo maior do que qualquer outro.

       Sem pensar mais, ela inclinou a vassoura para o céu e voou na maior velocidade que podia alcançar com a varinha em mãos e tomando cuidado para que não caísse da vassoura em meio das manobras. Em meio as nuvens era difícil ver mas com algum esforço, a imagem de seu irmão com algo dourado na mão surgiu a sua vista.

         "Esse filhote de veado ainda pegou o pomo!" Ela sorriu mas foi um sorriso curto pois sentiu uma dor enorme em sua barriga, havia um grito e depois uma risada. Olhou para cima e viu um dementador passando por ela, ia em direção de Harry; olhou para trás e viu que vinham mais de todos os lado. Ainda com dor e o grito e a risada de Tom Riddle em sua cabeça, alto e claro, ela voou até o irmão, mas o dementador havia sido mais rápido e chegando em Harry primeiro, pegando o garoto de surpresa que rápido tentou fugir, mas não tão rápido para um dementador que na hora começou a puxar toda a energia de Harry fazendo ele se desequilibrar e cair da vassoura.

          Sophie já mais próxima, por algum milagre, ela conseguiu segurar o braço de Harry enquanto a outra estava com a varinha apontada para o dementador. Com a maior força que conseguia tirar no meio de tanta dor e agonia, ela conseguiu puxar Harry para cima e ela deu graças da Deus, quando ele segurou na parte de trás da vassoura, subindo rápido e ágil. 

          - Se segura Harry, vou tentar mandar os dementadores para longe por um tempo! - Gritou ela para o garoto que segurou firme na cintura dela.

            Sophie apontou para o dementador que vinha na direção deles em alta velocidade, fechou os olhos e lembrou-se de um dia, em que estavam em uma sala Remus, seu pai e sua mãe segurando Harry no colo enquanto ela, Sophie, corria atrás de um cachorro enorme e preto, Sirius. Sentiu o coração se aquecer e então gritou:

         - EXPECTO PATRONUM! 

         Foi algo forte, disso ela tinha certeza. E muito diferente da tentativa dela com o bicho-papão, pois dessa vez, a luz era maior e mais brilhante, a dor que sentia assim como a agonia havia ido embora no mesmo instante que gritou o feitiço, os pensamentos doloridos e incertos também haviam sumido.

        - UAU SOPH! - Gritou Harry sorrindo e se levantando, colocando as mãos nos ombros de Sophie. - VOCÊ É DEMAIS!

         Sophie riu e viu que o Patronum não era uma bola de luz, que foi o que ela viu quando enfrentou o bicho-papão, era um leão, alto e que rugia para os dementadores, expulsando-os para longe dos Potter.

         - Aslan... - Sussurrou ela sorrindo com carinho para a forma.

          Mas foi então que ela percebeu que o Patronum não iria aguentar por tanto tempo, então, olhando em volta para ter certeza que não havia nenhum dementador por perto, ela disse para Harry:

        - Se segura mais forte Harry, e levante esse Pomo de Ouro para todos verem! É hora da nossa volta triunfal! - Dito isso, ela inclinou a vassoura em direção ao chão - garanto-vos que eles estavam muito longe do chão - e em alta velocidade eles desceram. 

 

          Harry com um grande sorriso no rosto, levantou a mão que segurava o pomo bem alto, segurando firme ainda em Sophie, começou a gritar de felicidade bem alto, o que fez Sophie rir e gritar mais alto ainda. Quando já podiam ver o estádio, e todos dentro dele, Sophie e Harry escutaram bem alto, a voz de Lino Jordan:

        - Harry Potter e Sophie Potter pegaram o pomo! - Gritou e logo em seguida um enorme barulho de gritos foi ouvido. - Grifinória ganhou!!!

         Quando eles pousaram no gramado do campo, a chuva já havia parado e os professores, assim como os jogadores esperavam por eles, Harry pulou da vassoura com o pomo ainda em mão e Sophie, quando saiu da vassoura, se sentou exausta no chão. Apesar do feitiço do Patrono ter lhe dado sentimentos bons, ela não podia negar que havia pegado grande parte de sua energia.

        Harry se virou para a irmã e se sentou ao lado dela, ambos vendo os outros no estádio correndo até eles.

        - Como se sente? - Perguntou Harry para Sophie que lhe sorriu.

       - Vou sobreviver. Mas sinto-me muito cansada. - Disse Sophie fechando os olhos e respirando fundo. - Patrono acabou comigo. - Suspirou. - Mas valeu a pena. 

       Harry ia lhe responder mas no exato momento, ele foi envolto de um abraço apertado junto com Sophie. Na hora ele sabia que era Remus, e logo lhe retribuiu o abraço. 

       - Estamos bem - Murmurou Harry no ouvido do padrinho. -, estamos aqui e estamos bem.

      - Por que vocês sempre fazem isso comigo nesses jogos??? - Perguntou Remus se afastando e olhando para os dois que sorriram para ele. - Eu devia proibir de vocês continuarem jogando esse maldito jogo!

       - Não tome decisões precipitadas. - Disse Sophie rindo. - Você mesmo disse isso para mim uma vez, lembra?

       - Como você se sente? - Perguntou Remus olhando para ruiva. - Foi um patrono poderoso para se fazer.

       - Cansada. Eu me sinto cansada. - Resmungou Sophie. - É como se o feitiço tivesse tirado todas as minhas forças.

        - É o efeito dele. Você ficará bem. - Disse Remus beijando a testa da ruiva. 

       Os jogadores assim como os professores se aproximaram deles, Sophie e Harry viram que Rony, Hermione, Harriet, Erik e Charles estavam ali também, com os rostos preocupados, assim como Fred e Jorge.

    De surpresa, Aslan apareceu pulando em cima de Sophie, a abraçando.

       - Tudo bem Aslan... Você me salvou de novo amigo. - Disse Sophie sorrindo e acariciando a juba do leão. - Você me salvou de novo.

         - Eles estão bem, só precisam de um descanso. - Disse Remus sorrindo para todos.

         - Me desculpem Harry e Sophie, eu devia ter previsto que essas criaturas iriam aparecer. - Disse Dumbledore se ajoelhando em frente aos dois alunos. - Você me surpreendeu mais uma vez, minha amiga. Fez um ótimo trabalho.

       Sophie sorriu para o diretor que também lhe sorria. 

     - Não precisa se desculpar senhor. Nada de ruim aconteceu, mas por que eles estavam aqui? - Perguntou Sophie  para o diretor.

     - Acredito que por conta de tantas pessoas no estádio. Tantos sentimentos e emoções. Eu devia ter previsto. - Disse Dumbledore parecendo irritado consigo mesmo. - Mas graças a você e devo dizer, a Remus também, vocês estão bem.

          - Você mandou muito bem, Harry! - Disse Cedrico Diggory. - Vocês dois. 

          - Obrigada Ced. - Respondeu Sophie sorrindo cansada para o jogador. - Você também foi um ótimo jogador. 

           - Verdade! Espero ter outra chance para jogar com você. - Disse Harry para o apanhador da Lufa-Lufa. 

           - Eu também. Vamos pessoal! - Disse Cedrico para os jogadores lufanos que o seguiram.

           - Vamos, acho melhor vocês irem para a Ala Hospitalar - Disse Erik ajudando Harry a se levantar, assim como Fred que ajudava a namorada. -, concorda senhores? - Perguntou para Dumbledore e Remus.

            - Sim, com certeza sim! - Disse Remus.

           - O restante pode voltar para a sala comunal, professores aos seus trabalhos. - Disse Dumbledore. - Acredito que vocês vão acompanha-los? - Perguntou para Charles, Harriet, Rony e Mione que concordaram. - Muito bem, podem ir. Sophie, se estiver melhor mais tarde, passe em meu escritório. Agora tenho que ter uma conversa com o Ministro. Até mais!

          Todos se despediram do diretor e foram para a Ala Hospitalar onde Madame Pomfrey que já estava esperando por eles. E foi quando já estava deitado na cama que Harry se deu conta de algo:

       - Minha vassoura. - Disse ele chamando a atenção de todos no local. - Alguém... alguém viu ela cair? Alguém a pegou?

        Todos que estavam juntos ficaram se encarando quando Jorge e Fred se levantaram.

       - Vamos atrás dela, ela não deve ter caído muito longe do campo. - Disse Fred olhando para o garoto. 

        - Tomem cuidado, peçam ajuda para Hagrid. - Disse Remus para os gêmeos que concordaram. 

         Fred deu um beijo leve na testa de Sophie que já estava caindo no sono, e foi atrás do irmão.

        Para o desaponto de Harry e Sophie, Madame Pomfrey os prendeu na Ala Hospitalar durante o fim de semana, mas para Harry essa notícia não se comparava com a que havia recebido dos gêmeos Weasleys.

        Eles haviam encontrado sua vassoura junto com Hagrid, trouxeram para ele no final do dia. Estava despedaçada, em pedaços, sem chances de reparo de acordo com Hagrid e Remus. Aquilo o deixou muito triste mas ele fez questão de mostrar o despontamento para Remus, Sophie ou os amigos, ele não queria mais um motivo para Rony ou Mione sentirem pena dele.

      Quando já havia anoitecido, depois dos dois terem comido, Madame Pomfrey havia ido descansar. Harry já estava quase dormindo quando ouviu um barulho vindo da cama da irmã, virou-se para ela e viu que a mesma estava de pé com uma roupa diferente do pijama que estava a poucos minutos.

       - Vai ficar aí parado, ou vai vir comigo? - Perguntou ela sorrindo. - Eu que não vou ficar aqui o fim de semana.

      Harry sorriu e se levantou, a irmã jogou uma roupa para ele, e assim que ele estava devidamente vestido, Harry pegou o embrulho que estava os restos da vassoura e os dois saíram, indo em direção para a sala comunal da Grifinória onde estaria acontecendo uma festa por conta da vitória no jogo.

         - Você vai para a sala comunal, eu vou falar com Dumbledore. Logo estarei lá. - Disse Sophie sorrindo para o irmão e se afastando.

       Harry ficou olhando a irmã se afastar até ela sumir, então seguiu caminho para a sala comunal.

      Sophie já sabia as escadas para a sala do diretor, deu duas batidas na porta e entrou, vendo o diretor sentado na poltrona habitual com uma xícara em mãos.

      - Sophie! Que bom que está aqui mas se meus ouvidos ainda estão bons, foi me dito que você ficaria na Ala Hospitalar durante o fim de semana. - Disse Dumbledore erguendo uma sobrancelha para a ruiva, e um pequeno sorriso no rosto.

      - O senhor conhece meus métodos. Nada me prende em um final de semana. - Disse Sophie sorrindo e se sentando de frente para o diretor. - Sem contar que eu me sinto muito bem, sério. Eu só estava cansada por conta do feitiço.

      - Bem, se está realmente bem, então está livre da Ala Hospitalar. - Respondeu Dumbledore. - Hoje você fez outro feito totalmente espetacular.

      - Tenho que concordar...

    - Foi corpóreo?

     - Sim. A forma de um leão. - Disse Sophie sorrindo. - Aparentemente Aslan não se cansa de me salvar.

      - O que é uma coisa boa. - Respondeu Dumbledore sorrindo. - E como está indo? Não tivemos muito tempo para conversarmos. Está estudando muito para os N.O.M'S?

       - Muito! Eu, Charles e Harriet nos juntamos sempre e ficamos até tarde. Erik nos ajuda de vez em quando. - Disse Sophie tomando chá que havia sido oferecido. - Eu e o Erik temos que pegar Fred e Jorge para estudarem se não...

       - É a cara deles mesmo. Mas eu sei que são garotos espertos, vão se sair bem.

      - Sim eles vão. - Concordou Sophie.

      - E sobre Sirius Black? - Perguntou o diretor olhando diretamente para a ruiva que franziu a testa.

      - O que tem ele?

     - Nenhuma notícia dele sem ser o evento com a Mulher Gorda? - Perguntou Dumbledore.

     - Não que eu saiba.. .

    - Certeza? - Perguntou novamente o diretor fazendo Sophie rir.

     - A quanto tempo você sabe? - Perguntou Sophie sorrindo com carinho para o homem mais velho. - Eu não sei porque eu ainda tendo esconder algo de você.

     - Já faz um tempo. Eu sou observador minha cara, muitas vezes eu me encontro sem fazer nada nesse escritório, observar os alunos me diverte. - Respondeu o diretor sorrindo.

     - Isso e andar de patins pelos corredores com uma roupa que brilha. - Falou a ruiva fazendo Dumbledore rir. - Ele não quer que o Remus saiba. Quer se vingar de qualquer jeito.

       - Se vingar?

      - O rato do Rony, senhor. O rato do Rony é Peter Pettigrew. - Disse Sophie vendo o diretor erguer uma sobrancelha. - Foi isso que Sirius descobriu. Quando o Ministro havia ido vizitá-lo, levou com ele um jornal. No jornal, tinha a foto da família Weasley e na foto, Perebas aparece.

      - Sirius reconheceu o rato. Não é surpresa, afinal, ele passou muito tempo com Pettigrew em forma de rato. - Disse Dumbledore. - Então, esse tempo todo Peter Pettigrew esteve de baixo de nossos narizes. Tenho que admitir que é esperto.

      - Sim, até demais. De qualquer forma, Sirius quer se vingar de Peter. A tentativa dele de entrar na sala comunal da Grifinória foi porque ele achou que o rato poderia estar lá... foi burrice e ele admite isso.

      - O que ele pretende fazer com Pettigrew?

     - .... - Sophie ficou em silêncio e depois de cinco minutos respondeu em voz baixa. - Matá-lo.

     - Você é contra. - Afirmou Dumbledore sério.

     - Sim. A vingança nunca leva alguém para um caminho bom. Ela corrompe a pessoa, eu sei disso. Mas... Sirius não escuta e ele prefere se vingar do que falar com Remus. - Disse Sophie séria olhando diretamente para o diretor. - Com o Mapa, eu e o Erik estamos ajudando ele.

      - Erik concorda? - Perguntou Dumbledore.

      - Não. Ele acha que os atos de Sirius estão errados. Erik diz que, com Pettigrew morto, como Sirius provará a inocência? Ele está certo...

     - É claro que está. - Concordou Dumbledore se levantando e indo para a escrivaninha e pegando uma carta e voltando para a poltrona de frente para Sophie. - Isso é uma carta de Cornélio, o Ministério da Magia aprovou a ordem para matar Sirius. Se um dementador o encontrar, o beijo da morte será dado nele.

     - O que? Não. Isso é cruel, senhor! Eles podem fazer isso? - Perguntou Sophie chocada.

    - Podem e vão. Eles são capazes de aprovar a morte de um hipogrifo, achas mesmo que não seriam capazes de fazer o mesmo com um "assassino"? - Perguntou Dumbledore. 

    - Eles não vão matar o Bicuço; Charles e Hermione estão ajudando Hagrid para o dia do julgamento. E eu já disse que deporia a favor de Hagrid. - Comentou Sophie colocando a xícara de chá na mesinha em frente a eles. 

    - Você mentiria para o juri para ajudar Hagrid? Porque se bem me recordo, você não estava lá no dia. - Retrucou Dumbledore olhando Sophie com um certo brilho nos olhos.

   - Quem te disse isso? Claro que eu estava lá! - Mentiu Sophie sorrindo. - Eu faria de tudo por Hagrid. Assim como eu faria tudo por você. 

      - Muito gentil. Agradeço por isso. - Disse o diretor com carinho para a ruiva. - E fico feliz que estejam ajudando Hagrid mas, voltando ao assunto principal. Você não pode deixar que Sirius faça algo contra Pettigrew. Vai ser ruim para você ouvir isso mas... preciso que você proteja Pettigrew. 

     Sophie realmente havia feito uma careta para o que o diretor havia dito. Era a última coisa que ela queria, proteger o traidor. Mas ela sabia que se não fizesse isso, Sirius cometeria o maior erro da própria vida.

       - Muito bem. Que assim seja. - Respondeu Sophie. - E o senhor? O que irá fazer agora?

      - Bom, eu irei terminar esse chá e irei dormir. E depois, bem, quem sabe? Tantas coisas podem acontecer em tão pouco tempo, não é? - Perguntou o diretor rindo. - E você, eu acredito que tem uma festa acontecendo na torre da Grifinória?

     - Posso ir ver Sirius? Ele deve estar louco de preocupação. - Disse Sophie. 

     Dumbledore sorriu e com a varinha, fez com que a capa de invisibilidade do irmão aparecer no colo da ruiva. 

      - Tome cuidado, e não fique até tarde. - Disse Dumbledore sorrindo. 

         Sophie riu e saiu as pressas do escritório do diretor, dando um rápido boa noite e colocando a capa. Assim que estava do lado de fora do castelo, saiu correndo para o Salgueiro Lutador e quando entrou no quarto, viu o padrinho com o rosto nas mãos.

          - Sirius. - Disse ela.

       Black levantou o rosto na direção da ruiva e tão rápido quanto um raio, Sophie estava nos braços de Sirius, que a apertava com força e proteção.

         - Deus, eu fiquei tão preocupado! Na hora que vi os dementadores e depois ouvi Remus falando... eu pensei.. - Sirius não conseguia completar, havia ficado realmente assustado. - Você está bem? Harry está bem? O que aconteceu lá em cima?

        Sophie sorriu e começou a explicar tudo para o padrinho. E enquanto ela explicava...

 

         - Essa festa vai durar a noite toda?? - Perguntou Hermione para Erik que jogava xadrez com ela. 

       - Do jeito que eles estão, provavelmente. - Comentou Erik sorrindo. - A única coisa ruim para mim nisso tudo, é aquele moreno se matando de tanto beber. - Disse olhando para Charles que estava com uma garrafa de Firewhisky em mãos junto com Harriet e alguns alunos da Grifinória, incluindo Jorge.

       - Eu acho bonito a relação de vocês dois. - Comentou Mione sorrindo para o alemão. - Vocês combinam.

        - Eu concordo. - Retrucou Erik sorrindo. 

       - Ei. - Disse Harry se sentando ao lado de Erik. - Quem tá ganhando?

      - Dessa vez é o Erik. - Respondeu Mione. - Cadê o Rony?

       - Tá conversando com Lino sobre times de Quadribol. - Respondeu Harry. - Aslan, vem cá garoto - o leão se aproximou se sentando no meio das pernas do Potter mais novo. -, incrível leão. - Harry acariciou a juba e voltou a atenção para Erik. - Não acha que Sophie está demorando? 

        - Nah, sabe o quanto o diretor gostas de conversar com sua irmã. - Discordou Erik olhando para o jogo.

         - É verdade. Desde do segundo ano os dois ficam conversando até altas horas. - Disse Fred ficando ao lado de Hermione. - Eu só não fico com ciúmes porque Dumbledore tem... quantos anos? 

          - 120? Um a mais, um a menos... - Disse Erik fazendo Mione, Harry e Fred rirem. - Enfim, não precisa se preocupar Harry, se tem um lugar onde sua irmã está segura então esse lugar é Hogwarts.

         - Concordo. - Comentou Fred sorrindo. - Vamos lá Mione, se você ganhar desse alemão eu te dou uma sacola cheia de doces da Dedosdemel. - Disse Fred rindo.

        - CADÊ MINHA PARCEIRA DE FOGO?? - Gritou Charles subindo em cima da mesa central da sala. - SOPHIE!!

          Todos começaram a gritar o nome da ruiva e depois de um bons minutos, Sophie adentrou na festa com um enorme sorriso no rosto.

          - Me chamaram? - Perguntou ela fazendo todos gritarem.

         Charles pulou da mesa e foi até a ruiva entregando a garrafa para a mesma.

         - A gente não tinha combinado não beber isso?- Perguntou Sophie confusa para o amigo que estava muito bêbado.

         - Que dia isso? Nunca nem vi. - Comentou Charles rindo. - Bebe logo minha cara, hoje é dia de festejar a vitória da Grifinória!!! - Gritou a última parte fazendo todos gritarem.

          - Por Deus, os alunos do primeiro ano estão dormindo com esse barulho todo? - Perguntou Sophie bebendo e sorrindo para o moreno de olhos azuis. 

          - Abaffiato resolve tudo. - Respondeu Lino Jordan sorrindo.

          - Agora entendi porque McGonagall ainda não veio reclamar do barulho. - Disse Sophie rindo. 

         - Vamos lá minha amiga! - Disse Charles com o sotaque inglês mais forte que o normal. - Vamos nos divertir! 

          Sophie riu, continuou bebendo na garrafa, deu um longo beijo em Fred e começou a dançar com Charles e as amigas.

            - Viu só? - Perguntou Fred rindo para Harry. - Ela sempre estará bem enquanto estiver em Hogwarts.

           - Ela se juntou com Charles... eu sinto que amanhã irei ter uma boa dor de cabeça. - Comentou Erik fazendo uma careta.

           Harry sorriu. Ele podia estar sem a vassoura, mas pelo menos ele tinha os amigos e a irmã com ele para alegrá-lo. 

 

          Após o fim de semana, as aulas voltaram e para a tristeza de Harry, a primeira aula era de poções. Mas apesar dele não gostar de Poções, valeu a pena ficar vendo a cara emburrada de Draco Malfoy - que agora havia tirado as bandagens - lançava para ele. 

          Segunda não estava tão ruim, com a vitória da Grifinória, nem mesmo a vassoura quebrada fazia ele ficar triste. E o dia ficou melhor quando entrou na sala de Defesa Contra as Artes das Trevas e ao invés de encontrar Snape, encontrou Remus explicando para alguns alunos que não precisava fazer uma redação sobre lobisomens, que o professor de poções havia pedido quando ficou no lugar do padrinho. 

          Enfim, eles haviam tido uma aula bem gostosa. Remus trouxera uma caixa de vidro contendo um hinkypunk, uma criaturinha de uma perna só, que parecia feita de fiapos de fumaça, a aparência frágil e inofensiva. 

      - O hinkypunk atrai os viajantes para os brejos. - Informou o professor enquanto os garotos faziam anotações. - Vocês repararam na lanterna que ele traz pendurada na mão? Ele salta para frente... A pessoa acompanha a luz... Então... 

    A criatura fez um horrível barulho de sucção contra o vidro da caixa. 

   Quando a sineta tocou, todos guardaram o material e se dirigiram para a porta, Harry entre eles, mas... 

      - Espere um instante, Harry. - Chamou Remus. - Gostaria de dar uma palavrinha com você.

        Harry deu meia-volta e observou o professor cobrir a caixa do hinkypunk com um pano.

        - Como você está? - Perguntou Remus se sentando na cadeira. - Eu não tive muito tempo de conversar com você sobre o que aconteceu lá no céu. Você ouviu sua mãe de novo?

        Harry largou a bolsa em cima da mesa e se sentou ao lado do lupino. Soltou um longo suspiro e olhou para os olhos castanhos do padrinho.

       - Obrigado por perguntar... e sim, eu ouvi. Na verdade... não foi o grito dela. Dessa vez eu ouvi ela claramente implorando pela.. vida. - Disse Harry sentindo um peso começar a sair do coração. - Ela... implorava para Voldemort não me matar.

          Remus pareceu surpreso com essa revelação e também triste.

       - Eu não contei para Soph... por favor não conta para ela. Ela já tá com muita coisa para fazer por conta dos N.O.M'S. - Disse Harry. 

        - Não irei contar. - Respondeu Remus. - Está piorando... e se está piorando para você então imagina para ela. 

        - A dor da maldição cruciatus deve ter piorado muito então. - Disse Harry começando a perceber algo.- E mesmo com a dor pior, ela conseguiu me segurar. Ela me segurou lá em cima Rems. E ela não demonstrou... só.. sorria.

         - E essa é a sua irmã, Harry. Ela não irá mostrar nenhum sinal de dor, mesmo a dor sendo forte. Por isso que eu sempre fico observando ela, qualquer sinal que ela me der, querendo me dizer algo e no final não dizendo, então eu sei que ela precisa de mim. - Disse Remus sorrindo. - Mas, de fato, ela engana muito bem. 

         - De quem ela puxou isso? - Perguntou Harry.

         - Acredito que de seu pai. Ele não gostava de mostrar que estava com medo para sua mãe ou para mim. Lily teve que aprender a desvendá-lo. - Respondeu Remus sorrindo.

         Harry sorriu e os dois ficaram em silêncio por um tempo, quando uma questão iluminou sua mente.

          - Remus... você me ensinaria o feitiço do Patrono? - Perguntou Harry. - Eu vi Sophie utilizando ele para afastar o dementador e.. e não pude deixar de pensar que.. se eu também soubesse então ficaria mais fácil para mim e ela. Quer dizer... ela não vai estar sempre comigo para me salvar e o senhor também não. Foi um grande golpe de sorte o que aconteceu no sábado. 

            - Sim, de fato foi. - Sussurrou Remus pensativo. - Mas você precisa entender Harry, que o feitiço é muito avançado. Pode demorar para se ter um resultado mas eu vou te ajudar. Mas depois das férias, nesse bimestre estou totalmente sem tempo.

         Harry se sentiu melhor com a ideia de aprender sobre o Patrono, e quando o sinal tocou para a próxima aula, ele se preparou para sair quando Remus o puxou para um abraço. Não precisou ninguém dizer nada, Harry já havia entendido o que o padrinho queria dizer.

 

           - Então, de acordo com Dumbledore, temos que proteger o rato? - Perguntou Erik se sentando no lugar habitual ao lado de Sophie na aula de Aritmancia. - Bem, isso só significa que o que eu disse está certo. Padfoot precisa do rato para mostrar a inocência. 

             - Se ele ao menos nos escutasse... - Respondeu Sophie em resmungo. - De qualquer forma, o Natal está chegando, você vai passar aqui com a gente ou vai passar com sua mãe?

              - Esse ano minha mãe vai visitar uns parentes na Alemanha. Eu não estou afim de ir para lá então vou ficar. - Disse Erik sorrindo. - Meu primeiro Natal com Charles...

               - Já sabe o que comprar para ele? - Perguntou Sophie sorrindo e copiando a lição que a professora passava.

                - Ainda não mas temos tempo, você pode me ajudar. O que acha?- Perguntou Erik fazendo a ruiva abrir um enorme sorriso.

                - Com enorme prazer meu caro hai! - Respondeu a ruiva fazendo Erik rir.

                - Tubarão? - Erik franziu a testa ainda sorrindo.

                - Harriet, Charlie e eu chegamos a conclusão que o seu sorriso nos lembra um tubarão, então resolvemos te chamar assim. - Respondeu Sophie. - Mas liebe sempre será o nosso favorito.

                - Claro que vai. - Murmurou Erik rindo baixo e prestando atenção na explicação da aula.          

      O tempo passou, e o fim de Novembro havia chegado, mas antes do mês acabar, havia tido outro jogo da Lufa-Luga com a Corvinal, jogo esse que os lufanos perderam novamente, o que significava que eles iriam jogar contra a Corvinal na próxima partida. Olívio tornou a ficar possuído por uma energia obsessiva, e treinou com o time com mais empenho que nunca, na chuvinha gélida e nevoenta que persistiu até dezembro. Harry não viu nem sinal de dementador nos terrenos da escola. A fúria de Dumbledore parecia ter funcionado para mantê-los em seus postos nas entradas. O que deixou tanto Harry quanto Sophie felizes.

       Duas semanas antes do fim do trimestre, o céu clareou de repente até atingir um branco leitoso e ofuscante, e os terrenos enlameados da escola amanheceram, certo dia, cobertos de cintilante geada. No interior do castelo, havia um rebuliço de Natal no ar. Flitwick, o professor de Feitiços, já enfeitara sua sala de aula com luzes pisca-piscas que, quando foram ver, eram fadinhas voadoras de verdade. Os alunos estavam satisfeitos discutindo planos para as férias de Natal. Tanto Rony quanto Hermione haviam decidido permanecer em Hogwarts assim como Fred, Jorge, Harriet, Erik e Charles. Remus, Sophie e ele já haviam decidido que ficariam as férias de Natal na escola, então Harry sabia que seria um Natal bem animado.

    Para alegria de todos, exceto Harry, houve mais uma visita a Hogsmeade no último fim de semana do trimestre.

            Ele já sabia que seria o único aluno na castelo mas pelo menos Remus estaria com ele, e isso muito o deixava feliz pois ele gostava de conversar com o padrinho. 

         No dia da visita, ele se despediu de Mione e Rony, da irmã e dos amigos - Fred e Jorge não estavam com eles - e já ia indo para a sala de Remus quando...

          - Psiu! Harry! 

      Ele se virou e viu os gêmeos Weasley's acenando para ele. Foi até os dois que estavam sentados em uma escada e tinham enormes sorrisos no rosto.

       - Que é que vocês estão fazendo? - Perguntou Harry, curioso. - Vocês não vão a Hogsmeade? 

       - Antes de ir viemos fazer uma festinha para animar você. - Disse Fred, com uma piscadela misteriosa. - Venha até aqui... 

     O garoto indicou com a cabeça uma sala de aula vazia que ficava logo depois da escada, à esquerda da estátua de um olho só. Harry acompanhou os gêmeos. Jorge fechou a porta sem fazer barulho e se virou, sorrindo, para Harry. 

     - Presente de Natal antecipado para você, Harry. - Anunciou. Fred tirou alguma coisa de dentro da capa com um gesto largo e colocoua em cima de uma carteira. Era um pedaço de pergaminho, grande, quadrado e muito gasto, sem nada escrito na superfície. 

     Harry, desconfiando que fosse uma daquelas brincadeiras de Fred e Jorge, ficou parado olhando para o presente. 

       - E o que é que é isso? - Perguntou. 

      - Isso, Harry, é o segredo do nosso sucesso. - Disse Jorge, dando uma palmadinha carinhosa no pergaminho.

        - É um legado dos Potter na verdade. - Disse Fred sorrindo. - Esse pergaminho é algo feito pelo seu pai e por Remus, sim, exatamente isso que você ouviu. James Potter deu este pergaminho para Sophie...

         - Mas já saiba que este pergaminho pertence ao grupo todo. Sophie, Fred, Erik, Charles, Harriet e eu. - Continuou Jorge. - Estamos passando ele para você porque, bem, nós já sabemos todas as passagens, e caminhos de Hogwarts e percebemos que você precisa dele mais do que a gente. 

         Harry olhou para o pergaminho surpreso mas ainda confuso, afinal, o pergaminho ainda estava em branco.

          - Vocês falaram, e falaram mas não me disseram o que esse pergaminho realmente faz. - Disse Harry fazendo Fred e Jorge rirem.

         - Claro, desculpe Harry. - Disse Jorge.

         Fred ainda sorrindo pegou a varinha e tocou no pergaminho, dizendo:

         - Eu juro solenemente não fazer nada de bom. 

          Na mesma hora, linhas de tinta muito finas começaram a se espalhar como uma teia de aranha a partir do ponto em que a varinha de Jorge tocara. Elas convergiram, se cruzaram, se abriram como um leque para os quatro cantos do pergaminho; em seguida, no alto, começaram a aflorar palavras, palavras grandes, floreadas, verdes, que diziam:

      Os Srs. Moony, Wormtail, Padfoot e Prongs, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar “O MAPA DO MAROTO”

     Era um mapa que mostrava cada detalhe dos terrenos do castelo de Hogwarts. O mais notável, contudo, eram os pontinhos mínimos de tinta que se moviam em torno do mapa, cada um com um rótulo em letra minúscula. Pasmo, Harry se curvou para examinar melhor. Um pontinho, no canto superior esquerdo, mostrava que o Profº. Dumbledore estava andando para lá e para cá em seu escritório; a gata do zelador, Madame Nor-r-ra, rondava o segundo andar; e Pirraça, o poltergeist, naquele momento saltitava pela sala de troféus. E quando os olhos de Harry percorreram os corredores que tão bem conhecia, ele notou mais uma coisa. O mapa mostrava um conjunto de passagens em que ele nunca entrara. E muitas pareciam levar... 

       - ... Diretamente a Hogsmeade. - Disse Fred, acompanhando uma delas com o dedo. - São sete ao todo. Até agora Filch conhece essas quatro - ele as apontou -, mas temos certeza de que somente nós conhecemos estas outras. Não se preocupe com a passagem por trás do espelho no quarto andar. Nós a usamos até o inverno passado, mas já desabou, está completamente bloqueada. E achamos que ninguém jamais usou esta porque o Salgueiro Lutador foi plantado bem em cima da entrada. Mas, esta outra aqui leva diretamente ao porão da Dedosdemel. Nós já a usamos um monte de vezes. E como você talvez tenha notado, a entrada é bem ali do lado de fora da sala, na corcunda daquela velhota de um olho só. 

     - Moony, Wormtail, Padfoot e Prongs. - Suspirou Jorge, dando um tapinha no cabeçalho do mapa. - Devemos tanto a eles. 

     - Almas nobres, que trabalharam incansavelmente para ajudar novas gerações de transgressores. - Disse Fred solenemente. 

     - Certo. - Acrescentou Jorge depressa. - Não se esqueça de limpar o mapa depois de usá-lo...

    - ... Senão qualquer um pode ler. - Recomendou Fred. 

   - É só bater com a varinha mais uma vez e dizer "Malfeito feito!", e o pergaminho torna a ficar branco. 

    - Portanto, jovem Harry - disse Fred, numa incrível imitação de Percy -, trate de se comportar. 

     - Vejo você na Dedosdemel - Despediu-se Jorge, piscando. 

       Os gêmeos deixaram a sala, sorrindo satisfeitos consigo mesmos.

         - Onde esses dois tapados estão? - Perguntou Sophie para os amigos. - Francamente a gente fica sem olhar eles por dois minutos e eles somem.

          - Logo eles estarão aqui. - Comentou Erik com o rosto grudado no pescoço de Charles que estava com as bochechas vermelhas.

           - Que obsessão é essa que tu tem pelo pescoço do Charles? - Perguntou Harriet rindo. 

          - O cheiro dele me faz feliz. - Respondeu Erik ainda com o rosto no pescoço do namorado que ficou mais vermelho.

           - E-Erik... - Reeprendeu Charles fazer Erik sorrir com carinho no pescoço de Charles. - Seu chocolate quente vai esfriar. 

          Eles estavam na casa da Madame Puddifoot, Charles e Harriet tomavam chá enquanto Sophie e Erik tomavam chocolate quente. 

          - Eu não me importo. - Respondeu Erik fazendo Charles bufar.

          - Ridículo! O nome é "chocolate quente", qual é a graça de tomar chocolate quente frio? - Retrucou Charles fazendo Sophie e Harriet rirem. - Anda logo, beba seu chocolate. 

             Sophie olhou para a janela e avistou os gêmeos se aproximando. - Quem é vivo sempre aparece. - Comentou ela fazendo os amigos olharem para os Weasley's. 

         Os dois entraram sorrindo e se sentaram do lado de Sophie e Harriet.

         - Onde estavam?- Perguntou Sophie olhando para o namorado. 

         - Ajudando um jovem amigo nosso. - Respondeu o ruivo ainda sorrindo, parecendo muito orgulhoso de si mesmo. 

         - Eu realmente tenho medo de perguntar o que vocês fizeram por isso, irei fingir que vocês realmente apenas ajudaram alguém. - Retrucou Harriet tomando o chá. 

          - Muito bem. E ai, para onde vamos hoje? - Perguntou Jorge também sorrindo e também paecendo muito orgulhoso de si.

         POR ORDEM DO MINISTÉRIO DA MAGIA 

Lembramos aos nossos clientes que até nova ordem, os dementadores irão patrulhar as ruas de Hogsmeade todas as noites após o pôr-do-sol. A medida visa garantir a segurança dos habitantes de Hogsmeade e será revogada quando Sirius Black for recapturado, portanto, é aconselhável que os clientes encerrem suas compras bem antes de anoitecer. Feliz Natal. 

         - Estão vendo só? - Falou Rony em voz baixa. - Eu gostaria de ver Black tentar entrar na Dedosdemel com dementadores pululando por todo o povoado. Em todo o caso, Hermione, os donos da Dedosdemel ouviriam se alguém arrombasse a loja, não? Eles moram no primeiro andar! 

        - Tá, mas... Mas... - A garota parecia estar fazendo força para encontrar outro argumento. - Olha, ainda assim Harry não devia ter vindo a Hogsmeade. Ele não tem autorização! Se alguém descobrir, ele vai ficar enrascado até as orelhas! E ainda não anoiteceu... E se Sirius Black aparecer hoje? Agora? 

      - Ia ter muito trabalho para encontrar Harry no meio disso aí. - Disse Rony indicando com a cabeça as janelas de caixilhos, pelas quais se via a nevasca rodopiando lá fora. - Vamos, Mione, é Natal. Harry merece uma folga. 

      Hermione mordeu o lábio, parecendo extremamente preocupada. 

     - Você vai me denunciar? - Perguntou Harry à amiga, sorrindo. 

     - AI... Claro que não... Mas sinceramente, Harry... 

      - Viu as delícias gasosas, Harry? - Perguntou Rony, puxando Harry e levando-o até a barrica em que se encontravam. - E as lesmas gelatinosas? E os picolés ácidos? Fred me deu um desses quando eu tinha sete anos, fez um furo que atravessou a minha língua. Me lembro da mamãe pegando a vassoura e baixando o pau nele. - Rony ficou mirando, pensativo, a caixa de picolés ácidos. - Você acha que Fred comeria um cacho de baratas se eu dissesse a ele que era amendoim? 

      Depois que Rony e Hermione pagaram por todos os doces que compraram, os três saíram da Dedosdemel para enfrentar a nevasca lá fora. Hogsmeade parecia um cartão de Natal; as casas e lojas de telhado de colmo estavam cobertas por uma camada de neve fresca; havia coroas de azevinho nas portas e fieiras de luzes encantadas penduradas nas árvores. Harry estremeceu; ao contrário dos amigos, ele não estava usando casaco. Os três saíram caminhando pela rua, a cabeça abaixada contra o vento, Rony e Hermione gritando por dentro dos cachecóis. 

      - Ali é o Correio...  A Zonko"s fica mais adiante.  Podíamos ir até a Casa dos Gritos... 

     - Vamos fazer o seguinte - Sugeriu Rony com os dentes batendo -, vamos tomar uma cerveja amanteigada no Três Vassouras? 

      Harry estava mais do que a fim; havia um vento cortante e suas mãos estavam congelando. Então, eles atravessaram a rua e minutos depois entravam na minúscula estalagem. A sala estava cheíssima, barulhenta, quente e enfumaçada. Uma mulher tipo violão, com um rosto bonito, estava servindo um grupo de bruxos desordeiros no bar.

        - Aquela é a Madame Rosmerta. - Disse Rony. - Vou pegar as bebidas, está bem? - Acrescentou, corando ligeiramente. 

      Harry e Hermione foram até o fundo do salão, onde havia uma mesinha desocupada entre uma janela e uma bela árvore de Natal próxima à lareira. Rony voltou em cinco minutos, trazendo três canecas espumantes de cerveja amanteigada. 

      - Feliz Natal! - Desejou ele alegremente, erguendo a caneca. Harry bebeu com gosto. Era a coisa mais deliciosa que já provara e parecia aquecer cada pedacinho dele, de dentro para fora.

    Uma brisa repentina despenteou seus cabelos. A porta do Três Vassouras tornou a se abrir. Harry olhou por cima da borda da caneca e se engasgou. 

     Os professores McGonagall e Flitwick tinham acabado de entrar no bar em meio a uma rajada de flocos de neve, seguidos de perto por Hagrid, que vinha absorto em uma conversa com um homem corpulento de chapéu-coco verdelimão e uma capa de risca de giz - Cornélio Fudge, Ministro da Magia. 

       Numa fração de segundo, Rony e Hermione, ao mesmo tempo, tinham posto as mãos na cabeça de Harry e feito o amigo escorregar do banquinho para baixo da mesa. Pingando cerveja amanteigada e se encolhendo para sumir de vista, Harry, agarrado à caneca, espiou os pés dos professores e de Fudge caminharem até o bar, pararem e, em seguida, darem meia-volta e se dirigirem para onde ele estava. Em algum lugar acima de sua cabeça, Hermione sussurrou: 

       - Mobiliarbus! 

      A árvore de Natal ao lado da mesa se ergueu alguns centímetros do chão, flutuou de lado e desceu com um baque suave bem diante da mesa dos garotos, escondendo-os dos professores. Espiando por entre os ramos mais baixos e densos, Harry viu quatro conjuntos de pés de cadeira se afastarem da mesa bem ao lado, depois ouviu os resmungos e suspiros dos professores e do ministro ao se sentarem. Em seguida, ele viu mais um par de pés, usando saltos altos, turquesa, cintilantes, e ouviu uma voz de mulher. 

     - Uma água de Gilly pequena... 

     - É minha. - Disse a voz da Profª. Minerva. 

      - A jarra de quentão... 

      - Obrigado. -D isse Hagrid. 

     - Soda com xarope de cereja, gelo e guarda-sol... 

       - Hummm! - Exclamou o Profº. Flitwick estalando os lábios. 

       - Para o senhor é o rum de groselha, ministro.

       - Obrigado, Rosmerta, querida. - Disse a voz de Fudge. - É um prazer revê-la, devo dizer. Não quer nos acompanhar? Venha se sentar conosco... 

      - Bem, muito obrigada, ministro. 

     Harry acompanhou os saltos cintilantes se afastarem e retornarem. Seu coração batia incomodamente na garganta. Por que não lhe ocorrera que este era o último fim de semana do trimestre também para os professores? E quanto tempo eles ficariam sentados ali? Ele precisava de tempo para voltar discretamente à Dedosdemel, se quisesse estar na escola ainda aquela noite... A perna de Hermione deu uma tremida nervosa perto dele. 

      - Então, o que é que o traz a esse fim de mundo, ministro? - Perguntou a voz de Madame Rosmerta. 

      Harry viu a parte de baixo do corpo de Fudge se virar na cadeira, como se verificasse se havia alguém escutando. Depois respondeu em voz baixa: 

     - Quem mais se não Sirius Black? Imagino que você deve ter sabido o que houve em Hogwarts no Dia das Bruxas? 

      - Para falar a verdade, ouvi um boato. - Admitiu Madame Rosmerta. 

      - Você contou ao bar inteiro, Hagrid? - Perguntou a Profª. Minerva, exasperada. 

      - O senhor acha que Black continua por aqui, ministro? - Perguntou Madame Rosmerta. 

      - Tenho certeza! - Respondeu Fudge laconicamente. 

    - O senhor sabe que os dementadores já revistaram o meu bar duas vezes? - Falou Madame Rosmerta, com uma ligeira irritação na voz. - Espantaram todos os meus fregueses... Isto é muito ruim para o comércio, ministro. 

        - Rosmerta, querida, gosto tanto deles quanto você. - Disse Fudge, constrangido. - É uma precaução necessária... Infelizmente, mas veja só... Acabei de encontrar alguns. Estão furiosos com Dumbledore porque ele não os deixa entrar nos terrenos da escola. Claro que não posso culpa-lo, afinal, esses mesmo dementadores quase mataram Harry Potter e Sophie Potter.

        - Duas vezes. - Disse McGonagall numa voz irritada. - E como eu poderia ensinar alguma coisa com aquelas criaturas o tempo todo por ai?? 

         - Aprovado!! Aprovado!! - Disseram Flitwick e Hagrid.

          - Mesmo assim - Disse Fudge em tom de dúvida -, eles estão aqui para proteger vocês todos de coisa muito pior... Nós todos sabemos o que Black é capaz de fazer.. 

       - Sabem, eu ainda acho difícil acreditar. - Disse Madame Rosmerta pensativamente. - De todas as pessoas que passaram para o lado das trevas, Sirius Black é o último em que eu pensaria... Quero dizer, eu me lembro dele quando era garoto em Hogwarts. Se alguém tivesse me dito, então, no que ele iria se transformar, eu teria respondido que a pessoa tinha bebido quentão demais. 

     - Você não conhece nem metade do que ele fez Rosmerta. - Disse Fudge com impaciência. - A maioria nem sabe o pior. 

        - Pior? - Exclamou Madame Rosmerta, a voz animada de curiosidade. - O senhor quer dizer pior do que matar todos aqueles coitados? 

        - Isso mesmo. 

      - Não posso acreditar. Que poderia ser pior? 

       - Você diz que se lembra dele em Hogwarts, Rosmerta. - Murmurou a Profª. Minerva. - Você se lembra quem era os dois melhores amigos dele? 

       - Claro. - Disse Madame Rosmerta, com uma risadinha. - Nunca se via um sem os outros, não é mesmo? O número de vezes que os três estiveram aqui, ah, me faziam rir o tempo todo. Um trio incrível, Sirius Black, Remus Lupin e James Potter! 

       Harry deixou cair a caneca com estrépito. Rony deu-lhe um pontapé.

     - Exatamente. - Disse a Profª. Minerva. - Black e Potter líderes de uma turminha e Lupin era o que os mantinha no controle ou pelo menos tentava. Os três muito inteligentes, é claro, na verdade excepcionalmente inteligentes, mas acho que nunca tivemos uma dupla de criadores de confusões igual a James e Sirius...

           - Não sei... - Disse Hagrid, dando uma risadinha. - Fred e Jorge Weasley seriam páreo duro para os dois. 

      - Poder-se-ia até pensar que Black e Potter eram irmãos! - O Profº. Flitwick entrou na conversa. - Inseparáveis! Lupin e Black também, mas acredito que a relação dos dois tinha mais do que simples amizade.

    - Claro que eram. - Comentou Fudge. - Potter confiava mais em Black e Lupin do que em qualquer outro amigo. Nada mudou quando os dois terminaram a escola. Black e Lupin foram os padrinhos quando James se casou com Lily. Depois, eles o escolheram para padrinho de Sophie e Harry. Apesar que por conta de uma pequena complicação, não havia dado tempo para colocarem Lupin como padrinho de Harry, então é apenas Black.  O garoto nem tem idéia disso, é claro. Vocês podem imaginar como isto o atormentaria.

          - Por que Black acabou se aliando a Você-Sabe-Quem? - Cochichou Madame Rosmerta. 

        - Foi muito pior do que isso, minha querida... - Fudge baixou a voz e continuou numa espécie de sussurro grave. - Muita gente desconhece que os Potter sabiam que Você-Sabe-Quem queria pegá-los. Dumbledore, que naturalmente trabalhava sem descanso contra Você-Sabe-Quem, tinha um bom número de espiões úteis. Um deles avisou-o e ele, na mesma hora, alertou James e Lily, Dumbledore aconselhou os dois a se esconderem. Bem, é claro que não era fácil alguém se esconder de Você-Sabe-Quem. Dumbledore sugeriu aos dois que teriam maiores chances de escapar se apelassem para o Feitiço Fidelius. 

     - Como é que é isso? - Perguntou Madame Rosmerta, ofegando de interesse, O Profº. Flitwick pigarreou. 

     - Um feitiço extremamente complexo - Explicou com a sua vozinha fina -, que implica esconder o segredo, por meio da magia, em uma única pessoa viva. A informação é guardada no íntimo da pessoa escolhida, ou fiel do segredo, e torna-se impossível encontrá-la, a não ser, é claro, que o fiel do segredo resolva contar a alguém. Enquanto ele se mantiver calado, Você-Sabe-Quem poderia revistar o povoado em que Lily e James viviam durante anos sem jamais encontrá-los, mesmo que ficasse com o nariz grudado na janela da sala deles! 

      - Então Black era o fiel do segredo dos Potter? - Sussurrou Madame Rosmerta. 

   - Naturalmente. - Respondeu a Profª. Minerva. - James Potter contou a Dumbledore que Black preferiria morrer a contar onde eles estavam, que Black estava pensando em se esconder também...  e eles também não podiam contar para Remus pois o mesmo já estava tomando conta de Sophie. Então queriam mantar ela em segurança total. Mesmo assim, Dumbledore continuou preocupado. Eu me lembro que ele próprio se ofereceu para ser o fiel do segredo dos Potter.

          - Ele suspeitava de Black? - Exclamou Madame Rosmerta. 

     - Ele tinha certeza de que alguém intimo dos Potter tinha mantido Você- Sabe-Quem informado dos movimentos do casal - Respondeu a Profª. Minerva sombriamente. - De fato, ele vinha suspeitando havia algum tempo de que alguém do nosso lado virara traidor e estava passando muita informação para Você-SabeQuem. 

     - Mas James Potter insistiu em usar Black? 

     - Insistiu. - Disse Fudge com a voz carregada. - E então, pouco mais de uma semana depois de terem realizado o Feitiço Fidelius... 

     - Black traiu os Potter? - Murmurou Madame Rosmerta. 

    - Traiu. Black estava cansado do papel de agente duplo, estava pronto a declarar abertamente o seu apoio a Você-Sabe-Quem, e parece que planejou fazer isso assim que os Potter morressem. Mas, como todos sabem, Você-Sabe-Quem encontrou sua perdição no pequeno Harry Potter. Despojado de poderes, extremamente enfraquecido, ele fugiu. E isto deixou Black numa posição realmente muito difícil. Seu mestre caíra no exato momento em que ele, Black, mostrara quem de fato era, um traidor. Não teve outra escolha senão fugir... 

      - Vira-casaca imundo e podre! - Exclamou Hagrid tão alto que metade do bar se calou.

       - Psiu! - Fez a Profª. Minerva. 

      - Eu o encontrei! - Rosnou Hagrid. - Devo ter sido a última pessoa que viu Black antes de ele matar toda aquela gente! Fui eu que salvei Harry da casa de Lily e James depois que o casal morreu! Tirei o garoto das ruínas, coitadinho, com um grande corte na testa, e os pais mortos... E Sirius Black aparece naquela moto voadora que ele costumava usar. Nunca me ocorreu o que ele estava fazendo ali. Eu não sabia que ele era o fiel do segredo de Lily e James. Pensei que tivesse acabado de saber da notícia do ataque de Você-Sabe-Quem e vindo ver o que era possível fazer. Estava tremendo, branco. E vocês sabem o que eu fiz? EU CONSOLEI O TRAIDOR ASSASSINO! - Bradou Hagrid. 

      - Hagrid, por favor! - Pediu a Profª. Minerva. - Fale baixo! 

    - Como é que eu ia saber que ele não estava abalado com a morte de James e Lily? Que estava preocupado era com Você-Sabe-Quem! Então ele disse: - "Me dá o Harry, Hagrid. Sou o padrinho dele, vou cuidar dele junto com Remus. É lá que ele tem que ser cuidado.Somos a família dele”... Ah! Mas eu tinha recebido ordens de Dumbledore, e disse não, Dumbledore tinha me mandado levar Harry para a casa dos tios. Black discordou, mas no fim cedeu. Me disse, então, que eu podia pegar a moto dele para levar Harry. "Não vou precisar mais dela", falou. Eu devia ter percebido, naquela hora, que alguma coisa não estava cheirando bem. Black adorava a moto. Por que estava dando ela para mim? Por que não ia precisar mais da moto? A questão é que a moto era muito fácil de localizar. Dumbledore sabia que ele tinha sido o fiel do segredo dos Potter. Black sabia que ia ter que se mandar àquela noite, sabia que era uma questão de horas até o Ministério sair à procura dele. Mas e se eu tivesse entregado Harry a Black, hein? Aposto como ele teria jogado o garoto no mar no meio do caminho. O filho dos melhores amigos dele! Mas quando um bruxo se alia ao lado das trevas, não tem mais nada nem ninguém que tenha importância para ele...

      À história de Hagrid seguiu-se um longo silêncio. Então, Madame Rosmerta falou com uma certa satisfação.

     - Mas ele não conseguiu desaparecer, não foi? O Ministério da Magia o agarrou no dia seguinte! 

 

     - Ah, se ao menos isso fosse verdade. - Lamentou Fudge com amargura. - Não fomos nós que o encontramos. Foi o pequeno Peter Pettigrew, outro amigo dos Potter. Com certeza, enlouquecido de pesar e sabendo que Black fora o fiel do segredo dos Potter, Peter foi pessoalmente atrás dele. 

 

    - Pettigrew... Aquele gordinho que sempre andava atrás dos três em Hogwarts? - Perguntou Madame Rosmerta.

      - Ele venerava Black, Lupin e Potter como se fossem heróis. - Disse a Profª. Minerva. - Não estava bem à altura deles em termos de talento. Muitas vezes fui severa demais com ele. Podem imaginar agora como me... Como me arrependo disso... - Sua voz parecia a de alguém que apanhara de repente um resfriado. 

         - Vamos, Minerva. - Consolou-a Fudge, com bondade. - Pettigrew teve uma morte de herói. Testemunhas oculares, trouxas, é claro, depois limpamos a memória deles, nos contaram como Pettigrew encurralou Black. Dizem que ele soluçava: "Lily e James, Sirius! Como é que você pôde? Como você pode trair eles? Como pode trair Remus e Sophie?" e também dizem que Sirius respondeu: "Não mencione eles seu maldito! Não mencione Remus ou Sophie nessa sua boca imunda!" provavelmente fingindo-se de bom moço. Há! Então Pettigrew fez menção de apanhar a varinha. Bem, naturalmente, Black foi mais rápido. Fez Pettigrew em pedacinhos...

 

        A Profª. Minerva assoou o nariz e disse com a voz embargada: 

      - Menino burro... Menino tolo... Nunca teve jeito para duelar... Deveria ter deixado isso para o ministério... 

         - E vou dizer uma coisa, se eu tivesse chegado ao Black antes de Pettigrew, não teria apelado para varinhas, eu teria despedaçado ele aos bocadinhos. - Rosnou Hagrid. 

         - Você não sabe o que está dizendo, Hagrid. - Disse Fudge com severidade. - Ninguém, a não ser bruxos de elite do Esquadrão de Execução das Leis da Magia, teria tido uma chance contra Black depois que ele foi encurralado. Na época, eu era ministro júnior no Departamento de Catástrofes Mágicas, e fui um dos primeiros a chegar à cena depois que Black liquidou aquelas pessoas, nunca vou me esquecer. Ainda sonho com o que vi, às vezes. Uma cratera no meio da rua, tão funda que rachou a tubulação de esgoto embaixo. Cadáveres por toda a parte. Trouxas berrando. E Black parado ali, dando gargalhadas, diante do que restava de Pettigrew... Um monte de vestes ensangüentadas e uns poucos, uns poucos fragmentos... 

      A voz de Fudge parou abruptamente. Ouviu-se o barulho de cinco narizes sendo assoados. 

 

      - Alguns disseram que ele havia sumido por alguns instantes e depois voltado e ficado lá parado. Provavelmente havia ido avisar aos Comensais da Morte sobre a queda se seu amado líder. - Disse Fudge. - Bem, aí tem você, Rosmerta. - Disse Fudge com a voz carregada. - Black foi levado por vinte policiais do Esquadrão de Execução das Leis da Magia e Pettigrew recebeu a Ordem de Merlim, Primeira Classe, o que acho que foi algum consolo para a coitada da mãe dele. Black tem estado preso em Azkaban desde então.

 

        Madame Rosmerta deu um longo suspiro. 

 

      - É verdade que ele é doido, ministro? 

 

      - Eu gostaria de poder dizer que é. - Disse Fudge lentamente. - Acredito que é certo que a derrota do mestre o desequilibrou por algum tempo. O assassinato de Pettigrew e de todos aqueles trouxas foi trabalho de um homem desesperado e acuado, cruel... Sem sentido. Mas eu encontrei Black na última inspeção que fiz à Azkaban. Vocês sabem que a maioria dos prisioneiros lá ficam sentados no escuro resmungando; não dizem coisa com coisa... Mas fiquei chocado com a aparência normal de Black. Conversou comigo muito racionalmente. Me deixou nervoso. Deu a impressão de estar meramente entediado, estranhamente ele perguntou o dia e o ano em que estávamos, e depois se eu já tinha acabado de ler o meu jornal, com toda a tranqüilidade, disse que sentia falta das palavras cruzadas. Fiquei realmente espantado de ver o pouco efeito que os dementadores estavam causando nele, e, vejam, ele era um dos prisioneiros mais fortemente guardados do lugar. Dementadores à porta da cela dia e noite. 

 

       - Mas para que o senhor acha que ele fugiu? - Perguntou Madame Rosmerta. - Por Deus, ministro, ele não está tentando se juntar a Você-SabeQuem, está?

 

       - Eu diria que esse é o plano dele, hum, a longo prazo. - Disse Fudge evasivamente. - Mas temos esperança de pegar Black bem antes disso. Devo dizer que Você-Sabe-Quem sozinho e sem amigos é uma coisa... Mas se tiver de volta o seu serviçal mais dedicado, estremeço só em pensar na rapidez com que se reergueria... E em pensar que Sophie conviveu mais tempo com ele. Ela sabe a história toda sobre o que Sirius fez. Pobre garota! Tão parecida com a mãe e com o pai...

 

        - Sophie é forte Ministro. Se tem uma coisa que eu me orgulho é de como ela está se tornando alguém maravilhosa! - Disse Minerva que parecia estar sorrindo.

 

         - Mas e Remus? Como ele ficou no meio disso tudo? - Perguntou Madame Rosmerta.

 

         - Forte como sempre foi. - Respondeu Minerva novamente. - Cuidando de Sophie como mãe e pai e agora tomando conta de Harry. 

 

         - Um homem honroso! É o que eu digo que ele é! - Disse Cornélio. 

      Ouviu-se um leve tilintar de copo em madeira. Alguém pousara o copo. 

 

        - Sabe, Cornélio, se você vai jantar com o diretor, é melhor voltarmos para o castelo. - Sugeriu a Profª. Minerva. - Se não me engano, Dumbledore chamou Sophie para esse jantar.

 

       - Eu acredito que Dumbledore quer que Sophie seja como ele. - Disse Hagrid sorrindo. 

 

      - Do tanto de vezes que Dumbledore chama ela, provavelmente ela seguirá os passos do diretor. - Disse Fudge com um certo ar de orgulho.

 

      Um por um, os pares de pés à frente de Harry retomaram o peso dos seus donos; barras de capas rodopiaram no ar e os saltos cintilantes de Madame Rosmerta desapareceram atrás do balcão do bar. A porta do Três Vassouras tornou a se abrir, deixando entrar mais uma rajada de flocos de neve e os professores desapareceram. 

 

        - Harry? Os rostos de Rony e Hermione surgiram embaixo da mesa. Os dois o encararam, sem encontrar palavras para falar. 

 

           Harry apenas olhava para os dois amigos sem saber o que sentir. Naquele momento ele só queria estar com Remus. 


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Notas finais do capítulo

Tradução do alemão

Hai - Tubarão

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E é isso garera!!! Espero que tenham gostado ♥ Mais uma vez, feliz ano novo e até o próximo capítulo!!



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