To Die With The Sun escrita por MutantProud


Capítulo 21
Capítulo 21 - Pequenos Incidentes


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Primeiramente, obrigada pelos comentários ❤ e por acompanharem! Aqui está mais um capítulo e eu espero que gostem ❤ Boa leitura!



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         Nos dias seguintes as coisas ocorreram como de costume. Sophie ajudando Harry, indo em algumas aulas do garoto, salvando ele de Snape e agora de Lockhart, estudando, descansando, brincando com os amigos e com Aslan. Foram os dias de sempre, sem nenhum incidente envolvendo a trama que Dobby havia dito. Sophie tem tentado não pensar muito na conversa com elfo, então na maioria das vezes mantinha a mente ocupada fazendo lições, lendo ou até mesmo dando e recebendo vários beijos de Fred. Sem contar que os gêmeos estavam aprontando mais coisas em Hogwarts e isso fazia Sophie e Harriet ficarem de olho nos dois que da última vez que haviam ficado sozinhos, haviam feito todas as coisas na sala de Filch flutuarem para todos os lados e quase levaram uma detenção por isso.

        

         Agora ela andava com Harriet, Fred e Jorge indo até a sala de aula de Transfiguração enquanto lia um livro sobre Runas Antigas e os amigos ao lado dela conversando quando Fred, que estava ao lado dela chamou a atenção dela . 

 

          - Aquele é....? 

 

         Sophie olhou para cima e viu Albus Dumbledore, diretor de Hogwarts andando de patins pelo corredor de Hogwarts tranquilamente. Usava uma roupa azul com algumas estrelas brilhantes desenhadas e assobiava alguma canção que ela não reconheceu. O diretor passou pelo corredor e sumiu da vista dos amigos. Sophie olhou para Fred que olhou para ela enquanto Jorge e Harriet trocaram olhares também. Os quatro, ainda parados voltaram a olhar para o lugar que Dumbledore havia passado.

 

         - Nah! - Disseram Fred e Jorge voltando a andar.

 

         Sophie sorriu de lado e voltou para o próprio livro, seguindo os amigos para a aula. 

 

         - Não vejo a hora de termos o primeiro treino esse ano! - Disse Fred sorrindo para Jorge. 

 

          - Só espero que não seja muito cedo... - Respondeu Jorge suspirando. - Não estou nem um pouco afim de acordar cedo no fim de semana.

 

           - O treino vai ser no fim de semana? - Perguntou Sophie tirando os olhos do livro e olhando para os gêmeos. - Eu tava com planos de ir visitar Hagrid para conversar sobre Aslan.

 

           - Bom vai ter que esperar. Wood falou que reservou a quadra para nós no sábado. - Disse Fred. 

 

           

           

           Já Harry dedicou muito tempo, nos dias seguintes, a desaparecer de vista  sempre que Gilderoy Lockhart aparecia andando por um corredor. Mais difícil foi  evitar Colin Creevey, um garoto do primeiro ano que aparentemente era bastante fã dele e que parecia ter decorado o seu horário. Pelo visto nada dava  maior alegria a Colin do que dizer: "Tudo bem, Harry?" seis ou sete vezes por dia  e ouvir: "Oi, Colin", em resposta, por maior irritação que Harry demonstrasse ao  dizer isso. 

                Edwiges continuava aborrecida com Harry por causa da desastrada  viagem de carro e a varinha de Rony continuava a, funcionar mal - por conta do incidente com a árvore -, superando os  próprios limites, na sexta-feira na aula de Feitiços, ao se atirar da mão de Rony e  atingir o Profº. Flitwick bem no meio dos olhos, produzindo um grande furúnculo verde e Latejante no lugar em que bateu. Assim entre uma coisa e outra, Harry  ficou muito contente ao ver chegar o fim de semana. Planejara sair para a cabana do Hagrid com Rony e Hermione mas esse plano foi por água a baixo quando Olívio Wood o acordou às 06h20 da manhã de um sábado.

 

              - Que foi? - Perguntou Harry colocando os óculos e olhando para o Capitão e goleiro do time da Grifinória. 

 

              - Pratica de Quadribol. - Disse Wood. - Vamos!

 

            Harry espiou pela janela apertando os olhos. Havia uma névoa rala cobrindo o céu rosa e dourado. Agora que acordara, ele não conseguia entender como podia estar dormindo com a algazarra que os passarinhos faziam.

 

       - Olívio - disse ele com a voz rouca. - O dia ainda está amanhecendo.

 

              - Exato - respondeu Wood. Ele era um sextanista alto e forte e, naquele instante, seus olhos brilhavam de fanático entusiasmo. - Faz parte do  nosso novo programa de treinamento. Ande, pegue a vassoura e vamos - disse  Wood animado. - Nenhum dos times começou a treinar ainda; vamos ser os  primeiros a dar a partida este ano...

 

    Aos bocejos e tremores, Harry saiu da cama e tentou encontrar as vestes  de Quadribol.

 

       - Muito bem. - Disse Wood abrindo um sorriso e se indo para a porta. - Te vejo no campo daqui a quinze minutos.

 

         

        Sophie que já estava vestida com as vestes de Quadribol, estava sentada na cama esperando Angelina e Katia que estavam com mais sono do que ela. Angelina se sentou ao lado dela e deitou a cabeça no ombro da ruiva.

 

         - Eu vo-ou matar aquele goleiro. - Disse Angelina com os olhos fechado em meio a um bocejo. - Seis horas da manhã! 

 

          - O que ele acha que vai conseguir da gente às seis horas da manhã? - Perguntou Katia coçando os olhos e quase caindo no chão de tanto sono. 

 

          - Cair da vassoura. - Respondeu Sophie. - Está pron-ta? - Bocejou. - Pronta? Ótimo, vamos meninas, antes que...

 

          - Droga. - Ouviram um resmungo de Wood vindo do lado de fora.

 

          As meninas abriram a porta e viram que a escada havia sumido para um escorregador. Elas riram baixo e escorregaram, encontrando Wood vermelho. 

 

          - Você não aprende. - Disse Sophie negando com a cabeça e passando pelo goleiro indo para o campo com as meninas atrás dela. 

 

        Se passaram alguns minutos no vestiário e quase todos o time estava no vestiário. Só estava faltando Harry que ainda não havia aparecido. Wood  era o único que parecia realmente acordado. Fred e Jorge estavam sentados, os  olhos inchados e os cabelos despenteados, ao lado de Katia, que parecia estar cabeceando contra a parede em que se encostara. E Sophie e Angelina , bocejavam lado a lado de frente para eles. Era assim que o time se encontrava quando Harry havia entrado.

 

           - Até que enfim, Harry, por que demorou? - perguntou Wood eficiente. - Agora, eu queria ter uma conversinha com vocês antes de irmos para o  campo, porque passei o verão imaginando um programa de treinamento completamente novo, que acho que vai fazer toda a diferença...

 

          Wood ergueu um grande diagrama de um campo de Quadribol, em que  estavam desenhadas muitas linhas, setas e cruzes em tinta de cores diversas.  Depois, puxou a varinha, deu uma batidinha no desenho, e as flechas começaram  a se deslocar pelo diagrama como lagartas. Quando Wood deslanchou um  discurso sobre as novas táticas, a cabeça de Fred Weasley despencou no ombro  de Katia e ele começou a roncar e Sophie e Angelina acordaram assustadas, olhando para os lados.

          

         O primeiro quadro levou quase vinte minutos para ser explicado, mas  havia outro por baixo daquele, e um terceiro por baixo do segundo. Harry mergulhou num estupor durante a falação interminável de Wood e Sophie deixou a cabeça cair no ombro de Angelina que dormia com a cara encostada na parede.

 

         - Então - disse Wood, finalmente, arrancando Harry de uma irrealizável  fantasia sobre o que estaria comendo no café da manhã, naquele instante,  no castelo. - Ficou claro? Alguma pergunta?

 

      - Tenho uma pergunta, Olivio - disse Jorge, que acordara assustado. - Você não podia ter explicado tudo isso ontem quando a gente estava acordado?

 

        Olívio não gostou daquela pergunta.

 

         - Agora, ouçam aqui, vocês todos - disse, amarrando a cara. - Nós devíamos ter ganho a taça de Quadribol no ano passado. Somos sem favor nenhum o melhor time da escola. Mas, infelizmente, devido a circunstâncias fora do nosso controle...

 

          Harry se mexeu cheio de culpa no banco. Estivera inconsciente na ala  hospitalar no último jogo do ano anterior, o que significava que a Grifinória  tivera um jogador a menos e sofrera sua pior derrota em trezentos anos.  Wood esperou um instante para recuperar o próprio controle. A última derrota, visivelmente, continuava a torturá-lo.

 

            - Então, este ano, vamos treinar mais do que jamais treinamos... Muito  bem, vamos colocar as nossas teorias em prática! - gritou Wood fazendo Fred e Sophie caírem no chão e baterem a cabeça uma na outra. Agarrando a  vassoura o capitão saiu do vestiário. As pernas dormentes e, ainda bocejando, o time o acompanhou.

 

          Sophie foi ao lado de Angelina, assim que saiu do vestuário viu que o dia já estava ficando belo. O sol já brilhava e um vento fresco soprava. Olhou para as arquibancadas e viu Harriet, Mione e Rony sentado comendo torrada com alguma coisa que devia ser muito gostosa e isso fez o estômago dela roncar de fome. 

 

         - Vocês ainda não acabaram? - gritou Rony surpreso.

 

        - Nem começamos - Sophie ouviu o irmão responder. - Wood esteve ensinando novas jogadas ao time.

 

              Ela montou na vassoura, meteu o pé no chão para dar impulso e saiu  voando. O ar da manhã bateu em seu rosto, acordando-o com muito mais  eficiência do que a longa conversa de Wood. Ela deu uma volta pelo estádio e abriu um enorme sorriso, a nostalgia de voar em Hogwarts batendo em seu peito fazendo com que a vontade de vencer ganhasse vida mais uma vez em seu coração. Voltou-se para Wood que estava ao lado de Fred, Jorge e Harry conversando. 

 

           - Por que aquele aluninho de primeiro ano está tirando fotos? Não gosto disto. Pode ser um espião da Sonserina,  tentando descobrir o nosso novo programa de treinamento. - Ouviu Wood dizer.

 

           - Ele é da Grifinória - informou Harry depressa.

 

       - E o pessoal da Sonserina não precisa de espião, Olivio - acrescentou  Jorge.

 

       - Por que você está dizendo isso? - perguntou Wood irritado.

 

      - Porque eles vieram pessoalmente - respondeu Jorge apontando.

 

       Sophie olhou para baixo e viu os alunos da Sonserina entrando no estádio com a vestimenta de Quadribol da casa deles. De longe ela conseguiu visualizar, Draco Malfoy com as mesmas vestimentas e um enorme sentimento de atacar um balaço na cabeça de Malfoy surgiu em sua mente mas rapidamente essa ideia foi desfeita.

 

         - Eu não acredito! - Exclamou Wood indignado. - Eu reservei o campo para hoje! Vamos cuidar disso!

 

          Wood mergulhou até o chão, aterrissando em sua raiva, com muito mais  força do que pretendia, e cambaleou um pouco ao desmontar. Sophie, Harry, Fred e Jorge acompanharam.

 

          - Flint! - berrou Wood para o capitão da Sonserina. - Está na hora do nosso treino! Levantamos especialmente para isso! Pode ir dando o fora!

 

         Marcos Flint era ainda mais corpulento do que Wood. Tinha uma expressão de trasgo astucioso quando respondeu:

 

        - Tem bastante espaço para todos nós, Wood.

 

           Angelina e Katia tinham se aproximado também. Não havia  mulheres no time da Sonserina, para ficarem, ombro a ombro, com ar de desdém, encarando os jogadores da Grifinória.

 

        - Mas eu reservei o campo! - disse Wood, praticamente cuspindo de raiva. - Eu reservei!

 

            - Ah, mas tenho um papel aqui assinado pelo Profº. Snape.  "Eu, Profº. Snape, dei ao time da Sonserina permissão para praticar hoje no campo de Quadribol, face á necessidade de treinarem o seu novo apanhador.”

 

           - Vocês têm um novo apanhador? - perguntou Wood, distraído. - Onde?

           

 

          E por trás dos seis jogadores grandalhões surgiu diante deles um sétimo, menor, com um sorriso que se irradiava por todo o rosto pálido e fino. Era Draco Malfoy!

 

         - Misericórdia. - Disse Sophie rindo. - É perseguição, não é possível. 

 

         - Sentiu isso Sophie? - Perguntou Angelina sorrindo para a ruiva. - Cheiro de inveja.

 

         - Sinto isso toda vez que esbarro no Malfoy, minha cara. - Respondeu Sophie sorrindo. - Então o filho do papai conseguiu uma vaga no time da Sonserina. Devemos nos preocupar?

 

           - Engraçado você falar do pai do Draco, Potter. - Disse Flint sorrindo. - Olha o presente generoso que ele nos deu.

 

        Os sete mostraram as vassouras. Sete cabos polidos, novos em folha, e  sete conjuntos de letras douradas, formando as palavras Nimbus 2001, reluziam  sob os narizes dos jogadores da Grifinória, ao sol do amanhecer. Mas para o desprazer dos Sonserinos, Sophie realmente soltou uma risada sem ser de sarcasmo. 

 

          - Agora eu entendi! - Disse Sophie parando de rir mas ainda com um sorriso maroto no canto dos lábios. - Lúcio pagou para o filho entrar! Oh mas é muita generosidade dele! Preciso realmente mencionar para o diretor sobre como ele pode gastar esse dinheiro! Mas eu fico feliz por você ter encontrado um apanhador Flint, realmente fico. Mas só um aviso Malfoy, tenha cuidado nos dias de jogo. Ouvi dizer que nessa época do ano os balaços são bem nervosinhos. - Piscou para o loiro que pareceu ficar assustado por alguns momentos.

 

           - São as 2001! São as mais rápidas...

 

          - Não importa a velocidade da vassoura, meu caro Flint. - Disse Sophie sorrindo. - O que importa é o que você pode fazer em cima dela. 

 

          - Que é que está havendo? - perguntou Rony se aproximando de Harry com Hermione e Harriet ao lado. - Por que vocês não estão jogando? E que é que ele está fazendo aqui?

 

           Olhava para Draco, reparando nas vestes de Quadribol com as cores da  Sonserina que o garoto usava.

 

        - Sou o novo apanhador da Sonserina, Weasley - disse Draco,  presunçoso. - O pessoal...

 

         - Permita-me corrigi-lo, Malfoy. Você não é um apanhador. Primeiro que você não é rápido nem para entender uma ironia, então baixa a bola. - Disse Sophie revirando os olhos. - O pai dele pagou para ele entrar. - Disse para Rony, Mione e Harriet. 

 

        - Pelo menos ninguém do time da Grifinória teve de pagar para entrar. - Disse Mione com aspereza. - Entraram por puro talento.

 

            O ar presunçoso de Draco pareceu oscilar.

 

           - Ninguém pediu sua opinião, sujeitinha de sangue-ruim! - Xingou ele. 

 

          Na mesma hora, tão rápido que ninguém pode prever, Sophie avançou para cima de Malfoy e o segurou pelo colarinho e o jogou no chão fazendo a cabeça do garoto bater na grama. Tirou a varinha do bolso e apontou para ele enquanto todos estavam imóveis e assustados.

 

          - Se eu ouvir você falar isso novamente, eu te mato. - Disse ela apontando a varinha. - Nunca mais, nunca mais você ouse dizer isso! 

 

          - Sophie... - Chamou Hermione com pequenas lágrimas nos olhos. - Tá tudo bem. 

 

          - Vamos embora. - Disse Sophie. - Olívio, teremos bastante tempo para treinar. Vamos. 

 

           Os alunos da Grifinória saíram do estágio e Sophie empurrou Flint com força indo até Hermione que andava rápido com Harry, Rony, Fred, Jorge e Harriet.

 

          - Mione. - Disse Sophie alcançando a garota e ficando ao lado dela. - Tá tudo bem?

 

         - Tá... - Disse Hermione respirando devagar.

 

         - Aquele nojento. - Disse Harriet irritada. - Não liga para ele Mione. Vamos para a casa do Hagrid!

 

         Harry ainda não havia intendido direito o que havia acabado de acontecer. Queria perguntar a Sophie mas ela estava andando bem rápido para a casa do Hagrid, parecia muito irritada e Harry sentiu uma enorme raiva do Malfoy. Chegaram na casa de Hagrid e o mesmo os atendeu com um enorme sorriso mas esse sorriso sumiu ao ver a expressão dos sete alunos na frente dele. 

 

          - O que foi que aconteceu? - Perguntou Hagrid assim que estavam todos acomodados na cabana do meio-gigante. 

 

          - Malfoy. - Respondeu Harry olhando para Mione que estava triste. - Ele chamou a Hermione... ah.. bom eu não sei direito o que quer dizer. 

 

          Sophie estava sentada na mesa olhando para a janela, Fred, Harriet, Jorge e Rony olharam para Harry e depois para Hermione que havia se levantado e virado de costas para eles. 

 

           - Me chamou de sangue-ruim. - Disse Hermione com a voz tremula. 

 

          - Ele não fez isso! - Exclamou Hagrid assustado. 

 

          - O que isso quer dizer? - Perguntou Harry olhando para os outros.

 

         - Quer dizer sangue-sujo. - Disse Sophie triste. - Sangue-ruim é a pior ofensa para alguém que nasceu trouxa, cujo os pais não sejam bruxos...

 

         - Alguém como eu. Não é coisa que se diga numa conversa civilizada. - Disse Hermione ainda de costas. 

 

         - O problema Harry, é que a bruxos... - Começou Jorge.

 

         - Como os da família de Malfoy. Que se acham melhores do que todos por serem o que os outros chamam de sangue-puro. - Terminou Fred indo até Sophie e abraçando a ruiva pela cintura. 

 

          - Isso é horrível. - Disse Harry olhando para Fred.

 

         - É nojento. - Disseram Harriet e Rony.

 

         - E é ridículo falarem isso. Sangue-sujo! Não existe um bruxo hoje que não seja mestiço ou coisa pior. O importante é que ainda não inventaram um feitiço que nossa Mione não consiga fazer. - Disse Hagrid fazendo Hermione olhar para ele e abri um pequeno sorriso. - Vem cá. - Estendeu a mão para a garota e ela segurou. - Não ligue para isso, Hermione. Não quero que pense nisso nem mais um minuto, tá bem?

 

          Hermione sorriu e enxugou as pequenas lágrimas que saíam. Hagrid se virou para Sophie e viu que a mesma também tinha um pequeno sorriso.

 

             - Você tentou defender ela, não foi? - Perguntou Hagrid sorrindo.

 

             - Você conhece meu métodos, Hagrid. - Disse Sophie dando de ombros. - Só ameacei ele. 

 

             - E o jogou no chão com força. - Disse Jorge sorrindo. - Minha Sophie é guerreira!

 

             - Depois iremos conversar sobre esse seu "minha Sophie". - Disse Fred sorrindo e beijando a testa da namorada. - Agora, antes de entrarmos Hagrid, você disse que pensou que era o ProfºLockhart? Por que?

 

              - Estava me dando conselhos para manter um poço livre de algas - rosnou Hagrid, tirando um galo meio depenado de cima da mesa bem esfregada  e pousando nela o bule de chá. - Como se eu não soubesse. E ainda fez  farol sobre um espírito agourento que ele espantou. Se uma única palavra do que disse for verdade eu como a minha chaleira.

 

          Sophie riu assim como os amigos. Harry ficou surpreso ao ver Hagrid falando mal de outro professor, o guarda-caça não fazia isso já Mione havia ficado séria e disse alto:

 

          - Acho que você está sendo injusto. É óbvio que o Profº. Dumbledore  achou que ele era o melhor candidato para a vaga... 

 

          - Ele era o único candidato - disse Hagrid, oferecendo-lhes um prato  de quadradinhos de chocolate. - E  quero dizer o único mesmo. Está ficando muito difícil encontrar alguém para  ensinar Artes das Trevas. As pessoas não andam muito animadas para assumir esta função. Estão começando a achar que esta enfeitiçada. Ultimamente ninguém demorou muito nela.

 

          - Isso é verdade. - Disse concordou Sophie. - E ele tem razão Mione, o próprio diretor me disse que ele não teve escolhas. Sem contar que Lockhart estava mandando cartas para ele o tempo todo pedindo para o emprego.

 

          - Dumbledore disse isso? - Perguntou Harry risonho.

 

          Sophie concordou com a cabeça e riu junto com o irmão.

 

          - Harry - disse Hagrid abruptamente como se tivesse lhe ocorrido um  pensamento repentino. - Tenho uma reclamação sobre você. Ouvi falar que  andou distribuindo fotos autografadas. Como é que não ganhei nenhuma?

 

           Furioso, Harry desgrudou os dente de chocolate. Sophie começou a tossir tentando fingir que não estava rindo.

 

            - Não andei distribuindo fotos autografadas - disse alterado. - Se Lockhart e Malfoy continuam a espalhar este boato...

 

        Mas, então, ele viu que Hagrid estava rindo.

 

         - Só estou brincando - disse, dando palmadinhas amigáveis nas costas  de Harry, fazendo-o enfiar a cara na mesa. - Eu sabia que não tinha dado. Eu disse a Lockhart que você não precisava fazer isso. Você é mais famoso do que  ele sem fazer a menor força.

 

        - Aposto como ele não gostou disso - comentou Harry erguendo a  cabeça esfregando o queixo.

 

          - Acho que não - respondeu Hagrid, com os olhos cintilando. - E então falei que nunca tinha lido um livro dele e ele resolveu ir embora.

 

           - Hagrid você quer participar da nossa campanha? Defesa Contra Gilderoy Lockhart? - Perguntou Jorge fazendo todos rirem. 

 

 

           - Venham ver o que andei plantando - convidou Hagrid quando todos terminaram de beber o chá.

 

          Na pequena horta nos fundos da casa havia uma dúzia das maiores  abóboras que os garotos já vira. Cada uma tinha o tamanho de um pedregulho.

 

         - Estão crescendo bem, não acha? - perguntou Hagrid alegre. - Para a Festa das Bruxas... Até lá já devem estar bem grandes.

 

         - Que é que você está pondo na terra? - perguntou Harry.

 

         Hagrid espiou por cima do ombro para ver se estavam sozinhos.

 

         - Bom, tenho dado, sabe, uma ajudinha...

 

         Harry e  Sophie repararam no guarda-chuva florido de Hagrid encostado na parede dos  fundos da cabana. Eles sempre tiveram razões para acreditar até aquele momento que aquele guarda-chuva não era bem o que parecia; na verdade, tinham a forte  impressão de que a velha varinha escolar de Hagrid se escondia dentro dele. O  guarda-caça fora expulso de Hogwarts no terceiro ano, mas Harry nunca descobrira a razão - era só mencionar o assunto, e ele pigarreava alto e se  tornava misteriosamente surdo até que se mudasse de assunto.

 

            - Um feitiço de engorda? - perguntou Mione, num tom de quem se diverte e desaprova. - Bem, você fez um bom trabalho.

 

        - Foi o que a sua irmãzinha disse - comentou Hagrid, fazendo sinal a  Rony, Fred e Jorge. - Encontrei-a ainda ontem - Hagrid olhou de esguelha para Harry, a barba  mexendo.

 

         - Ela me disse que estava só dando uma olhada pelos jardins, mas eu calculo que estava na esperança de encontrar alguém na minha casa. - E piscou  para Harry. - Se alguém me perguntasse, ela é uma que não recusaria uma foto...

 

         - Ah, cala a boca - disse Harry.

 

        Todos riram e voltaram para dentro. Ficaram conversando com Hagrid sobre várias coisas quando deu hora do almoço, todos já iam direto para o castelo, afinal, Harry, Fred e Jorge que não havia comido nada estavam com a barriga rocando bastante.

 

         - Vão indo. - Disse Sophie para os amigos. - Vou conversar com o Hagrid sobre Aslan.

 

        - Está bem, vou deixar um pouco de comida para você. - Disse Harry se afastando com os outros. - Te vejo mais tarde.

 

         Mal tinham entrado no saguão quando ouviram uma voz.

 

         - Aí estão vocês, Potter, Weasley. - A Profª. McGonagall veio em  direção a eles, com a cara séria. - Vocês dois vão cumprir suas detenções hoje à  noite.

 

         - O que nós faremos, professora? - perguntou Rony, contendo, nervoso, um arroto.

 

      - Você vai polir as pratas na sala de troféus com o Sr. Filch. E nada de  magia, Weasley, no muque.

 

        Rony engoliu em seco. Argo Filch, o zelador, era detestado por todos os  alunos da escola.

 

      - E você, Potter, vai ajudar o Profº. Lockhart a responder as cartas dos fãs.

 

       - Ah, não... Professora, não posso ir também para a sala de troféus? -  perguntou Harry desesperado.

 

         - É claro que não - respondeu ela, erguendo as sobrancelhas. - O Profº. Lockhart fez questão de que fosse você. Oito horas em ponto, os dois.

 

            - Não sabemos se devemos achar graça ou ficar com pena de vocês dois. - Disse Fred sorrindo. - Autografar cartas dos fãs de Lockhart... não consigo imaginar uma detenção pior.

 

            - Nem eu. - Disse Jorge. - Vamos comer alguma coisa.

 

         Harry e Rony seguiram os outros sem nenhum ânimo.  Harry nem apreciou o empadão tanto quanto pretendera. Os dois, ele e  Rony, acharam que tinham se dado muito mal.

 

           - Filch vai me prender lá a noite inteira - disse Rony, com a voz  deprimida. - Nada de magia! Deve ter umas cem taças naquela sala. Não  entendo nada de limpeza de trouxas.

 

             - Eu trocaria com você numa boa - disse Harry num tom calmo. -  Treinei um bocado com os Dursley. Responder as cartas dos fãs de Lockhart... Ele  vai ser um pesadelo...

 

              - O que houve? - Perguntou Sophie se sentando ao lado de Harry e pegando algumas coisas para comer. - Huum, tô cheia de fome!

 

               - Nossas detenções. - Disse Harry tristemente.

 

               - Meu querido irmão terá que limpar a Sala de Troféus com Filch sem usar magia e o seu querido irmão terá que ajudar Lockhart a escrever as cartas dos fãs. - Disse Jorge bebendo suco.

 

               - Isso é terrível! McGonagall não pode ter sido tão cruel! - Disse Sophie surpresa. - Eu me refiro as cartas, só para deixar claro.

 

                - Você não pode me salvar? - Perguntou Harry já sentindo um pouco de esperança.

 

                 - Desculpe querido irmão, mas creio que não posso fazer nada em relação à isso. - Disse Sophie colocando a mão no ombro do irmão. 

 

                   - Eu podia ter tido qualquer detenção mas a professora disse que Lockhart ficou insistindo que minha detenção devia ser ajudando ele. - Disse Harry em resmungo. 

 

                   - Ah Harry, não é tão ruim... - Disse Mione tentando acalmar o garoto.

 

                   - Quer fazer por mim? 

 

                    - Ah... eu.. tenho... lição de casa para terminar sabe... - Disse Mione ficando vermelha e virando um pouco o rosto.

 

                    - Foi o que eu pensei. - Respondeu Harry sorrindo de lado.

 

                 À tarde de sábado pareceu se evaporar no que pareceu um segundo, já  eram cinco para as oito, e Harry já ia se arrastando pelo corredor do segundo  andar em direção à sala de Lockhart. Cerrou os dentes e bateu na porta.  A porta se escancarou na mesma hora. Lockhart sorria para ele.

 

             - Ah, aqui temos o bagunceiro! - exclamou. - Entre, Harry, entre...

 

           Rebrilhando nas paredes, à luz das muitas velas, havia uma quantidade de  fotografias emolduradas de Lockhart. Havia até algumas autografadas. Outra grande pilha aguardava sobre a mesa.

 

            - Você pode endereçar os envelopes! - disse Lockhart a Harry como se  isso fosse um prêmio. - O primeiro vai para Gladys Gudgeon, que Deus a  abençoe, uma grande fã minha...

 

              Os minutos se arrastaram. Harry deixou a voz de Lockhart passar por ele, respondendo ocasionalmente "Hum" e "Certo" e "Sim". Vez por outra, ele captava uma frase do tipo "A fama é um amigo infiel, Harry" ou "A celebridade é o que ela faz, lembre-se disto".

 

             As velas foram se consumindo, fazendo a luz dançar sobre os muitos rostos de Lockhart que o observavam. Harry estendeu a mão dolorida para o que  lhe pareceu ser o milésimo envelope, e escreveu o endereço de Veronica  Smethley. "Deve estar quase na hora de sair" pensou Harry infeliz, "por favor, tomara  que esteja quase na hora..."

 

           Então ele ouviu uma coisa - uma coisa muito diferente do ruído das velas que espirravam já no finzinho e a tagarelice de Lockhart sobre os fãs.

          Foi uma voz, uma voz de congelar o tutano dos ossos, uma voz venenosa e gélida de tirar o fôlego.

 

              - Venha... Venha para mim... Me deixe rasgá-lo... Me deixe rompê-lo...  Me deixe matá-lo...

 

        Harry deu um enorme pulo e, com isso, fez aparecer um enorme borrão na  Rua de Veronica Smethley

 

             - Que! - exclamou em voz alta.

 

        - Eu sei! - disse Lockhart. - Seis meses inteiros encabeçando a lista  dos livros mais vendidos! Bati todos os recordes!

 

         - Não - disse Harry assustado. - Essa voz!

 

        - Perdão? - disse Lockhart, parecendo intrigado. - Que voz?

 

            - Aquela, a voz que disse, o senhor não ouviu?  

 

          Lockhart estava olhando para Harry muito surpreso.

 

           - Do que é que você está falando, Harry? Talvez você esteja ficando com sono? Nossa, olhe só a hora! Estamos aqui há - quase quatro horas! Eu nunca teria acreditado, o tempo voou, não acha?

 

           Harry não respondeu. Apurava os ouvidos para captar novamente a voz,  mas não havia som algum exceto Lockhart a lhe dizer que não devia esperar uma  moleza como aquela todas as vezes que pegasse uma detenção. Sentindo-se  atordoado, Harry foi-se embora.

           Era tão tarde que a sala comunal da Grifinória estava quase vazia. Para sua tristeza Sophie já estava dormindo pois a irmã não se encontrava na sala, suspirou e subiu direto ao dormitório. Rony ainda não voltara. Harry vestiu o  pijama, meteu-se na cama e esperou. Meia hora depois, Rony apareceu, aconchegando o braço direito e trazendo um forte cheiro de liquido de polimento  para o quarto escuro.

 

        - Os meus músculos estão em cãibra - gemeu, afundando-se na cama. - Catorze vezes ele me fez dar brilho naquela taça de Quadribol antes de ficar  satisfeito.  Levou séculos para eu limpar tudo!... Como foi com  o Lockhart?

 

         Em voz baixa para não acordar Neville, Dino e Simas, Harry contou a  Rony exatamente o que ouvira.

 

       - E Lockhart disse que não estava ouvindo nada? - perguntou Rony.   Harry podia até vê-lo franzindo a testa ao luar.  - Você acha que ele  estava mentindo? Mas não entendo, mesmo alguém invisível teria tido que abrir a  porta.

 

        - Eu sei - disse Harry, recostando-se na cama de colunas e fixando o  olhar no dossel. - Eu também não entendo.

 

          - Vai contar para Sophie? - Perguntou Rony com a voz sonolenta.

 

          - Vou. Amanhã. - Disse Harry pensativo. - E tenho que contar algo para para você e Mione também. Mas amanhã. 


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? Gostaram do Dumb andando de patins? ❤ Comentem ❤ até o próximo, bjs



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