Family Confusion escrita por Pranpryaa


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Culpem minha net. Gente eu odeio ela, socorro. Mas bom, tá aqui um capítulo do jeito que o bonde gosta né? Então fecho. Aproveitem aí que nos vemos nas notas finais, espero vocês lá hein? Bjinhos. ❤️



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Sabe aquela sensação de perfeição quando você consegue escrever tudo no último pedacinho da linha? Quando inspira e sente aquele cheirinho de limpeza? Ou até mesmo quando acha dez reais perdidos no bolso do jeans? Então, foi exatamente isso que eu senti quando meus cinco dedos foram de encontro com o rosto macio de Castiel. Eu já tinha mandado 5 pessoas irem se fuder e 7 irem tomar no...

— Elisabeth Seatle eu te procurei por essa faculdade inteira! Dá pra você parar e me explicar que cena foi aquela na sala de aula?

Me virei com tudo acertando o rosto de Castiel. O barulho foi tão grande que a faxineira que passava do nosso lado reprimiu um grito assustado.

Eu só conseguia ouvir a minha respiração e a faxineira perguntando para Castiel se estava tudo bem. Ela tinha que perguntar isso pra mim!

— Mas...MAS QUE PORRA FOI ESSA ELISABETH? - os olhos dele estavam em chamas. Ótimo! Então estávamos quites.

— EU é que tenho que perguntar isso! Que porra é essa Castiel? A regra número 1 era fingir que não nos conhecíamos! A faculdade inteira veio me peguntar se eu era a sua garota, fora as vadias que só faltaram me ameaçar de morte. - dei um passo em sua direção. 

— O meu Deus, vocês por favor querem se acalmar? Eu vou pegar gelo para colocar nesse rosto, e você querida quer uma água? - eu ainda sustentava o olhar raivoso de Castiel mas me obriguei a olhar para a mulher de 50 anos que me encarava com preocupação.

— Claro. - a verdade é que eu queria que ela saísse logo dali para eu poder matar Castiel sem ter testemunhas.

Ela concordou com a cabeça seguindo apressada pelo corredor que levava ao refeitório.

— Eu não me lembro dessa regra. - o ser falou pensativo na minha frente. Eu iria arrancar o cérebro desse idiota pelo nariz. Me joguei em cima dele lançando socos e tapas em seu peito.

— Seu imbecil, eu nem comecei a estudar aqui direito e todos já acham que eu durmo com você. E tudo isso por sua causa! - ele tentava segurar minhas mãos, mas eu estava descontrolada. 

— Porra Lisa, para caralho. - ele me prendeu segurando meus braços para trás.

— Foi mal aí, você fez tantas regras que eu só me lembro da que eu não posso deixar os sapatos jogados pela sala. - revirei os olhos rindo com escárnio, eu tinha feito somente 7 regras. Quem não decora 7 míseras frases? Ah sim, Castiel.

— E o que tem de mais as pessoas saberem que moramos juntos? Você deveria ficar feliz por morar com alguém tão perfeito como eu. - belisquei o seu braço que me prendia.

— Ai! - ele me soltou.

Respirei fundo retomando a minha sanidade, passei a mão pelo meu cabelo e ajeitei minha mochila no meu ombro. Eu já estava normal. Por fora. 

— Mantenha 5 metros de distância de mim enquanto estivermos nessa faculdade. Se você não fizer um almoço reforçado para mim Castiel, eu juro que ranco o seu bem mais precioso enquanto estiver dormindo. - olhei para o fim do corredor vendo a faxineira caminhar até nós com um copo e uma bolsa de gelo.

— Eu te liguei avisando que não iria conseguir voltar para casa, mas você não atendeu. - ele falou passando a mão pela cabeça.

— Eu teria atendido se seu gato não estivesse dormindo em cima dele, impedindo que eu escutasse. - retruquei.

— Merda! Bruce, você deu...

— Sim eu dei, e espero ser recompensada por isso, porque a ideia de ter um gato foi sua, você é o responsável por ele. E o meu café da manhã foi duas barras de cereal, ou seja, preciso de cafeína.

— Vai querer quantos Starbucks? - ele perguntou rendido.

Sorri vitoriosa trocando o meu peso para a outra perna.

— O suficiente para durar a segunda temporada inteira de Grey's Anatomy. - ele sorriu e cruzou os braços. Eu podia odiar Castiel, mas tínhamos mais coisas em comum do que o recomendável, como nosso vício por séries.

— Aqui está querida, sua água. - sorri em agradecimento pegando o copo. - e aqui está seu gelo grandão. 

Castiel soltou um gemido de dor quando ela pressionou a bolsa de gelo em seu rosto. Não me senti culpada, na verdade eu estava bem feliz tomando minha água.

— Aí Nana! - o canalha fez uma careta de dor.

— Deixe de drama Castiel. A propósito minha filha, bom trabalho! Esse garoto aqui já estava merecendo uma lição por quebrar tantos corações.

 Sorri.

— Posso imaginar...mas fique tranquila, o meu está intacto. - pisquei para a mulher que eu supus que se chamava Nana

Castiel revirou olhos.

— Suas aulas já acabaram? - ele me perguntou quando eu me despedi de Nana.

— Sim. - respondi jogando o copo descartável na lixeira próxima.

— Certo, então vamos. - ele colocou as mãos no bolso da calça e começou a se virar para o campus.

Eu não podia ir com ele na frente de todos, apesar que agora a faculdade inteira já sabia que morávamos juntos, mas mesmo assim eu ainda considerava a regra. Senti meus pés reclamarem por ter corrido tanto hoje de manhã para chegar a tempo.

Droga.

Eu não iria aguentar ir de pé para casa. E voltar em um ônibus lotado em pleno 37° graus estava fora de cogitação. Suspirei frustrada e andei apressada para acompanhar Castiel. Ainda consegui ouvir sua risada baixa quando eu me aproximei.

Eu estava quebrando minha própria regra. E ele sabia disso.

[...]

Eu tava jogada no sofá, enquanto Castiel se encontrava esparramado no outro, e estávamos fazendo o que sabíamos fazer de melhor: assistindo séries. Eu estava no meu nono copo de Starbucks quando o meu celular começou a tocar. Peguei o mesmo vendo Castiel me olhar apreensivo, na verdade já sabíamos quem era e o que queria. E eu não iria atender.

— Anda Castiel, atenda! - ordenei levantando o celular em sua direção

— O que?! Eu não, eles estão ligando para você, então você atende. - exclamou se sentando no sofá. 

— Isso porque você recusou todas as ligações deles! - retruquei também me sentando.

— Recusa também. - falou como se fosse a coisa mais obvia.

— Claro que não, eles vão desconfiar. - falei começando a ficar eufórica. 

— O que a gente faz agora? - Castiel me perguntou como uma criança de 5 anos, que fez algo errado e precisa da ajuda do irmão mais velho para resolver o problema, antes dos pais saberem.

— Vamos tirar par ou ímpar quem perder atende. - eu sei que minha ideia era infantil, mas e daí?

Ele concordou já sentando no sofá ao meu lado.

— Ímpar. - ele escolheu.

— Par. - concordei.

— Já!

— GANHEI! - ele comemorou. - Vai Lisa, atende! Você perdeu.

Inferno, eu tinha quase certeza que ele roubava nesse jogo.

Peguei frustrada o celular que ainda tocava, vendo Castiel se acomodar, ansioso, no sofá para escutar a conversa. Olhei ao redor tentando formular uma desculpa plausível, enquanto Bruce pulava no colo de seu dono e ronronava com o carinho que o mesmo fazia em seu pelo macio. O gato olhava quase revirando os olhos diante da cena patética que eu e Castiel fazia.

O nome Pai piscava na tela e eu podia ver os gestos exagerados de Castiel para que eu atendesse a ligação logo.

Quando falei que eu e Castiel tínhamos várias coisas em comum, eu não estava brincando. E essa era mais uma delas. A gente não queria ir para casa dos nossos pais. Não me levem a mal tá? Eu e Sam conversávamos todos os dias pelo celular, mas ir lá era outra coisa. Não somos ingratos, a questão é que ir para uma casa cheia de crianças por 7 dias na semana é cansativo. Claro que eu amo meu pai, meus irmãos e até os meus postiços e Lúcia, mas eu e Castiel tínhamos coisas para fazer no nosso apartamento, como assistir séries e desenhos. O que eu acho muito importante. A verdade é que já tinha 1 semana e três dias que não colocávamos os pés lá.

 E durante todo esse tempo Lúcia ligava para Castiel, e o mesmo sempre dava uma resposta rápida ou fazia a coisa mais prática, desligava. Sempre que eu falava com Sam pelo celular ela me dizia que as desculpas que ela estava inventando sobre o meu celular ter quebrado já não colava mais com meu pai, e que ela também estava com saudades de mim e que se eu não fosse logo até eles, eles iriam vim até aqui. Nem preciso dizer que Castiel quase infartou quando ouviu isso. Nosso apartamento é enorme para nós 2, mas para 10 pessoas já é outra coisa. 

E agora eu sabia que eles estavam me ligando, porque só hoje, depois do almoço, Castiel recusou 3 ligações de Lúcia.  

E agora eu estava lá, roendo a unha do dedão esquerdo e deslizando o outro para atender meu pai. 

— Alô... - minha voz saiu grogue e eu olhei para Castiel que mandava eu colocar no viva-voz.

— Elisabeth, porque você e Castiel não atendem mais nossas ligações? Esqueceram que tem pais? - nem precisei colocar no viva-voz para Castiel conseguir ouvir.

— Ãn..Oi pai, claro que não, é que a gente tá meio ocupado porque... - olhei nervosa para Castiel que fazia mil gestos. - porque a faculdade é puxada.

— Estamos com saudades filha. - fiquei mais calma.

— Eu também pai. - falei me encostando no sofá. 

— Precisamos nos ver, e a propósito amanhã eu vou ter plantão, e Luce vai ficar presa na empresa pela parte da manhã.

— Hum. - murmurei descascando o resto de esmalte preto que tinha na minha unha.

— E as crianças vão estar na escola, menos Clary e Ammy, você sabe que ainda não achamos uma creche para elas. - eu e Castiel nos entreolhamos desconfiados.

— E Leni está de folga amanhã. Então pensamos em deixar as duas pequenas aí com vocês e também uma lista de compras. Leni esqueceu de ir ao supermercado. - arregalei os olhos junto com Castiel. O meu meio irmão começou a balançar a cabeça pra um lado e para o outro.

— Filha? Ainda está aí?

— Estou pai.

— Vocês poderiam fazer isso pela gente? - Castiel estava na minha frente falando a palavra não silenciosamente. Sua cabeça movia para um lado e para o outro freneticamente, indicando que não era para mim concordar com aquilo. 

Eu me sentia infinitamente culpada por ter recusado minha própria família por 1 semana e três dias. E essa seria a melhor coisa há se fazer como uma desculpa certo? Certo.

— Claro que sim pai. - joguei a cabeça para trás fechando os olhos, e sentindo Castiel desmoronar ao meu lado controlando sua raiva.

— Que bom filha, passo aí amanhã as 8 horas, te amo.

— Eu também te amo. - apertei em encerrar chamada.

— Ficou louca?! - Castiel exclamou. Eu notei como os seus músculos se flexionaram com esse ato. Que foi? Ele tava sem camisa, é completamente normal eu observar esse tipo de coisa.

— Cale a boca porque eu mandei você atender e você não quis. - falei me levantando e seguindo para a cozinha para pegar minha pipoca. 

— Mas... - ele falou me seguindo e se sentando em um dos bancos do balcão americano.

— Aliás...Você me deve uma por eu ter colocado comida para Bruce, quando você fez o favor de não voltar para casa, e ainda ter me deixado sem café da manhã. - coloquei várias pipocas na boca, vendo ele abrir a dele mas fechar logo em seguida por não ter mais argumentos.

Sorri passando por ele.


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam, favoritem e sejam felizes, kkkkkk. Bom, foi isso garotinhos, vou postar com mais frequência. Fiquem ligados hein? Amo vcs. bjinhos. ❤️



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