Tu & Eu
Não entenda como eu entendo...
Sereno, passos doces, frígido ao tempo.
Não enxergue como eu enxergo...
São estações torpes de um destino disléxico.
Não respire como eu respiro...
Todas as rodovias exalam os mesmos suspiros.
Não toque como eu toco...
O baixo ainda é considerado um instrumento sonoro.
Não sinta como eu sinto...
Levanta-se poeira em cada móvel velho encardido.

Sentido recíproco e mútuo, sempre contando...
Sobre estrelas mortas, perdidos e bandos.
Posso te contar uma história de dormir essa noite,
Mas talvez ela te faça permanecer acordada.
Porque se teme cada entonação que dou a essas palavras,
É motivo suficiente para deixa-la assustada
E de baixa-autoestima.
O quanto estima minha companhia nesse quarto velho?
O quanto guarda minha cadeira com tamanho esmero?
Viro-me ao seu rosto buscando sorriso sincero,
Todavia, será que vejo?
Se saboreia como saboreio,
Teus lábios ainda podem tocar os meus em beijo?
Oh, é tão tarde, seria hora de histórias ou alardes?

Alarmes que nos distanciam em valsa...
Pretendo cobrar da serena brisa calma,
Acalmando nervos, acalentando desejos.
Se a sua coberta nos cobre,
Ela esconde nossos anseios verdadeiros?
Torço para estar errado, quero que esteja certa...
Vias, placas e sinais piscam em alerta.
Eu devo ouvi-los, eu devo parar;
Pois se eu continuar, o amanhã pode nunca chegar.

E não é o que queremos...
Não é o que almejamos.
Esqueci-me de te contar para que
Não ame como eu amo.
Meu erro não é o seu,
Minha vida não é a sua,
Meus sonhos não são teus,
Minhas lembranças não são tuas.

Por isso, continue deitada ouvindo minhas histórias...
Elas possuem outra carga agora, eu sei...
Tentei e tentei, porém no fim, falhei.
Tudo que posso te fazer é ler
Escrituras que ainda consigo entender.
Só que ainda não sei dizer o porquê,
Dessa revelação que fiz à meia-noite
Para você.

~Gabriel.