O Mago das Espadas Aqueles que Buscam seus Sonhos escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 39
Quando Cai a Máscara – Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Magos e Magas, estamos de volta com mais um emocionante capitulo de O Mago das Espadas!!!

Neste capitulo teremos a continuação do dialogo de Soluço e Jack e novas descobertas envolvendo o pai dos irmãos Hamada, além do embate ideológico dos dois irmãos... com um final chocante!

Curiosos?
Leiam e descubram, desde já uma boa leitura vamos ao capitulo da semana!!!



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Sonhos... não há uma só pessoa que não tenha um sonho, um desejo, uma ambição a cumprir. Pode ser desde escrever um livro, trabalhar em um lugar importante, conquistar uma posição muito almejada e até ser rico.

Alguns sonhos são bem difíceis de se conquistarem, sendo que a maioria desiste deles ao longo do caminho ou muda de sonho, mas existem aqueles que fazem de tudo para que seus sonhos se tornem realidade... mesmo que para isso tenham que ferir alguém próximo...

E Hiro estava preste a descobrir isso da pior maneira possível.

— Você quer que eu rasgue a carta que recebi de Draconia? – Indaga o menino sem entender.

Isso mesmo! – Brada o Hamada mais velho. – Quero que você rasgue aquela carta de admissão que ganhou do professor Kojiro e jure nunca pisar em Draconia, ou eu juro por Althena que você nunca mais vera aquela pilha de sucata!!!

Hiro balança a cabeça não entendendo aquela atitude. Havia recebido a carta de admissão na mesma manhã da operação contra Yama, de início nem se ligou, achou que era um trote, tanto que a jogou fora, mas depois quando ouviu a conversa de sua tia e do professor Kojiro no hospital, entendeu que era verdade. Ele havia sido chamado para estudar na mesma escola de seu irmão. Seria um mago, apreenderia magia, ficaria mais forte e isso poderia ajudá-lo em sua busca por Weltall... mas isso levaria tempo demais e tempo é o que ele não tinha Yama poderia estar desmontando Weltall encanto pensava, ou força-lo a lutar, ou uma infinidade de coisas horríveis que ele não conseguia imaginar.

Draconia teria que esperar... ou nem se quer iria para lá, havia coisas mais urgentes do que estudar, precisava agir e rápido. Por isso...

— Escuta aqui! – Chama o menino. – Eu não quero saber de escola nenhuma, tudo o que eu quero é achar o meu amigo, não me importo de estudar magia ou me tornar um mago... eu não preciso disso!

Tadashi serra os olhos.

— Por isso eu não preciso de porcaria de carta nenhuma, pode pega-la na minha lixeira e rasga-la e usar como papel higiênico... EU NÃO LIGO!!! – Brada o pequeno gênio demostrando todo seu rancor e esperando que seu irmão cala-se a boca, mas não aconteceu.

— Isso não adianta! – Responde o mais velho. – Você precisa rasgar pessoalmente e dizer que recusou o convite, porque caso outra pessoa o faça, continuaram mandando cartas até você responde-las!

O garoto estava ficando revoltado com aquilo.

— Dane-se! Eu quero que você e sua escola se ferrem, nunca que eu iria estudar em uma escola que te transformou... nisso! – Exclama o menino com nojo.

— Como é? – O rapaz se olha. – Me transformou nisso?

— Exato!!! – Brada o menino. – Você podia ser quieto e até recluso, tínhamos nossos desentendimentos, mas você ainda era meu irmão... apesar de não termos mais nossos pais ao nosso lados a tia Cass lutou muito para nos criar como se fossemos seus próprios filhos! Elas nos deu amor e carinho e enfrentamos todos os desafios e dificuldades juntos, éramos uma família! Mas foi só você ir para essa maldita escola e se embebedar pela “magia”, que se esqueceu de quem somos... esqueceu que você já foi um “verme”, “um não-mago”, esqueceu suas origem e agora age como se tivesse um rei na barriga!

Tadashi ouvia tudo com um olhar sombrio.

— Três anos sem resposta, três anos sem notícias e de repente volta como se nada tivesse acontecido, me separa do meu melhor amigo e agora está querendo que eu não vá para Draconia? – O menino encara o mais velho e inquere. – Porquê?!

— Porquê?

— É, porque você não quer que eu vá para essa escola? É medo de seus amigos saberem de suas origens pobres, ou medo de que eu te envergonhe? – O pequeno gênio aponta o dedo indicador direito para o irmão. – Me responda... Tadashi?!

O mais velho bufa em raiva, era incrível como aquele fedelho conseguia o irrita-lo... mais ele estava certo em um ponto.

— Exatamente! – Responde Tadashi, fazendo Hiro serra os olhos. – Eu tenho vergonha sim, de você, um mero moleque que diz odiar a magia, encarrar nós magos bem nos olhos, questionando nossa autoridade e até nos desafiando. Alguém que desafia o destino imposto por nós e se rebelando contra as leis sagradas da magia.

— Leis sagradas?! – Os olhos de Hiro arderam em ódio ao ouvir aquelas palavras. – Que leis?! Leis que vocês distorcem e retorcem ao bel prazer para conseguir o que querem, foi essa mesma ideologia insana que acabou com Yamato e Gaurasia! Uma ideologia porca, que oprimi o mais fraco e quando vocês vem que alguém os está ameaçando... os tiram do caminho... como fizeram com papai e mamãe!

Tadashi arregala os olhos ao ouvir aquilo.

— O que você disse?!

O menino encara seu irmão bem nos olhos, era hora de ele ouvir umas verdades.

— Um ano depois que Weltall chegou recebi uma carta de nosso pai, me explicando o motivo de ter nos deixado com a tia Cass!

O Hamada mais velho ouvia atentamente.

— Isso... não é possível...

— Mais é! – Responde o menino no ato. – Na carta ele dizia que estavam fazendo uma pesquisa revolucionaria que poderia ajudar o mundo todo! Mas que pessoas de má índole queria usa-las para fins escusos, assim nos colocando em perigo! Disse também que já sabia que você estava estudando magia e que eu ainda era novo e precisava de proteção, por isso ele me enviou o Weltall!

Tadashi serra os dentes.

— Nossos pais estão mortos!!!

— É mesmo? – Debocha o menino. – E como você sabe? – Hiro começa a caminhar envolta do irmão. – Procurou por eles nesses três anos, ou ficou passeando com seus amigos magos?

O Hamada mais velho começava a ficar irritado.  

— É melhor medir as palavras moleque... você não vai quer me ver com raiva!

Hiro ri.

— HÁ! Eu vou sim! – Exclama bem diante dele. – Eu quero respostas tipo... o porquê de você não quer que eu vá para Draconia, o que fez nesses três anos longe, qual o seu envolvimento com o Yama e o mais importante... onde está o Weltall?! Por que algo me diz que você sabe, senão não teria me ameaçado!

O rapaz serra os olhos encarando seu irmão mais novo, e pode perceber... ele não era tão idiota assim.

— Quer a verdade? – Questiona o mais velho fitando o mais novo bem nos olhos.

— Mas do que tudo... bota par fora!

O rapaz respira fundo era hora de acabar com a inocência de seu irmão e só de pensar nisso já o deixava feliz.

 Dentro da barreira de runas...

— Mas o que é isso?! – Questiona Jack com o fichário de Soluço nas mãos. O albino havia atendido a solicitação do amigo de abrir nas primeiras páginas, ele obedeceu e se deparou com um desenho muito familiar, era um robô, com designer incomum para os padrões de maquinas que ele havia visto, magro, com arestas em forma de asas e olhos cor de âmbar e no seu centro que seria seu núcleo havia um objeto fossilizado em forma de cruz. Um objeto estranho para servir de núcleo, mas depois ele olhou o restante da página e viu que o objeto em forma de cruz estava desenhado ao lado, muito mais detalhado e com inscrições que diziam:

“Registro n°19 do Projeto Anima.”

“Após dias de investigações minha esposa e eu conseguimos achar o que parece ser os resquícios de uma intensa batalha que ocorreu há vários séculos atrás. Os equipamentos mostram resquícios de Aura residual em todo o vale, encontramos várias rachaduras, aberturas e fissuras que qualquer um acharia que foram causados pela erosão, mas após os resultados descobrimos que todas as deformidades no vale foram causados por golpes e explosões de Aura!!!”

Jack arregalou os olhos ao ler aquilo.

“Registro n°20 do Projeto Anima.”

“Vasculhamos vários locais do vale de Yamamoto, local que os monges chamavam de ‘O vale do Fim’, esse nome vem do fato de ser a última linha de defesa que os monges armaram para proteger nosso povo. Era o último passo para que os magos pudessem conquistar nossa terra. E foi aqui que os monges lutaram e triunfaram diversas vezes... mesmo perdendo muitos dos seus.”

“E neste vale aparentemente deserto foi que entramos itens realmente fascinantes!”

Jack vira a página.

“Em uma caverna um pouco afastada, encontramos dois esqueletos. Um estava jogado ao chão de costas, haviam trapos de uma roupa negra envolta da ossada e sua face esquelética estava coberta por uma máscara kabuki. Minha esposa imediatamente deduziu que aquele deveria ser ‘um Kabuki Negro’, personagem das antigas lendas de Yamato, que aparecia de tempos em tempos, levando caos aonde passa-se. No entanto não foi a ossada do suposto Kabuki negro que nos surpreendeu... e sim a outra. Estava sentada em posição de meditação, podíamos sentir sua Aura, mesmo ele não existindo mais, suas roupas brancas e negras rasgadas tremulando com a brisa que entrava na caverna, luzes do Sol passavam por entre as frestas iluminando o antigo guerreiro em seu repouso e em seu pescoço um velho crucifixo todo fossilizado tremulava.”

“Com cuidado removemos o crucifixo e a máscara de ambos os esqueletos que logo em seguida viraram pó... era como se estivessem nos esperando para leva-los de lá...”

— Uau! – Exclama o albino impressionando com o que lia.

— Continua lendo... tem mais. – Comenta o herdeiro de Berk ao amigo que logo retorna a leitura.

“Registro n°21 do Projeto Anima.”

“Após retornamos ao nosso centro de pesquisa começamos a analisar todos os objetos encontrados no vale de Yamamoto, em especial o crucifixo e a máscara. Descobrimos que ambos os objetos emitiam Aura... o que era uma surpresa para nós, já que sabemos que objetos inanimados não emitem Aura... era mais um mistério a ser solucionado.”

­Frost vira outra página.

“Registro n°30 do Projeto Anima.”

“Após várias estudos e testes conseguimos identificar o ano dos objetos... data de duzentos e cinquentas anos atrás, o que comprova nossa teoria de que naquela época alguns monges voltaram do exilio para proteger nossa terra de uma nova invasão dos magos. Esse fato revela que mesmo após séculos longe, os monges de Yamato continuavam a proteger nossa terra, mesmo banidos e forçados a abandonar suas artes, eles voltaram para lutar e graças a mais esse sacrifício, nosso povo pode sobrevier e prosperar.”

— Como é quê?! – O mago do gelo não compreende aquelas palavras. – Soluço, pelo que sei Yamato foi invadida a cinco séculos atrás! Depois disso nunca ouvi nada sobre uma outra invasão. 

— Eu também fiquei surpreso quando li essa parte Jack. Mas pelo que parece algum grupo de magos tentou invadir esta terra novamente, enquanto ainda estava em sua restruturação, os monges que deixaram esta terra e se espalharam pelo mundo voltaram mais uma vez para defendê-la. Mesmo que seus nomes e feitos nunca fossem lembrados, eles lutaram... pelo futuro de seu povo!

Jack fica estático ao ouvir aquilo, conhecia pouco sobre os monges, mesmo o professor Kojiro não falava muito, mais sua maior surpresa foi não ver nenhuma menção a eles justamente em sua terra natal, era como se quisessem esquece-los.

— Pobres guerreiros... mas... o que os monges de Yamato tem a ver com essa cruz fossilizada e o tal robô que lembra o Weltall? – Questiona o rapaz ao voltar para as primeiras páginas e mostrar a gravura do robô e do crucifixo. – O Tadashi pesquisou isso?

Soluço respirou fundo, era hora de suas suposições.

— Pois bem Jack... essa parte foi de uma das páginas que tinham no memory pc destruído, o nome da pasta era “registros de um tolo”.

— “Registros de um tolo?” – Indaga Jack. – Bem sutil para algo que você mesmo criou, hein?

Soluço balança a cabeça.

— Só que não foi o Tadashi quem escreveu isso Jack.

— Quê?

— Repare que tem uma assinatura no final de cada uma dessas páginas.

O albino ouve o amigo e verifica e realmente havia uma pequena assinatura.

— “K.H.”? O que isso quer dizer? – Pergunta o mago do gelo e o berkinao responde:

— São as iniciais para Kenzo Hamada... o pai do Hiro e do Tadashi!

Os olhos e boca de Jack se arregalam ao ouvir aquilo.

— O PAI DO TADASHI ESCREVEU ISSO?!!!

— Certeza absoluta, lembre-se que o Tadashi assina tudo com um “T.H.”, inicias para Tadashi Hamada.

A mente de Jack tentava computar o que ouvia, pelo visto o pai de “seu amigo”, era alguém brilhante.

Mas...

— Tá bom, o pai do Tadashi escreveu isso, mas parece que tá faltando coisa aqui.

— E esta! – Afirma Soluço. – Os registros estão incompletos, o mais importante não está transcrito ai, pois não estava no pc. Mas mesmo assim eu conseguir entender uma coisa.

— O quê?

— Que o pai de nosso querido “amigo”, estava fazendo uma pesquisa relacionada aos monges de Yamato e a antiguidades, ou itens pessoas deixados por eles!

Os olhos de Jack se arregalam ainda mais.

— Soluço... diga que você não disse, itens pessoas e antiguidades!

O rapaz pisca.

— Mas eu acabei de dizer!

— NÃO ERA PRA REPETIR!!! – Berra o albino que fecha o fichário e o devolve ao amigo. – Toma, fica com essa pesquisa, enterra, queima, faz qualquer coisa, mas DEIXA ISSO LONGE DE MIM!!! – E começa a se afastar com as mãos sobre a cabeça.

— Ô Jack que isso precisamos continuar ao assunto! – Exclama Soluço correndo e pegando o braço do amigo que se solta na mesma hora.

— Não temos não! – Berra o albino. – Cara, posso ser meio burruinho, mas não sou relapso, eu sei muito bem o que os termos “monge, antiguidade fossilizada e itens pessoais”, querem dizer!

Soluço fecha a cara e responde:

— Relíquias.

— EXATAMENTE!!! – Exclama Frost. – Nos dois sabemos muito bem que o estado de uma Relíquia adormecia é a fossilização e pelo que eu li ele não achou uma... e sim DUAS!!! – Berra mostrando dois dedos.

— Da pra para de gritar? – Questiona o herdeiro de Berk sério.

— Não, não dá! – Berra o rapaz. – Mano é sério, já estamos encrencados e você quer que a gente fale sobre uma pesquisa envolvendo Relíquias? Se o Tadashi escondeu isso, deve ter algum motivo!

— É esse motivo que precisamos entender, Jack! – Exclama o berkiano. – Nossa vinda para cá, pode muito bem ter tudo a ver com esse projeto!

— Como? – O albino se vira encarando o amigo que olha para o fichário.

— Mesmo não estando completo nós sabemos que o Projeto Anima, como está escrito aí, deu resultado!

Ao ouvir aquilo o olhar de Jack fica sério, seu coração começa a bater mais rápido e suas mãos a formigar.

— Que papo é esse Soluço?

O berkiano continua.

— Que nós vimos o resultado desse projeto, alias... nós sentimos ele!

Jack começava a ficar irritado.

— Soluço é melhor parar!

— Não dá Jack! A resposta estava na nossa cara o tempo todo, o pai do Tadashi conseguiu amigo, algo que magos tentam a séculos... ele ultrapassou a barreira!  

— Para!

O ar começa a esfriar.

— Ele consegui Jack, mesmo sem sabermos como, ele conseguiu!

Cristais de gelo começam a se formar em suas mãos.

— Soluço...

— Ele trouxe...

— Para...

— Alguém de volta a vida!

Esse foi o limite para o rapaz!

— EU MANDEI PARAAAARRRRR!!!

A voz de Jack ecoa, um brado de raiva e resignação tomam posse de seu corpo e o resultado foram inúmeros cristais de gelo se espalhando a sua volta. Soluço rapidamente pula para trás evitandos ser empalado pelas estacas de gelo que se formavam envolta do amigo que se propagou por todo o espaço em que estavam, graças a barreia de runas o efeito ficou concentrado apenas lá dentro, sem ferir ou atingir ninguém.

Quando os cristais de gelo pararam, Soluço encarou seu amigo que tinha a cabeça baixa, lágrimas caiam de seus olhos e seus dentes estavam serrados, assim como suas mãos que caiam pequenos cristais de gelo... ele estava furioso.

— Jack...

O albino levanta a cabeça encarrando o berkiano, seus olhos estavam mais azuis do que nunca, parecendo duas safiras e sua voz sai com amargura e fúria.

— Não... existe... maneira... de trazer... os mortos... de volta...a vida! – Diz apontando o dedo indicador direito para Soluço.

— Eu sei. – Responde o moreno. – E também sei como o assunto Relíquia te incomoda.

— ENTÃO PORQUE COMEÇOU?!!! – Rebate o albino em fúria. – Você sabe o quanto eu desejei, o quanto eu rezei, para que “ela” tivesse ficado... mesmo que o corpo dela tivesse padecido... ainda poderíamos conversar!

Soluço fechou os olhos, sabia da magoa de Jack, sabia bem como ele reagia, por isso pediu para que ele erguesse a barreira, já temendo essa reação.

— Jack... – Soluço se aproxima do amigo. – Ela não tinha assuntos inacabados, a missão dela aqui, havia acabado... você a libertou, a salvou de Breu!

— EU SEI!!! – Brada o rapaz. – Eu sei... é que... – Ele se vira, não conseguia terminar, a mera menção “dela”, fazia todas as suas memorias, erros e culpas voltassem. Mesmo que ela nunca o tivesse culpado, ele não sentia isso. Sempre pensou em uma maneira de traze-la de volta, mas reviver alguém era um tabu no mundo da magia, mesmo assim muitos tentaram... e só causou desastres... – Ninguém volta a vida... você sabe disso, as Relíquias são artefatos que encerram em si as almas de antigos guerreiros que precisam de pessoas vivas, para poderem lutar novamente.

— Eu sei. – Responde Soluço. – Mais... e se déssemos um corpo a Relíquia?

Aquelas palavras fizeram Jack ergue a cabeça e fitar o amigo.

— O que você disse?

— Jack... nos vimos um robô lutar como nenhum outro, as técnicas dele eram muito precisas para uma máquina. Mesmo que você programe um robô leva alguns segundos para responder... ele não! Você via ele reagir as ordens do Hiro em perfeita sincronia, aqueles golpes não eram de um amador ou de máquina adestrada, eram golpes de um mestre!

O Frost abre a boca não acreditando no que ouvia.

— Soluço... você tá querendo me dizer que aquele robô é uma...

— Sim Jack... ele é! – Responde Soluço com firmeza. – E por isso o Tadashi veio para cá e nos usou! O propósito dele dever ser...

De volta ao monumento dedicado aos monges de Yamato...

— Então você quer saber o que eu estava fazendo nesses três anos longe de casa? – Questiona o Hamada mais velho.

— Sim, eu quero! Duvido que tenha voltado para um passeio com seus amigos ou para matar as saudades. – Diz Hiro com ironia. – Fala logo!

Tadashi ajeita sua gravata, suspira e depois sorri com a cara mais simples do mundo.

— Eu estava salvando o mundo.

— Ah... salvando o mundo? – A cara de Hiro era de total espanto e incredulidade. – Que papo é esse, de salvar o mundo?

O Hamada mais velho continua sorrindo.

— Como disse, salvando o mundo... de nosso pai!

Os olhos castanhos do pequeno gênio se arregalaram ao som daquelas palavras. Seu irmão que ele odiava tanto estava dizendo que estava salvando mundo... isso ele não acreditaria nem em um milhão de anos, mas ao ouvi-lo citar seu pai...

— Que história é essa?

O Hamada mais velho fica sério.

— Entendo que deve ser difícil para alguém que vê o pai como um cientista e projetista brilhante, que criou uma máquina super inteligente que age e pensa igual ao um humano, mas a verdade seu verme... é que ele tem um lado obscuro!

Hiro serra os olhos, não estava gostando do tom daquela conversa.

— E o que seria esse lado obscuro?

E Tadashi sorri, um sorriso de puro cinismo e frieza e lentamente ele revela a seu irmão caçula:

— A criação de armas de destruição em massa!

Um ar gélido percorreu as entranhas do menino, como um espirito maligno que tenta se apoderar de uma alma. Seu pai, o homem que criou Weltall e lhe confiou sua guarda, estava criando armas?

Isso não era possível...

— Eu não acredito...

— Não acredita? – Questiona o rapaz irônico.

— Claro que não! – Brada de volta. – Desde que voltou você só fez ameaças, tramoias e contou mentiras! É muito fácil dizer que estava salvando o mundo, mas cadê as provas? Cadê as provas dessas tais armas de destruição em massa que você falou, posso não ter convivido com ele, mas eu duvido que ele iria criar algo que ameaçasse vidas alheias!

Os olhos do menino brilhavam em ódio, não bastasse telo separado de Weltall, agora estava querendo difamar seu pai.

— Você quer provas? – Questiona o mais velho sem se alterar. – Eu as tenho. – Mete a mão direita dentro do paletó, retirando um pequeno dispositivo cilíndrico e o joga para seu irmão que pega.

— O que é isso?

— Um dispositivo portátil de dados, é pequeno mais consegue gravar algumas coisas e ai eu gravei o legado macabro de nosso pai... é só conectar na sua memory box que as imagens vão aparecer. – Explica o Hamada mais velho.

De início Hiro hesitou, acreditar em seu irmão poderia ser um erro, ele poderia estar mentido, mas sua mente clamava por respostas, precisava sanar suas dúvidas e após pensar um pouco, pega sua memory box e conecta o disposto, de imediato um barra de carregamento aparece na tela da box, logo em seguida uma página com imagens fica disponível e com os dedos trêmulos o menino acessa o conteúdo.

O resultado... o deixou sem chão...

— O que... é isso?

— Como eu disse o lado obscuro de nosso querido pai... te apresento o modelo de ataque e destruição em massa de longa e curta distância... codinome... METAL GEAR RAY!!!

As mãos de Hiro tremiam enquanto segurava a sua memory box, nelas uma imagem de um imenso e aterrorizante robô estava disposta. Diferente do GRAD que media de dez a doze metros, a máquina que ele via a sua frente deveria ter de trinta a trinta e cinco metros de altura. Lembrava uma grande araria, seus braços eram como nadadeiras, seus pés cilíndricos e reforçados com o que aprecia uma liga de metal maleável. Havia aberturas na blindagem que podiam conter metralhadoras ou lançadores de foguetes, atrás do grande robô uma longa cauda repousava e sua face era a cosia mais medonha que Hiro já tinha visto... era triangular e podia ser aberta como mostrava os desenhos, onde o robô poderia disparar um potente canhão hidráulico que poderia cortar até diamante e seus olhos eram da cor verde como joias do mundo dos mortos.

Seus pequenos dedo passavam as fotos, dados sobre o imenso robô, tamanho, movimentação e submersão! Ele poderia se locomover de baixo d’água!!! Projetistas ainda estavam começando a implantar essa possiblidade, mas o que deixou o menino mais apavorado foi ver a última foto, um grupo de pessoas de jaleco branco reunidas com o tal Metal Gear atrás deles. Uma dessas pessoas era ninguém menos que...

— PAI!!!

— Isso mesmo, é o nosso pai! – Responde Tadashi. – E antes que você pense que é uma montagem, pode examinar com calma o detalhe do robô, pode ver que ele tem, como posso dizer a marca registrada de nosso velho.

— Marca registrada?! – Indaga Hiro atônito.

— A função de movimentação. – Responde o mais velho. – Nosso pai sempre pensou em robôs com movimentos e gestos mais fluidos, esse robô não é uma exceção, ele tem isso e um sistema de mira periférico de alta precisão que escaneia tudo e qualquer alvo já dando um resultado detalhado de quem está a sua frente... isso te é familiar?

Como não seria! O escâner de Weltall fazia justamente isso, ele dava todos os detalhes do indivíduo, sua condição de saúde, onde estava e melhor maneira de pega-lo.

— Eu...

— Está chocado ao saber que nosso pai não era o santo que você pensava, não é? – Debocha Tadashi. – Felizmente ele teve a lucidez de fugir antes do projeto estar completo.

— Fugir?! – Indaga o pequeno gênio.

— Isso mesmo, antes do projeto ser concluído ele fugiu com os dados finais para finalização do Metal Gear, ou seja, só ele poderia finalizar o robô, sem ele... todo esse metal é... sucata!

As mãos de Hiro tremiam ainda mais, as palavras de seu irmão se encaixavam nos dados da carta deixada por seu pai. De que ele e sua mãe estavam criando algo que poderiam ajudar muitas pessoas e quem sabe o mundo! No entanto pessoas de má índole queriam usar suas pesquisas para fins escusos... ele finalmente entendeu o que eram esses fins escusos.

— Então foi por isso que ele nos deixaram com a tia Cass! – Responde Hiro.

— Exatamente, ele nos abandonou aqui e foi resolver a burrada que ele fez, o problema é que ele fez outra burrada no processo!

— O quê?!

— Ao invés de destruir o projeto para que ninguém pudesse continua-lo, aquele idiota o deu continuidade sozinho! Sua ânsia por fama e poder era tanta que ele levou nossa mãe junto na esperança de criar a máquina perfeita, algo que só ele achava que poderia criar e nisso ele criou duas aberrações!!!

— Aberrações... – Hiro murmurava.

— Sim! E após ver que havia feito outra burrada ele joga essas duas aberrações para nós!

Hiro já imagina o que Tadashi diria, ele claramente estava se referindo aos...

— Robôs que nosso pai nos mandou...

— Exatamente! – Brada o mais velho. – Duas maquinas criadas pela mente doentia de um homem que queria dar uma de “criador”, um lunático que deixava a mulher e o filho sozinhos enquanto pesquisava, o que mais me irritava é que ela nunca reclamava, dizia que ele estava fazendo o bem... como ela era inocente e tola, uma linda mulher casada com um babaca de nerd! Ela merecia coisa melhor!!!

As voz de Tadashi demostrava toda sua fúria, mostrava um ódio latente contra um homem que não estava mais ali e mesmo assim ele tinha o prazer de ofende-lo e queria fazer Hiro sofrer também, afinal como ele mesmo dizia:

“Era minha cara quando bebê!”

— Então Hiro... surpreso ao ver que seu herói, na verdade era um vilão, como esses cientistas havidos para testar suas pesquisas doe-a-quem-doer, essa é a face dele e futuramente será a sua, isso se continuar seu caminho!

Hiro não responde, apenas encarava a memory box.

— Não fique assim! Se você abandoar esse caminho, pode continuar brincando de polícia e ladrão, ninguém vai te culpar, é o fim de pessoas que tentam enfrentar o destino... elas sempre perdem!

Ao dizer essas palavras o Hamada mais velho se aproxima.

— Basta apenas abandonar aquele robô, ninguém vai te culpar.

Do bolso da calça saca sua varinha.

— Basta apenas esquecer dele, de nossos pais, da tia Cass, de mim.

Para diante dele.

— E principalmente... daquele robô.

Ergue a varinha que brilha na cor branca, um sorriso de triunfo se forma em sua face, seu plano pode ter tido alguns problemas, mais finalmente estava concluído, depois disso ele teria que fazer o mesmo com tia Cass, mas seria bem mais fácil, depois disso ele seria o último Hamada!

“Adeus Hiro, que você se torne uma página em branco nesse mundo, sem lembranças, sem passado e principalmente sem futuro!”

E abaixa a varinha entoando o feitiço.

— Oblivion!

E desse a varinha para tocar a cabeça do menino. Essa magia consiste em apagar parte da memória de um indivíduo dependendo da quantidade de Aura utilizada. Em pequenas doses apaga um dia, mais forte uma semana, com muita Aura como Tadashi estava para utilizar... apagaria a memória da pessoa por completo, ela seria uma página em branco neste mundo, sem lembranças, sem passado, sem vida, um destino pior do que a morte...uma magia cruel que é proibida veemente em Draconia, que Tadashi fez questão de apreender para seu momento de triunfo.

E por fim ele deixou sua varinha pousar sobre a cabeça do menino, um grande clarão branco cobriu todo o memorial, o mago focava toda sua Aura na magia, não se sentia mal e nem cansado, não era a primeira vez que utilizava essa magia, sua preferida por sinal, só que apagar uma mente por completo levava cinco minutos e tinha de ser rápido para que seu professor e amigos não percebesse a liberação de Aura, foram momentos decisivos para o Hamada que escondia sua real face em uma máscara de bom menino, mas na verdade era uma víbora que fazia de tudo para que ninguém atrapalhasse seus planos... planos esses que envolviam tirar Hiro de circulação... para sempre.

— Weltall... – Sussurra o menino, que sente as lágrimas começarem a escorrer por seus rosto. Se sentia leve, sem culpas, sem magoas, sem dor, sem nada... sua mente ficava limpa, como se fosse um livro em branco, memorias desapreciam uma após a outra, esquecia de sua infância, de sua amada tia, de seus pais, do comissário Callaghan, Felix, a capitã Calhoun e principalmente de Weltall.

Em uma dessa lembranças que sumiam era dele pequeno pedindo para ver o núcleo de seu amigo, seus olhinhos se iluminaram ao ver uma cruz semi-prateada servindo de núcleo para ele, mas isso logo foi esquecido, como o resto de sua história.


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Notas finais do capítulo

E assim a mascara cai e Hiro sofre o flagelo de uma magia abominável.

O que acontecera com o pequeno gênio agora? O que significam a serie Metal Gear?! E porque Jack ficou tão abalado ao saber que o pai dos Hamada pesquisava Relíquias?

Essas e outras respostam você acompanha só aqui na saga O Mago das Espadas!

Agradeço a todos pelo apoio e carinho que dão a esta historia, um bom final de semana para todos e até a próxima!

Musica de fundo quando Hiro descobre sobre seu pai até o final do capitulo: https://www.youtube.com/watch?v=JyE0UabtLn0



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