Toda essa lembrança passou pela mente de Lupin, mas nada conseguia segurar o que estava sentindo naquele momento, olhando a alma de Harry em seus olhos. Seu corpo apenas agiu, não conseguia segurar. Era como se a lua estivesse o controlando. Fora a ação mais intensa que já fizera durante anos. Por que um garoto de treze anos mexera tanto com o seus sentimentos assim?

Suas mãos apoiadas nos ombros de Harry as puxaram-o para perto de si. Ele sentiu o pequeno corpo dele quase sumir em seus braços, mas quando os seus lábios realmente se encontraram, era como se não houvesse nada: nem Hogwarts, nem bruxos, nem Aquele-que-não-deve-ser-nomeado os impediria de viver intensamente esse momento.

Lupin sentia as mãos de Harry agarrarem suas roupas, pedindo muito mais paixão. Suas línguas se encontraram e um fogo surgiu entre eles. Para um garoto que nunca havia beijado, ele mostrava talento; para um homem confuso de sentimentos, ele sabia bem o que queria.

O professor segurou com as duas mãos o rosto de Harry e o levou até o pilar mais próximo, com seus corpos e bocas unidas, desprendidos de qualquer pensamentos. O calor era vívido entre eles, suas peles se querendo. Harry sentia algo mais entre as suas pernas e era toda essa excitação que o fazia perder os sentidos. Lupin percebera o estado físico em que Harry se encontrava e por isso seu corpo pediu por mais. Lupin o tratava como uma pobre ovelhinha que caíra na armadilha do lobo, sedento agressivamente por mais emoção.

Harry não conseguia controlar suas ondas de tremor e nem seus pequenos gemidos. Todo esse sentimento era muito forte para um garoto de treze anos, mas nem por isso ele queria parar. Nem Lupin, que virara sua presa de costas para si. Agora Lupin possuía o pescoço de Harry entre beijos e mordidas enquanto suas mãos invadiam o tórax de Harry por baixo das roupas.

O baú com o bicho-papão arrastou-se um pouco pelo chão. A chama entre Lupin e Harry se apagou com o susto. Ambos se olharam confusos e tímidos.

— Eu… - Harry tentou falar, cerrando os pulsos, não querendo acreditar que todo aquele momento tinha acabado, mas ao mesmo tempo desnorteado.

— Acho melhor você ir para o seu quarto, Harry.

Lupin arrumou seus cabelos e secou as mãos em sua calça. Mais uma vez ele apoiou as mão nos ombros de Harry, só que agora o guiava para fora de sua classe, com uma certa raiva em sua voz.

— Professor, eu…

— Você se saiu muito bem na aula de hoje. Passar bem.

Lupin praticamente o expulsara dali e fechara a porta de um sopetão. O professor ainda com o gosto dos lábios de Harry na boca, pensava em como tudo aquilo tinha acontecido. Ele se apoiou na porta e fechou os olhos. James nunca irá me perdoar. Sou um péssimo amigo, beijei seu próprio filho.

Mas depois que seu aluno foi embora, ele pensou: será que era Harry ou James que queria ter naquele momento?