Destino: Nova York escrita por Bianca Lupin Black


Capítulo 15
16. Hóspedes




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Bianca, 7 de dezembro, casa dos Black

—Oi meu amor! Saudade – ele se inclinou para me beijar.

—Sai pra lá, idiota – empurrei-o. Sentia o álcool em meu hálito. – Chega perto de mim de novo e eu corto seu amiguinho fora.

—Isso acabaria com sua diversão, baby.

Dei-lhe outro empurrão. Não conseguia medir minha força neste estado, mas não o machuquei. Peguei outro cigarro e acendi.

—Ei, vai com calma. Está cheia de álcool e ainda vai fumar?

—Está com medo que eu exploda? Nah, só quero acender um pouco de fogo.

—Fogo? Eu posso lidar com ele, se quiser.

—Regulus Black, o bombeiro, não é um bom nome.

Ele me beijou, colocando as mãos em minha barriga por baixo da camisa. A pele de suas palmas era quente e causava-me leves arrepios. Distribuía beijos e chupões por todo o meu pescoço, e eu desabotoava sua camisa. Corri-a pelos ombros enquanto ele se livrava da minha blusa e baixou as alças do sutiã.

Terminamos de nos despir e “fizemos o que fomos lá para fazer”. Foi gostoso, até. Regulus mudou bastante desde o dia na sala precisa, quando seu corpo era magro e sem músculos. Ele sabia o que fazia – eu sabia que ele praticou com Meadowes!

—Foi bom para você? – perguntou, alcançando o copo de Whisky na mesinha.

—Foi ótimo. Queria que pudéssemos repetir mais vezes.

—Pode me procurar quando quiser, sabe disso.

—Talvez eu te procure amanhã – dei de ombros –, mas não se esqueça: ainda acho Sirius e Remus melhores que você.

—“Melhores” em que sentido?

—Não fumantes, menos idiotas…

—Meu irmão fumou até os dezesseis, se quiser saber – nunca senti cheiro de cigarro nele, mas tudo bem. – Case comigo, e eu te mostro quão melhor que eles posso ser.

—Não posso falar disso agora. Parece que meu sangue diluiu em cerveja.

—Ok, mas a proposta continuará de pé quando estivermos sóbrios.

—Pensarei nela. Sóbria.

Adormeci com a cabeça em seu peito, sentindo sua mão distribuir carinhos por meu corpo.

***

Me desvencilhei dos braços dele quando acordei. Minha cabeça doía e sentia a necessidade latejante de fumar. Beijei a bochecha de Regulus antes de sair em direção ao meu quarto. Remus estava acordado, olhando pela janela, e me estendeu, sem se virar, um robe de seda cor-de-rosa. Uma bandeja estava na mesinha de cabeceira, esperando por mim.

—Coma antes de tomar o remédio – aconselhou, enchendo um copo de água.

Engoli um pão com queijo antes de tomar o remédio para dor. Por impulso, abri a gaveta onde guardava o isqueiro e os maços.

—Vai fumar?

—Sei lá. Estou pensando em parar, sabe? Os cigarros fazem parte de uma fase minha, uma fase que já foi. E acho que não sou tão viciada a ponto de deixar isso me controlar.

A vontade de fumar ainda estava lá, mas talvez não como gana de tragar e soltar fumaça, só de pôr fogo em alguma coisa.

—Papel! – exclamei, pegando o guardanapo da bandeja.

Apertei o isqueiro e fiz a chama lamber a ponta do guardanapo. Pouco a pouco, o papel se consumiu por completo e eu assoprei, apagando a centelha e espalhando as cinzas pelo piso.

—Está feliz? – Remus perguntou, encarando a camada fina de poeira.

—Estou.

 

E estava mesmo. Da próxima vez que tiver o ímpeto de fumar, poderia queimar o cigarro e assistir. Dei uma gargalhada aguda e me joguei na cama. Remus cruzou os braços frente ao peito, rindo e negando com a cabeça.

—Hã… por mais que eu te ache linda e tal, vale lembrá-la que só está usando um robe.

—Ah, certo, obrigada. Vou tomar um banho.

Ele chamou Betty para preparar meu banho. Ela obedeceu depressa, mas com esmero. A água estava na temperatura perfeita e temperada com meus sais favoritos. Relaxei os músculos conforme afundava na banheira. Remus escorou-se na porta trancada para que conversássemos mais.

—Você não acredita no que ele fez —falei a certa altura. —Me pediu em casamento!

Ele ficou em silêncio por algum tempo, refletindo.

—Essa pode ser a sua chance!

—Chance de quê? De abrir mão do resto da minha vida?

—Não, tolinha—ele deu uma risadinha. —Chance de salvar Sirius.

—Desculpe, não peguei.

—Bem, nós precisamos tirar Sirius daqui, certo? Então o que faremos? Você chama James, Lily, Newt e Juliana para “te ajudar a planejar a festa” e enquanto você distraí Regulus, nós o resgatamos.

—Perfeito. Vou falar com ele depois do jantar.

***

Chegou a hora, o jantar. Me arrumei para o evento de gala que era jantar nos Black. Escolhi os sapatos e o vestido. Quando estava selecionando as joias, Regulus bateu à porta e disse:

— Imprevisto: Mary Lou e o filho estão aqui.

— Temos de distrai-los — disse Remus, e Regulus assentiu. — Se casem.

— O quê?

— O casamento será a distração de que precisamos para que eles não suspeitem que somos bruxos.

— E os elfos?

— Eu cuido disso. E você — ele garantiu, dando um tapinha no ombro de meu noivo — arranje anel, bebidas e todo o resto.

Estava chocada. Remus sugeriu que eu aceitasse o pedido de Regulus por Sirius e então, o chutaria. Não aguentei, tive que entrar na mente de Remus e saber que diabos estava pensando.

Atar as pontas. Resolver os problemas. Unir o útil ao agradável. Salvar Sirius. Eu a amo. Eu a amo. Casada. CAI FORA DAQUI, BIANCA.

Quando “voltei a mim”, ele estava de olhos semicerrados. Ele percebeu que eu li sua mente.

— Desculpe.

— Você sabe que eu te amo — ele riu — e te colocar no caminho de um casamento com um dos maiores babacas que já vi me dói. Porque te amo e quero te ver feliz. E convenhamos: ele não vai te fazer feliz como merece, porque, novamente, um babaca. Então por favor, deixe minha mente em paz.

— Deixarei — garanti. — Obrigada por cuidar de mim.

Ele beijou o topo de minha cabeça.

— Obrigada por cuidar de Moony. Vamos, senhora Black? — ele estendeu o braço para mim.

Aceitei o braço, torcendo nariz para o fato de ter me chamado de “senhora Black”. Eu nunca seria a senhora Black de Regulus.

Credence e Mary Lou estavam à mesa, sendo servidos pelos elfos transfigurados em humanos.

— Senhora Barebone — disse Regulus, se preparando para nos apresentar — esta é minha noiva, Bianca, e seu irmão, Remus.

Fiz uma pequena mesura para ela ao tomar meu lugar ao lado de Regulus e dei uma boa olhada em Credence. Alto, magrelo, rosto de desconfiança e postura encurvada. Vê-lo me fez lembrar de quando estive na biblioteca pensando no terceiro filho Black e na probabilidade de ser Credence.

Ele tinha idade para ser o irmão mais novo de Regulus, afinal. Por alguns segundos, nossos olhos se encontraram e esse contato me permitiu adentrar sua mente. Não havia nada complexo, apenas frases curtas. Casa quente. Bastante comida, e boa. Empregados. Feliz.

Pisquei, me concentrando na sensação das pálpebras apertadas. Uma voz sussurrava “no fundo” da mente dele, uma voz feminina. Não olhe para a noiva. Não deixe que ela leia sua mente. Tarde demais, queridinha. Eu já estou aqui. A mente dele estava muito confusa, pensamentos demais. Não consegui descobrir nada útil.

Me retirei quando Remus tocou meu ombro, Regulus brindava ao nosso noivado.

— Felicidades aos noivos — Mary Lou desejou e bebericou o Whisky, com um sorriso falso na minha direção.


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