Make a Memory escrita por Paula Freitas


Capítulo 14
Capítulo XIII – Sentimento


Notas iniciais do capítulo

“Estou apenas sonhando?... Ou isto que está queimando é uma chama eterna?”



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...

Eu havia aceitado conversar com o Eron com o único intuito de saber o que estava acontecendo com o Félix, mas ele me deu uma notícia que me deixou angustiado: Edith foi visitá-lo. Ela o viu, conversou com ele e até o beijou!

Pensar nisso fazia minha cabeça doer, assim como meu coração.

—... Eu preciso me acalmar, e... Não posso ficar pensando besteira.

— Isso. Não pensa mais nisso, tá?

Concordei com a cabeça, mas não conseguia parar de pensar.

— Eu preciso pensar em outra coisa, senão vou enlouquecer!

— É por isso que quero te ajudar. Que tal se nós fôssemos para outro lugar...

— Que outro lugar?

— Um local público, não se preocupe. Um bar, talvez... Uma danceteria...

Confesso que fiquei tentado a ir. Parecia fazer tempos que eu não me distraía, que não via outros lugares além do restaurante e da minha casa.

— Eu... Não, melhor não...

— Vamos, Niko, por favor!

— Não é uma boa ideia...

— Por que não, Niko? Sair um pouco só vai te fazer bem.

— Não, não quero. Eu prefiro ir para casa. Preciso ficar com meus filhos agora.

— Já que é por causa deles, tudo bem. Mas, pensa... Não vale a pena você, tão jovem e bonito, desperdiçar sua vida numa depressão sem fim. Você precisa voltar a viver, Niko. Voltar a sorrir, vibrar, se divertir... Pensa na minha proposta, vamos sair para outros lugares. É só como amigos, eu prometo.

Acreditei que suas palavras eram sinceras e fui sincero também.

— Eu não queria ter que dizer isso... Mas, você tem razão de novo, Eron. Eu preciso mesmo sair, fazer outras coisas além da minha rotina. Mas, hoje não. Eu ainda não estou preparado.

— Eu entendo. E espero que em breve você esteja preparado e aceite sair comigo. Sei que você precisa pensar, mas...

— Agora tudo que eu preciso é ir para minha casa.

...

Saímos do Café e cada um pegou seu rumo.

Ao chegar, fiquei cuidando dos meus filhos até eles dormirem. Por dentro, eu segurava a dor de pensar no Félix com a Edith.

Também fiquei pensando no que o Eron havia dito. Eu realmente precisava me distrair, porém eu não tinha a mínima vontade de sair de casa. Eu só ia ao restaurante por obrigação, mas minha vontade mesmo era me trancar com minhas lembranças e não sair mais.

Comecei a arrumar umas coisas na estante, já que o sono não vinha. Nos últimos dias eu ia dormir cada vez mais tarde, só quando já estava caindo de sono, pois sempre que me deitava, eu sentia minha cama gelada e vazia por meu amor não estar lá.

Na arrumação, achei uns discos antigos e também a velha vitrola que meu pai havia me dado de presente há muitos anos. Lembrei que eu ainda não havia contado para meus pais tudo que estava acontecendo. Mas, aquilo não era hora de ligar para desabafar.

Peguei alguns discos e a vitrola e levei tudo para meu quarto para ver se ainda funcionava. Não adiantaria tentar dormir, eu já estava praticamente sofrendo de insônia. Então, liguei o aparelho, escolhi um disco de músicas românticas e comecei a ouvir bem baixinho...

...

...

...

Depois de conversar com meu pai eu ainda não sabia se tinha tomado uma boa decisão ao decidir conversar com ele sobre as memórias confusas que me afligiam. Memórias ou apenas sonhos, eu não sabia dizer... Mas, sempre que eu tinha um sonho tão real eu sabia de algum modo que aquilo tinha um significado para minha vida. Eu só precisava encontrar qual.

Apesar de ter dito que ia descansar, eu ainda estava sem sono. Liguei, então, a TV do quarto e passei por vários canais até chegar num canal de músicas. Deixei neste e deitei na minha cama fazendo um esforço para trazer recordações à tona. Mas, o sono já chegava enquanto eu ouvia a música que dizia...

“Feche seus olhos, me dê sua mão, querido

Você sente meu coração batendo?

Você entende?

Você sente o mesmo?

Estou apenas sonhando?

Isto que esta queimando é uma chama eterna?”

...

...

...

...

Em meu quarto eu, deitado em minha cama, pensava no meu Félix enquanto acompanhava a música que dizia...

“Eu acredito que está destinado a acontecer, querido

Eu te observo quando você está dormindo

Você pertence a mim

Você sente o mesmo?

Estou apenas sonhando?

Ou isto que está queimando é uma chama eterna?”

Ouvindo músicas e chorando como se não tivesse mais nada que eu pudesse fazer, olhei pela janela naquela noite nublada... Quase tão nublada quanto meu coração. E quando já começava a chover avistei um ninho de passarinhos na árvore do meu jardim. Chovia e ventava e o ninho se desmanchava. Mas, um dos pássaros voava até o chão, pegava os pedacinhos do seu ninho e levava de volta... Pouco a pouco... Mesmo que caísse de novo ele não desistia... Ia lá e pegava de volta e reconstruía.

Que lição aquele pássaro me deu!

Acabei chegando a uma conclusão: eu ainda tinha sim muito a fazer. Eu não podia me dar por vencido. Ainda mais depois de tudo que fiquei sabendo.

Se o Félix agora era Cristiano, ele era outra pessoa... Alguém desconhecido e sem paixões, que podia se apaixonar por qualquer pessoa. Temi com isso pensando mil bobagens. Mas... Pensando bem... Se o Cristiano pode se apaixonar por qualquer pessoa...

Ele pode se apaixonar por mim!

Por que não?

Ele pode!

Porque sim!

Eu posso conseguir...

Eu precisava recuperar o meu Félix, nem que fosse na forma do Cristiano. Pois, não importava o nome ou as memórias daquele homem... Ele ainda era e sempre seria o meu grande amor.

...

...

...

“Diga meu nome, o sol brilha através da chuva

Uma vida toda tão só

E então você chega e alivia a dor...

Eu não quero perder este sentimento”

A música continuava... Dizendo-me coisas que eu não conseguia entender o porquê me diziam tanto. Eu já estava prestes a dormir, mas ainda pensava em tudo que eu já estava sabendo sobre mim e no quão pouco eu ainda sabia. Por que eu esqueci minha própria vida? Por que esqueci quem sou?... Quem realmente sou? Porque eu sei que não era como sou agora... De alguma maneira eu sei disso, porque ninguém me trata naturalmente. Mas, se esse que sou não é o Cristiano que eles conhecem... Quem sou eu?

Tais questões me davam um aperto na alma.

E esse quarto... Por que tenho a impressão de querer estar em outro lugar? Que outro lugar é esse que me chama, que me quer?

Eu sou um homem jovem, solteiro... Isso eu sei. Por isso mesmo, será que tem alguém me esperando lá fora? Será que tenho alguém importante de quem me esqueci?

Eu tentava pensar em todas as pessoas com as quais eu já havia falado desde o hospital até aqui e a única que ainda permanecia um mistério para mim era ele... O Niko.

Por que ele me desperta tanto interesse? Por que tenho tanta vontade de saber mais sobre ele? Por que não consigo parar de pensar nele?

Quem é você, Niko? Quem é você na minha vida?

...

...

...

Pensando nele e nas promessas que eu agora fazia a mim mesmo, acompanhei o refrão...

“Feche seus olhos, me dê sua mão, querido

Você sente meu coração batendo?

Você entende?

Você sente o mesmo?

Estou apenas sonhando?

Isto que esta queimando é uma chama eterna?”

— Félix ou Cristiano... Não me importa teu nome... Eu te amo. Não importa quanto tempo leve. Mesmo que você nunca se lembre de mim, eu vou te fazer ter novas lembranças... Eu vou te reconquistar. Porque te amo... E eu não vivo sem você.

...

...

...

No dia seguinte...

... ... -... Quando penso em você eu sinto uma coisa que... Eu não sei, não sei como explicar... C-Como direi isso a ele?

Vou tocar a campainha... Ou bato na porta?

Será que ele vai gostar desse arranjo de flores? É tão simples! Mas, é tudo que eu posso comprar. Tomara que ele goste. Mas, se bem que parece com ele. Simples e bonito.

Na verdade, ele é lindo!...

Como irá reagir?

— O que eu sinto por você é... É... Eu não consigo explicar! O que vou fazer? O que vou fazer?

Estou ansioso demais! Esse não sou eu! Eu não sou assim!

Ele abriu a porta!

— Oi!

Que olhos verdes maravilhosos olhando para mim...

— Oi!... É... É pra você.

Eu tenho tanta coisa pra dizer e só consigo dizer isso?

— Que arranjo lindo!

Ele gostou! Ainda bem que ele gostou!

— Eu... E-Eu... Eu não sei... Não sei nem explicar...

— Sentimento não tem explicação... É assim mesmo... Só existe.

Ele leu meus pensamentos! Não é possível! Disse justo o que eu queria ouvir. Agora só me resta...

— Posso te fazer uma pergunta?...

... ...

Abri os olhos questionando:

— Que sonho foi esse?!

Acordei assustado. Assustado, mas não como se tivesse tido um pesadelo... Foi mais para... Confuso. Isso! Acordei completamente confuso!

— Que sonho foi esse? O que significa? – Me perguntei outra vez e pensei naqueles olhos verdes bonitos que vi olhando para mim no sonho. E aquela voz...

— Niko! – Sim, era com ele que eu havia sonhado. Eram seus olhos, sua voz...

Mas... Por que eu fazia tais perguntas a ele? Por que tinha tais dúvidas? Por que... Por que queria agradá-lo?

Por que lhe falei de sentimento?

Que pergunta eu queria fazer a ele?

Será que...

Não, eu não entendo!

Eu não sei o que pensar.

Fiquei no quarto pensando nas mil questões e possibilidades que vinham a minha mente, mas para nada eu achava uma explicação. Volta e meia eu me recordava da frase que havia marcado meu sonho...

“Sentimento não tem explicação... É assim mesmo... Só existe.”

Sentimento?... O que tinha a ver sentimentos com tudo isso?

Seria por conta de um sentimento que eu não conseguia tirar o Niko do meu pensamento?

Por que eu tinha a clara impressão de que não poderia ter me esquecido dele? Por que tinha essa sensação de que ele era tão importante para mim que eu precisava recordá-lo de qualquer maneira?

Espera!... Eu já tinha me recordado dessa frase antes! Ela veio a minha cabeça assim do nada... Mas, agora eu sei de onde veio. Foi dele. Foi do Niko. Ele me disse isso? Mas, quando?

Pensando nisso sozinho em meu quarto, acabei ficando do mesmo jeito que estava sem sequer levantar.

— Já amanheceu!... "O sol brilha através da chuva"... - Foi a frase da música que recordei vendo os raios de sol pela janela do quarto. Como eu queria que o sol brilhasse para mim trazendo à luz as minhas recordações, a minha vida e acabando com o tempo nebuloso que era a minha mente.

Passei um bom tempo deitado, olhando para o teto, tentando entender minha vida... Até que o Jonathan chegou.

— Pai? Já acordou? Por que não levantou? Está se sentindo mal?

—... Não. Estou bem... Eu acho.

— Tem certeza?

Balancei a cabeça afirmando, mas eu não sabia bem como estava me sentindo.

— Quer que eu traga seu café na cama?

— Pode ser.

Ele saiu e alguns minutos depois voltou com meu café da manhã.

— O que foi? Você parece distante. – Ele sentou ao meu lado enquanto eu comia.

— Eu só estava pensando... Em algo que eu sonhei.

— Você teve um sonho ruim?

— Não, pelo contrário! Foi bom, eu acho...

— Se foi bom, por que tá com essa cara?

— Porque eu não entendi por que eu sonhei com... O que eu sonhei.

— Ah, sei... Será que esse sonho não foi uma lembrança, e por isso te deixou confuso?

— É nisso que eu fiquei pensando. Se for uma lembrança... Então, eu... – Olhei para meu filho e pensei se poderia contar aquilo para ele.

— Fala, pai. Me conta esse sonho, talvez eu possa te ajudar a desvendar alguma coisa...

— Será?

— Me conta. Se for alguma lembrança, provavelmente eu vou saber.

Pensei bem e decidi confiar nele.

— Antes... Me conta uma coisa, mas seja sincero.

— Claro.

— Por que eu me separei da sua mãe?

Notei que o Jonathan ficou procurando as palavras.

— É... Vocês... Como eu vou dizer?... Vocês não davam certo...

— Por quê? Foi só falta de amor, ou houve mais alguma coisa?

— Hã... É... Na verdade, houve muita coisa. Foram vários os caminhos que levaram vocês ao divórcio, vocês nunca se deram muito bem...

— Jonathan, eu sonhei com... Com alguém que eu queria agradar, queria... Falar de sentimentos... Eu sonhei com alguém que eu não consigo parar de pensar, entende? E isso está me deixando maluco, porque eu não sei o que pensar de mim...

— Com quem você sonhou? – Jonathan perguntou parecendo já saber a resposta.

Respirei fundo e confessei. – F-Foi com... Com o Niko.

Percebi que Jonathan não se surpreendeu tanto quanto eu pensava que se surpreenderia. Aliás, sua reação foi quem me deixou surpreso.

— Eu sabia!

— Quê? Como assim sabia?

— Ah, é que... Sei lá, eu sabia que alguma hora você ia se recordar dele. Você não podia ter apagado ele completamente da sua memória.

— Mas, Jonathan... Afinal, o que o Niko tem a ver comigo? Eu preciso saber por que eu...

— Por que você não consegue esquecê-lo, apesar de ter esquecido quem ele é, não é?

Ele acertou em cheio.

— Exatamente.

Jonathan ficou pensativo e eu, na minha confusão, não encontrei mais nenhuma pergunta para fazer, apesar das tantas que davam voltas em minha cabeça. Apenas...

— No que está pensando, filho?

— Estava pensando se... – Ele me olhou e sorriu. – Se você não já está bem o suficiente para comer fora.

— Comer fora?

— É. O que acha de a gente ir almoçar num restaurante hoje?

—... Pode ser, se você quiser.

— Ótimo. Eu tenho a impressão de que você vai gostar. – Ele sorriu de novo e levantou. – Bom, pai, agora eu vou levar o café da manhã do meu avô também. Mais tarde eu volto para a gente sair para o almoço, tá bem? – Ele andou em direção à porta e antes de sair me disse: - Ah! Tenta se lembrar se você gosta de comida japonesa.

— Se eu gosto de comida japonesa? Que coisa mais estranha, Jonathan! Por que eu tenho que me lembrar disso?

— Ah, não estranha não. Eu vou te levar para um restaurante de comida japonesa. E espero que você goste. Se bem que eu acho que você vai gostar bastante. Mas, tenta lembrar algo relacionado a isso, tá?

Ele saiu sorridente, me deixando pensativo. Muito pensativo. Quase paranoico! O que tinha a ver restaurante, comida japonesa, com tudo que eu havia falado antes? Mais uma vez ele saiu sem responder minhas perguntas e acabou me deixando ainda mais confuso. Então, só me restava esperar.

Horas depois...

Jonathan e eu saímos. Eu logo me senti melhor pelo simples fato de pôr os pés fora de casa. Respirar o ar, embora poluído... Sentir o sol, embora encoberto por nuvens e fumaça... Ver outras pessoas, embora nenhum rosto conhecido... Só isso já me fazia bem.

Meu filho me levou até um shopping.

— Por que um shopping?

— Vou te levar ao restaurante japonês daqui.

Ele me guiou até a escada rolante. Quando eu ia pôr o pé no primeiro degrau voltei rapidamente.

— Cuidado, pai! Que foi? Ia escorregando?

— Não. Eu acho que tive um dejá-vu!

— Mesmo? – Ele riu. – Acho que isso é uma coisa boa no seu caso, né? Não deve ser só uma impressão de que você já passou por aqui, mas uma lembrança real.

Eu, finalmente, estava entendendo que meu filho queria me ajudar a recuperar a memória. Sorri e concordei com ele.

Chegamos, então, à porta de um restaurante que também me pareceu muito familiar. Quando ele abriu a porta, uma força de vontade tomou conta de mim e eu entrei.

...

...

...

Naquele novo dia de trabalho, eu não sabia dizer se eu estava mais ativo ou mais distraído que nunca. Ao mesmo tempo em que me sentia vivo de novo, com esperanças renovadas, eu também estava distante, perdido em meus pensamentos. Imaginando o que fazer eu me perguntava: Como me reaproximar do meu Félix? Ou, como tentar uma aproximação com o Cristiano que sequer me conhecia? Eram tantas questões rondando em minha mente, e tudo que eu queria era uma resolução, talvez um milagre.

— Seu Niko! Olha quem tá aí!

Edgar me avisou e quando eu vi quem havia chegado...

— Félix!

Meu coração parou. Do mesmo modo que eu queria que o tempo parasse naquele instante.

Eu pensava em como ir até ele... E ele veio até mim!

As palavras fugiram da minha boca, meu espírito fugiu do meu corpo... Fiquei paralisado. Eu não estava vendo fantasma, não! Era ele!

Queria ficar olhando para ele enquanto ele olhava para mim... Ele está olhando para mim! Comemorei por dentro numa esperança enorme de que ele tivesse se lembrado de tudo, se lembrado de mim!... Mas, como continuar olhando se meus olhos se encheram de lágrimas, enquanto eu, simplesmente, não conseguia me mexer?

Completamente tomado por uma emoção sem tamanho, nem percebi que Jonathan também entrou e veio em minha direção depois de falar algo para o pai.

— Niko! Oi!

— Hã? Ah, oi... O que... O que ele faz aqui?

— Eu estou vendo que você se emocionou ao vê-lo entrar aqui, Niko, mas preciso falar com você antes que você possa ir lá falar com ele.

— Mas... P-Por quê? Por que ele está aqui? Ele se lembrou de mim?

— Não exatamente. Niko, por favor, presta atenção... Precisamos conversar.

Respirei fundo e me controlei como pude para não correr lá e pegá-lo em meus braços.

— Tá, tá bem... Vamos lá dentro. – Levei Jonathan até o meu pequeno escritório sem deixar de observar Félix que havia procurado um lugar numa das mesas e esperava o filho voltar. Ele também me olhava sem parar. O que estava acontecendo?

— Jonathan, o que tá havendo? Por que trouxe ele? – Fui logo perguntando ao entrarmos no escritório.

— Niko, eu trouxe meu pai porque eu acho que ele pode recuperar a memória mais rápido que a gente imagina. Mas, ele precisa de ajuda para isso, e eu quero ajudá-lo.

— E... Você acha que trazê-lo aqui vai ajudá-lo a se lembrar de alguma coisa?

— Quem seria melhor para ele se lembrar do que você?

Me senti ruborizar e sorri.

— Quais as chances de isso acontecer?

— Todas as chances, Niko. Isso é muito possível. Eu já comprovei que meu pai não consegue te esquecer, apesar de não se lembrar quem você é de verdade.

— Como assim?

— Desde que vocês de falaram no hospital, ele sempre me pergunta sobre você. Eu já tentei enrolar de várias maneiras, mas não sei mais o que dizer pra ele. Além disso, hoje de manhã ele me contou que sonhou com você.

Aquilo me surpreendeu da melhor maneira.

— Ele sonhou comigo?

— Sonhou. Às vezes ele tem sonhos, recordações, sensações de dejá-vu... E muitas vezes você é o protagonista dessas passagens, ou, pelo menos, um coadjuvante. Alguém que está lá, na mente dele, mas ele não sabe por quê.

— Ele precisa saber...

— Precisa. E é por isso que eu o trouxe aqui. Ele precisa redescobrir o que ele sente por você. Enquanto ele estava no hospital eu achava que não era bom tocar em certos assuntos, mas agora eu vejo que ele só vai melhorar de verdade quando souber quem ele é de verdade.

...


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Notas finais do capítulo

Continua...


(Música que eles ouvem nesse capítulo: Eternal Flame - The Bangles)



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