Aquilo que se Chama de Irritante escrita por ally_albarn


Capítulo 31
Minha furia por Andrew


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora pra postar
Por favor, não me matem >.



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Uma vez em casa, me atirei em minha cama.

O que eu to fazendo? O que Andrew está fazendo? Ele está brincando com os meus sentimentos, com os meus problemas, e eu ainda deixo. Eu não posso terminar com David apenas por causa de um idiota desses. Como pude me apaixonar por isso? O que ele tem de especial? Eu não entendo. Não entendo o que ele ganha fazendo isso comigo. Não entendo porque eu aceito esse tipo de coisa. Não quero viver assim.

Meus pensamentos se envolveram nisso. Não sabia mais no que pensar, minha cabeça estava desgastada já. Às vezes parecia que ela queria explodir, às vezes eu sentia ela desligar, vagar, vegetar... nunca estava num estado normal.

Andrew começou a ser mais pau no cu nos outros dias. No dia seguinte ele foi e voltou comigo, pedindo para mim esperar quando eu saia antes dele. No outro dia, ele foi comigo, mas quando eu perguntei se eu deveria esperar por ele, Andrew disse que ficaria mais um tempo conversando com Raquel, já que o papo estava muito bom e que não queria terminar àquela hora. Percebi que ele só disse aquilo para me deixar com ciúmes. Conseguiu, apesar de não ter aparentado (eu acho). E ficou nisso. Às vezes ele voltava comigo, às vezes tinha coisa melhor pra fazer com Bárbara e Raquel.

David começou a me levar para casa de bicicleta nos dias em que tínhamos aula. As garotas me olhavam de um jeito que eu tinha medo de sair raio lazer por ali, mas fingia que estava tudo bem. Ele era tão romântico. Me trouxe rosas duas vezes desde que começamos a namorar, sem nenhum motivo aparente. Em um fim de semana que passamos juntos me levou uma vez para passear pela cidade e me levou em uma doceria tão fofa, parecia feita apenas com sonhos e açúcar. Era incrível estar ao lado dele.

Mas eu queria Andrew. Não entendia como, eu apenas queria Andrew. David era perfeito demais para mim. Eu me sentia uma princesa, a garota mais feliz do mundo ao lado dele. Mas não era a garota mais feliz do mundo, pois queria Andrew.

Passou uma semana, e eu me irritei com “senhor Dedé”. Eu sempre me arrumava no ritmo normal, e saía, se ele queria ir comigo, ele que viria no meu ritmo. Mas aquele dia foi a gota d’água.

-Sasá, será que você podia esperar um pouco? – Disse Andrew para mim. Estávamos eu, ele e a Barbie na sala, o resto já havia ido embora.

-Porque?

-Eu quero terminar uma coisa mas queria voltar pra casa contigo.

-Tá, não demore.

Ele sorriu, se virou para a Barbie e a beijou. Eu fiquei chocada com isso, mas não foi o pior. Não sei se aconteceu muito rápido ou eu que fiquei paralisada mesmo, mas Andrew então subiu a mão e pegou num peito dela. Fiquei uma fera e saí.

-Sasá, me espera!

Ele saiu correndo atrás de mim, mas eu não queria saber, andei mais rápido.

-Podia esperar um pouquinho, né. – Ele estava ao meu lado, seguindo meu passo, mas eu não virei o rosto para ele.

-Pra quê, pra você comer a Barbie? Eu tenho mais coisa pra fazer do que isso.

-Era só uma pegadinha, não precisava fazer esse escândalo.

-Escândalo??? Eu apenas saí! – Eu o olhei, cada vez mais irritada.

-Mas fez um escândalo.

-Não vou discutir com você, Andrew.

-Eu sei que você me ama, mas não precisa fazer esse teatrinho todo.

Eu parei, não acreditando no que ouvi.

-O que você disse?

-Disse que você tá exagerando. Olha, eu sei que eu sou irresistível e que é difícil não se apaixonar por mim, mas olha, eu acho que você não pode sair assim, achando que eu to sendo errado e que eu que fiz besteira. Quem fez a besteira foi você, você que se apaixonou por mim, não tenho nada a ver com isso.

-Eu não acredito que você disse isso. – Continuei andando, não queria ouvir mais nada do que ele dizia.

-Eu fico com quem eu quiser ué. Só porque você está perdidamente apaixonada por mim, não quer dizer que eu seja seu escravo ou coisa do tipo. E também não precisa ficar fingindo que tá namorando aquele professorzinho gay. – Novamente eu parei ao ouvir isso - Ele não é nada comparado a mim, na verdade não passa de um insetozinho que acha que é gente só porque sabe de música, coisa ridícula e AI!

Eu voltei rapidamente e meti um soco no meio daquela cara bagaceira de Andrew. Não só uma vez, mas continuei socando e batendo nele até que o garoto caiu no chão e começar a se remexer por causa dos meus chutes.

-Espera, ai, calma, Sasá, ai, Lari-ai, calma muié! – Ele levanto as mãos, erguendo a bandeira branca, e eu parei. – Não precisa fazer esse escândalo todo por causa do que eu disse do seu professorzinho de meia tigela AI! Tá bem, tá bem! – Eu chutei de novo. – Eu paro de falar dele. Credo! Larissa, não pensei que você fosse tão raivosa assim. E tão forte. – Ele se levantou, passando a mão nas costas e na barriga.

-Nunca mais fale do David desse jeito na minha frente. – Eu fui bem clara para ele.

-Ok, ok, jamais.

-Eu não estou de brincadeira.

-Eu sei, eu sei. Nem eu. Pode ir embora.

-E você pode voltar e apertar as tetas daquela vaquinha, quem sabe você consegue um pouco de leitinho quente.

Segui meu caminho, não olhando para trás. Andrew conseguira me dar ódio.


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