Aquilo que se Chama de Irritante escrita por ally_albarn


Capítulo 10
Como eu virei motivo de briga


Notas iniciais do capítulo

namorado da ally postando aqui ainda cap. um tanto maior xD



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Após meu almoço, quase voei para a casa de Jenny. Era quinta-feira e a garota ainda não havia se recuperado desde o inicio da semana. Quando cheguei, seus pais não gostaram muito de me ver, pareciam preocupados. Lógico que estavam preocupados, a sua filha estava com febre há uma semana.

-Jenny, minha amiga, você está bem? – Eu perguntei, sentando em sua cama e pegando em suas mãos.

-Claro que sim, Larissa. – Logo após dizer, ela tossiu.

-Como pode dizer que está bem, pobre Jenny?? – Eu parecia fazer um teatro na frente dela, mas estava preocupada mesmo.

-100% é claro que não. Mas é apenas uma gripe, não precisa se preocupar tanto.

-Mas uma semana é muito! Não me deixe, Jenny! Não quero morrer apenas com Barbie e Raquel ao meu lado! Eu preciso de você, amiga!

-Cale a boca, Larissa! É claro que não vou morrer – Ela ria do meu exagero todo, sabia que eu fazia tudo aquilo para diverti-la. – Mas me conte essa história da Barbie e da Raquel.

-Eu não sei, do nada elas querem ser minhas amigas!! Tudo culpa sua, sua perversa, me deixando sozinha em aula!

-A culpa não é minha, oras – Disse em meio as tossidas.

-Melhoras, por favor. Eu preciso de você para conseguir viver em meio aquele bando de gente maluca.

-Não se preocupe, logo logo eu melhorarei.

-Ótimo, pois tem bastante tema para frente!

Larguei um bolo de uns dez papéis, somente com temas de casa para ela fazer. Ela olhou para aquilo e afundou novamente em seu travesseiro, puta da cara com isso.

-Nunca mais vou voltar para o colégio! – Se virou e escondeu o rosto com os cobertores.

-Não diga isso, Jennyzinha. Quer morrer burra?

-Vá para o inferno!

 

 

Passou sexta, passou o fim de semana, chegou a porcaria da segunda-feira. Acordar, tomar banho, pentear os cabelos, tomar café, escovar os dentes, dar tchau para papai, chegar na esquina, dar oi para Andrew, Andrew falando muito, mesa vazia de Jenny, Raquel me dando bom-dia, aula de matemática, Barbie chegando atrasada e me dando olá, aula de português, aula de química e fiiinalmente recreio.

Eu, bem bela, comendo meu folhado de presunto e queijo, quietinha em um canto. Daqui a pouco aparece o bando de populares, ocupam metade do bar, Raquel e Barbie olham para mim e ao mesmo tempo me chamam para participar da “rodinha”.

Eu cheguei de fininho, percebendo que ia rolar alguma coisa desagradável naquele momento. As duas se olhavam com raiva, e Raquel então se virou para mim:

-Como foi seu fim de semana?

-Bem... não fiz nada de mais... e o seu?

-Também não fiz nada de mais.

-Eu saí para a balada. – Disse Barbie, como se alguém tivesse perguntado para ela.

-E alguém perguntou para você? – Disse Raquel, como se tivesse lido a minha mente.

-Com licença, estou conversando com a Lu.

-Meu nome é Larissa. – Eu corrigi. Não sei porque.

-Olha só, nem sabe o nome dela direito e se diz amiga da garota!

-E tu é bem amiga dela para dizer uma coisa dessas! – Respondeu Barbie para Raquel.

-Pelo amor de Deus! Ela começou a conversar comigo antes de você!

-Isso não muda o fato de que você não importa nada para ela.

-E você importa? Ela chama você de Barbie, sabia?

-Se isso aconteceu, tenho certeza que foi antes de nós começarmos a conversar.

-Isso não vem ao caso.

-Claro que vem!

Eu não sabia o que fazer com aquilo. As duas brigavam por minha causa. Percebi que estava faltando um apelido para Raquel.

-Você é uma putinha que dá para qualquer um!

-Pelo menos os garotos me querem. – Disse Barbara.

-Nossa, foi a puta que disse isso? Meu Deus!

-Não me chame de puta!

-Você já ia dar pro Andy na primeira noite que ficaram!

-Sim, não fico me fazendo como você. Sei o que é bom e sei o que eu quero. Pra mim é isso que importa.

-Fala sério, mal entrou no colégio já deu para metade dele! – Disse Raquel, levantando os braços para cima.

-Mentirosa, eu dei só pro Gabe e pro Vini, não tem nada a ver isso!

-E com o Andy.

-Não, você atrapalhou tudo. – Barbie cruzou os braços ao dizer isso.

-E nem chegamos no meio do ano! Imagino quando acabar a escola! Pelo menos eu sei quem o Andy prefere.

-E não é você, amiga.

-Você que não é!

-Vamos perguntar pra ele então!

As duas se viraram para ele, e Andrew arregalou os olhos.

-Quem você prefere? – Perguntou Raquel.

Andrew sorriu:

-Gosto das duas ué!

-Qual você mais gosta? – Insistiu Barbie.

-As duas na cama seria perfeito.

-Ele não vai dizer – Disse Raquel.

-Mas eu sei que ele me prefere.

-Nem a Larissa prefere você.

-É óbvio que ela me prefere. – Barbie se virou para mim. – Você prefere eu do que a Raquel, não é?

-Eu.... eu.... bem, eu... eu acho que... tipo...

-Eu sei que ela gosta mais de mim – Disse Barbie, nem deixando eu terminar de gaguejar alguma coisa.

-Que mentira, ela nem consegue falar direito e você diz que ela gosta mais de você? Que ridículo.

-Ridículo é essa sua cara feia na minha frente!

-Ridícula é você que se acha gostosa!

Começaram a gritar. E, quando percebi, já estavam as duas ao chão, arrancando os cabelos, puxando a roupa, arranhando a cara, tudo que uma briga de mulher promete. Todos ficaram olhando.

-Andrew, não vai fazer nada?

-O que você quer que eu faça? Eu não tenho câmera aqui e meu celular ta sem bateria pra mim filmar isso!

-Andrew! Você não vai parar a briga?

-Porque deveria? E você tem que me chamar de Dedé, não de Andrew.

-Que seja! Pare as duas!

-Não, é divertido!

-Andrew!!

Eu desisti de tentar fazer ele impedir que as duas se matassem. Fui eu fazer isso.

Eu parecia uma pateta gritando para as duas pararem. E quando vi que não funcionava, tentei puxar a garota que estava em cima no momento, em vão. Elas eram muito fortes, e pareciam grudadas! Tentei mais umas duas vezes, até que na terceira seguranças chegaram e me ajudaram a impedir antes que começassem a rasgar uma a roupa da outra.

De pé, Raquel e Barbie se acalmavam, ajeitando as roupas e os cabelos, uma encarando a outra e os que observavam tudo. Então as duas foram embora, em saídas diferentes do bar. Andrew ria daquilo tudo.

-Foi muuito divertido! – Ele dizia para seus amigos. Eu me sentei novamente em minha mesa do canto, e o garoto veio na minha direção, sorrindo:

-E daí, o que achou desse show que tivemos?

-Show? Chama isso de show?

-Ah, para! Foi muito divertido, vai dizer!

-Andrew, como pode dizer isso?

-Que foi? Você não se divertiu?

-To cada vez mais pegando nojo de você. – Fiquei braba com aquilo, me levantei e saí dali, mesmo com Andrew falando ainda. Ao invés de ir atrás de mim, ele preferiu ficar conversando com seus amigos. Eu não me importei. E quis sair bem rápido da escola, sozinha, sem ele.


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