Guerra Nas Sombras escrita por Wanderer


Capítulo 1
Capítulo 1




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o campus da Universidade Miskatonica estava quase vazio fazendo o local parecer uma cidade fantasma, percorrido por espíritos inquietos e forças obscuras. Suas câmaras frigoríficas e laboratórios guardavam restos mortais de aberrações mortas, todas servos menores de coisas muito piores que residiam em mundos distantes ou dormiam em lugares esquecidos, sonhando com o mundo dos vivos!

 O edifício de três andares de estilo gótico que sediava a prestigiosa Biblioteca Orne era um lugar frequentado por muitos alunos, buscando o conhecimento armazenado nos seus 400 mil livros. Mas naquela tarde quente, o número de pessoas que estavam ali podia ser contado nos dedos das mãos.

Nas Coleções Especiais, no setor chamado o Cofre, havia só duas pessoas: uma delas era o diretor Carimer Gornicky, um homem de 58 anos, olhos castanho avermelhado detrás de óculos retangulares de armação preta, cabelos e barba branca. Estava com um terno de linho cinza claro com gravata azul marinho. Conhecia dez idiomas, entre eles atlante, egípcio e sânscrito. Ele estava sentado numa cadeira de mogno e de pé a se lado estava à bibliotecária-chefe, senhorita Bavana Mutai uma descendente de quenianos com 34 anos, com pele cor de oliva, cabelos pretos curtos, olhos azul escuro com óculos redondos de aro prateado. Ela sabia sete línguas, entre elas latim, grego e árabe. Estava usando um belo vestido turquesa de mangas curtas.

 Juntos, eles examinavam livros que haviam acabado de chegar trazidos por uma empresa de entregas expressas, e precisavam decidir se iriam para as áreas de livre acesso ou permanecer no Cofre, onde só por poucos estudantes e pesquisadores poderiam vê-los.

Então eles escutam alguém atrás deles dizer palavras em um idioma desconhecido. Por alguns momentos sentem uma sensação estranha, como se um vento glacial vindo de regiões polares tivesse começado a soprar ali dentro. Em seguida, uma voz feminina de tom de soprano dramático diz:

 - Peço desculpas a ambos pelo meu mau comportamento. Mas eu tenho uma longa história para contar, e não quero ser interrompida por perguntas ou comentários.

Carimer e Bavana tentar se levantar para ver quem estava ali junto com eles. Mas então percebem que estavam paralisados, podendo apenas mover os olhos. Ouvem alguém atrás e a esquerda deles puxando uma cadeira e se sentando nela.

   Velma Dinkey começa a falar de acontecimentos envolvendo ela mesma e seus amigos, mas dando informações falsas sobre eles, além de omitir Scooby.

  Tudo começou nas férias de verão do ano passado, quando fiz uma a viagem á China em um intercâmbio cultural, para aprimorar os meus conhecimentos no idioma daquele país. Ao término do período, decidi ficar mais algum tempo por conta própria. Certo dia, saí do hotel apenas com uma camisa amarela de mangas curtas, bermudas vermelhas, tênis marrons e uma mochila da mesma cor.

 Entrei numa lanchonete, onde conheci um grupo de oito universitários neozelandeses, eles uma garota chamada Scarlett e dois rapazes, Conrad e Tobey. Todos estavam participar de uma escavação arqueológica no deserto de Gobi, e me convidaram para conhecer o local. Eu gostei da ideia. Mas se soubesse o que nos aguardava, jamais teria entrado dentro daquele ônibus!

 O ar quente na estrada asfaltada adiante de nós ondulava como é comum em lugares desérticos. A paisagem ao nosso redor era banal: incontáveis dunas de areia, sem qualquer sinal da presença humana. Era um lugar vazio e desabitado, e parecia que nada de perigoso ou sequer interessante podia acontecer ali. Um grave equívoco.

     Éramos 23 pessoas, que se distraiam conversando em meio ao discreto som do ar condicionado. Num certo momento, por acaso eu ergui os olhos para olhar em frente e ao fazer isso, percebi uma ondulação mais forte no ar adiante no ônibus. No momento seguinte, estávamos dentro de um túnel, sem iluminação alguma.

  O espanto fez todos se calarem. O motorista acendeu os faróis. O caminho era pavimentado com algo que parecia concreto. E antes que alguém começasse a falar outra vez, saímos em uma cidade subterrânea.

 O lugar era vasto, com milhares de casas cujo estilo arquitetônico era similar ao chinês, mas não igual. A ausência de ruas pavimentadas, postes de iluminação e antenas de TV também chamavam a atenção. Havia muitas pessoas andando pelo local, mas elas pareciam não se importar com a nossa chegada. O motorista freou o ônibus e todo mundo desceu. O teto ficava a uns 120 metros de altura, e a luz do sol entrava através de claraboias circulares do tamanho do nosso ônibus. Aquilo não combinava com aquelas habitações primitivas e havia outra coisa ainda mais destoante: uma torre cilíndrica de onze andares de topo achatado, que parecia feita de pedra verde escuro como o lodo de um pântano.

Uma escadaria com degraus ovalados de tamanho decrescente que iam até a porta de topo arredondado. Acima dela, uma janela elíptica vertical com uns quinze metros, com uma barra vertical no centro e outras menores na horizontal. A esquerda dela outra janela de tamanho semelhante e a direita, mais uma um pouco menor. Tinha também várias saliências côncavas perto da base. Uma luz azulada vinha de dentro do prédio, e eu tive um sensação ruim ao vê-la.

  Então uma das chinesas que tinha visto conosco gritou assustada, apontando para cima. Todos olharam para a direção indicada e estremecemos de medo ao ver as aberrações aladas que chegavam velozes, nos cercando.

 O que víamos parecia ter saído do laboratório de um cientista louco: insetos marrons com um metro e meio de comprimento e cabeça oval que parecia uma massa de fungo, segurando tridentes de metal prateado com as duas patas da frente, em forma de garras de caranguejo. As pontas laterais eram curvas e afiadas, porém no meio tinha uma protuberância ovalada, com partes metálicas e de vidro azul claro. A base da lança terminava em um cilindro.

 Um dos chineses tentou fugir, mas rajadas de energia esmeralda disparadas no chão à frente dele o desencorajaram, ele voltou correndo para junto do grupo.

  Logo um grupo de 12 homens veio marchando de uma das tendas até perto de nós. Vê-los era como olhar num livro de história, pois suas roupas eram parecidas com as dos chineses do século XIII e as suas espadas também eram iguais às usadas naquela época. Alguns tinham aspecto distinto com olhos de cores diferentes ou cabelos brancos e lisos. Quatro traziam mastins tibetanos segurando-os por correntes presas na coleira. Esses cães são grandes e ferozes e aqueles eram ainda mais ameaçadores, porque tinham duas cabeças e seis patas!

  Aí o que parecia ser o líder pelos trajes requintados, alto e de porte robusto se aproximou de nós e de novo, que sentimos medo não apenas por causa de sua cara fechada, mas também ao seu aspecto: ele tinha pés de bode e chifres curvados para trás, como um sátiro das lendas gregas.

  A mim, outra coisa que chamava a atenção era o fato daquele homem e seus colegas ignorarem os insetos gigantes com suas armas de ficção científica pairando no ar, como se tudo aquilo fosse à coisa mais natural do mundo. Será que eles já estavam tão habituados assim a conviver com aqueles monstros, ou eram loucos?

  Alguns dos guerreiros nos obrigaram a ficar em fila lado a lado, e ele nos olhou como um lobo faminto, enquanto fazia comentários em um idioma desconhecido. Então, apontou para uma garotinha chinesa de olhos castanhos e cabelo preto amarrado em duas tranças, que devia ter uns 13 anos. Um guerreiro de pele azeviche, grande como um gorila, a agarrou pondo-a sob o braço como os franceses fazem com suas baguetes, e se afastou em direção a uma das casas se importar com os gritos de pavor da menina, que esperneava freneticamente.

 Uma mulher chinesa de uns trinta anos começou a gritar, suplicando que devolvessem sua filha, mas um soco no fígado de outro guerreiro a fez cair no chão, desmaiada. Em seguida, ele apontou para mim, Conrad, Scarlett e Tobey dizendo mais palavras em seu estranho idioma, que não se aprecia nem um pouquinho com chinês.

 Seis guerreiros nos escoltaram até o estranho edifício verde, com insetos pairando sobre nós. O restante dos ocupantes do ônibus foi empurrado em outra direção com os insetos acima deles e os mongóis em torno, um dos quais arrastava a mulher desmaiada pelos pés.

 Não sei por que, mas me lembrei dos campos de extermínio nazistas, onde algo tão banal como ir receber ordem para virar à direita ou esquerda significava a diferença entre ter sido escolhido para o trabalho escravo, ou ser enviado rumo às câmaras de gás. Senti que havia acabado de acontecer algo parecido, e eu nunca mais iria ver qualquer uma daquelas pessoas outra vez.

 Subimos as escadas e os guerreiros nos acompanharam dentro do prédio, onde havia mais daqueles insetos monstros. Entramos dentro de um elevador cilíndrico de vidro, que subiu sem fazer barulho. O silêncio era total, porque os guerreiros pareciam não se importar conosco, que estávamos assustados demais para tentar um diálogo.

  Quando a porta se abriu andamos por um pequeno corredor até uma grande sala com diversas caixas de vidro e cantos metálicos, todas com alguns grandes travesseiros no chão. A parte frontal se ergueu, cada um de nós foi empurrado para dentro de um cubo. As tampas foram se fechando. Os guerreiros foram embora e ficamos sozinhos.

  Acima de nós um dispositivo circular do tamanho de um prato emitia um zunido baixo e percebi que aquilo era algum tipo de ar condicionado. Examinando melhor o lugar, descobri uma depressão elíptica cromada. Após algum tempo pensando no que aquilo poderia ser percebi constrangida, que era uma latrina. E aquelas caixas, nossas celas. Por curiosidade, comecei a medi-la usando a palma da mão. Oito de altura e o mesmo de largura, com quatro e meio de profundidade. Sim, um lugar bem pequeno!

  Algum tempo depois, uma porta deslizante se abriu e um grande inseto sem asas de carapaça preta e verde, cuja cabeça se parecia com a de um louva a deus entrou e começou a andar devagar pelo lugar segurando algo do tamanho de um tablet, para o que logo demonstrou ser algum tipo de exame.

 Primeiro ele parou diante do cubo de Conrad, que esmurrava a parede de vidro fazendo ameaças. O inseto ignorou aquilo e só balançou a cabeça para cima e para baixo sem desviar a atenção do seu aparelho. Parecia estar gostando do que via na tela. Quando ele foi até Scarlett, ela cruzou os braços e virou as costas numa aparente demonstração de raiva e desdém. A reação do inseto foi igual.

  Quando o monstro foi na direção de Tobey, ele gritou e ficou de bruços sobre os travesseiros, abraçando-os e tremendo de medo. O inseto balançou levemente a cabeça de um lado para o outro.

  Assim que ele parou diante da minha cela, eu concentrei a minha atenção no aparelho que aquela aberração segurava: era prateado e na parte voltada para mim, tinha várias luzes tipo LED do tamanho de um grão de arroz, brilhando em várias cores. Após algum tempo ele aproximou o rosto da tela, olhou para mim e de novo para a tela. Repetiu o comportamento e enquanto ia embora, pôs o segundo par de patas na cabeça. O que ele viu de tão surpreendente, era um mistério. 

  O tempo foi passando. Naquele lugar não havia relógios, mas como os mongóis não haviam nos revistado, eu ainda estava com o meu smartphone. E se o inseto detectou o aparelho, não devia ter dado importância a ele, ou o teria tomado. Vi as horas e depois olhei para os neozelandeses e seu cão. Conrad estava sentado e tentava falar algo com Scarlett, mas como o vidro impedia a passagem de som, eles só podiam se comunicar através de sinais. Tobey continuava com o rosto metido nos travesseiros. Eu me isolei.

  Pus os fones de ouvido e comecei a ouvir música, mas isso não me distraia e nem acalmava. Aquele lugar fazia com que eu me sentisse como uma cobaia de laboratório, e percebi então que esse devia ter sido o motivo para nos levarem até ali: aqueles insetos alienígenas pretendiam fazer experiências conosco! Quais seriam, era algo que eu nem queria imaginar, apesar de saber que iria descobrir isso cedo ou tarde. Mas porque aquele líder semi-humano havia escolhido apenas nós, e descartado as outras pessoas que estavam junto conosco, era mais um mistério a ser desvendado.

 O smartphone tinha três horas de música. Eu ouvi tudo duas vezes antes de parar, desligar meu aparelho e guarda-lo no bolso. Estava faminta, e torcia para que aqueles monstros nos trouxessem algo para comer, apesar de não ter ideia de que tipo de gororoba seria.

 Então dois insetos avermelhados e com asas entraram, carregando bandejas com os dois pares superiores de patas. Com uma das patas de baixo, apertaram um botão no canto inferior dos cubos: uma parte do piso onde não havia travesseiros e estava a descoberto deslizou para fora através de uma portinhola retangular, onde as bandejas foram colocadas. Depois, o mesmo botão foi apertado, as bandejas foram para dentro e a portinhola se fechou, enquanto os dois insetos iam embora sem nem nos olhar.

  A comida surpreendeu: carneiro cozido, sopa de macarrão e chá salgado. Achei muito esquisito criaturas do espaço gostarem de algo da Terra, quando me lembrei de ter lido em algum lugar que aquelas eram comidas típicas da culinária mongol. Haviam nos servido a comida feita por seus aliados humanos, ao invés de correr o risco de nos matar servindo alguma outra coisa. Fazia sentido.

 Comecei pelo chá, depois a sopa com macarrão junto com a carne de carneiro. Tudo estava uma delícia! Enquanto comia olhei para as outras celas, e percebi que os meus colegas de cativeiro saboreavam suas refeições com a mesma avidez do que eu, e se os insetos trouxessem outra refeição, esvaziaria a bandeja pela segunda vez.

  Depois comecei a pensar: até quando seríamos tratados daquele modo, antes que fizessem algo horrível conosco? Olhei o smartphone: eram 10 horas da noite.

  De repente, todo o cenário ao redor mudou: eu e os neozelandeses estávamos em uma sala ampla de formato pentagonal, e acho que cada um dos lados devia medir uns dois metros. As paredes eram decoradas de alto a baixo com lindos murais mostrando cenas com estrelas e nuvens espaciais coloridas. Todo o lugar era de um bonito tom aqua claro e diante de nós estavam oito grandes cilindros com dois metros de altura e um de largura, com pequenas saliências pentagonais. O teto irradiava uma luz branca.

  O lugar estava vazio e por isso, levamos um susto quando ouvimos alguém dizer:

— Saudações, seres humanos! Pedimos desculpas por não tê-los trazido para cá antes, mas a vigilância sobre vocês era intensa, e só agora houve a chance para isso.

— Quem disse isso? –exclamou Tobey, assustado.

— Examinem os cilindros diante de vocês.

 Fizemos isso e notamos que todos tinham uma brilhante linha branca. E daquele que estava diante de mim, e linha começou a oscilar à medida que as palavras eram ditas.

— Nós somos alienígenas, vindos de um mundo distante e desconhecido para vocês, que também não deram um nome para a estrela em torna da qual o nosso mundo natal orbita então, não faz sentido dizer isso também.

 De outro cilindro, outra vez começou a falar.

— Os nossos verdadeiros nomes são impronunciáveis em qualquer idioma humano então, podem nos chamar de Antigos.

O que estava na minha frente, disse:

— Pode me chamar de Antigo Um jovem fêmea humana.

— Para você, serei Antigo Dois. – falou o outro para Conrad.

 - Antigo Três. – disse o terceiro para Scarlett.

— Antigo Quatro – falou o último para Tobey.

— O que desejam de nós, Antigo Um? – eu perguntei.

— Para responder a essa pergunta, é necessário recuar muito tempo no passado, quando o seu mundo ainda estava em formação. Foi quando aqueles chamados de Grandes Antigos vieram para cá.

— É importante assinalar que, apesar da leve semelhança de nomes, nós não temos ligações com eles, nem os adoramos ou algo do tipo.

— E porque esses Grandes Antigos deveriam ser adorados? – perguntou Conrad para Antigo Dois.

 - Porque devido a seu imenso poder, eles são venerados como divindades em muitos planetas. Mas também são malignos e por causa disso, a nossa raça se opõe a eles.

— Isso quer dizer que vocês estão em guerra? – perguntou Scarlett pra Antigo Três.

— Sim, esse é um bom modo explicar a situação. – respondeu ele. – Muito antes de os primatas terem surgido nesse mundo, já estávamos em conflito. Uma guerra que ocorre nas sombras da História, mas que é muito importante para a sobrevivência de várias raças, inclusive a humana.

— E o que esses Grandes Antigos andaram fazendo na Terra, desde que vieram para cá? – perguntou Tobey para Antigo Quatro.

 - No começo alteraram o meio ambiente, criando as condições para o surgimento da vida. Mas com o passar do tempo, destruíram civilizações e extinguiram raças inteiras porque no fundo, não se importam com ninguém além deles mesmos.

— Mas o que interessa nessa situação em que vocês estão está ligado a um fato ocorrido á vários séculos terrestres atrás, em um conflito que envolveu o conquistador chamado Gengis Khan e um povo de nome tangut. Algum de vocês conhece esses nomes? – perguntou Antigo Quatro.

 - Eu me lembro de ter estudado sobre Gengis Khan nas aulas de história – respondeu Tobey. Mas desses tangut, eu nunca ouvi falar!

 Conrad e Scarlett deram a mesma resposta, mas eu falei:

 - Sim, eu li sobre os tangut. Eles viviam aqui na China, mas pertenciam a outro grupo étnico, com idioma e cultura próprios. Em 1209 foram atacados pelos mongóis e apesar da resistência, acabaram se tornando seus vassalos. Muitas famílias até se ingressaram no exército mongol, mas em 1227, os tangut tiveram a péssima ideia de se rebelar. Gengis Khan ficou tão furioso que ordenou o seu extermínio. A família real, mulheres, crianças, ninguém foi poupado. Nos dias atuais, esse povo está extinto.

  - Então, é isso que ficou registrado em seus livros? – declarou Antigo Dois – Bem, sabe que nem todos os tangut morreram naquela ocasião. Assim que começou a ofensiva mongol, uma mulher- xamã chamada Dagasi falou que a chegada dos exércitos de Gengis Khan marcava o início dos dias finais do povo tangut, e quem quisesse sobreviver devia segui-la em uma peregrinação até um local seguro.

  A maioria das pessoas não acreditou nela, mas outros foram convencidos e discretamente deixaram o reino de Xi Xia para trás, até chegarem a esse local, onde Dagasi os convenceu a renegar suas divindades e passar a adorar apenas a grande Shub-Niggurath, que ordenou a seus lacaios Mi-Go (aqueles insetos alienígenas gigantes), que usaram sua tecnologia avançada para criar essa cidade subterrânea (Que recebeu o nome da terra natal tangut) e também mantê-la oculta e indetectável para o resto do mundo.

— E quem é essa divindade quem você falou? – perguntou Scarlett a Antigo Três, que respondeu:

— De certo modo, Shub-Niggurath representa a vida em seu aspecto mais radical, e que anseia por florescer de qualquer jeito, não hesitando em usar os métodos mais amorais e cruéis para isso!

— Inclusive sacrifícios humanos. – falou Antigo Dois.

— Está dizendo que aquela menina chinesa foi escolhida para ser sacrificada? – perguntou Conrad a Antigo Dois.

— Infelizmente, a resposta é sim. Grandes quantidades de alimentos, que brotação em questão de minutos para alimentar o povo de Xi Xia vão ser a recompensa em troca da vida e da alma daquela criança desafortunada.

— Mas isso é um crime! – exclamei eu, furiosa.

 - Os tangut não se importam com isso. Na verdade, tem o costume de sacrificar uma menina de seu próprio povo todos os anos, algo que é considerado uma grande honra para a família da vítima. Mas dessa vez, ocorreu um imprevisto: a criança que havia sido escolhida foi atacada e morta por um mastim mutante. Uma substituta tinha de ser encontrada, e rápido! Essa foi à causa da abdução do veículo de vocês: estavam no lugar errado, na hora errada.


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