(ANTIGA VERSÃO) - Antes do Imprinting escrita por thaisdowattpad


Capítulo 10
Capítulo 10 (final)




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Sarah seguiu Jacob até a sala, onde pode ouvir os sons do bebê vindo de lá. Pensou em gritar para que ele parasse, mas ao invés disso ela esperou para ver o que ele faria. Ela sabe que Rose não deixaria que nada acontecesse, tampouco Alice. Então chegou até a porta e parou, observando Jacob também parar, mas diante da poltrona onde Rose embalava a criança. O rapaz ficou paralisado por um bom tempo com os olhos vidrados, depois caiu de joelhos junto com toda sua raiva. Sarah acabou entendendo.
— É Renesmee! — ela sussurrou, levando as mãos à boca para evitar um choro que quase escapou; então correu para fora da casa dos Cullen e estava disposta a parar apenas quando chegasse em sua casa.
Sarah parou na porta por um momento, lançou olhares por Seth e Leah, que devolveram o olhar à procura de respostas, e então saiu correndo, esquecendo-se de alguns degraus e caindo. O amigo correu para tentar ajudá-la, mas ela o empurrou.
— Me deixe em paz! — Sarah berrou para ele, e apesar da dor em seu corpo, ela saiu correndo em direção à floresta.
— O que Jacob fez de tão grave para deixá-la desse jeito? — Seth perguntou, caminhando de volta para sua irmã.
Imprimting! — Leah sussurrou, enquanto seus olhos focalizavam na direção em que ela viu Sarah desaparecer.
Seth olhou na mesma direção lamentando por sua amiga, e pensou em ir atrás dela. Mas recuou da ideia quando sentiu que algo estava se aproximando, algo que jamais faria algum mal para a garota.

xXx

Ao chegar em frente à casa dos Hart, Sarah encontrou seus avós ainda na porta, acabados de chegar de Port Angeles. Ele a agarrava pela cintura e sussurrava coisas em seu ouvido, enquanto a mulher soltava risinhos e tentava abrir a porta. Em dias normais, a garota iria rir da situação e brincaria com a cara dos dois. Mas ela estava arrasada e seu humor havia acabado.

"Anda, pula." ouviu a voz de Jacob em sua mente

"Você ainda vai me matar, sabia?" agora era a sua.

E isso a fez entender que tinha razão quando disse aquilo, Jacob acabaria a matando. Não conseguiu definitivamente, mas no estado em que ela estava ele tinha feito boa parte. O peito doída de tão forma que ela pensou que tivesse sofrendo um infarte. Mas diante da situação e a idade que tinha, o únci diagnóstico seria decepção amorosa.
— Sarah? Você não ia dormir em sua amiga Emily de La Push? — vovô Hart perguntou ao notar a presença da neta; vovó também a encarou e acabou deixando as chaves cair após abrir a porta.
A garota nada respondeu. Simplesmente passou como um raio pelos dois adultos e correu em direção ao seu quarto, sem se importar com a preocupação deles ou de ninguém. Ela fechou a porta e com certa dificuldade por estar com as mãos trêmulas, trancou-se ali e correu para a janela; passou o tranco e ficou um tempo observando sua atitude, antes de caminhar para sua cama.
Para evitar que fosse amolada, a garota colocou seus fones de ouvido, escolheu uma playlist de Rock Pesado e então aumentou a ponto de sentir pontadas nos ouvidos. Nenhuma dor se comparava ao que ela sentia em seu peito.
Apesar do barulho terrível em seus ouvidos, a garota adormeceu horas mais tarde depois de muito chorar.

xXx

— Abra essa porta! Sabemos que você mentiu e que não estava na casa de Emily. Queremos explicações! — vovó Hart batia na porta vez ou outra.
Sarah se mexeu em sua cama ao ter impressão de ter ouvido barulhos e então percebeu que a bateria de seu celular havia acabado. Ela se ergueu da cama lentamente, morrendo de dor de cabeça e nos ouvidos, e então foi para a porta.
— Até que enfim, Bela Adormecida! — vovó resmungou — Espero que tenha ótimas explicações! — resmungou.
— Eu quero ir embora! — Sarah falou, ignorando as palavras de sua avó — Quero ir e não tem nada que me faça ficar! — continuou, os olhos inundados de lágrimas outra vez.
— Oh, querida, o que aconteceu? — toda a rigidez de vovó Hart se desfez quando a neta a abraçou e começou a chorar.
— Quero embora... Quero Paradise de volta! Quero meus amigos! — a garota soluçou e se aninhou mais ainda nos braços de sua avó.

xXx

O carro parou em frente à La Push e Sarah ficou o observando o mar antes de ter coragem de descer. Ela só o fez quando o avô anunciou que se ela demorasse muito perderia o horário do vôo. Sendo assim, ela suspirou, desceu e seguiu para a conhecida estradinha até a aldeia.
O percurso foi lento, apesar do aviso de seu avô. Ao mesmo tempo em que ela queria logo partir, algo a fazia querer ficar. Ela olhou em volta por um momento para captar cada mínimo detalhe, e quando criou forças para prosseguir não precisou, pois quem ela esperava estava logo à frente, como na primeira vez em que os procurou. Paul, Embry, Jared e Quil, um pouco afastado Seth, Leah, alguns adolescentes em que não conseguiu reconhecer, e que entedeu se tratar de novos transformados, Sam e até Emily.
— Então a paz voltou? — Sarah perguntou, caminhando para o grupo.
— Até segunda ordem! — Sam respondeu, sorrindo um pouco.
— Justo agora que estou de saída? — ela parou, sentindo-se fraquejar outra vez.
— Ah, Sarah, você não pode ir! — Seth foi o primeiro a choramingar e correr para abraça-la.
— Vire homem. Você é um lobo ou um bicha...no? — Paul brincou e também abraçou a garota.
Aconteceu um abraço grupal da antiga matilha em que Sarah não esperava que fosse acontecer nunca mais. Ela se sentiu tão aliviada por aquele acontecimento, que não sabia se ria ou chorava. Estava emocionada, porém isso não mudava o fato de que ela iria mesmo embora.
— Vai mesmo ir, Sarah? — Embry perguntou.
— Preciso ir. Apesar de ter conhecido pessoas extremamente especiais, meu lugar não é aqui, é em Paradise. Minha vida toda está lá! — explicou assim que conseguiu respirar ao ser liberta pelos abraços.
— Sua vida toda não, uma parte agora está aqui! — Emily a lembrou.
— E eu sou grata por isso. Não sei nem como vou me sentir lá, sem poder pular de penhascos e saber que vou poder contar com lobos para me salvar! — ela riu e chorou outra vez — Agora preciso mesmo ir! — anunciou.
Um por um, Sarah foi distribuindo abraços demorados. Ela cochichou algumas coisas para cada um deles, inclusive os que havia acabado de conhecer; para estes ela lamentava não poder conhece-los melhor e que esperava que um dia ela tivesse a oportunidade, em Forks ou outro lugar. A última pessoa foi Leah, mas a jovem recuou alguns passos.
— Eu te avisei... — foi a única coisa que ela disse, antes de se virar e correr para a floresta; Emily revirou os olhos e então abraçou Sarah outra vez, no lugar de Leah.
— Faço um rodízio de bolinhos se você ficar! — Emily tentou comprar a jovem, e acabou rindo disso.
— Vai perder essa, Sarah? Certeza? — Paul perguntou, espantado.
— Não façam isso comigo... — outra vez Sarah voltou a chorar e recebeu um novo abraço grupal.
— Sarah! — uma voz conhecida a chamou, e estava tão rouca e trêmula que parecia ter chorado.
Todos se afastaram para encarar, inclusive Sarah. Ela quase caiu de joelhos quando viu de quem se tratava e de que suas suspeitas estavam certas. Jacob Black estava parado à alguns metros de distância, o nariz vermelho e o rosto úmido. Ele trajava apenas bermuda e tênis outra vez, com roupas típicas da matilha, causando uma boa nostalgia na garota.
Ao invés de Sarah fraquejar, Jacob quem o fez. Ele caminhou até ela e chegando perto, caiu de joelhos. A garota olhou a cena e voltou a chorar, dessa vez apertando os lábios para não fazer barulho. Todos desapareceram pelas árvores em poucos segundos para dar privacidade para aquela conversa.
— Eu sinto muito se quebrei a promessa... Eu sinto muito se quebrei seu coração... Se quebrei o que tínhamos de tão bom... Eu sinto muito, eu não tinha noção do quanto um imprinting é forte! — Jacob começou a soluçar e agarrou o corpo de Sarah, afundando o rosto em sua barriga.
— Tudo bem, Jacob, tudo bem... — Sarah tocou o cabelo de Jacob e se conteve em acariciá-lo.
— Não está tudo bem... Eu sou um fraco! Eu disse que lutaria contra o imprinting como lutei contra todos os monstros que tentaram de fazer mal nos últimos meses, seja monstro humano ou vampiro, e eu não consegui lutar contra meus próprios sentimentos. Eu sou um fraco... Um fraco! — ele berrou e então correu para longe da garota, logo transformando-se em lobo; ela se assustou, mas entendeu como seu momento de falar.
— Jacob, mantenha a calma. Eu estou viva, sabia? Decepção amorosa tortura, mas não mata. Eu vou melhorar e não quero que você fique se culpando por qualquer lágrima que um dia saiu dos meus olhos, isso é exagero. Afinal, a culpa foi toda minha. Eu deveria saber que não poderia lutar contra um imprinting. Ninguém é páreo para sentimentos, nem mesmo vocês da matilha que são tão fortes! — Sarah falou e se aproximou do lobo, sem medo algum.
Apesar da ligação dos dois ter sido rompida, ela sabia que Jacob jamais lhe faria algum mal físico. Ela sabia que, apesar de apenas Renesmee ser a única em que ele é capaz de fazer qualquer coisa, ferir qualquer coisa, ele jamais seria capaz de odiá-la.
— Você foi muito especial para mim, Jacob Black... — começou a acariciar o pelo do lobo — Toda nossa história, antes do imprinting, é bacana demais para que eu algum dia me esqueça por coisas que aconteceram depois. Nenhuma decepção, nenhuma lágrima, nenhum momento de raiva... Nada apaga o que tivemos, nem mesmo o fato de ter acabado quando mal começou. Eu... Eu te amo, Jake! — encostou a cabeça no corpo do lobo e então voltou a chorar.
O lobo-Jacob uivou baixinho, parecendo fazer o mesmo. Sarah afastou-se um tempo depois, olhou em volta e então reparou que todos haviam desaparecido. Ela sorriu em direção ao caminho da aldeia, depois direcionou um também à Jacob, suspirou e então se virou para sair andando, para voltar ao carro e seguir para Paradise.

xXx

Sarah Hart foi embora um tempo antes das coisas ficarem difíceis em Forks. Não para moradores comuns, mas para aqueles em que ela conhecia e conhecia bem. Uma batalha em que Jacob não poderia protegê-la mesmo antes do imprinting, uma batalha contra inimigos tão poderosos que somente elementos extras poderiam salvá-los... Elementos chamados Bella e Renesmee.
Ela não sofreu por muito tempo, pois em sua escola em Paradise voltou a focar na fotografia para ocupar sua mente e, em meio à sua típica mania em fotografar os alunos na porta da escola, acabou conhecendo o aluno novo. Este que, em pouco tempo, se mostrou ser tão especial quanto Jacob foi. Mas dessa vez, alguém que só conseguia ter sentimentos por ela, o que ela aprendeu que era mais válido do que algo físico.
Mesmo separados, Sarah e Jacob foram felizes com distintas pessoas. Mas de uma coisa eles tinham certeza: jamais se esqueceriam daquele semestre em que acabaram convivendo e construído algo bom e memorável. Após ou Antes do imprinting, nada poderia apagar esses dias. Momentos felizes são sempre eternos, não importando o que acontece posteriormente.

xXx

Sarah estava revirando seu guarda-roupas à procura de um livro que havia pego na biblioteca da escola em sua fase rebeldia e que não pretendia devolver, até se concertar durante seu tempo com os avós e virar honesta outra vez. Ela sentiu seus dedos tocar alguma capa dura e então o puxou; não só o livro que procurava veio para ela, como uma caixa caiu sob sua cabeça e o conteúdo se espalhou pelo quarto.
— Droga! — ela resmungou e massageou a cabeça, logo tratando de recolher tudo.
A caixa já estava quase cheia outra vez, quando o último ítem fez com que Sarah ficasse paralisada por alguns segundos. Era uma fotografia. Mas não uma fotografia qualquer, mas um em especial. Uma em que ela havia guardado em uma caixa junto com qualquer lembrança de Forks, tudo para evitar de sofrer e pegar o próximo vôo de volta para lá na primeira oportunidade.
— Sarah? — uma voz a chamou, livrando-a do devaneio e a fazendo guardar rápido a fotografia.
— Oi, John, já estou indo... — Sarah pegou a caixa e a guardou de volta no lugar, então fechou o guarda-roupas e se virou.
— O que está aprontando? — o rapaz adentrou o cômodo e seguiu para ela, começando a organizar os cabelos desgrenhados no topo da cabeça.
— Ai! — ela resmungou.
— O que foi? — John quis saber.
— Uma caixa acabou de cair em minha cabeça. Por sorte eram coisas leves! — explicou Sarah.
— São coisas importantes? Se não, guarde-as naquele lugar da casa de guardar coisas velhas, para evitar que te machuque outra vez! — o rapaz sugeriu, abraçando-a de leve por temer em fazê-la sentir dor outra vez.
— Hum... Um porão? É, é uma boa ideia! — relutando mentalmente contra aquela ideia, Sarah acabou concordando e se virou para o guarda-roupas outra vez.
Ela encarou o puxador da porta, respirou fundo e então o abriu. Antes de trazer a caixa para si, a garota colocou a tampa e só então se virou para o rapaz, que a esperava na porta.
— Deixe que eu te ajudo! — John pegou a caixa, enquanto Sarah encostava a porta de seu quarto.
A garota parou um tempo e ficou observando o guarda-roupas onde havia enfiado rapidamente a fotografia de Jacob embaixo de uma pilha de livros, antes de descer a caixa e entregá-la à John. Jamais permitiria que Jacob se encaixasse em "coisas sem importância", não importando o quanto o tempo passasse, não importando quem preenchesse seu coração outra vez, então a fotografia não poderia ir para o porão.
Notando que demorou tempo demais observando o guarda-roupas, Sarah abriu um sorriso discreto, fechou a porta e se virou para ir de encontro à John.

We keep this love in a photograph
(Nós mantemos este amor numa fotografia)
We made these memories for ourselves
(Nós fizemos estas memórias para nós mesmos)
Where our eyes are never closing
(Onde nossos olhos nunca se fecham)
Our hearts were never broken
(Nossos corações nunca estiveram partidos)
And time's forever frozen still
(E o tempo está congelado para sempre)❞
—Photograph, Ed Sheeran.

F I M

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Primeira vez na vida que termino de escrever alguma coisa. Não sei se por falta de criatividade ou falta de retorno, talvez um pouco dos dois. Como meu forte não é a escrita, eu nunca fui aquele tipo de "escritora" que tem milhões de visualizações, leitores, etc., sempre fui aquela que tinha leitores fantasmas. Mas com 'Antes do Imprinting' foi diferente, eu tive bastante retorno e sempre vou ser eternamente feliz e grata por isso.
S
ou grata à quem acompanha essa fic desde o começo, sou grata à quem pegou no meio e sou grata à quem pegou no fim. Simplesmente sou grata. Sem vocês essa seria mais uma fic que eu não iria terminar de escrever, porque além de preguiçosa e viver com bloqueio de criatividade, não consigo escrever sem apoio.
Quero pedir perdão por cada surra no português que eu dei, cada cena sem nexo que eu deixei rolar sem parar para corrigir, quero pedir perdão principalmente por ter massacrado o coração de vocês com esse final. Como eu não quis fugir muito da realidade das duas séries/sagas, eu quis deixar um final que se encaixasse na continuação da história dos personagens.
Como se passou em Amanhecer parte 1, o fim de Jacob foi de acordo para combinar com Amanhecer parte 2. O fim da Sarah, com seu retorno para Paradise, foi feito para combinar com o primeiro livro da série, que é Eu Sou o Número Quatro, onde faz pouco tempo que ela se livrou de uma fase de rebeldia e com amor à fotografia ela vai tocando sua vida até conhecer John Smith.
Algum dia vou reescrever essa fic, pra corrigir tudo o que precisa ser corrigido. Enquanto isso, espero que vocês tenham gostado e obrigada mais uma vez por terem me acompanhado nessa aventura.


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Notas finais do capítulo

Aviso:

Decidi que vou criar um "Antes do Imprinting" da Leah, mas ainda não sei se vou criar um personagem ou pegar algum de algum livro/série pra ser par. Já tenho boas ideias e vou tentar colocá-las em prática o mais rápido o possível. Espero que tenha tanto retorno quanto a versão de Jacob. ♥