Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 7
Melodia


Notas iniciais do capítulo

Após uma tragédia que dizimou toda a vila das amazonas, Marin, Mayura e Shaina são acolhidas por dois homens em uma casa. Um deles carrega uma triste história.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718720/chapter/7

"Marin, Marin... Acorde!" 

 

 

Capítulo 6. Melodia

Com a severa, mas aveludada voz familiar Marin desperta. Com dificuldade, abre os olhos e enxerga um imenso borrão. Aos poucos, tudo foi clareando e a garota pôde reconhecer Mayura, que a chacoalhava firmemente.

— Que bom que acordou, Marin. Fiquei com receio de que nem a água da Taça pudesse te curar. 

— O que aconteceu? Onde estou? Onde está Pérola? Pergunta uma desorientada Marin.

Do outro lado do quarto, uma pessoa tosse, deitada em uma cama. Marin a reconhece. Se tratava daquela que a tentou matar pouco antes: Shaina de Ofiúco.

— O que ela está fazendo aqui? Resmunga Marin, tentando se levantar.

"Não se levante por enquanto." Soa outra voz, dessa vez desconhecida, do outro lado do quarto, que continua:

— A água da Taça pode curar profundos ferimentos, mas que as deixou dessa maneira era diferente...

 O homem tinha curtos cabelos azuis e vestia algo que parecia uma túnica branca. Trazia uma toalha quente e um balde com ervas, para fazer compressas em Shaina, que encontrava-se inconsciente.

— Marin, toda a vila... Ele matou... Todas as amazonas! Exclama Mayura.

 Marin tem uma breve recordação da noite anterior. Ela se lembra de correr pela floresta, da tocha de Héstia e de ver Pérola lutando.

 - Mayura, o que exatamente está acontecendo? A senhora Pérola.. ela...

— Descanse um pouco Marin, teremos muito o que conversar mais tarde.

Neste momento, Shaina começa a se contorcer na cama. 

— Orfeu, ela não pode morrer! Grita Mayura.

— Me ajude aqui Mayura. Segure-a para que eu possa continuar as compressas. Rapidamente respondeu o tranquilo jovem.

De supetão a porta se abre, deixando todos apreensivos. Era outro homem.

— É o senhor, Mestre. Que bom que conseguiu chegar a tempo. Diz Orfeu.

— Senhor Asaho, por favor salve Shaina!

O homem tinha severos cabelos avermelhados batendo no ombro, e uma fisionomia sóbria. Carregava uma túnica verde, com algum tipo de cinturão. Também carregava uma urna de armadura nas costas.

— O santuário está agindo como se nada tivesse acontecido. Abordei um soldado, e parece que realmente o Grande Mestre não divulgou o ocorrido. Estamos sozinhos... Disse Asaho.

— Mestre, o senhor ainda desconfia do Mestre? Eu já te disse que estive na presença dele, e me parece um homem que exala compaixão. Exalta Orfeu.

— Eu não sei o que está acontecendo. Mas Dohko já me alertou que algo está estranho no santuário há algum tempo. É melhor que ninguém aqui volte para lá até que tudo se resolva.

Asaho retira sua urna de armadura das costas e a revela para a sala. Se tratava da brilhante armadura de Taça, cuja lenda possui propriedades curativas.

— Consegui esconder meu cosmo o suficiente e entrar no santuário. A água que coloquei na armadura de Taça é da fonte de Atena. Isso vai aumentar consideravelmente as propriedades de cura da água. Vamos, dêem para a amazona.

Mayura rapidamente pega uma concha, retira a água sagrada da armadura e despeja na boca de Shaina. 

Marin observava tudo de longe, mas quieta tentando absorver o que estava acontecendo, e ainda traumatizada com a notícia de que perdera todas as amigas da vila. Quietamente Orfeu, o outro rapaz que estava ano local sai do quarto. Enquanto Asaho e Mayura conversam sobre os últimos acontecimentos, Marin, já com algumas forças, resolve sair do quarto também.

Orfeu prepara outra compressa de ervas e a deixa em infusão. Resolve então sair do casebre e caminhar na grama que havia do lado de fora.

Marin resolve seguí-lo. Quando o rapaz chega a uma pequena nascente, se senta na grama e retira um instrumento musical de sua bolsa. Ao dedilhá-la, uma melodia quase angelical assume o lugar. Marin, encantada, se revela ao rapaz:

— Que melodia triste, porém maravilhosa!

— É para acalmar as almas dos mortos. Tivemos muitas perdas recentes. Exclama Orfeu, deixando cair uma densa lágrima de um dos olhos, molhando seu sereníssimo rosto.

— Eu conheço essa sensação. Você também perdeu alguém, não foi?

— Não se preocupe com isso. O momento não é de lástima. Temos que nos preparar para a batalha que está chegando. Ressalta Orfeu em tom pálido, encerrando a canção e guardando o instrumento.

Marin se conforma com a resposta do rapaz, e ambos voltam para o casebre.

"Eurídice", diz vagamente o rapaz, se dirigindo a Marin. "Foi ela quem eu perdi"

De volta ao quarto onde estava Shaina desmaiada, Mayura e Asaho conversavam:

— Senhor Asaho...  O senhor conhecia Perola, não é?

— Sim. Éramos bastante amigos. Pérola era uma grande guerreira.

— Sim... Sinto muito por perguntar.

— Pérola me dava constantemente informações sobre o santuário, já que eu me exilei aqui anos atrás. Éramos amigos de treinamento.

— Isso significa que o santuário...

— Não se preocupe. O santuário está bem protegido, por assim dizer. Porém, há algumas coisas do qual eu e outros cavaleiros desconfiam.

— E senhor. Desculpe por perguntar, mas Orfeu me parece um cavaleiro triste. Ele já é um cavaleiro muito forte e conhecido no santuário. Qual a razão dele vir morar aqui com o senhor?

— Bom, sobre Orfeu... Por muito tempo eu fui seu mestre. Hoje em dia ele consegue até mesmo me ultrapassar em cosmo. Todo o santuário reconhece sua linda melodia. Porém, ele cometeu um erro. O erro de amar alguém.

— Como assim?

— Bom, ele conheceu uma garota chamada Eurídice, em uma vila próximo daqui. Orfeu vivia uma vida dupla: entre missões no santuário e idas à vila para visitar Eurídice. Porém, em algum dia a garota fora picada por um animal peçonhento e acabou morrendo. Neste dia, Orfeu fugiu do Santuário. Desde então ele me pede para que o mate, para que se encontre com Eurídice...

— Senhor Asaho.... - Lamenta Mayura.

 

Marin e Orfeu entram no quarto, quebrando a conversa dos dois. Shaina ainda está desacorda, o que provoca desconforto em Marin:

— Mayura, acha que Shaina ainda vai despertar?

— Oh, Marin, você voltou. Sim, ela bebeu duas vezes a água da armadura de Taça. Ela só precisa descansar.

— O que aconteceu de tão grave na floresta que fez isso a ela?

— Eu não faço idéia. A mestra Pérola levou vocês duas para a vila já desacordadas. O estranho é que Shaina estava muito mais envenenada que você, e conseguiu sobreviver. Qualquer outra pessoa que recebesse essa quantidade de veneno teria sido desintegrada em minutos.

Asaho interrompe a conversa:

— Esta garota, o sangue dela é diferente. Ela ficará bem.

— O sangue dela? - perguntou Orfeu.

— Mayura... Disse que a constelação protetora dela é Ofiúco, certo? Interessante... Respondeu Asaho.

Orfeu, Marin e Mayura não entendem o que Asaho quer dizer. Um deles ia pedir mais informações, até que são interrompidos por um grunhido, vindo da cama onde estava Shaina:

"Senhora Pérola.. onde está a senhora?"


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, os guerreiros de Prometeu começam a se mover. Marin, Shaina, Mayura e Orfeu começam uma corrida contra o tempo para encontrar os doze artefatos dos deuses.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Saint Seiya - Águia Dourada" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.