Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 31
Trauma


Notas iniciais do capítulo

Prometheus e Strella dão início à criação de uma nova raça de seres inteligentes. Marin e Aiolia continuam seu treinamento nos últimos resquícios da hiperdimensão.



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Goethe retorna ao grande salão de Prometheus, após Strella tê-la solicitado que trouxesse argila e pó de estrelas. Prometheus se encontrava sentado em seu trono, totalmente centrado. Strella preparava um altar e também uma poção mágica.

— Aqui está Senhorita Strella.

— Obrigado, minha querida. – Diz a bruxa, tomando os ingredientes em sua mão.

— Com sua permissão, senhor Prometheus, irei me juntar aos outros Réquiens nos Cinco Templos.

Goethe faz uma reverência e deixa o salão. Prometheus mantém a postura séria, enquanto Strella molda duas grandes massas de argila.

— Meu Senhor, os modelos estão prontos. Peço que me empreste seu poder para que possamos criar o novo ser que habitará este mundo.

Prometheus então se levanta devagar e vai até os moldes esculpidos por Strella. Se tratavam de dois corpos bastante parecidos com um ser humano: um homem e uma mulher. Porém, notava-se perfeitamente que nenhum dos dois possuía nariz, o que parecia um tanto estranho. A mulher também não possuía seios.

— Strella, então estes são os novos seres aprimorados para a evolução do cosmo, correto?

— Sim, meu senhor. Após a queda dos humanos essa será a espécie que povoará este planeta, e que o fará brilhar novamente. Este planeta magnífico onde a vida brota com tanta facilidade não merece esses lixos.

— Perfeito. Então concedo-lhes a vida.

Prometheus estende sua mão, fazendo surgir um imenso fogo azul. Strella mergulha suas mãos na poção criada com pó de estrelas, e Prometheus incendeia o líquido com seu fogo místico. Strella então derrama o líquido incandescente na boca dos corpos esculpidos.

— Levantem-se Adão e Lilith! Vocês serão o futuro, serão chamados de lúcios!

Os dois seres da nova raça – os lúcios – então experimentam o sopro da vida.

Longe dali, Shaina aparece em um local totalmente destruído:

— Aah, que coisa! Voltei ao mesmo local de antes. Onde estarão os outros? Será que todos conseguiram despertar o minueto?

— Então você voltou, Shaina. – Diz uma calma voz.

— Mayura, é você!

— Vejo que conseguiu despertar o minueto sagrado! Fico feliz por você.

— Você também, Mayura. Parece que senti que Orfeu também havia despertado... mas onde ele estará?

— Ali atrás. Não vá lá, por enquanto.

Mayura aponta para Orfeu, que está sentado em um tronco de árvore, colhendo galhos.

— Orfeu... ele está bem?

— Asaho morreu agora mesmo neste local. Orfeu está de luto, e provavelmente está construindo um túmulo para ele. Deixe-o quieto.

— Mayura... e a Marin? Aquela maldita não conseguiu despertar o minueto, né?

Mayura fica em silêncio por algum tempo, mas logo diz:

— Ainda não.

— Mas... se a hiperdimensão duraria apenas um milésimo de segundo, já não era para ela ter voltado?

Shaina então percebe os dedos cruzados da amazona de pavão:

— Mayura... você..

— Sim, Shaina. Eu estou mantendo a hiperdimensão de pé com meu cosmo. A essa altura, Marin já está bastante ferida, mas eu ainda acredito nela...

— Mayura...

Na hiperdimensão...

— Vamos Marin, se levante!

— A... Aiolia...

Aiolia ataca novamente Marin com o relâmpago de Plasma. Enquanto isso, a hiperdimensão volta novamente a falhar.

— Isso não é bom, tecnicamente já era para a hiperdimensão ter desaparecido. Alguém deve estar nos ajudando de fora. Marin, levante-se e supere a dor! Seus amigos estão te esperando!

— Eu... eu não consigo Aiolia...

— Gr.. não me obrigue a te atacar novamente!

Marin, completamente ensanguentada e exausta, se recorda de ocasiões em sua infância:

— Seus trombadinhas, não tentem roubar aqui novamente ou irei lhes punir!

— Não voltem mais aqui, não há nada para vocês, seus ratos!

— Fiquem longe do meu mercado! Não alimentamos os porcos aqui!

Tohma e Marin viveram sua infância tendo que sobreviver de restos do lixo e tentando roubar em feiras e mercados. Como rapidamente eram reconhecidos pelos mercadores, apanhavam constantemente e tinham que migrar de cidade em cidade para poderem sobreviver. Um certo dia, Tohma roubou um pão em uma padaria bastante cara em uma região, e o dono não gostou nada da idéia:

— Criança maldita! Odeio todos vocês, trombadinhas que só sabem se aproveitar do nosso trabalho! Irei te torturar até não poder mais!

— Por favor senhor, não faça nada com meu irmãozinho! Eu irei pagar pelo pão que ele roubou!

— Se quer assim, terá que lavar todos os pratos que estão acumulados lá atrás. Ande logo!

Marin então trabalhava para que seu irmão pudesse se alimentar, mas ela mesma se contentava apenas com os restos que encontrava no lixo. Exausta e faminta, ela come as sobras dos pratos e os alva em seguida. Dois adolescentes, filhos do dono da padaria, ao verem a cena debocham da pobre criança:

— Olha aquela menina! Parece um garotinho trombadinha!  HAHAHAHA

— Na minha escola, as meninas usam vestido, laço e são bonitas! Não ficam comendo os restos! hAHAHAHA

Marin continuava lavando os pratos, tentando disfarçar a cara de choro. Os garotos, não contentes com a reação de Marin, decidiram então pegar pedras do chão e jogá-las contra Marin.

— Hahahaha! Seu trombadinha! Aguente as pedradas!

— Você não é um moleque de rua? Agora vai apanhar pra deixar de ser otária!

Marin recebia cada pedra com uma dor profunda.

— Relâmpago de Plasma!

Os golpes de Aiolia doíam mais na alma de Marin que em seu corpo. De alguma forma, Marin já não sentia mais dor física, mas chorava por não conseguir mais se lembrar o nome de seu irmão. O irmão que tanto protegera na infância.

— Aiolia... por quê eu não consigo me lembrar do nome dele? Tudo sobre mim é também sobre ele!

— Não, Marin, você não depende de ninguém! Vamos, levante-se!

— Senhor Ryuku... eu me lembrei de você enquanto lutava contra a armadura de águia. Eu preciso me lembrar do nome do meu irmão!!!!

— Marin!?

Uma suave luz dourada rodeia o corpo de Marin, que se levanta levemente.

— Aiolia, por favor, me dê mais mil socos! Eu preciso me lembrar das pedradas que tomei na infância, para que eu consiga me recordar do nome do meu irmão!

— Marin... então você estava... esse tempo todo... aguentando meus ataques somente para se forçar a recordar?

— Eu não ligo mais para a dor física. Vamos, Aiolia! Utilize seu ataque mais poderoso! Eu estou muito perto de descobrir!

A poderosa névoa dourada que rodeava Marin se transforma em um par de asas douradas, que envolvem Marin por uma fração de segundos. Aiolia fica deslumbrado com a resistência de Marin, e a reconhece como uma poderosa amazona de prata.

— Marin, ficarei feliz em vê-la novamente. Tome isso, a técnica suprema do leão. EXPLOSÃO DE FÓTONS!!!!!!!!!!!

Tudo fica claro.

...

No mundo real, Mayura não consegue suportar a pressão do golpe de Aiolia na hiperdimensão, e rapidamente desfaz sua postura:

— AAAAAAH! É MUITO FORTE!

— Mayura, o que houve? – Diz Shaina

— Mayura, você está bem? – Diz Orfeu, correndo em direção às duas.

Uma terrível explosão surge no meio dos três, afastando-os:

— AAAh, o que foi isso?

— A hiperdimensão foi totalmente destruída!

— Que golpe extremo é esse?

Da explosão, surge Aiolia, carregando Marin em seus braços.

— Aiolia, o que houve? – Pergunta uma preocupada Mayura.

— Mayura, cuide de Marin. Ela resistiu a uma explosão supernova. Ela é realmente uma amazona de Athena.

— O quê? Uma supernova?

— Aiolia, mas ela não conseguiu despertar o minueto sagrado, não é? – Diz Shaina, levantando-se da explosão de antes.

— Não se preocupem, ela já havia despertado o minueto sagrado muito antes de vocês.

... De volta ao flashback de Marin...

— Hahahaah! Você é uma idiota! Aguente essas pedras!

— Tome mais pedradas, sua trombadinha!

— Ei, ei, parem! Parem de machucar minha irmãzinha!

— Tohma, não! Não se intrometa!

— AAAAAH! Uma das pedras me acertou!

— TOHMA!!!

— Acertamos o menino também! Hahahaha , morram seus trombadinhas!

Uma gigantesca luz acompanhada de uma feminina melodia toma conta do ambiente. Os adolescentes ficam sem entender nada, e se tornam completamente paralisados diante do fenômeno. Pouco a pouco, as pedras jogadas pelos garotos retornam a eles, como num efeito espelho. Marin então abraça Tohma, e ambos correm para sair dali.

...

— Marin já havia despertado o minueto em sua infância. Eu havia percebido isso enquanto a treinava, e por mais que eu a atacasse, mais ela se lembrava dessa ocasião. Não faço idéia de como uma criança possa ter despertado esse poder antes até mesmo de despertar o cosmo. Talvez Marin tenha recebido um grande presente dos deuses.

— Marin... Diz Orfeu.

— Sua idiota... Diz Shaina.

— Entendi Aiolia. Deixe-a conosco agora. Iremos imediatamente para o castelo de Prometheus.

— Desejo a vocês uma boa sorte, e que Athena esteja do seu lado. – Diz Aiolia, partindo em direção ao santuário.

— Th... Thoma... eu me lembrei... do seu nome...

 

 

 

...


O próximo capítulo, abrindo o novo arco da história está programado para essa sexta-feira, dia 10/08/18 às 16h


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Notas finais do capítulo

Não perca no próximo capítulo:
O início do arco final! O eclipse total é finalizado, e a humanidade experimenta o começo de um apocalipse. Marin, Shaina, Mayura e Orfeu chegam ao primeiro templo no Monte Cáucaso para tentar impedir esse terrível futuro,
Visual-chave: Revelado novo pôster!



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