Saint Seiya - Águia Dourada escrita por rafaelnewk


Capítulo 22
Dimensão


Notas iniciais do capítulo

Orfeu, Babel e Algol se encontram com Shaina e Misty. No caminho para o próximo risco dos deuses, eles acabam conhecendo uma camponesa que guarda um passado aterrorizante, ao mesmo tempo que precisam lutar contra um dos réquiens de Prometeu.



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“O que será esse cosmo?”

Capítulo 21. Dimensão.

— Shaina, você está bem?
— Sim Misty, vou sobreviver. Aquele local me deixou um pouco esgotada, mas nada que eu não possa me recuperar.
— Esses réquiens de Prometeu... por quê são tão fortes?
— Não sei Misty... Mas acredito que descobriremos em breve a fonte do poder deles.
— Fico triste por Jasão. Costumava ser um cavaleiro muito bondoso, mas se rendeu à inveja e acabou perdendo tudo o que tinha. Sua própria armadura veio lutar contra ele.
— Também temo por Ésquilo. Um garoto tão jovem e já possuído pelas trevas da inveja...
Enquanto partem em direção à África, os dois cavaleiros seguem preocupados em sua conversa, tentando entender a fonte do enorme poder vinda dos réquiens de Prometeus. Enquanto isso...
— Bebel, pare de queimar tudo que encontra pelo caminho! Nem todas essas árvores são réquiens!
— Cale a boca, Algol, ou queimarei isso que você chama de rosto!
— Vocês podem ficar calados por um instante? Sinto a vibração de um risco por perto, mas não consigo me concentrar!
— Não consegue se concentrar? Esse é mesmo o famoso Orfeu que dizem ter um poder próximo ao dos cavaleiros de ouro?
— Hahahaha! Vai deixar o Babel dizer essas coisas, Orfeu?
— Tss. - Resmunga um impaciente Orfeu.
Nesse momento, algo se mexe entre os arbustos. Orfeu, Babel e Algol se posicionam:
— Sinto um cosmo poderoso! - Diz Orfeu
— Será um réquiem? - Responde Algol
— GARRAS DO TROVÃO!
Da moita, surge Shaina de Ofiúco, que pega de surpresa os três cavaleiros de prata, que se preparavam para atacar.
— Shaina, é você! - Exclama Babel
— Que bom que está bem, Shaina! - Diz Orfeu, esboçando um sorriso.
— Ela não quis me ouvir, e saiu logo atacando achando que eram réquiens! - Surge também Misty de Lagarto, que acompanhava Shaina.
— Misty! - Orfeu, Babel e Algol exclamam juntos.
— Que engraçado! Parecemos até cavaleiros de ouro, andando juntos assim. - Diz um engraçadinho Babel.
— Realmente, é uma grande coincidência tantos cavaleiros reunidos assim, hahaha – Diz Misty.
— Shaina, você também sentiu um risco aqui por perto? - Pergunta Orfeu.
— Sim... sinto a presença bem próximo daqui. Vamos procurar! - Responde Shaina.
Os cinco cavaleiros de prata seguem juntos em sua jornada em busca de mais um selo dos deuses. Eles passam por alguns vilarejos e vielas. Em uma delas, se encantam com a variedade de plantas exóticas que o local apresentava.
— Nossa, nunca havia visto um local assim! - Surpreende-se Orfeu.
— Essas flores são gigantescas! - Assusta-se Babel, ao caminhar ao lado de flores do tamanho de árvores.
— Que lugar será esse? - Questiona Shaina.
Por detrás de uma das flores, revela-se uma deslumbrante garota. De cabelos ruivos amarrados em um rabo-de-cavalo, e usando um vestido verde, seus olhos transmitiam uma imensa bondade:
— Aqui é o vilarejo de Penumbra. Os deuses nos agraciaram com diversos tipos de plantas. Fiquem à vontade, pois aqui temos vários remédios e iguarias...
Antes que a garota pudesse terminar a frase, Shaina e Orfeu se posicionaram rapidamente e agarraram os braços da pobre senhorita:
— Lembro-me de você, réquiem de Prometeu. - Diz Orfeu.
— Você nos atacou na fonte de Atena, maldita! - Afirma Shaina.
— O que.. o que está acontecendo? Quem são vocês? - Assusta-se a garota.
— Orfeu, Shaina, o que estão fazendo? É apenas uma garota da vila! - Intervém Misty.
— Algol e Babel tomam iniciativa e correm para afastar Shaina e Orfeu da garota:
— Vocês estão loucos? Atacando civis indefesos?
Neste momento, a garota começa a chorar. Shaina e Orfeu percebem os olhos sinceros da moça e largam seus braços.
— Me desculpe moça... nós nos enganamos. - Desculpa-se Orfeu.
— Você... é exatamente igual a um de nossos inimigos... Me desculpe também. - Diz Shaina.
A garota se acalma, e diz que tudo bem, pois enganos acontecem. Ela convida os cavaleiros a conhecerem a cidade, e continua sua frase:
— Aqui nesta vila possuímos remédios para todas as doenças. Também temos muito alimento!
Enquanto a garota falava, os cinco cavaleiros seguiam-na em direção à vila. Orfeu e Shaina se sentiam profundamente arrependidos por terem atacado um civil, mas ainda se questionavam:
— Você se lembra, Orfeu? Estávamos em busca do Risco de Atena, apontado pelo Mestre Ancião...
— Sim, eu me lembro. Aquela réquiem nos tomou o risco na Fonte de Atena, mas logo desapareceu. Se me lembro bem, o nome dela era... Goethe!
A garota pára por um instante e se vira de costas:
— Você me conhece senhor? Como sabe meu nome?
Todos os cavaleiros se viram para Orfeu, e Shaina assume uma postura de luta:
— Então você não tem somente a aparência dela... Mas também o nome. Revele-se, serva de Prometeu!
A garota permanece parada diante dos cavaleiros, e começa a exalar um poderoso, mas gentil cosmo:
— Eu já disse a vocês. Não conheço esse tal Prometeus! Eu não sirvo a ninguém, somente ao meu vilarejo!
Os cavaleiros se acalmam novamente, entendendo que tudo se tratava de uma imensa coincidência.
— Orfeu e Shaina, tentem se acalmar. Vamos passar a noite nesse vilarejo e amanhã retornamos à missão. - Diz Misty
— Concordo com o Misty, estamos todos precisando descansar.
A garota se despede dos cavaleiros. Shaina e Orfeu se desculpam novamente pelo incômodo, e a garota segue seu rumo. Os cinco então se separam: Misty, Algol e Babel decidem passar a noite em um albergue, enquanto Shaina e Orfeu se comprometem a revezar uma guarda noturna.
A noite estava linda e estrelada. Shaina estava chegando ao fim do seu primeiro horário, e já havia retirado sua armadura. Era a primeira vez em meses que ela poderia relaxar ao menos um pouco. Orfeu surge, preparado para assumir seu posto:
— Vamos Shaina, pode ir descansar.
— Sabe Orfeu, fazia tempo que eu não via um céu tão estrelado.
— Você tem razão. Nós cavaleiros devíamos ter sempre um tempo para olhar as estrelas, já que são a fonte do nosso poder.
— O que você acha que é a garota?
— Não faço idéia... talvez uma gêmea perdida? Ou só uma grande coincidência?
— O cosmo dela é realmente gentil. Ao contrário daquele cosmo sombrio que vimos na mulher que nos atacou.
— Nesse instante, a noite escurece um pouco mais. Uma presença desconfortante surge diante de Shaina e Orfeu:
— Ora ora! Não imaginaria que iria reencontrar vocês aqui nesse lugar!
— É ela Shaina! A verdadeira Goethe!
— Hahahahaha! Que coincidência! Esse mundo realmente dá voltas. Nunca imaginaria que um dos riscos estaria logo no vilarejo onde nasci.
— Você nasceu aqui? Então quem é aquela garota? Sua parente ou algo assim?
— Então vocês se encontraram com ela... Muito bela, não é? Viram que se parece muito comigo? Hahahaha GARRAS DO AMANHECER!
— O ataque da réquiem faz brotar duas árvores do chão, que engolem os cavaleiros, deixando apenas o rosto de ambos descobertos.
— GARRAS DO TROVÃO!
— É inútil. Essas árvores neutralizam todo tipo de movimento. Além do mais, irão sugar seus cosmos até o último vestígio. Agora, me digam onde estão os riscos de vocês.
— Goethe. - Diz um sério Orfeu, que parecia calmo mesmo na situação em que estavam.
— Me diga qual a relação que você possui com aquela garota, e te digo onde colocamos os riscos.
— Orfeu! - Exclama Shaina.
— Com munto prazer, cavaleiro! Irei te contar minha história...
— Há muito tempo atrás, eu era aquela mulher. Apenas uma camponesa que cuidava das maravilhosas plantas que existem aqui nesse lugar, e que possuía um poderoso cosmo escondido dentro de si. Um certo dia, ingênua, ela decidiu ir até uma floresta que fica à noroeste do vilarejo, colher algumas plantas medicinais. Essa floresta era conhecida por ter sido palco de várias lutas na antiguidade, e consequentemente, possuir diversas energias poderosas. Ao cruzar o poderoso e escondido cosmo da garota com o da floresta, abriu-se uma fenda no espaço-tempo.
Eu vinha de uma dimensão paralela a esta. Este vilarejo não era farto e exuberante como este. Éramos muito pobres e sofríamos como escravos. Devido à fenda dimensional, eu acabei vindo parar nesta dimensão. Perdida, vivi à sombra desta garota. Como não conseguia mais voltar à minha dimensão de origem, acabei me tornando uma pessoa amargurada. Sozinha e perdida em uma dimensão totalmente diferente da minha, desenvolvi raiva à medida que desenvolvia também o meu cosmo.
A única coisa que me dava felicidade era saber que eu havia me tornado uma pessoa poderosa, e que minha contraparte dessa dimensão continuava sendo uma idiota sem cosmo. Isso me dava forças para continuar vivendo às sombras dela.
Foi quando a flor de Prometeu surgiu diante de mim. Observando minha amargura, brotou-se a Nota de Uipata. A contraparte má da garotinha boa. Uipata se revelou como um lindo botão de rosa negra que cobriu meu corpo e meu cosmo, tornando-me Goethe, a serva de Prometeu de outra dimensão, dona da beleza das ervas e da dualidade do espírito!
Orfeu e Shaina ouviram toda a história de Goethe totalmente surpresos, enquanto suas energias eram sugadas:
— Agora entendi de onde vêm os poderes de Prometeu. - Diz Shaina.
— Da energia negativa. - Diz Orfeu.
— Jasão sentia rancor da armadura de Câncer por não tê-lo escolhido. Ésquilo sentia inveja do irmão por sempre se destacar... E você Goethe, cultivou amargura por diversos anos por ter que ficar à sombra de você mesma...
— Não é maravilhoso? Meu mestre Prometeu não é apenas um titã, mas sim o Deus dos Oprimidos, daqueles que sofrem! Ele irá acabar com esse reinado mesquinho e sem sentido de Atena!
Orfeu e Shaina utilizam suas últimas forças para soltar uma debochada risada:
— Haha, você é uma pessoa doente, Goethe. Prometeu só está se aproveitando de você.
— Não se preocupe, temos amigos que irão deter todos vocês.
Neste momento, três poderosos cosmos surgem no local. Misty de Lagarto, Algol de Perseu e Babel de Centauro chegam à batalha.
— Nos desculpe pela demora, amigos! - Diz Babel.
— Nossa, ela é realmente idêntica àquela garota! - Exclama Misty.
— Não... Seus olhos são diferentes. - Corrige Algol.
Misty ataca com um tufão de ar e Babel utiliza suas chamas para intensificar o ataque de Misty. Porém a réquiem se defende, entrando em um casulo de ervas.

— Não subestimem meu poder, cavaleiros de prata. Sou uma das Réquiens Maiores de Prometeu. SEDUÇÃO ABSURDA!

O ataque de Goethe faz brotar da terra várias ervas que seguram os cavaleiros. Neste momento, surge Algol por detrás da réquiem.

— GÓRGONA DEMONÍACA!

Algol salta por cima de Goethe, criando várias víboras que prendem a réquiem. O cavaleiro se prepara para disparar um chute contra Goethe, mas é surpreendido por várias folhas e espinhos que começam a crescer de seu corpo.

— ILUSÃO DE DEMÊNCIA!

O contra-ataque da réquiem cria ilusões em Algol, que cai imobilizado.

— Maldita! - Grita Misty, outro cavaleiro imobilizado. Shaina e Orfeu são liberados das árvores, desacordados e extremamente debilitados.

— Fracos. Agora é só eu pegar os riscos que vocês possuem e...

Diante de Goethe, uma bondosa cosmo-energia brilha. Se tratava da garota camponesa, Goethe, aquela que havia aberto a fenda no tempo-espaço de onde a réquiem havia surgido:

— Você acha que eu não senti você vivendo na minha sombra?
— Grrr... você...
— Acha que eu não percebia sua presença se tornando cada vez mais escura?

O cosmo da garota fazia brotar flores por onde ela passava. De cabeça baixa, seus cabelos se desamarraram levemente, liberando seus longos e cacheados fios ruivos, o que deixava as duas garotas ainda mais parecidas.
— Sua maldita! O que faz aqui? Você sempre foi e sempre será fraca, nós nunca seremos a mesma pessoa!
— Não... você que trilhou um caminho ruim. Um caminho de trevas. Não merece nem mesmo voltar pro lugar de onde veio!

Os cosmos das duas Goethes se colidiram, gerando dois campos de força: um verde-claro, sereno e tranquilo, e um verde-escuro, cheio de ira. A explosão de cosmos faz Orfeu, Shaina e Algol acordarem. Misty e Babel observam atentamente a explosão de poderes.
A réquiem dá um pequeno sorriso no canto da boca:
— Você já era.
Utilizando uma técnica, a Goethe réquiem faz brotar uma raiz debaixo da terra, movendo-a em alta velocidade em relação à camponesa. O golpe acerta em cheio o peito da garota. Neste momento, o cosmo da camponesa se torna uma flor gigante, que dispara um raio na réquiem, fazendo-a desaparecer. A garota cai no chão bastante ferida.

— Cavaleiros... ela não vai voltar por algum tempo... deixo o restante com vocês...
Misty e Babel são libertados das ervas que os prendiam, e correm em direção à garota, tentando ajudá-la:
— Resista! Você lutou bravamente!
— Seu cosmo é enorme garota!
— Dê isto... para seus amigos...
A garota cai morta nos braços dos cavaleiros de prata, deixando uma pedra amarela na mão de Misty. Neste momento, grossos pingos de chuva caem do céu, revelando o triste semblante dos cavaleiros de prata após a derrota.


—--

— Orfeu, Orfeu, acorde!
— Orfeu abre os olhos e percebe que está deitado em uma cama, no interior de uma cabana. Quem o acorda é Misty:
— Realmente aqui nesse vilarejo os medicamentos são muito efetivos.
Orfeu olha em volta e vê em outra cama Shaina, que ainda está desacordada.
— Ah, então você acordou, Orfeu! - Diz Algol.
— Levante-se logo daí e me ajude a arrumar esta bagunça! - Reclama Babel.
— Shaina também está bem, só precisa descansar um pouco mais. - Completa Misty.
— Misty, me diga... onde está a camponesa?

Um olhar triste de Misty confirma a notícia a Orfeu. Shaina, mesmo dormindo, derrama uma lágrima.

— Bom, diga a Shaina que irei voltar. Minha missão desde o começo era apenas descobrir onde estava Jasão. Darei a má notícia ao santuário. - Diz Misty.
— Eu também. Asaho me pediu para ajudá-lo nesta luta, mas tenho meus deveres no santuário. Espero nos encontrarmos em breve, Orfeu! - Exclama Algol.
— Eu também voltarei com eles... - Diz Babel.

Orfeu faz um sinal de aceitação com a cabeça, enquanto toma outro gole do chá. Shaina acorda, mas continua na mesma posição:

— Muito obrigado pela ajuda, Misty. Nos veremos novamente.
— Nos veremos, Shaina! Ah, e aquela garota deixou algo para vocês...

Shaina sente uma energia emanando de algo próximo a seu travesseiro:

— Essa pedra amarela... é o risco de Apollo!

— Deixaremos o restante dessa batalha com vocês. - Se despede Algol.

Os três cavaleiros de prata partem em direção ao santuário, deixando para trás Shaina e Orfeu, que se recuperam da última batalha contra Goethe. O que será das batalhas daqui por diante?


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Notas finais do capítulo

No próximo capítulo, Mayura se encontra com o quinto e último integrante dos Alto Réquiens de Prometeu. Qual será o destino de Alma?



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