Storm escrita por O Espinho Carmesim


Capítulo 1
Broken Smile


Notas iniciais do capítulo

“ Até mesmo a menor criatura pode mudar o curso das coisas”.

Os olhos castanhos, da cor de terra fértil admiravam a grandeza das estrelas da noite de verão que acabara de chegar.
Ainda mantinha-se presa a mensagem de pedido de ajuda do amigo Cedric. Não poderia negar auxilio a tão estimado amigo, que sempre lhe dera proteção.

A vida do outro lado do fiorde era calma e tranquila. Totalmente contraria a vida em Helsínquia. Mas deveria voltar. A companhia das estrelas, a faziam sentir a paz que nenhuma outra coisa lhe traria na vida.

Os longos cabelos loiros acinzentados balançavam docemente, ao sabor da brisa enquanto da janela da modesta moradia de madeira, observava a noite, quando uma luz azulada cortou os ceus. Parecia um raio, mas era impossivel ser - pois o ceu era limpido.

Aquilo a fez caur na realidade, e lembrar que era hora de partir. Certa tristeza e temor lhe tomou a alma. Suspirou fundo e deixou a xicara de porcelana branca - agora vázia, sobre a mesa desgastada.

Apanhou da cadeira o sobretudo marrom, o vestiu sem demoras, e com a mão delicada, mesmo que envolta por negras luvas de pelica puxaram a bolsa - que parecia mais um saco velho de pano.

Passou os olhos pela casa escura como se fosse a ultima vez que a visse. talvez estivesse advinhando o que o destino aguardava...

Foi em direção a porta, quando se firmou, correu até o quarto e tirou um livro tão surrado quanto suas vestes e o beijou:
—" onde quer que eu vá, você e Argus êm junto"

Rui sozinha, ela mesma julgava tosca a sua forma de amar o livro de poesias que um dia pertenceu a sua mãe.
Sendo assim, saiu da casa. deixando-a para a noite. Montou em seu cavalo - e amigo, inseparavel Argus.
Sem demora, deu comando e seguiram em direção a rota que os levaria a Helsínquia.
Mantinha a serenidade, mesmo que com o coração nas mãos, saboreava o vento na pela branca, e seguia enamorada do brilho das estrelas.
Mal sabia o que o dia lhe reservava...



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Cavalgou por toda a noite, até que com os raios de sol, teve o vislumbre dos portais da cidade que não adormecia. Antes mesmo de atravessar os portais enormes, prendeu os cabelos em uma trança modesta. Não queria que ninguem lembrasse daquela historia.

Era como se cem anos tivessem passado voando o que obviamente, não era possivel na vida de uma mera mortal. Mas, de certa forma, olhando a cidade em trotes vagarosos, sentiu alegria, em ver como Helsinquia havia crescido em tão pouco tempo.

O fato de passar despercebida pelo grande centro onde os comércios eram realizados a deixou confortável consigo mesma. Era bom não ser reconhecida por ninguem. Argus - o cavalo, era um incrível animal de pelagem negra, e embora estivesse cansado demais da viagem, mantinha a postura de linhagem nobre, bem como sua cavalheiriça.

A postura ereta e destemida passava até mesmo ar de arrogância aos que a viam, mas ninguém se prendia muito tempo a olhar uma figura tão trivial. afinal, ninguém tinha tempo para mais nada além de cuidar de seus proprios interesses.

E ela achava essa situação perfeita. As mãos seguravam firmemente as rédeas, olhava tudo o que conseguia, admirava casa objeto, pessoas... vida. Ainda assim, parecia esculpida no branco mármore. 

por mais estranho que parecesse, cruzou sem esforços os 3 arcos - que dividiam em niveis a imponente  Helsinquia, por fim,  cruzou o ultimo - entrando na área do grande salão.

Apresaram-se dois soldados de guarda, e indagaram:

— Muito bom dia forasteira! O que lhe trás a Helsinquia e porque cruzou o arco? - perguntou o mais alto dos homens.

— Muito bom dia senhores guardiões da casa de Arleim!  Vim do vilarejo, depois do fiorde. Não me tenham por andarilha, pois não o sou. Vim ao encontro de vosso mestre, e meu cavalo esta cansado assim como eu, então..se puderem fazer a cortesia.. 

— Nosso mestre? - se entreolharam e sorriram, como que por ironia - E como poderia .. uma... "jovem donzela" ajudar nosso senhor?

— Bem... - pulou com as negras e longas botas no chão. e colocando-se frente a frente com ambos, olhou o que lhe falava nos olhos e disse.- Eu e Cedric sempre fomos amigos. Nossas casas.. aliadas.  como irmãos. Ele me solicitou ajuda...e , bom, sei bem que não é nada comum uma jovem com tais vestes - riu e passou a mão ainda com luvas sobre a face - Eu preciso ver seu mestre... 

— Casas amigas? senhorita... - riu novamente com sarcamos o mais alto dos homens, enquanto o mais novo precipitou-se em dizer:

— Mas..você deve ter um nome.. não é?

—sim, claro! - ela riu e sentiu a pele enrubrecer. - todos temos nomes..

—então..qual sua sorte senhorita? sem saber, não se pode permitir sua entrada, são tempos loucos por aqui... - esteera de estatura média, barba longa e negra, cabelos negros e longos, presos num rabo de cavalo. Era menos rude, mas tinha aparencia de muitos verões.

— bom... eu... - suspirou fundo e sussurou- diga que alguém da casa dos Sträusin ouviu seu chamado..e o aguarda para lhe falar. - lançou firme olhar sobre eles.

— Sträusin? garota..quanta insolenci! não existem mal trapilhos entre os nobres dos homens!

— mas não sou mal trapilha! Sou eu,  Lilibeth  e responpo pelo meus mortos. isso nada tem que lhes responder sobre minhas escolhas de vida. Agora, exijo ver seu mestre. -  sua face, antes delicada, tornou-se sisuda. e os olhava com certo desprezo. sentiu-se ofendida.

— Lilibeth? Lilibeth sumiu com as bestas dos céus! - riam os dois divertindo-se.

— olha... quer saber? Eu sempre soube que seria loucura voltar aqui. um absurdo sem explicações! Então...somente gostaria que fizessem lord Cedric saber estive aqui. E que não me permitiram passar. - Lilibeth era um ser de pouca paciencia.

 - Não diremos coisa alguma. pegue seu cavalo moribundo e saia daqui antes que seja levada as masmoras! - riam mais ainda, como que se nunca tivessem escutado tamando absurdo.

— pois bem! entreguem-lhe isso também. quem  o tiver em mãos que não pertença a seu senhorio, encontrará a morte certa.. -  esboçou um pequeno sorriso e retirou da mão direita a luva, revelando bela e delicada mão alva como neve, que sustentava em um dos longos dedos, um delicado  e pequeno anel. 

Era joia antiga, parecia ser obra de anões das mitologias. Feito de pedra branca reluzente. No passado, existiam poemas sobre tais joia. Dizia-se que o grande guerreiro Öscar havia presenteado sua amada esposa, com dois anéis feitos de luz de estrela. Com o fim do tempo de Öscar - o domador de dragões, sua viuva, decidiu retirar-se para o sul, e presenteou suas duas filhas - cada uma com um anel, para que não se esquececem da luz do amor do pai.

Lilibeth beijou a joia e disse:

— Certamente, conhecem os contos sobre meu amado pai. Conhecem minha mãe e portanto: a mim. Eis a prova. Eu sou quem afirmo ser. Digam à Cedric que venha e me encontre na vila de dos pescadores. Ali, estarei por esse dia. ao ir-se o sol, partirei. - beijou a joia e antes mesmo que a pudesse retirar das mãos, foi puxada pelo braço com brutalidade.

o homem mais alto, ficou furioso. Sabiam que era uma joia de seu povo, mas aquela, jamais seria a herdeira, então com o odio dominando suas almas, não pensaram duas vezes, agarrou Lilibeth pelos braços. O homem mais baixo, ao ver o cavalo se assustar pela movimentação brusca do companheiro, empenhou-se por conseguir pegar as redeas e fazer parar o animal irritado. 

— Onde conseguiu isso? -esbravejou

— Não seja tolo! ela roubou! não pode ver? vamos leva-la às celas! - disse o menor ao conter o cavalo.

Em meio a tal circunstancia, uma senhora - jovem senhora estava adentrando o nivel do Salão quando viu a cena. E sem ressalvas se aproximou, e vendo a moça tentar soltar-se, pois um dos homens tentava a todo custo arrancar-lhe a joia. 

— Haldor! Jarlg! O que é isso que estão fazendo? O que é que esta havendo aqui? - disse puxando para tras o homem alto, que a empurrou. - o que pensa que esta fazendo com essa garota?

— Senhora NAzira não se meta! é uma ladra... veja, tem nas mãos a joia de Misha! - ainda segurava pelos pulsos a moça que se debatia tentando se soltar.  e a obrigou a mostrar a mão a senhora.

— é impossivel... - quando Nazira viu a joia, perdeu a lógica do tempo. fitou a jovem, que em agonia e dor tentava se soltar - mas...onde conseguiu isso minha jovem? 

— não consegui! é minha! era de minha mãe.. me sonta seu porco imundo! - Lilibeth tentava se soltar  a qualquer custo. enquanto Argus disparava em coices ao ar, buscando soltar-se e ir em socorro de sua mestre.

— sua? - Nazira fez sinal para que o soldado parasse o que fazia - e qual seria seu nome?

— eu ja disse a este brutamontes! Sou Lilibeth... E o Cedric me chamou aqui, vim por ele e nada mais. disse que queria ajuda, mas não que queria me pregar tal golpe! - se contorcia nas mãos do homem que nem mesmo força fazia. além de rir e caçõar dela.

— solte-a! - disse Nazira - eu conheço esses olhos.mas você...deveria estar morta...  -  a mulher estava estarrecida. mas voltando do choque disse com rispidez - vamos leva-la ao mestre. Se não for quem ele deseja ver... então lhe tomaremos a joia e será presa. Agora ... Jarlg, ache lugar para esse cavalo, enquanto descobrimos o que fazer com essa ...- as duas se olharam. uma com odio, a outra em duvidas. - com essa moça. venha,traga ela comigo. 

Nazira era uma jovem senhora de traços fortes como seu povo, e vivia em Helsinquia por anos. Era muito bem quista por todos e vivia na corte. portanto, suas ordens eram aceitas sempre. 

— ah que legal! vão mesmo me arrastar até la? otimo! de lá vou sair por onde entrei e nunca mais volto nesse lixo de cidade! - Lilibeth tentava resistir de toda forma. 

— Ora...eu sou quem sou menina! agora se cale! - olhou irritada para a jovem que arrastada pelo punho, vinha aos gritos, buscando soltar-se de Harold. 

 Os tres agora subiam um pequeno lance de escadas que davam acesso a entrada do salçao principal onde vivia o regente de Heilsínquia. Antes de entrarem, outros soldados olharam a cena, Nazira a frente, com seu caminhar elegante e Harold puxando a moça de aparencia delicada, mas trajada como uma errante, que se chacoalhava. 

—Anunciem ao mestre que EU lhe trouxe uma pessoa - disse Nazira aos guardas da porta. 

Estes, diferentes dos brutamontes  que abordaram Lilibeth, eram jovens, belos. Um loiro, tinha um cabelo em corte moicano, com longa trança até o meio das costas. O outro, cabelos curtos e negros, mas barba longa e enfeitada com contas de outro. não estavam de armaduras, mas cada um trazia preso a suas cinturas dois machados enormes.

Sorriram, um fez pequena reverencia a Nazira e logo, adentrou o palacio, e de forma ligeira a porta enorme de carvalho negro se abriu, Lilibeth estava mais interessada em soltar-se que nem notou a abertura.

Era um salão glorioso. Apos a porta, a escada voltava a descer, seguindo por longo chão de madeira, reluzente. Enormes colunas de madeira adornadas de ouro amarelo e folhagens davam um ar romantico, porém assustador e poderoso ao local.

Havia grande teto de jalenas de cristal puro, que fazia grande luz entrar. Entraram os tres, Lilibeth agora estava assustada. Jamais se imaginou voltando aquele lugar, e muito menos naquela situaçã ridicula, e opior, com tanta gente testemunhando.

O Grande salão estava repleto de gentes. Aquele era o tempo do festival da lua Azul, portanto, era obvio que estaria sempre cheio de gente. Porém, não esperava por gentes tão diversas... 


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