Quando anoiteceu fui até a praça, sentei no banco esperando pelo Téo, fiquei olhando a madeira onde estava escrito Isa e Téo, foi na mesma noite que ele cantou pra mim uma musica que dizia que eu era o amor da vida dele, estava tão distraída que demorei a notar que ao redor do banco tinha vários buques de rosas brancas que juntas formavam um coração, e eu estava bem no meio, eu adorava quando ele fazia uma surpresa dessas pra mim.

Eu fiquei emocionada, quando ele chegou, eu o abracei bem forte, ele sorriu.

— Téo eu preciso falar com você, e é serio, é sobre a Camila.

Ele ficou serio, olhou ao redor, como se esperasse que ela aparecesse do nada entre a gente.

— eu não sei o que aquela agora falou agora, mas é mentira.

Eu acabei sorrindo.

— Téo, eu......

— eu juro que eu estava bem quietinho em casa, pode perguntar pra minha mama, vem vamos na minha casa, que ela confirma que eu não falei com aquela garota hoje...........e......

— eu acredito em você.

— eu juro que eu passei o dia ajudando na sorveteria, e eu não............o que foi que você falou.....

— eu acredito em você, eu confio em você, me perdoa.

Ele ficou tanto tempo em silencio, me encarando, com uma expressão tão estranha, que eu achei que ele estava passando mal; cheguei a pensar em sair dali correndo, ele já estava me assustando, mas de repente ele sorriu, me abraçou, senti o coração dele acelerado.

— me desculpa, eu não acreditei em você.....e....

— e agora você acredita..........você confia em mim.

— confio.

Ele sorriu.

— você me perdoa.

— você não tem motivo pra me pedir perdão.

— tenho sim, eu não acreditei em você.

— se eu estivesse no seu lugar.

— você teria acreditado em mim.

— Isa.

— eu preciso do seu perdão.

— eu perdoo você, se você me der um beijo.

Eu sorri, e me joguei nos braços dele, eu senti a mesma sensação que eu tive, no primeiro beijo, apesar de fazer varias semanas que nos dois tínhamos voltado a namorar, foi como se tivéssemos nos reconciliado naquele momento.

Senti o medo, a angustia, tudo o que eu estava sentindo a semanas sumindo do meu corpo, acho que o Téo sentiu também, porque o beijo foi diferente, mudar a minha atitude com ele, fez com que ele mudasse a dele comigo.

— eu posso saber o que aconteceu.

— Camila.

— ela contou a verdade.

— não.

— mas.

— Téo, eu senti tanto ciúme, que não reparei o que estava na minha frente.

— como assim.

— primeiro, porque eu deveria saber que você jamais iria me trair com ela.

— nunca........ eu amo você.

— eu quero amar você pra sempre.

— você não precisa me amar pelo resto da sua vida, mas me ame pelo restante da minha.

— as vezes você fala coisas tão malucas, mas tão bonitas também.

— é que as vezes eu acho que eu perco a razão quando eu estou perto de você.

— é eu causo isso nas pessoas, mas de formas diferentes.

Ele começou a rir.

— agora é serio, eu não tenho certeza, mas eu acho que a Camila é sobrinha da Regina.

— que.

— você não chegou a conhecer a Regina, e eu não guardei nenhuma foto dela, mas elas são parecidas.

— então o Omar tinha razão.

— o Omar.

— ele me disse que não podia ser só inveja, não fazia sentido o jeito dela com você, tinha que ter outro motivo.

— e tem, se a Regina for tia dela mesmo, ela deve me culpar pela morte dela.

— eu acho que não é isso.

— então.

— a sua herança.......... como parente da Regina, ela achou que teria direito a uma parte.

— mas o dinheiro era do meu pai, não da Regina.

— é mas, ela deve pensar que tem direito........ e ela não esta agindo sozinha, os pais dela estão junto nisso, principalmente a mãe dela, faz sentido, ela me disse que foi a mãe dela que quis vir morar aqui.

— você acha que elas querem vingança......... mas a família dela tem dinheiro.

— mas você tem mais, e as pessoas ambiciosas e egoístas, não se contentam com o que tem, querem sempre mais, e invejam o que os outros têm.

— eu vou falar com o meu padrinho, se for verdade, elas podem fazer alguma coisa contra mim.

— elas devem estar tramando alguma coisa, tão muito quietas a algum tempo.........agora eu fiquei preocupado, não sai mais sozinha, toma cuidado.......... acho melhor você voltar pra casa ta muito tarde, eu acompanho você.

Ele me acompanhou até em casa, olhava tanto de um lado pro outro, que eu já estava ficando com medo.

— aquele seu segurança...... o Sandro, ele já saiu da prisão, né.

— sim, ele vai fazer serviço comunitário, como ele ajudou a policia a entrar na mansão, e contou tudo o que sabia, ele não vai ficar preso.

— você podia contratar ele, de segurança, ele podia ficar por aqui, e ajudar.

— você acha que não é exagero.

— depois de tudo o que aconteceu, eu acho que não.

— você tem razão........ amanha mesmo vou falar com ele.

Aquela noite não consegui dormir, fiquei preocupada, se a Regina foi capaz de fazer tantas maldades, porque elas não fariam também. Minha família estava correndo perigo outra vez, eu não acredito que tudo ia recomeçar, olhei pra Manu deitada na cama ao lado, ela já foi sequestrada uma vez, será que não tentariam de novo, as mesmas maldades, mas com pessoas diferentes no comando, a Regina eu conhecia, sabia do que era capaz, já eles eu não sabia. Isso me deixava apavorada.....