Rory olhava para o telefone incessantemente. Sabia que era só discar o “1” – afinal de contas, nunca tivera coragem de tirar o numero dele da discagem rápida – mas a ideia a aterrorizava. Andando de um lado para o outro, sua barriga começava a aparecer. Ela criava a coragem e ligava, mas após 2 toques, desligava com medo. Ela sabia que estava sendo ridícula, e que não tinha alternativa, além de contar para Logan que estava gravida, mas a jornalista não conseguia fazê-lo. Era muito difícil, e se ele não quisesse nada com a criança, ou pior, com ela? Ela sabia que ele estava noivo e era uma péssima ideia destruir o futuro casamento dele, mas não suportaria passar por aquilo sozinha. Rory não era tão forte quanto Lorelai fora, 32 anos antes, e ela, secretamente, queria Logan. Sempre quisera. Apesar das grandes oportunidades que tivera como jornalista e a expansão de sua carreira, ela nunca se sentira completamente feliz. Não como se ela dependesse de um homem para ser feliz – sua vida era incrivelmente boa – mas ela sempre sentiu falta do seu amor da faculdade. O terceiro é sempre o ”ele”, não é? Sentada no sofá, escondida atrás da sua imensa xicara de café, ela olhava para a maça ao lado do seu celular e sabia que era hora. Respirou fundo, deu uma mordida no curioso e nada costumeiro alimento a sua frente e ligou para Logan. A probabilidade de ele não atender era grande, considerando que era um homem ocupado, mas, no fundo, Rory sabia que ele sempre acharia tempo pra ela. Independente de tudo que acontecera com eles, ambos se amavam, e por mais que ela não se sentisse confortável com a ideia de destruir o relacionamento dele, pouca era o remorso que ela sentia. A cada toque, o aperto em seu peito aumentava. Faziam quase 4 meses que eles não se falavam, desde que ela saíra antes do café no outono naquele hotel em New Hampshire, desde que ela descobrira sobre a sua gravidez. Suando frio, Rory tomava uma xicara do café forte e quente – ao estilo Gilmore – esperando por Logan atender ao telefone. E, por mais que achasse que estava preparada, não conseguiu controlar as lágrimas que ousaram aparecer em seus olhos quando ouviu aquela voz novamente, depois de tanto tempo.

— Hey, what’s up, Ace?