As Coisas Improváveis Sobre Nós. escrita por Lua B


Capítulo 22
A gente se vê!


Notas iniciais do capítulo

É isso, depois de dois anos o ultimo capitulo! Mas, vou segurar o chororo e deixar para as notas finais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/718612/chapter/22

Eles se mudaram no dia seguinte.

Bucky alugou um caminhão e Sam e Steve desciam os móveis pelo elevador. Lana - por sorte ou não - teve que trabalhar por ter faltado no dia anterior e não ia conseguir ajudar na parte de levar os móveis. Sabendo disso, ela e Steve haviam passado a  maior parte da noite anterior limpando a casa - e se pegando também - enquanto Bucky e Sam voltavam ao apartamento para empacotar o restante das coisas. 

Os primeiros cômodos que os três arrumaram foram a sala e a cozinha, os cômodos mais importantes, o que deixou Lana muito puta da vida já que ela havia dito que queria ajudar a decorar. A irritação dela logo passou ao ver que eles haviam arrumado da maneira que ela havia planejado. A sala branca com o sofá repleto de almofadas que ela havia escolhido e alguns quadros e vasos que os quatro haviam comprado juntos alguns dias antes. A cozinha de azulejos brancos e mármore preto havia combinado perfeitamente com os móveis de madeira rústica deles, o que fazia o ambiente parecer saído do Pinterest. E pelo menos, eles haviam deixado o terraço e o quintal para ela poder decorar e até montar um pequeno jardim de parede com as plantas que Libby havia mandado entregar naquela tarde. 

A mudança durou dois dias, nos quais eles não tiveram tempo nem para respirar e como Steve iria embora no dia seguinte, ele nem se preocupou em arrumar o próprio quarto, dormindo no quarto de Lana. Arrumaria o próprio quarto quando voltasse. 

—Eu não acredito que a gente não vai fazer nada para sua despedida! - Lana exclamou indignada se jogando no sofá naquela noite, cansada depois de passar quase duas horas arrumando o próprio quarto, ao voltar do trabalho. 

Steve passou o braço em volta dos ombros dela e ela apoiou a cabeça em seu ombro. 

—Ta tudo bem, a gente tá morto de cansaço e tenho que estar no aeroporto cedo também. - ele falou. 

—A gente podia se despedir como a gente sempre faz. - Bucky comentou se sentando o mais longe dos dois que podia e abrindo uma latinha de cerveja, claramente esquecendo que havia prometido não beber. 

—Como? Enchendo a cara? - Sam perguntou animado, havia sentado no chão entre os três e procurava algo para assistir na TV. 

—Não. - Bucky respondeu vendo a cara feia que Lana havia feito - Assistindo filme e comendo pizza. 

—Acho uma ótima ideia! - Steve concordou animado - Eu peço as pizzas!

—E eu escolho o filme! - Bucky se prontificou. 

—Eu não vou assistir “Centopéia Humana” de novo Bucky, nem vem! - Lana reclamou. 

—A gente não ia assistir “Centopéia Humana”! - Bucky retrucou fazendo bico - A gente ia assistir “Centopéia Humana 2”!

—A gente podia assistir “O Resgate do Soldado Ryan”, já que o Steve está voltando para o exército e tudo mais. 

—Não! - Steve exclamou - Esse filme não! 

—Então o que? - Lana perguntou - “Guerra ao Terror”? Tem “Forrest Gump” também… 

— Ou “Capitão Phillips”. - Sam comentou - Eu sei que ele é marinheiro, mas, ele é capitão também. 

—Que tal vocês me deixar escolher o filme, hein? - Steve perguntou desligando o celular depois de pedir as pizzas. 

—Não, porque você provavelmente vai fazer a gente assistir filme da Disney. - Bucky retrucou. 

—Vou mesmo. - Steve falou - Vamos assistir “Mulan”! 

Sam e Bucky começaram a reclamar, mas, Lana concordou. 

—Ela é uma das minhas favoritas! - ela sorriu. 

—Então está decidido. - Steve afirmou. 

—Isso é favoritismo! Não vale! - Sam reclamou. 

Lana revirou. 

—Você prefere assistir “Mulan” ou “Centopéia Humana 2”, Sam? - ela perguntou. 

—Mulan… - Sam resmungou se dando por vencido. 

—Então, pronto para de reclamar! 

Os quatro passaram a primeira noite na casa nova assistindo Mulan e comendo pizza. Steve tentava não pensar em como ele não estaria ali com eles nos primeiros meses naquela casa e como demoraria para poder se adaptar ao lugar por causa disso. Ele pensava em seu quarto que ainda precisava ser arrumado e em Lana e como ficaria tanto tempo longe dela. Mas, ele tinha que ir, não se arrependia da escolha que tinha feito e sabia que era pouco tempo e que o tempo passava rápido. Mas, partir era sempre difícil.

Quando Lana acordou na manhã seguinte, sentiu o lado de Steve na cama vazio e por um momento achou que ele tinha ido embora sem se despedir, mesmo que eles fossem levá-lo ao aeroporto e tivessem que passar no apartamento antigo para devolver a chave para a dona Rufina, mas, o barulho do chuveiro no banheiro que ficava no segundo andar a fez respirar aliviada. Ele não tinha ido embora ainda. 

Ela desceu as escada e escovou os dentes e lavou o rosto no banheiro do térreo, depois foi para a cozinha. Sam e Bucky já estavam acordados e por um milagre, havia preparado o café de sempre para todos: bacon e ovos, panquecas e café. 

Steve desceu algum tempo depois já com suas malas e Lana quase engasgou com o café ao olhar para ele.  

Ele usava o uniforme de capitão do exército, calça e paletó pretos, camisa branca e gravata preta por baixo e sapatos sociais. No paletó havia o emblema do governo dos Estados Unidos, alguns outros símbolos que ela não sabia o que significava e o título “Capitão Rogers” no lado esquerdo do peito. Steve também estava sem barba,seu rosto liso e macio cheirava a loção pós barba e ela nunca tinha notado como seu queixo quadrado era mais pronunciado, os cabelos também estavam diferentes, sem gel e penteados para o alto ele parecia ainda mais loiro. 

—Tá tudo bem? - ele perguntou a ela notando que Lana mal piscava, olhando para ele embasbacada. 

Ela piscou e sacudiu a cabeça, como se tivesse acordado de um transe. 

—Está sim, mas, se eu soubesse que você ficava tão delicinha desse jeito de uniforme eu teria feito você voltar para o exército mais cedo. - ela comentou. Sam e Bucky fingiram vomitar em seus pratos e Steve corou um pouco, indo até ela e a beijando de leve. 

—Fico feliz que tenha gostado. - ele sorriu. 

—Gostar é apelido. - Lana riu. 

Sam pigarreou sinalizando que era para eles pararem com a rasgação de seda na frente dos amigos e Steve se afastou, sentando ao lado dela a mesa e começando a comer as panquecas que ela havia separado para ele. 

O café da manhã pareceu passar rápido demais e Lana se viu tendo que ir se arrumar para levar Steve ao aeroporto. O voo dele sairia em duas horas e como teriam que fazer uma parada antes do aeroporto, chegariam em cima da hora. 

Os quatro entraram no elevador do Iluminado, saindo no sétimo andar e andando pelo corredor familiar, parando não na porta do apartamento 42, mas, virando no corredor e batendo na porta da dona Rufina. 

A senhora atendeu a porta, surpresa por vê-los ali tão cedo, seu olhar se demorando em Steve de uniforme. 

—Aqui estão nossas chaves, dona Rufina. - disse Steve e entregou o chaveiro com quatro chaves para a mulher que os pegou e guardou no bolso do robe - Obrigado por tudo. Bom dia. 

A mulher abriu a boca para dizer algo, mas, Steve acenou e se virou com Sam, Bucky e Lana o acompanhando. Eles lançaram um olhar para a porta fechada do apartamento 42 e seguiram de volta ao elevador do Iluminado. Lana tinha que admitir que sentiria falta daquele elevador. E do apartamento. Tinham vivido bons momentos ali. 

O caminho até o aeroporto foi silencioso, Steve sentado ao lado de Lana no banco de trás, de mãos dadas e sem falar nada, enquanto Sam tentava encontrar algo no rádio  e Bucky xingava os motoristas que passavam ao seu lado, porque quem resolve causar congestionamento às dez da manhã de um sábado, caralho!

Mesmo chegando em cima da hora, parecia que tinham chegado rápido demais. 

Steve levava uma única mala grande em que havia empacotado tudo que precisava e eles andaram em silêncio pelo aeroporto lotado, até a área de embarque que era só até onde os três poderiam ir junto dele. 

Sam abraçou Steve primeiro, cada um dando tapas nas costas do outro e murmurando coisas que Lana não conseguiu ouvir. Então Bucky abraçou o amigo e ele parecia tão chateado quanto Lana de ver o amigo ir embora. 

—Vê se não faz nada muito burro ou perigoso… Ou burro e perigoso. - Bucky recomendou e Steve riu - É sério, não me faça voltar para o exército só para chutar a sua bunda! 

—Vou tentar o meu melhor! - Steve exclamou. 

—Acho bom! - Bucky sorriu - Seu idiota… 

—Babaca. - Steve retrucou e eles se abraçaram novamente. 

E então foi a vez de Lana. Sam e Bucky se afastaram um pouco para lhes dar privacidade  e ela suspirou e o abraçou forte. 

—Eu ainda não acredito que você tá indo mesmo. - ela falou ainda abraçada com ele e se lembrando de algo que tinha escutado em Doctor Who, que um abraço era só uma maneira de esconder o rosto. 

—Eu vou voltar logo. - Steve sussurrou para ela. 

—Eu sei que vai. - Lana sorriu apesar de se sentir triste. 

Steve a beijou, tentando demorar o máximo que podia, não queria largá-la e Lana não se sentia pronta para soltá-lo também. Mas, teria que se soltar dele mais cedo ou mais tarde e por isso foi a primeira a se afastar. 

Ela acariciou seu rosto.

—Meu Deus, é muito estranho te ver sem barba! - ela comentou. 

—Prometo que volto de barba! 

—Tanto faz, contanto que você volte. - Lana olhou seriamente para Steve - Porque caso eu ainda não tenha deixado isso claro, se você morrer, eu te mato!  

—Eu sei. - Steve beijou a testa de Lana e sorriu para ela e para os amigos. - É melhor eu ir antes que chegue atrasado no portão. 

Os outros três assentiram. 

—A gente se vê. - Steve falou acenando. 

—A gente se vê, Steve. - os outros três responderam em tons de voz diferentes, olhando enquanto Steve passava pelo portão de embarque e sumia de vista. 

Lana suspirou e passou os braços em volta dos braços de Sam e Bucky. 

—Vamos? 

—Vamos. - Sam respondeu. 

E Sam, Bucky e Lana saíram deram as costas para o portão de embarque, fazendo caminho de braços dados pelo aeroporto apinhado de gente, todas vivendo suas próprias despedidas, começos e fins. Por ironia ou não da vida, não havia trânsito no caminho de volta e eles chegaram em casa em menos de quarenta minutos. 

Xenophilius estava deitado no lugar que Steve normalmente ocupava no sofá e miou baixinho quando os viu, como se tivesse notado que ele não estava ali. Lana acariciou a cabeça do gato e depois foi para o quintal, se sentando nos degraus do terraço. Antes que pudesse ficar sozinha com seus pensamentos, ouviu a porta se abrir novamente e Sam e Bucky se sentaram ao seu lado. Bucky lhe entregou uma garrafinha de cerveja e ela bebeu silenciosamente. Eles com certeza não conseguiriam manter a própria promessa de ficarem sóbrios, mas, tudo bem. Eles tinham um novo lugar para morar, poderiam começar de novo ali e bom, três meses passam rápido. Logo Steve estaria de volta. 

Eles ficariam bem. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Sim, depois de quase três anos desde que comecei a postar essa história (dois em hiatus) finalmente chegamos ao final dela e que boa tá sendo a experiencia de finalmente compartilhar ela com vocês!

Obrigado do fundo do meu coração a todo mundo que chegou até aqui e que teve a paciencia enorme comigo e minha demora. Sério, só tenho a agradecer a todos vocês!

Me contem o que vocês acharam desse final e quais foram as partes favoritas de vocês da história toda, adoro saber o que vocês estão achando!

E se vocês acham que acabou, podem ficar tranquilos que esses quatro ainda tem muita história para contar!

O que acham de uma sequencia? De descobrir "As Coisas Impossiveis Sobre Nós"? Em breve! (E dessa vez é breve mesmo, não dois anos!)

E como sempre, conheçam a playlist da fic: https://open.spotify.com/playlist/4yhTbi0Z1IvDbxHFpWiNKw?si=p-n8HW2-QiS0mvxHg3Mcog

Obrigado por tudo, gente! ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Coisas Improváveis Sobre Nós." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.